Navegando por Autor "Fonseca, Wesley Fernandes"
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Item Acesso aberto (Open Access) Hiporresponsividade frente ao desafio imunológico nos parâmetros termorregulatórios, hormonais e comportamentais em períodos finais da gestação(Universidade Federal de Alfenas, 2019-04-29) Fonseca, Wesley Fernandes; Paiva, Alexandre Giusti; Saia, Rafael Simone; Silveira, Anderson Luiz Bezerra Da; Kalil, Bruna; Paffaro Junior, Valdemar AntônioA administração de Lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS), um produto da parede celular de bactéria gram-negativa, mimetiza quadro de inflamação, culminando na produção de citocinas pró-inflamatórias como IL-1β, IL-6 e TNF-α. Além disso, a administração do LPS promove o comportamento doentio, conjunto de alterações comportamentais, o qual é caracterizado por quadros de anorexia, anedonia, redução da atividade locomotora e exploratória, além de induzir comportamento semelhante à depressão e ansiedade. Há ainda a ativação do eixo HPA com consequente produção de hormônios glicocorticoides, em decorrência à administração do LPS. No entanto, a gestação é um momento em que há drásticas modificações no eixo HPA, sendo que a concentração plasmática de glicocorticoides encontra-se diminuída no início da mesma. Entretanto, há um aumento nos níveis de glicocorticoides a partir da segunda metade da gestação. Além do mais, é conhecida a hiporresponsividade do eixo HPA durante a gestação, sobretudo em seu período final, diante à agentes estressores. Ainda são escassos na literatura científica estudos acerca do comportamento doentio na gestação e a influência dos glicocorticoides na hiporresponsividade frente a situações de estresse. O presente estudo foi proposto com o fito de avaliar a responsividade de fêmeas prenhes ao estresse imunológico provocado através da administração de LPS. Para tanto, foi administrado salina ou LPS (200 µg/Kg) em ratas prenhes (N= 8-20; CEUA:644/2015) nos seguintes dias de gestação (DG): 6, 9, 12, 15, 18 e 20. Através do teste de campo aberto, foi avaliada a atividade locomotora dos animais. Foi avaliado também o padrão de ingestão alimentar após a aplicação do LPS. Foi avaliado ainda a interação social após 2 horas a aplicação do LPS além de avaliar o estado anedônico das fêmeas prenhes através da análise de preferência à sacarose. Após a constatação de que no 20DG não houve qualquer resposta comportamental, além da observação que no 12DG há maior responsividade frente ao desafio imunológico em parâmetros comportamentais, tomou-se esses dois pontos afim de investigar alterações na termorregulação por meio de implantes de sensores de telemetria, alterações nas marcação para c-Fos nos neurônios em diversas regiões encefálicas, além de dosar citocinas e corticosterona plasmática, mensurando também níveis proteicos de IBA-1 e GFAP. Verificou-se no 20DG não foi constatada qualquer alteração na temperatura dos animais. Já no 12DG há uma resposta bifásica de temperatura uma vez que o LPS provocou hipotermia nas primeiras duas horas seguida de uma drástica elevação da temperatura. Não foram observadas alterações quanto à ativação neuronal em áreas como BNST, MPOA, LS, CPx, PVN e SON quando fora administrado LPS 2 horas antes da perfusão e coleta do cérebro em animais prenhes no 20DG. Já no 12DG observou-se maior expressão de c-fos em todas as regiões encefálicas analisadas. Não foram observadas alterações quanto à produção de citocinas no 20DG. No entanto, foi constatado aumento na concentração plasmática de TNF-α em animais prenhes após 2 horas o desafio imunológico por LPS no 12DG. É observado um aumento na concentração plasmática de corticosterona em animais prenhes no 12DG, não sendo evidenciadas alterações no 20DG. A expressão de proteínas relacionadas à ativação de astrócitos (GFAP) e de micróglia (IBA-1) no hipotálamo de ratas prenhes submetidas ao LPS no 12DG e 20DG foi analisada através da técnica de Western Blot, não sendo observadas alterações nestes parâmetros. Dessa forma, de posse dos resultados obtidos, percebe-se uma hiporresponsividade ao desafio imunológico pelo LPS no 20DG, uma vez que não foram observadas quaisquer alterações em parâmetros comportamentais, nem alterações quanto à produção de citocinas e corticosterona plasmáticas. Ademais, não há ativação neuronal em áreas centrais em decorrência à administração do LPS no período pré-parto. No entanto, observa-se uma hiperresponsividade frente a endotoxemia