Doutorado em Ciências Fisiológicas
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Item Acesso aberto (Open Access) Alterações neuroendócrinas e cardiorrespiratórias durante o choque séptico induzido pela ligadura e perfuração cecal (CLP)(Universidade Federal de Alfenas, 2014-03-21) Santiago, Michael Brian; Paiva, Alexandre Giusti; Ventura, Renato Rizo; Passos Jr, Daniel Badauê; Reis, Luis CarlosA síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS), culminando com o choque séptico é uma das principais causas de morbidade e mortalidade nas unidades de tratamento intensivo (UTI). Diante disso, a busca por um completo entendimento da fisiopatologia desta SRIS, possibilitando o desenvolvimento de novas terapias, ainda é questão de grande interesse no meio científico. Portanto, o objetivo do trabalho foi verificar as alterações neuroendócrinas e cardiorrespiratórias, identificando as causas, durante o choque séptico experimental induzido pela ligadura de perfuração cecal (CLP; Cecal ligation and puncture). Durante o choque séptico induzido pela CLP houve um aumento da secreção de vasopressina (AVP) e ocitocina (OT) nas primeiras 4 horas após a cirurgia de CLP quando comparado com grupo controle (Sham), no entanto, 6 horas após a cirurgia de CLP a secreção desses hormônios diminui para valores basais apesar da queda da pressão arterial média (PAM) quando comparado com Sham, resultando em um quadro de deficiência da secreção de vasopressina. Angiotensina (ANG II) e peptídeo natriurético atrial (ANP) permaneceram aumentados durante as 6 horas observadas. O tratamento com salina hipertônica (SH) (NaCl 7,5%, 4 ml /kg) 6 horas após o CLP ou Sham, proporciou aumento na secreção de OT e ANP e queda da concentração plasmatica de ANG II, sem diferenças quando comparado ao Sham. A secreção de AVP foi maior durante 10 minutos após a aplicação de SH, restaurando transitoriamente a PAM, no entanto, 30 minutos após, a secreção de AVP permaneceu menor quando comparado com Sham, mesmo com o aumento da osmolalidade (sem diferença entre CLP e Sham). O tratamento intracerebroventricular (i.c.v.) com o bloqueador inespecífico da óxido nítrico sintase (NOS) (L-Name) promoveu aumento da secreção de AVP durante os 30 minutos após a administração de SH no grupo submetido a cirurgia de CLP quando comparado com Sham. Após uma segunda aplicação de SH, 30 minutos após a primeira aplicação, não foi observada diferença na secreção de AVP entre CLP e Sham. Tais resultados evidenciaram que neste quadro de choque séptico experimental a secreção de AVP está sendo bloqueada pela síntese de NO. O tratamento com hidroxietilamido isotônico (HES 4ml/kg; 8 ml/kg; 16 ml/kg) e hipertônico (Hyper-HES, 4 ml/kg) seis horas após a CLP não promoveu diferença na PAM e frequência cardíaca (FC) após 24 horas da cirurgia de CLP. No entanto, imediatamente após administração, o Hyper-HES promoveu aumento da PAM por 1 hora e aumentou a secreção de AVP e OT 5 minutos após a aplicação. A administração do HES não promoveu aumento da PAM imediatamente após a aplicação e também não alterou a secreção de AVP e OT, exceto a dose 16 ml/kg que promoveu aumento da secreção de OT. O tratamento prévio com antagonista de AVP (V1), aboliu a resposta pressora desencadiada pela administração de Hyper-HES. Do mesmo modo, o tratamento prévio com antagonista de OT, não alterou as respostas da PAM após aplicação e Hyper-HES e HES, sugerindo que apenas as soluções hipertônicas (cristaloides ou colóides) são eficazes em restabelecer a pressão arterial durante o choque séptico por aumentar a secreção de AVP. Após 24 horas da cirurgia de CLP a PAM permaneceu baixa e sem alterações na FC quando comparado com grupo Sham. Neste mesmo tempo, observamos uma atenuação das respostas barorreflexas e quimiorreflexas acompanhada por um menor número de neurônios positivos para cFOS no núcleo do trato solitário comissural (NTSc) e intermediário (NTSi) após intermitente ativação do quimiorreflexo quando comparado com o grupo Sham, que persiste mesmo