Mestrado em Economia
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Navegando Mestrado em Economia por Orientador(a) "Silva, Roberto Pereira"
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Item Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento industrial e desenvolvimentismo mineiro: FIEMG e BDMG entre a crise e o apogeu da indústria em Minas Gerais (1962-1974)(Universidade Federal de Alfenas, 2023-09-29) Costa, Jean Talvani; Silva, Roberto Pereira; Marson, Michel Deliberali; Cosentino, Daniel Do ValA fase de estagnação econômica nos anos 1960 causou efeitos negativos na indústria mineira, de tal forma que o empresariado local se via limitado no seu potencial de investir. Os industriais vinculados à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) procuraram atuar junto à uma nova instituição de desenvolvimento fundada no estado em 1962, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A fundação do banco compõe parte de uma longa trajetória de projetos e instituições criadas pelos mineiros visando o desenvolvimento regional. Com apoio da literatura especializada, falamos em desenvolvimentismo mineiro, para identificar a construção e a afirmação de um ideário que colocar Minas Gerais como um ente espoliado, que tem suas riquezas escoadas para seus vizinhos, São Paulo e Rio de Janeiro, enquanto permanece em uma posição de atraso relativo, prejudicado por questões como a insuficiência energética, problemas com os modais de transportes e a capacidade técnica da mão de obra. Essa perspectiva é afirmada no principal estudo analisado aqui e realizado pelo BDMG, Diagnóstico da Economia Mineira (1968). Nossa contribuição vem no sentido de demonstrar que essa perspectiva era compartilhada, discutida e divulgada, também, por agentes privados, representados pela FIEMG, neste estudo. O consenso não se limitava apenas a essa visão do atraso relativo, mas também na sua solução, o reconhecimento de que o Estado pode impulsionar as condições para o desenvolvimento regional a partir do planejamento. Além da correspondência desse ideário, verificamos a existência da polivalência das elites, isto é, a presença de indivíduos que atuavam tanto no ramo privado quanto no ramo público. Aconclusão foi que o desenvolvimentismo mineiro foi compartilhado entre a FIEMG e o BDMG,pondo em evidência que as duas entidades reforçavam a visão do atraso relativo, o papel do Estado no planejamento e a indução ao desenvolvimento de Minas Gerais a partir do setor industrial.Item Acesso aberto (Open Access) Liberalismo e tecnocracia: um estudo comparativo das políticas econômicas nos regimes autoritários do Chile (1973-1982) e da Argentina (1976-1982)(Universidade Federal de Alfenas, 2019-10-25) Resende, Marcos Taroco; Silva, Roberto Pereira; Gambi, Thiago Fontelas Rosado; Suprinyak, Carlos EduardoA maior parte da literatura sobre as ditaduras militares do Chile (1973-1990) e da Argentina (1976-1983) concentra-se na análise da política econômica, buscando a realização de um balanço das diversas políticas implementadas, de forma conjunta ou específica, seus instrumentos técnicos e os resultados econômicos e sociais, enfatizando que a política econômica chilena foi mais radical na aplicação dos princípios monetaristas que na experiência argentina. Por outro lado, há relativamente poucos trabalhos que integram de maneira dinâmica a análise das políticas econômicas ao papel dos economistas como tecnocratas e suas disputas. Portanto, tratando a equipe econômica como não monolítica, e observando os condicionantes políticos para a formulação e o direcionamento das políticas econômicas. Esse aspecto em conjunto com o enfoque comparativo entre os dois países, faz parte da contribuição da pesquisa. Desta forma, a dissertação visa contribuir para o preenchimento desta lacuna, que está na intersecção entre a História Econômica e a História do Pensamento Econômico, por captar a difusão das ideias econômicas e seus impactos concretos. O objetivo do trabalho é analisar comparativamente a formulação das políticas econômicas e seus resultados a partir da uma ótica interpretativa que privilegie a atuação e a participação dos