Efeito do rejeito de mineração de Mariana-MG sobre espécies arbóreas de diferentes estados sucessionais ecológicos e do vermicomposto como atenuante

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Data

2020-10-30

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Universidade Federal de Alfenas

Resumo

O acidente envolvendo a mineradora Samarco, que liberou 50 milhões de m³ de rejeito com o rompimento da barragem do Fundão, em 5 de novembro de 2015, teve impactos sobre a fauna, flora e sociedade humana. Instituições mantêm certo acompanhamento das propriedades do rejeito, seu escoamento e consequências. No entanto, muito ainda deve ser feito para diminuir os impactos negativos, tanto ambientais quanto socioeconômicos, na região da bacia hidrográfica do Rio Doce. Diante desse panorama, o uso de espécies arbóreas, valendo-se do uso de fertilizantes orgânicos, tem grande potencial, uma vez que podem revitalizar a localidade, diminuindo a concentração ou imobilizando os metais pesados liberados com o rejeito, além da melhoria da estrutura do solo resultante. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento de mudas arbóreas nativas do Cerrado e/ou Mata Atlântica e de diferentes níveis de sucessão ecológica sob o rejeito da barragem do Fundão, com e sem a adição de vermicomposto. As mudas foram transplantadas em vasos de 2 L contendo substratos referentes aos tratamentos: solo, rejeito de mineração e rejeito de mineração com adição de vermicomposto (2% m/m), conduzidos por 80 dias, com realização de coleta de dados em intervalos de 20 dias (C1: início do experimento, C2: 20 dias, C3: 40 dias, C4: 60 dias, C5: 80 dias). Nesse período foram avaliados parâmetros biométricos e morfológicos, de trocas gasosas e fluorescência da clorofila a. Ao final dos 80 dias, as plantas foram coletadas, separadas em folhas, caule e raiz. Parte do material foliar foi testado quanto à peroxidação lipídica e as raízes quanto à morfologia. Então, o material vegetal foi seco em estufa de circulação de ar forçada a 60ºC até peso constante, para conseguinte pesagem. O rejeito de mineração tende a piorar o desempenho de algumas espécies vegetais, que apresentaram diferentes graus de sensibilidade de acordo com o seu nível de sucessão ecológica. Dessa forma, cada espécie apresentou um comportamento frente à imposição do rejeito. Espécies pioneiras como a S. terebinthifolius são importantes alternativas para a revegetação de áreas afetadas, uma vez que se mostram mais robustas e tolerantes. Espécies secundárias, como C. fissilis, também apresentam grande potencial; no entanto, espécies clímax, tal qual C. estrellensis, são mais sensíveis e, nesse caso, não demonstram tal potencial. A utilização de húmus de minhoca para atenuar o efeito do rejeito de mineração se mostrou de grande potencial, favorecendo S. terebinthifolius e, em menor grau, C. fissilis, mas estudos devem ser realizados para avaliar seu potencial.



Palavras-chave

Aroeira-pimenteira, Cedro Rosa, Jequitibá Branco, húmus de minhoca, Lama de Mariana-MG, Rio Doce, Sucessão ecológica

Citação

BRESSANIN, BRESSANIN, Leticia Aparecida. Efeito do rejeito de mineração de Mariana-MG sobre espécies arbóreas de diferentes estados sucessionais ecológicos e do vermicomposto como atenuante. 2020. 158 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) - Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, MG, 2021 .