Avaliação da expressão de genes da resposta antioxidante de candida albicans na ausência e presença de concentrações subinibitórias de antifúngicos
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Resumo
Infecções fúngicas invasivas são consideradas um grave problema, principalmente no que se refere a pacientes imunocomprometidos e ao tratamento antifúngico. Dentre essas infecções, destacam-se as causadas pelo gênero Candida spp., principalmente C. albicans, por seus inúmeros fatores associados à virulência. Estas espécies apresentam inúmeros fatores associados à virulência e habilidade em evadir o sistema imune do hospedeiro, fazendo com que haja recorrência de infecções em âmbito hospitalar e na comunidade. No hospedeiro, as células fagocíticas respondem a diversos estímulos microbianos com a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), responsáveis, em parte, pela atividade microbicida dessas células, que atuam a nível proteico, lipídico e genético. Na resposta central frente ao ambiente oxidante encontra-se o gene CAP1, do inglês “adenylate cyclase-associated protein”, responsável pela ativação de diversos outros genes associados ao estresse oxidativo, e, cuja requisição à tolerância ao ambiente oxidante por C. albicans é conhecida. Ao decorrer da cascata antioxidante, outros genes são ativados, como os da família das SODs (SOD1-6) e catalase (CAT1), cujas funções são dismutar ERO tais como o superóxido e decompor o peróxido de hidrogênio, respectivamente. Os antifúngicos utilizados na clínica, tanto com finalidade profilática ou de tratamento, incluem anfotericina B, fluconazol e caspofungina, sendo de extrema importância os testes de sensibilidade para compor os guias terapêuticos de tratamento de candidíases. Tem sido atribuído a estes antifúngicos, como mecanismo de ação adicional, o aumento da produção de ERO, o que pode contribuir com o efeito positivo do tratamento, mas, em contrapartida, pode colaborar com o aumento da resistência do fungo a essas espécies. O trabalho objetivou avaliar o processo de fagocitose e a capacidade fungicida dos macrófagos frente às amostras tratadas com as concentrações subinibitórias dos antifúngicos anfotericina B, fluconazol e caspofungina, bem como a expressão diferencial dos genes CAP1, SOD1-6 e CAT1 em C. albicans SC4314, 121 e 221-V por RT-PCR. O tratamento com a caspofungina promoveu a maior expressão de, praticamente, todos os genes estudados, em todos isolados, porém todos os antifúngicos modularam, positiva ou negativamente, a expressão relativa de todos os genes. O pré-tratamento com a caspofungina parece ter protegido o fungo frente ao ataque de macrófagos. O tratamento com doses subinibitórias promove diversos tipos de estresse, dentre eles o oxidativo, o qual ocasiona alterações no perfil de transcrição de genes da resposta antioxidante e isso pode favorecer o fungo na luta contra o sistema imune do hospedeiro, podendo influenciar diretamente na terapia ou profilaxia antifúngica de doenças fúngicas invasivas de interesse médico.