restaurando a PAM. O pré-tratamento com L-Name e Aminoguanidina i.c.v. (Ag, bloqueador específico da NOS induzida) promoveram uma atenuação dos déficitis da resposta quimiorreflexa. Além do mais, o tratamento com Ag promoveu atenuação da queda no número de neurônios positivos para cFOS (NTSc e NTSi) após intermitente ativação quimiorreflexa, sugerindo o envolvimento do NO na deficiência da resposta quimioreflexa durante o choque séptico experimental.Item Acesso aberto (Open Access) Aspectos morfológicos e moleculares do desenvolvimento cerebral casta-específico em Apis mellifera(Universidade Federal de Alfenas, 2019-10-30) Paula Junior, Delcio Eustaquio De; Barchuk, Angel Roberto; Soncini, Roseli; Simões, Zilá Luz Paulinho; Lourenço, Anete Pedro; Kalil, BrunaAs abelhas Apis mellifera são insetos conhecidos por sua eussociabilidade. Os adultos da espécie; zangões, rainhas e operárias, exibem nítida divisão de trabalho e sobreposição de gerações. Rainhas e operárias são um clássico exemplo de difenismo, o qual é determinado pela alimentação diferencial, geleia real ou geleia de operária, recebida entre o terceiro e quinto ínstar larval. A alimentação influencia o desenvolvimento cerebral em muitas espécies, inclusive em A. mellifera, que apresenta morfogênese cerebral diferencial entre rainhas e operárias. Durante o período larval o cérebro de rainhas mostra-se maior, com maior número de neuroblastos e também com maior taxa de proliferação celular. Todavia, é sabido que o cérebro adulto de operárias é proporcionalmente maior do que o de rainhas, deste modo, hipotetiza-se que ocorra uma inversão do tamanho cerebral durante o desenvolvimento pupal e/ou adulto-farato por intermédio da ação de genes hormonalmente modulados. Foram identificados, por meio de microarranjos de oligonucleotídeos, um conjunto de genes diferencialmente expressos no cérebro rainhas e operárias Pp, dentre os quais podem estar genes primordiais para o desenvolvimento cerebral casta específico. Assim, objetivou-se determinar a dinâmica morfológica e as bases moleculares do desenvolvimento cerebral durante o período pupal e adulto-farato em rainhas e operárias. Os resultados mostraram que o cérebro de operárias se desenvolve mais do que o de rainhas no período pupal e meados do desenvolvimento adulto-farto. Os corpos cogumelares e pedunculares ocupam maior área no cérebro de operárias e há lateralização anatômica relacionada a essas estruturas no cérebro de ambas as castas. Em busca dos determinantes moleculares da morfogênese cerebral, analisamos a expressão de 17 transcritos, tum, mnb, ATPsynβ, ant, InR-1, InR-2, ILP-1, ILP-2, Tor, hex 70a, hex70b, hex 110, lncov-1, LOC 726407, caspase-1, EcR-A e EcR-B, e verificamos que apenas hex 110 não é diferencialmente expressa entre as castas. Analisamos a resposta de 8 (tum, mnb, ATPsynβ, ant, ILP-1, ILP-2, lncov-1e caspase-1) deles aos hormônios HJ e 20E. Todos respondem a pelo menos um dos hormônios. Ademais, imunolocalizamos os produtos proteicos dos genes ATPsynβ e hex 70a e observamos que o primeiro apresenta localização citoplasmática e o segundo citoplasmática e nuclear. Em conjunto, nossos resultados permitem supor que o ambiente hormonal, mais especificamente os altos títulos de ecdisteroides, é interpretado de forma diferencial no cérebro de rainhas e operárias, gerando diferenças no padrão de expressão gênica que favorecem o desenvolvimento do cerebral em operárias. Ensaio de RNAi estão em andamento e verificarão os efeitos do silenciamento pós-transcricional de mnb, um gene que parece protagonizar o processo de morfogênese cerebral diferencial em A. mellifera durante o período pupal e aduto-farato.