pelo LPS no 12DG, uma vez que evocou o quadro de comportamento doentio verificado pelo déficit na capacidade exploratória/locomotora, anorexia, queda na interação social, anedonia, alteração em parametros termorregulatórios, já que há hipotermia seguida de elevação da temperatura corporal, aumento da expressão de c-Fos em áreas cerebrais relacionadas ao comportamento doentio além de aumentar a concentração plasmática de TNF-α e corticosterona..Item Acesso aberto (Open Access) Influência dos glicocorticoides no comportamento doentio induzido pelo LPS de E. coli em camundongos prenhes(Universidade Federal de Alfenas, 2015-02-26) Fonseca, Wesley Fernandes; Paffaro Junior, Valdemar Antonio; Felício, Luciano Freitas; Silva, Marcelo Lourenço DaA administração do LPS de Escheria coli gera resposta imunológica e endócrina, como a produção de citocinas pró-inflamatórias, produção de prostaglandinas. Além disso, a endotoxemia promove mudanças neuro-endócrinas, como alterações no metabolismo da noradrenalina e serotonina no cérebro além da ativação do eixo HPA provocando comportamento doentio evidenciado por quadros de redução da capacidade exploratória e locomotora, anorexia, pirexia, anedonia, sonolência, redução do comportamento social e sexual, comportamento semelhante à ansiedade e depressão. Já foi demonstrado na literatura que endotoxemia é capaz de provocar hipotermia em animais prenhes além de apresentar significativa taxa de aborto e falhas gestacionais. Além disso, foi evidenciado também que fêmeas gestantes também apresentam o comportamento doentio diante da administração do LPS com mudanças nos componentes da interface materno-fetal importantes para o estabelecimento da homeostase uterina. Como a ativação do eixo HPA é uma das respostas mais proeminentes da endotoxemia, o presente estudo investigou a interferência de glicocorticoides no comportamento doentio em fêmeas prenhes. Para tanto, foi utilizado glicocorticoide exógeno, a dexametasona, bem como, inibidores da síntese de glicocorticoide, metirapona e mifepristone. A metirapona é um inibidor da enzima 11-β-hidroxilase, a qual inibe o passo final de precursores da corticosterona. A mifepristone é um antagonista de receptores de glicocorticoide e ligante de receptores de progesterona. Fêmeas de camundongos SWISS no 10º dia de gestação foram pré-tratadas com as referidas drogas, 30 minutos antes do tratamento com LPS. Após duas horas, a temperatura retal foi aferida e foram realizados testes comportamentais a fim de investigar comportamentos semelhante à ansiedade, depressão, além de observar a capacidade exploratória e retenção de informações a curto prazo. A viabilidade gestacional também foi averiguada observando, para isso, o número de filhotes nascidos por ninhada. Foi observado que o tratamento com LPS provocou hipotermia nos animais prenhes sendo que o pré-tratamento com dexametasona foi o único capaz de evitar tal efeito através da redução da síntese de TNF-α. Tais achados fornecem indícios para o uso da dexametasona como antipirético em quadros de endotoxemia durante a gestação. Além disso, foi observado que o tratamento com LPS, independente do pré-tratamento utilizado, provocou um comportamento doentio evidenciado pela redução da capacidade exploratória e locomotora nos animais prenhes submetidos aos testes comportamentais. Os presentes achados comportamentais vão de encontro com a vasta literatura, indicando, adicionalmente, que o comportamento doentio é dependente de citocina pró-inflamatória e que o pré-tratamento com glicocorticoide ou inibidores de sua síntese não são capazes de prevenir o comportamento doentio. O pré-tratamento com metirapona foi o único capaz de evitar o aborto causado pelo LPS através da elevação dos níveis plasmáticos de progesterona, a qual, por sua vez, protege o feto contra ataques imunológicos maternos durante a gestação e assegura o parto. Desse modo, a metirapona pode ser usada a fim de prevenir abortos imunológicos provocados pela administração do LPS. Tais achados são significativos a fim de evitar perdas gestacionais provocadas pela endotoxemia evidenciando a metirapona como importante agente farmacológico. O pré-tratamento com mifepristone, com ou sem exposição ao LPS, provocou perda total da gestação. Tais achados vão de encontro com a literatura científica e caracterizam a mifepristone como potente agente abortivo capaz de interromper a gestação mesmo quando administrado após o período de implantação embrionária.