Ciências Biológicas (Bacharelado)
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2608
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Navegando Ciências Biológicas (Bacharelado) por Orientador(a) "Cunha, Rogério Grassetto Teixeira da"
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Item Acesso aberto (Open Access) As evidências do Impacto de 4 Anos dos Ciclos ENOS nos comportamentos de alto custo de Baleia-franca-austral (Eubalaena australis)(2025-12-08) Silva, Julia Gabriela dos Santos; Cunha, Rogério Grassetto Teixeira da; Sanches, Jerônimo Schmidt Machado; Albernaz, Thaise Lima deO objetivo deste estudo foi analisar a influência dos ciclos ENOS (El Niño e La Niña) na taxa de comportamentos de alto custo de baleias-francas austrais (Eubalaena australis) na costa de Santa Catarina, investigando a defasagem temporal desse impacto. A análise estatística não paramétrica utilizou dados de monitoramento terrestre de 2015 a 2024, padronizando a taxa de comportamento por tempo de esforço. Foram testadas hipóteses com defasagens de 1,5 e 4 anos, sendo o Modelo de Lag Longo (4 anos) o único validado estatisticamente, tanto para a redução de atividade (vales) associada ao El Niño quanto para o aumento (picos) associado à La Niña. Os anos de 2020 e 2023, ocorridos quatro anos após eventos de aquecimento, demonstraram taxas de atividade significativamente inferiores, refletindo uma estratégia de economia energética devido à baixa disponibilidade de krill no forrageamento prévio. Este resultado confirma que o time lag de 4 anos, alinhado à via oceânica lenta de propagação climática, é o principal fator determinante da condição energética da espécie na área reprodutiva. A capacidade preditiva do modelo estabelece que o El Niño cria vales e a La Niña cria picos de atividade, permitindo, por exemplo, projetar o próximo período de vulnerabilidade (vale) para a temporada de reprodução de 2028 (baseado no El Niño finalizado em 2024). A pesquisa justifica, portanto, a necessidade de reforçar a gestão e proteção da espécie durante os anos de estresse nutricional previsível.Item Acesso aberto (Open Access) Enriquecimento ambiental: efeito transitório em macacos-prego(2025-12-08) Souza, Luiza Liboni de; Oliveira, Lavínia de; Cunha, Rogério Grassetto Teixeira da; Silva, Vinícius Xavier da; Maia, Ana Carolina ResendeA manutenção de animais selvagens em cativeiro é fundamental para a conservação de espécies, mas frequentemente resulta no aumento de comportamentos atípicos e indicativos de estresse devido às condições distintas das encontradas na natureza. O enriquecimento ambiental é uma estratégia para promover estímulos cognitivos e físicos aos animais, para reduzir comportamentos indicativos de estresse e promover comportamentos naturais da espécie. O presente estudo avaliou os efeitos de quatro tipos de enriquecimento: pamonha de alface, bolso surpresa, gelatina e picolé, sobre o comportamento de dois macacos-prego (Sapajus spp.) cativos no Parque Multicultural em Sustentabilidade de Alfenas, MG. A análise comportamental foi realizada antes, durante e após a aplicação dos enriquecimentos, considerando tanto comparações de curto prazo (20 minutos antes e depois de cada atividade) quanto de longo prazo. Os resultados indicaram redução significativa no curto prazo na frequência de comportamentos indicadores de estresse, como vigilância, pacing e coçar-se para os seguintes enriquecimentos: pamonha e gelatina, o que sugere que alguns enriquecimentos foram eficazes em modular o comportamento imediatamente após sua inserção. Também houve aumento de comportamentos naturais, como manipulação de alimentos e forrageamento. No entanto, a longo prazo, observou-se aumento na duração e frequência de alguns comportamentos relacionados ao estresse, além da não manutenção das reduções observadas, indicando que os efeitos positivos do enriquecimento não se mantiveram ao final das intervenções. A variabilidade entre os diferentes enriquecimentos e entre os dois indivíduos sugere forte influência de fatores intrínsecos, como personalidade e histórico de manejo, além de fatores externos, como a presença de animais de vida livre e outros distúrbios no ambiente. Embora os enriquecimentos utilizados tenham promovido efeitos imediatos positivos no bem-estar dos macacos-prego, sua aplicação por um período curto (12 dias) não foi suficiente para reduzir o estresse em longo prazo. Assim, reforça-se a importância da utilização contínua e variada de enriquecimentos ambientais, bem como da personalização das atividades conforme as características individuais dos animais.Item Acesso aberto (Open Access) O estado da ciência sobre ecologia, comportamento e conservação de jaguatiricas (Leopardus pardalis): conhecimentos, tendências e lacunas.(2025-12-09) Maderich, Ana Clara Macedo; Santos, Bianca da Motta; Cunha, Rogério Grassetto Teixeira da; Santos, Thays Natani Silva dos; Laurindo, Rafael de SouzaA jaguatirica (Leopardus pardalis) é um felino neotropical, reconhecido por sua plasticidade ecológica, que lhe permite habitar diversas regiões, distribuindo-se do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina. Este trabalho buscou sistematizar o conhecimento sobre sua ecologia, comportamento e conservação, identificando avanços e lacunas por meio de uma revisão de 188 artigos científicos publicados entre 2000 e 2025. Os resultados evidenciam que a ecologia é a área mais estudada, com destaque para aspectos como distribuição geográfica, uso do habitat, dieta e interações ecológicas. A jaguatirica exibe comportamento predominantemente noturno e crepuscular, com picos de atividade ao anoitecer e amanhecer, além de hábitos solitários e territorialistas. Sua dieta é generalista e oportunista, baseada principalmente em pequenos mamíferos, mas com capacidade de explorar presas de maior porte conforme a disponibilidade local. A espécie também participa de interações competitivas com outros carnívoros, podendo assumir o papel de predador de topo na ausência dos mesmos. Globalmente, a jaguatirica é classificada como "Pouco Preocupante" pela IUCN. No Brasil essa classificação varia, sendo considerada vulnerável em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, e criticamente em perigo em Minas Gerais. Em todo o país, a espécie enfrenta ameaças como fragmentação de habitat, atropelamentos, caça ilegal e conflitos com humanos. Sua conservação é prejudicada pela escassez de estudos de longo prazo, especialmente em pequenos fragmentos florestais, e pela falta de avaliações sobre a efetividade de medidas mitigatórias, como corredores ecológicos e passagens de fauna. Verificou-se ainda uma predominância de publicações em inglês, embora o Brasil seja o país com maior produção científica sobre a espécie. Há também uma concentração geográfica de estudos no Brasil, México e Estados Unidos, com carência de pesquisas em outras regiões da América Latina. Lacunas importantes persistem no entendimento de aspectos comportamentais, fisiológicos e demográficos, bem como na resposta da espécie às mudanças climáticas e a múltiplas pressões antrópicas. Conclui-se que, embora avanços significativos tenham sido alcançados, é necessário direcionar esforços para estudos integrativos e monitoramentos de longo prazo, a fim de embasar estratégias de conservação adaptativas e assegurar a persistência da jaguatirica em paisagens alteradas.