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da participação dos receptores potencial transiente vanilóide do tipo 1 e Toll like 4 e células gliais talâmicas durante a dor neuropática em camundongos(Universidade Federal de Alfenas, 2023-07-04) Elisei, Lívia Maria Silvestre; Souza, Giovane Galdino De; Souza, Guilherme Rabelo De; Moura, Clarice De Carvalho Veloso; Marinho, Bruno Guimarães; Veras, Flavio De ProtasioAs células gliais estão envolvidas em diversas dores crônicas, incluindo a dor neuropática (DN). Elas potencializam as descargas neuronais oriundas da lesão periférica no tálamo, por meio do aumento na expressão de receptores que ativam cascatas de sinalização intracelulares, com consequente síntese e liberação de citocinas pró-inflamatórias. Sendo assim, o presente estudo investigou a participação das células gliais frente a ativação dos receptores TLR4 (receptor Toll like 4) e TRPV1 (receptor transiente do potencial vanilóide 1) e da via MAPK p38 (mapquinase p38)/NFκB (fator nuclear kappa B) no tálamo ventrobasal de camundongos com DN. Para tal, foram utilizados camundongos C57BL6 machos e a injúria por constrição crônica (CCI) foi utilizada para induzir alodinia mecânica. A avaliação da coordenação motora de animais neuropáticos após tratamento com inibidores farmacológicos foi realizada no 14º dia de neuropatia por meio do teste rota rod. Examinamos a participação das células da glia, dos receptores TLR4 e TRPV1, MAPK p38 e do NFκB na manutenção da alodinia mecânica no tálamo de animais com 14 dias de neuropatia. O tálamo foi extraído a fim de analisar a expressão e síntese proteica de marcadores gliais, Iba1 (molécula adaptadora ionizada de ligação ao cálcio 1), TMEM119 (proteína transmembrana 119) e GFAP (proteína glial fibrilar ácida), dos receptores TLR4 e TRPV1 e da via MAPK p38 utilizando a técnica de Western Blot e RT-PCR, bem como, os níveis de citocinas TNFα e IL1β por meio do ELISA. A ativação do TLR4 em células da glia em animais neuropáticos também foi examinada no tálamo por meio da imunofluorescência. Como resultado, as microinjeções administradas no tálamo ventrobasal contralateral à lesão por CCI, reduziram significativamente a alodinia mecânica sem alterações motoras. A expressão e síntese proteica aumentada para Iba1/TMEM119, GFAP e TLR4 foram demonstradas no tálamo ventrobasal, após 14 dias de CCI, com aumento dos níveis de TNFα, corroborando com a co-localização entre marcadores gliais e o TLR4. Sendo assim, sugerimos que as células da glia tem determinante participação na neuromodulação da dor neuropática à nível talâmico por meio da ativação do receptor TLR4, permitindo o NFκB a transcrição gênica para a produção de TNFα a qual contribui para o estado persistente de dorItem Acesso aberto (Open Access) Avaliação da participação espinal dos sistemas endocanabinoide e opioide na antinocicepção induzida pela terapia por ondas de choque em camundongos com dor pós-operatória.(Universidade Federal de Alfenas, 2023-05-03) Malta, Iago Henrique Silva; Souza, Giovane Galdino De; Parizo, Nivaldo Antônio; Nunes, Pedro Henrique Gobira; Moreira, Fabrcio De Araujo; Garcia, Tayllon Dos AnjosA dor pós-operatória (DPO) ocorre após procedimentos cirúrgicos e, apesar de ser um evento esperado, afeta a qualidade de vida e funcionalidade do indivíduo. Se não for corretamente controlada, essa dor pode se tornar crônica, causando um problema persistente. O tratamento de escolha para esse tipo de dor é a terapia farmacológica e, apesar de sua eficácia, essa modalidade apresenta efeitos adversos indesejados. Assim, as terapias não farmacológicas, como a terapia por ondas de choque (TOC), atenuam a dor de origem musculoesquelética com menos efeitos adversos. Entretanto, pouco se sabe sobre os mecanismos antinociceptivos da TOC, principalmente no sistema nervoso central. Portanto, o objetivo foi investigar, a nível espinal, a participação do sistema endocanabinoide (SEC) e do sistema opioide (SOP) no efeito antinociceptivo da TOC em camundongos com DPO. Para isso, camundongos C57BL/6 machos foram submetidos à cirurgia de incisão e retração de pele e músculo (IRPM) na coxa direita para indução de DPO. O limiar nociceptivo mecânico desses animais foi avaliado pelos monofilamentos de von Frey. A cirurgia de IRPM induziu DPO do 1º ao 28º dia pós-operatório. Os animais receberam então duas