O efeito da fibrina rica em plaquetas sobre o reparo alveolar: uma revisão sistemática da literatura

Após as perdas dentárias, o osso alveolar inicia um processo de reabsorção que é contínuo e progressivo. Essa perda de tecido ósseo é prejudicial para a instalação dos implantes dentários e o uso de enxertos surge como uma estratégia eficaz para permitir a reabilitação oral implanto suportada. Atualmente, inúmeros materiais são encontrados no mercado e cabe ao cirurgião dentista escolher aquele que melhor se encaixa às necessidades de cada caso em específico. Dentre estes, a Fibrina Rica em Plaquetas (PRF) apresenta-se como um material autógeno, de baixo custo e fácil obtenção, utilizado para auxiliar na regeneração tecidual após as perdas dentárias. Ele é composto por fatores de crescimento, leucócitos e fibrina, o que garante a este material propriedades reparadoras que favorecem a cicatrização de tecidos duros e moles. Apesar de existirem diversos estudos que corroboram com a hipótese de que o PRF atua de forma positiva sobre o reparo alveolar, existe ainda na literatura bastante controversa a respeito do tema. Assim, esta revisão sistemática surge da necessidade de se entender o real efeito do PRF sobre o processo de reparo alveolar. Nesse sentido, as pesquisas foram realizadas nas bases de dados eletrônicos Pubmed, Web of Science, Scopus e EMBASE, utilizando uma estratégia de pesquisa guiada por palavras-chave que buscam sintetizar a questão que guia este estudo. Como critérios de inclusão, foram selecionados artigos que incluíam pacientes adultos, sistemicamente saudáveis, submetidos a cirurgias de extrações dentárias e que receberam PRF obtido de diversos protocolos. Dessa maneira, trinta e sete artigos foram incluídos nesta revisão sistemática, os quais avaliaram dor, edema facial, trismo, reparo de tecido mole e duro, incidência de alveolite e/ou atividade osteoblástica. Essas pesquisas utilizaram como tratamento o PRF comparado ao processo de reparo natural ou a outros tipos de biomateriais. Foi observada uma tendência a melhores resultados em relação às variáveis analisadas nos grupos tratados com PRF na maior parte dos estudos, demonstrando um efeito significativo sobre a regeneração alveolar e justificando a sua aplicabilidade clínica.