Análise do estresse odontológico de crianças, com e sem cárie dentária, por meio do cortisol salivar

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2025-02-11

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Resumo

Para avaliar o estresse odontológico infantil, de forma fisiológica, utiliza-se a análise do cortisol que é liberado em resposta a uma situação estressora. A cárie dentária é a doença mais comum no público infantil e está diretamente relacionada à busca por atendimento tardio, o qual necessita de intervenções, e torna a consulta um ambiente estressor. O objetivo deste estudo foi avaliar o estresse odontológico infantil por meio do cortisol salivar pré e pós-atendimento, com a presença ou ausência de cárie dentária de crianças de 4 a 12 anos. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) (CAAE: 57180222.6.0000.5142), foram coletados dados como cronotipo (escala CIRENS), condições socioeconômicas (questionário de Jarman) e dados sociodemográficos, respondidos pelos responsáveis legais. O estresse infantil foi mensurado pelos níveis de cortisol salivar em duas amostras (ao chegar na sala de espera para o atendimento e após o término do atendimento). O exame clínico e avaliação da cárie dentária (índice de dentes decíduos cariados, perdidos ou obturados - ceo-d / dentes permanentes cariados, perdidos ou obturados - CPO-D) foi realizado pelo cirurgião-dentista. Realizou-se análises descritivas e comparativas, como os testes de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e Correlação de Spearman. Compuseram a amostra 171 crianças, sendo 50,9% (n=106) do sexo masculino e com idade média de 7,56 anos (±2,10). Quanto ao cronotipo, 57,3% das crianças foram classificadas com cronotipo intermediário (57,3%, n=98). Ademais, 62,0% apresentavam cárie (n=106) e 62,6% tinham experiências de dor dentária (n=107). O período de coleta apresentou associação estatisticamente significativa com o cortisol A (P=0,002) e B (P=0,004). Os níveis médios de cortisol foram maiores antes do atendimento (A) tanto no grupo manhã (0,870 µg/dl (±0,001)) quanto no grupo tarde (0,866 µg/dl (±0,001)). As crianças do grupo manhã, que foram amamentadas, revelaram menor reatividade ao estresse (P=0,019). Já as do grupo tarde, que eram mais novas (P=0,013), se encontravam na dentição decídua (P=0,029) e apresentavam cárie dentária (A:P=0,042 e B: P=0,038) eram mais estressadas. Além disso, as crianças classificadas com cronotipo matutino (P=0,043) do grupo tarde, demonstraram maior estresse. Em relação a reatividade, ao contrário do grupo manhã, os infantes que apresentavam hábito de onicofagia (P=0,042) e chupar chupeta (P=0,032) foram mais reativos ao estresse no ambiente odontológico. Portanto, conclui-se que as crianças que apresentam cárie dentária são mais estressadas no atendimento odontológico. Ademais outros fatores como idade, cronotipo, presença de hábitos deletérios, dor e amamentação podem ser contribuintes para este estresse, impactando diretamente na qualidade de vida da criança.


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