aplicações, no 14º e no 16º dia pós-operatório, com 100, 200 ou 400 pulsos da TOC, com densidade de fluxo de energia de 0,11 mJ/mm 2 , 10 Hz e área de aplicação de 5 mm na região medial da coxa direita, ou tratamento sham. No 16º dia, após a segunda aplicação da TOC, o limiar nociceptivo foi avaliado novamente. As doses de 100 e 200 reduziram a DPO por 60 minutos. A participação dos receptores CB 1 e CB 2 foi avaliada pela pré-administração no 16º dia (antes da segunda aplicação de TOC) dos antagonistas seletivos de CB 1 AM251 (0,1,1 e 10 µg), CB 2 AM630 (3,6 e 12 µg), e houve uma redução dose-dependente da antinocicepção da TOC. Por outro lado, a pré-administração do inibidor da recaptação de anandamida (AEA) VDM11 (1,2 e 4 µg) e o inibidor da enzima monoacilglicerol lipase (MAGL) JZL184 (0,5, 1 e 2 μg) potencializaram e prolongaram a antinocicepção da TOC. Similarmente, a pré-administração de Naloxona (1,2 e 4 μg), antagonista não seletivo dos receptores opioides, Cloccinamox (1,2 e 4 μg), antagonista seletivo dos receptores opioides μ e Nor- binaltorfimina (1,25,2,5 e 5 μg), antagonista seletivo dos receptores opioides κ, mostrou que a antagonização dos receptores opioides, não seletivamente e seletivamente, diminuiu de forma dose-dependente a antinocicepção da TOC. A avaliação no 16º dia dos níveis espinais de AEA e 2-araquidonoilglicerol (2-AG) por cromatografia líquida/espectrometria de massa revelou um aumento nos níveis somente de 2-AG nos animais tratados. A análise de Western Blot mostrou uma diminuição na expressão espinal de MAGL, porém não houve alteração na expressão entre os grupos da expressão de CB 1 , CB 2 e da enzima hidrolase de amidas de ácidos graxos (FAAH). Adicionalmente, a avaliação espinal da expressão dos receptores μ, κ e δ opioides não apresentou diferença estatística entre os grupos. Finalmente, a avaliação espinal dos níveis das citocinas IL-1β, TNF-ɑ e IL- 10 pela técnica de ELISA evidenciou uma redução dos níveis de IL-1β nos animais com DPO tratados com TOC em comparação com os animais não tratados, mas nenhuma diferença entre os grupos foi identificada para as outras citocinas. Com base nos achados do presente estudo, é possível sugerir que a TOC atenua a DPO e que tanto o SEC como o SOP possam participar do efeito antinociceptivo dessa terapia.Item Acesso aberto (Open Access) Dieta hiperlipídica provoca alterações fenotípicas e funcionais no útero das gerações parental e F1 prenhes(Universidade Federal de Alfenas, 2019-07-02) Salles, Évila Da Silva Lopes; Paffaro Junior, Valdemar Antonio; Paiva, Alexandre Giusti; Hoshida, Mara Sandra; Coelho, Luiz Felipe Leomil; Corat, Marcus Alexandre FinziAtualmente sabe-se que obesidade e o consumo de dieta rica em gordura estão relacionados a falha reprodutiva e ao evento de programação fetal e acredita-se que as células imunológicas presentes no útero gravídico possam estar relacionadas a estes eventos. Dentre as células imunes uterinas destaca-se a atividade das Células Linfóides Inatas (uILC), em especial as células uNK DBA+. Essas células são como sentinelas da interface maternofetal, pois são capazes de reconhecer e responder às mais variadas alterações do organismo materno, além de terem papel importante nos processos de decidualização, implantação e formação da placenta. A hipótese deste trabalho é que o consumo de dieta hiperlipidica (HL) durante a gestação possa afetar o ambiente uterino e a biologia das células uNK, além de promover o evento de programação fetal resultando na alteração do ambiente uterino e das células uNK da geração F1 prenhe. Para a realização deste estudo foram utilizadas 90 fêmeas de camundongos Swiss, as quais acasalaram com machos da mesma linhagem. Na manhã após acasalamento, as fêmeas que apresentaram tampão vaginal foram divididas em 2 grandes grupos os quais consumiram as dietas do 1° dia de gestação (ddg) ao momento da eutanásia: MRC (mães com ração controle) e MHL (mães com ração HL). 