Doutorado em Ciências Fisiológicas
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2674
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Navegando Doutorado em Ciências Fisiológicas por Orientador(a) "Giusti-Paiva, Alexandre"
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Item Acesso aberto (Open Access) Efeito do psicodélico 25H-NBOMe sobre o comportamento social em ratos submetidos à neuroinflamação neonatal com lipopolissacarídeo(Universidade Federal de Alfenas, 2023-02-24) Franco, Priscila De Paula; Giusti-Paiva, Alexandre; Pinheiro, Lucas Cezar; Uchoa, Ernane Torres; Silva, Marcelo Lourenço Da; Vieira, Fernando VitorO sistema imunológico é capaz de modular o desenvolvimento do sistema nervoso central durante o neurodesenvolvimento. Nesse contexto, a neuroinflamação durante o período neonatal tem mostrado afetar o desenvolvimento cerebral, contribuindo para diversas disfunções neuronais e comportamentais que podem se manifestar ao longo da vida, como depressão, esquizofrenia ou transtorno do espectro autista. A busca por novos tratamentos mais eficazes para transtornos neuropsiquiátricos é constante, e a descoberta de novas substâncias psicotrópicas, como as drogas NBOMe (N-metoxibenzil), devem ser investigadas quanto ao potencial terapêutico, apesar de seu uso abusivo recreacional. Este trabalho buscou avaliar as alterações comportamentais e proteicas induzidas pela administração de lipopolissacarídeo (LPS, 0,2 ou 1,0 mg/kg, i.p.) em ratos no período neonatal (em um único dia ou por três dias consecutivos), e se essas alterações podem ser revertidas ou atenuadas pelo tratamento com 25H-NBOMe. Pôde-se observar que o LPS diminui o número de vocalizações ultrassônicas (VUS) durante o primeiro desafio imunológico no dia pós-natal 3 (PND3), porém causa o aumento desse parâmetro 2 h após a 3ª aplicação no PND5, quando comparado à salina. Isso sugere um comportamento doentio de prostração inicialmente, seguido por uma resistência ou adaptação ao LPS com aumento da comunicação, ou um comportamento tipo ansioso devido ao segundo contato com o aparato do teste. Entretanto, as alterações comunicativas não foram duradouras, pois não houve diferença entre os grupos quando testados novamente no PND12. O tratamento com LPS também reduziu o peso corporal dos animais até a peripuberdade, onde foi observada uma redução do comportamento de brincar em animais LPS em comparação aos animais salina, especialmente em machos expostos à dose de 1,0 mg/kg por 3 dias consecutivos, os quais reduziram o número de pouncings e o tempo total, cheirando e seguindo o animal parceiro. Em animais fêmeas, houve redução apenas do tempo seguindo e no número de pouncings. Esses resultados não ocorreram devido à falta de capacidade locomotora, pois não houve diferenças estatísticas relevantes entre animais salina e LPS no teste de campo aberto. O protocolo de aplicação de LPS no período neonatal escolhido para o prosseguimento dos experimentos foi a dose de 1,0 mg/kg aplicada por três dias consecutivos (PND3-5) pois foi o protocolo em que os animais apresentaram mais parâmetros prejudicados no teste de comportamento social. Quando tratados com 25H-NBOMe nas doses de 0,3 e 1,0 mg/kg, o teste de movimentos de contração da cabeça (HTR) demonstrou que o psicodélico foi capaz de aumentar a frequência desses movimentos. Quanto ao comportamento de brincar, o 25HNBOMe na dose de 0,3 mg/kg foi capaz de reverter a diminuição da frequência de pouncings 1 e ostempostotal, cheirando e seguindo o animal parceiro causada pela inflamação neonatal com LPS em animais machos. Entretanto, em animais salina, essa mesma dose reduziu o tempo seguindo e a frequência de pouncings, bem como a dose de 1,0 mg/kg, que também reduziu a frequência de pinnings nesses animais. Em animais fêmeas, o tratamento com 25H-NBOMe não alterou nenhum parâmetro do comportamento de brincar. A análise da expressão das proteínas GFAP, Iba1 e sinaptofisina no córtex pré-frontal não revelou nenhuma diferença causada pela inflamação neonatal com LPS ou pelo tratamento com 25H-NBOMe. Em conclusão, o estudo de novas drogas e substâncias psicotrópicas como potenciais agentes terapêuticos em transtornos neuropsiquiátricos precisa ser continuamente avaliado a fim de gerar dados confiáveis para encontrar doses eficazes e seguras para embasar estudos clínicos visando o tratamento ou manejo dos sintomas dessas desordens.