economistas no governo. Para alcançar o objetivo, o método de pesquisa combinou a análise documental e revisão bibliográfica. A análise documental se concentrou primeiramente nos planos econômicos, El Ladrillo no Chile e o Programa de Expansión, Recuperación y Expansión de la Economía Argentina para a verificação das intenções iniciais, e também em declarações públicas de membros da equipe econômica no decorrer da implementação dos programas econômicos para observar suas possíveis alternâncias e conflitos. Além disso, a pesquisa se baseia em entrevistas, artigos em jornais do período, biografias e testemunhos de vários economistas para clarificar os conflitos no processo decisório. Isto é articulado com a bibliografia a respeito da participação e dos conflitos dos técnicos no governo, para balancear os limites do primeiro tipo de pesquisa. Os resultados apontam que as equipes econômicas não eram monolíticas, e tinham em seu seio intensos conflitos entre economistas e profissionais que dirigiam a economia. Os Chicago boys - que tinham maior coesão interna e foram amparados por Pinochet - através de uma série de movimentações políticas e institucionais no interior do Estado que envolveu alianças, persuasões e conflitos, lograram maior poder em relação ao caso argentino, superando resistências de determinadas frações militares, e de outros economistas e profissionais com projetos alternativos de política econômica. De outro lado, Martínez de Hoz, um advogado pragmático e autoditada em economia, se movimentou institucionalmente para tentar contornar um campo mais hostil no âmbito do processo decisório em relação aos militares, que interferiram com mais intensidade na política econômica. Porém o ministro também geria conflitos com os liberais tradicionais fora do governo e na gestão política do interior da sua equipe econômica (entre liberais tradicionais e liberais tecnocratas). Apesar do diferentes graus de implementação e blindagem social, ambas experiências de política econômica sugerem favorecimento ao setor financeiro em detrimento do setor industrial e trabalhadores.Item Acesso aberto (Open Access) O debate sobre distribuição de renda durante a década de 1970: a dinâmica da produção do conhecimento em economia no Brasil(Universidade Federal de Alfenas, 2019-11-25) Ferreira, Ender Lucas; Silva, Roberto Pereira; Gambi, Thiago Fontelas Rosado; Saes, Alexandre MacchioneEsta dissertação tem como objetivo reexaminar o debate sobre a distribuição de renda desencadeada no Brasil após a divulgação do Censo de 1970. Nossa hipótese central é que o debate sobre a distribuição de renda, para além da interpretação dos dados do Censo de 1970, permite captar a dinâmica da profissionalização dos economistas no Brasil, suas relações com o poder e a criação de espaços institucionais de produção e difusão do conhecimento econômico marcado por um caráter conflitivo nos posicionamentos e plural no manejo do conhecimento econômico. Procura-se articular o caráter conflitivo do debate, levando em consideração as redes formadas entre os economistas, como também os seus respectivos argumentos que foram levantados em artigos acadêmicos e na imprensa escrita. Nesse sentido, observamos que a trajetória dos autores, as instituições pelas quais passaram e suas matrizes teóricas enquanto elementos essenciais para situar as suas posições dentro do debate. Mais especificamente, identificamos uma divisão central, entre os autores, na qual cabem subdivisões. De um lado estavam os economistas que estiveram teóricos ou institucionalmente ao governo como Carlos Geraldo Langoni, por outro lado, um amplo grupo de economistas, de diferentes matizes teóricos e institucionais, mas unificados pela posição crítica frente à outra vertente. Formam este grupo autores como: Albert Fishlow, Maria da Conceição Tavares, José Serra, Edmar Lisboa Bacha, Luiz Gonzaga Belluzzo, Paul Singer, Pedro Mala, John Wells e Rodolfo Hoffmann. A partir desta divisão e da investigação das relações entre os posicionamentos teóricos e as filiações institucionais dos autores, investigamos os argumentos mobilizados para enfrentar o debate sobre a distribuição de renda.