45 fêmeas MRC e 45 fêmeas MHL foram eutanasiadas no 6°, 10° e 14° ddg. Foram realizadas análises de ganho de peso, área de tecido adiposo perigonadal, viabilidade gestacional, morfologia e estereologia das células uNK, imunofluorescência para perforina e caspase-3 clivada, análise de expressão gênica de perforina, granzima B, Ly49A, Ly49B, interferon gama (IFNγ), Fator de crescimento endotelial vascular α (VEGFα), Fator de necrose tumoral α (TNFα), Toll Like receptor 4 (TLR4), Interleucina- 1β (IL-1β), Fator transformador de crescimento (TGF-β1), Interleucina-17a (IL-17a) e Supressor da sinalização de citocina 3 (SOCS 3) na decídua basal uterina e análise das uILC por citometria de fluxo. Foram também utilizadas 12 fêmeas MRC e 12 MHL que consumiram a dieta durante toda a gestação para dar origem as proles controle (F1RC) e HL (F1HL). No 2° dia pós-natal (DPN) as proles foram padronizadas em 8 a 10 filhotes, sendo o número de fêmeas sempre igual ao número de machos, e foi realizado também o procedimento de fostering (adoção). Foi analisado o ganho de peso e comprimento naso-anal das fêmeas F1 do 2° ao 60°DPN em dias alternados. A partir dos 60°DPN as fêmeas foram acasaladas com machos não parentais e eutanasiadas no 10°ddg. As fêmeas F1 prenhes foram avaliadas quanto ao ganho de peso durante a gestação, viabilidade gestacional, morfologia e estereologia das células uNK, imunofluorescência para perforina e caspase 3-clivada e análise de expressão de perforina na decídua materna. Os resultados mostraram que o grupo MHL teve ganho de peso e aumento da área do tecido adiposo significativos, foram encontradas na decídua dessas fêmeas células uNK DBAlow nas 3 regiões dos SI no 10° e 14°ddg, bem como, grânulos não reativos ao anti-perforina e aumento na incidência de células positivas para caspase 3-clivada. Foi observado também aumento na expressão de perforina e granzima e redução na expressão de Ly49A, IFNγ, IL-1β e IL-17a no 6°ddg. No 14°ddg houve diminuição na expressão de VEGFα, TNFα, TGF -β1 e SOCS 3. No grupo F1HL ocorreu redução do crescimento pós-natal e aumento do índice de Lee no 60°DPN. Foi observado também aumento significativo do peso e da área média do tecido adiposo e do índice de Lee no 10°ddg. No mesmo dia foi constatada grande quantidade de células uNK DBAlow, redução na marcação para perforina e aumento da incidência de células positivas para caspase 3-clivada na decídua, bem como redução significativa na expressão de perforina. Sendo assim, pode-se concluir que o consumo de dieta rica em gordura durante a gestação desencadeia, não só alterações no ambiente uterino materno, mas também promove o evento de programação fetal gerando na prole alterações muito semelhantes às observadas nas mães que consumiram a dieta.Item Acesso aberto (Open Access) Efeito do psicodélico 25H-NBOMe sobre o comportamento social em ratos submetidos à neuroinflamação neonatal com lipopolissacarídeo(Universidade Federal de Alfenas, 2023-02-24) Franco, Priscila De Paula; Giusti-Paiva, Alexandre; Pinheiro, Lucas Cezar; Uchoa, Ernane Torres; Silva, Marcelo Lourenço Da; Vieira, Fernando VitorO sistema imunológico é capaz de modular o desenvolvimento do sistema nervoso central durante o neurodesenvolvimento. Nesse contexto, a neuroinflamação durante o período neonatal tem mostrado afetar o desenvolvimento cerebral, contribuindo para diversas disfunções neuronais e comportamentais que podem se manifestar ao longo da vida, como depressão, esquizofrenia ou transtorno do espectro autista. A busca por novos tratamentos mais eficazes para transtornos neuropsiquiátricos é constante, e a descoberta de novas substâncias psicotrópicas, como as drogas NBOMe (N-metoxibenzil), devem ser investigadas quanto ao potencial terapêutico, apesar de seu uso abusivo recreacional. Este trabalho buscou avaliar as alterações comportamentais e proteicas induzidas pela administração de lipopolissacarídeo (LPS, 0,2 ou 1,0 mg/kg, i.p.) em ratos no período neonatal (em um único dia ou por três dias consecutivos), e se essas alterações podem ser revertidas ou atenuadas pelo tratamento