Detecção e quantificação da expressão do gene ERG11 de Candida albicans sob diferentes concentrações de fluconazol
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Resumo
Espécies de Candida habitam o corpo humano, não causam doenças em organismos considerados saudáveis, entretanto podem levar a infecções graves naqueles com alterações nos mecanismos de defesa e/ou quando ocorre comprometimento de barreiras anatômicas. O agente etiológico mais comum das infecções causadas por Candida spp. é C. albicans, inclusive no Brasil. Há muitos anos, antifúngicos da classe dos azóis vêm sendo prescritos para tratamentos de tais infecções, porém a incidência de casos de resistências tem sido documentada. A superexpressão do gene ERG11 e bombas de efluxo e mutações no gene ERG11 são descritos como mecanismos moleculares de resistência a azóis em Candida spp. Desta forma, analisar a expressão gênica do ERG11 de isolados clínicos e de fontes de colonização ambiental foi a proposta deste estudo, envolvendo tratamentos sob concentrações inibitórias e subinibitórais de fluconazol (FLU), nunca antes investigada. Assim, foram utilizados três isolados provenientes de fontes de colonização de ambiente hospitalar e cinco isolados clínicos, além da cepa padrão ATCC 10231 cujas concentrações inibitórias mínimas para fluconazol foram obtidas de acordo com o protocolo EUCAST Definitive Document EDef 7.1 (2008). Os tratamentos consistiram de concentrações inibitórias mínimas (CIM) e subinibitórias equivalentes a 1/4 e 1/2 da CIM do antifúngico e na ausência do mesmo. As quantificações das expressões por RT-qPCR foram realizadas para os genes ERG11, e o normalizador Actina. As análises de expressão relativa foram calculadas utilizando o método 2-ΔΔCt. Observou-se no comportamento de todos os isolados analisados, independente da origem de isolamento, inclusive a cepa padrão ATCC 10231, aumento significativo de expressão do gene ERG11 em relação aos tratamentos com CIM, 1/2 e 1/4 da CIM de FLU quando comparados aos mesmos isolados na ausência de FLU. Esse aumento variou entre 1,086 a 126,105. No grupo de isolados clínicos, aquele que mais expressou o gene alvo foi o 220 (126,10) e no grupo de colonização ambiental foi o isolado 521 (40,79), ambos no tratamento da CIM de fluconazol. Em geral, a maior dose de fluconazol (CIM) foi a que mais influenciou os isolados a expressarem ERG11, seguido dos tratamentos com 1/2 e 1/4 da CIM. Estes resultados, de aumento da expressão de isolados clínicos de C. albicans é relevante, especialmente nos casos de pacientes em tratamento profilático, quando o antifúngico ao invés de proteger o paciente da infecção poderia estar estimulando o patógeno. No caso dos isolados de colonização ambientais terem apresentado o mesmo comportamento, gera um alerta para a importância na higienização no ambiente hospitalar e antissepsia dos profissionais da área da saúde.