com 25H-NBOMe. Pôde-se observar que o LPS diminui o número de vocalizações ultrassônicas (VUS) durante o primeiro desafio imunológico no dia pós-natal 3 (PND3), porém causa o aumento desse parâmetro 2 h após a 3ª aplicação no PND5, quando comparado à salina. Isso sugere um comportamento doentio de prostração inicialmente, seguido por uma resistência ou adaptação ao LPS com aumento da comunicação, ou um comportamento tipo ansioso devido ao segundo contato com o aparato do teste. Entretanto, as alterações comunicativas não foram duradouras, pois não houve diferença entre os grupos quando testados novamente no PND12. O tratamento com LPS também reduziu o peso corporal dos animais até a peripuberdade, onde foi observada uma redução do comportamento de brincar em animais LPS em comparação aos animais salina, especialmente em machos expostos à dose de 1,0 mg/kg por 3 dias consecutivos, os quais reduziram o número de pouncings e o tempo total, cheirando e seguindo o animal parceiro. Em animais fêmeas, houve redução apenas do tempo seguindo e no número de pouncings. Esses resultados não ocorreram devido à falta de capacidade locomotora, pois não houve diferenças estatísticas relevantes entre animais salina e LPS no teste de campo aberto. O protocolo de aplicação de LPS no período neonatal escolhido para o prosseguimento dos experimentos foi a dose de 1,0 mg/kg aplicada por três dias consecutivos (PND3-5) pois foi o protocolo em que os animais apresentaram mais parâmetros prejudicados no teste de comportamento social. Quando tratados com 25H-NBOMe nas doses de 0,3 e 1,0 mg/kg, o teste de movimentos de contração da cabeça (HTR) demonstrou que o psicodélico foi capaz de aumentar a frequência desses movimentos. Quanto ao comportamento de brincar, o 25HNBOMe na dose de 0,3 mg/kg foi capaz de reverter a diminuição da frequência de pouncings 1 e ostempostotal, cheirando e seguindo o animal parceiro causada pela inflamação neonatal com LPS em animais machos. Entretanto, em animais salina, essa mesma dose reduziu o tempo seguindo e a frequência de pouncings, bem como a dose de 1,0 mg/kg, que também reduziu a frequência de pinnings nesses animais. Em animais fêmeas, o tratamento com 25H-NBOMe não alterou nenhum parâmetro do comportamento de brincar. A análise da expressão das proteínas GFAP, Iba1 e sinaptofisina no córtex pré-frontal não revelou nenhuma diferença causada pela inflamação neonatal com LPS ou pelo tratamento com 25H-NBOMe. Em conclusão, o estudo de novas drogas e substâncias psicotrópicas como potenciais agentes terapêuticos em transtornos neuropsiquiátricos precisa ser continuamente avaliado a fim de gerar dados confiáveis para encontrar doses eficazes e seguras para embasar estudos clínicos visando o tratamento ou manejo dos sintomas dessas desordens.Item Acesso aberto (Open Access) Efeitos da exposição pré-natal ao álcool sobre o desenvolvimento e comportamento da prole(Universidade Federal de Alfenas, 2017-04-05) Ávila, Mara Aparecida Pereira De; Paiva, Alexandre Giusti; Aguiar, Daniele Cristina De; Paffaro Junior, Valdemar Antônio; Reis, Wagner Luis; Vidigal, Fernanda De CarvalhoA exposição pré-natal ao álcool é potencialmente teratogênica. Os prejuízos ocasionados pelo consumo desta droga são extensos e variados, sendo sugerido que mesmo baixos níveis de exposição intraútero podem afetar negativamente o embrião e / ou feto. Por esta razão, o propósito deste estudo foi avaliar as alterações acarretadas pela exposição pré-natal ao álcool entre o 6º e 19º dias de gestação (G). Os controles consistiam de animais pair feeding (dieta líquida isocalórica contendo 0% de calorias derivadas de etanol) e padrão (livre acesso a ração). Os resultados demonstram que ratas e camundongos fêmeas prenhes submetidas ao tratamento com álcool na gestação apresentaram redução do consumo de dieta quando comparados ao grupo dieta livre. Este consumo refletiu menor ganho de peso nas ratas prenhes dos grupos álcool e pair feeding. A dosagem de etanol no sangue permitiu a detecção de concentrações compatíveis com o baixo nível de exposição. Este padrão de consumo não provocou alterações no número de filhotes nascidos por mãe. Contudo, animais do grupo álcool apresentaram alto índice de óbito pós-natal, baixo peso ao nascer e redução do peso e da distância nasoanal que permaneceram até o início da fase adulta, além de prejuízos no desenvolvimento físico no parâmetro de abertura dos olhos das fêmeas e no desenvolvimento reflexo no parâmetro de geotaxia negativa na prole feminina e no reflexo de endireitar dos machos. A avaliação comportamental da prole masculina durante a adolescência também revelou prejuízos caracterizados pela redução do comportamento social da brincadeira em animais isolados do grupo álcool e redução da ativação neuronal em regiões do córtex pré-frontal (córtex insular agranular, pré-límbico, cingulado e piriforme) e núcleo accumbens shell. A avaliação comportamental da vida adulta apontou que a prole masculina e feminina de ratas expostas ao álcool apresentou redução na preferência pelo incentivo sexual durante o teste de motivação sexual. Também na vida adulta, a prole masculina de camundongos fêmea apresentou respostas preditivas de depressão evidenciadas pelo teste de suspensão pela cauda, e pelo aumento da ativação neuronal em áreas centrais relacionadas ao estresse (locus coeruleus e núcleo paraventricular do hipotálamo). Não foram encontradas alterações no comportamento materno durante a lactação. Tais resultados evidenciam que o consumo de baixa concentração de álcool pode acarretar prejuízos no desenvolvimento e comportamento da prole, o que enfatiza a importância da total abstinência do consumo durante a gestação.Item Acesso aberto (Open Access) Endocanabinóides modulam os efeitos inibitórios dos glicocorticóides sobre as respostas neuroendócrinas e comportamentais durante a lactação(Universidade Federal de Alfenas, 2011-11-04) Vilela, Fabiana Cardoso; Paiva, Alexandre Giusti; Nascimento, Carlos Giovani De Oliveira; Moraes, Leonardo Resstel Barbosa; Ventura, Renato Rizo; Leitão, Silvia Graciela RuginskTem sido demonstrado que os glicocorticóides podem modular a secreção de prolactina e ocitocina, mas a influência dos glicocorticóides sobre as respostas neuroendócrinas e comportamentais em ratas lactantes era pouco conhecida. Portanto, nós avaliamos a influência da dexametasona (glicocorticóide exógeno) e da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal pela administração de LPS nas respostas neuroendócrinas e comportamentais durante a lactação. Além disso, nós verificamos se os efeitos produzidos pelos glicocorticóides são mediados pelos endocanabinóides. Para isto, nós utilizamos um antagonista de receptor CB1 (AM251) após a administração da dexametasona. Para confirmar a possível participação do sistema canabinóide nas respostas neuroendócrinas e comportamentais durante a lactação, nós utilizamos um agonista de receptor CB1 (WIN 55,212-22). O tratamento com a dexametasona atenuou as respostas neuroendócrinas e comportamentais em ratas lactantes, pois reduziu a secreção de ocitocina e prolactina, diminuiu o comportamento materno, assim como o agressivo, reduziu o ganho de peso da ninhada, reverteu a ansiólise materna, diminuiu a expressão de c-Fos na BST, MnPOv e MnPOd e, reduziu o número de duplas marcações para c-Fos/ocitocina em neurônios do PVN e SON. O tratamento com AM251 reverteu a maioria desses efeitos, sugerindo assim o envolvimento dos endocanabinóides nessas alterações. A redução nas respostas endócrinas e comportamentais durante a lactação produzidas pela administração do LPS é mediada por glicocorticóides, pois a metirapona (inibidor de síntese de glicocorticóides) reverteu parte dos efeitos produzidos pelo LPS. O tratamento com WIN 55,212-2 reduziu as respostas neuroendócrinas e comportamentais em ratas lactantes, confirmando assim nossa hipótese de que os efeitos dos glicocorticóides são mediados pelos endocanabinóides. Em conjunto, nossos resultados sugerem que o tratamento com a dexametasona em ratas lactantes diminuiu a secreção de prolactina e ocitocina, seguida pela redução das respostas comportamentais e estes efeitos são mediados pelos endocanabinóides.Item Acesso aberto (Open Access) Estudo de dois modelos de camundongos durante a gestação: I. Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica x Nimesulida; II. Deficiência do Fator de Crescimento Placentário(Universidade Federal de Alfenas, 2015-07-30) Zavan, Bruno; Paffaro Junior, Valdemar Antonio; Ionta, Marisa; Hoshida, Mara Sandra; Soncini, Roseli; Assunção, Márcia Cristina Bizinotto DeUma das populações de células imunológicas mais abundantes no útero durante a gestação é a das células Natural Killer uterinas (uNK) que, apesar de apresentarem grânulos citoplasmáticos ricos em perforina e granzimas, não apresentam atividade citotóxica durante uma gestação normal. As células uNK são importantes produtoras de fatores angiogênicos que promovem a dilatação e o remodelamento das artérias uterinas resultando no aumento do fluxo sanguíneo para a unidade feto-placentária em desenvolvimento. A administração sistêmica de Lipopolissacarídeo (LPS) de E. coli em camundongos pode desencadear a ativação de cicloxigenase-2 (COX-2) levando a um aumento nos níveis de prostaglandinas bem como um desbalanço das citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias no útero gestante alterando a atividade normal das células imunológicas refletindo em uma alteração na homeostase uterina. O presente trabalho teve como o objetivo avaliar se a administração do inibidor seletivo de COX-2 pode interferir nos efeitos do LPS no útero gestante, nos vasos sanguíneos deciduais, nas células uNK e na quantidade e qualidade da prole; contribuindo assim para a elucidação dos mecanismos da SRIS durante a gestação. A administração de LPS causou excessivo influxo de células uNK imaturas no útero gravídico, além de causar diminuição do número de células uNK maduras concomitante ao aumento de células uNK alteradas. Tais efeitos do LPS foram prevenidos pelo pré-tratamento com Nimesulida. A inibição da COX-2 também impediu a liberação de perforina por essas células bem como a diminuição da expressão de α-actina em vasos sanguíneos uterinos causados pelo LPS. O número de filhotes nascidos de mães tratadas com nimesulida+LPS no período mediano da gestação foi ainda menor do que o número de filhotes que nasceram das mães que receberam apenas LPS no mesmo dia de gestação. A injeção apenas de nimesulida não causou nenhum efeito na prole, levando-nos a acreditar que as alterações fisiológicas após a inflamação induzida por LPS são de fundamental importância para o restabelecimento da homeostase do útero, a fim de manter a gestação a termo. Fator de crescimento placentário (PGF) é um fator de crescimento angiogênico pleiotrópico que se encontra elevado durante a gravidez. Embora os padrões normais e anormais de PGF plasmático materno já estejam descritos na literatura, o papel preciso do PGF na angiogênese útero-placentária são indefinidos. Muitas mulheres que expressam baixos níveis de PGF, sobretudo na metade da gravidez, apresentam progressão para síndromes hipertensivas como a pré-eclâmpsia. Esse tipo de complicação gestacional está relacionada com o aumento da incidência de doenças cardiovasculares (CV) pós-parto tanto para mães quanto para os filhos, entretanto, não se sabe se baixos níveis de PGF aumentam o risco de doenças CV. Para avaliar a hipótese de que a deficiência de PGF limita a adaptação CV durante o período gestacional tardio contribuindo para o aumento do risco de complicações cardiovasculares, foram analisadas a estrutura e função do sistema cardiovascular em camundongos C57BL/6 (Pgf^+/+) e Pgf^-/- no período gestacional. Além disso, estruturas vasculares cerebrais foram analisadas pela técnica de moldagem vascular por perfusão com polímero e os animais dos dois grupos experimentais foram submetidos a testes comportamentais. A avaliação hemodinâmica por radiotelemetria mostrou que as mães, no cruzamento Pgf^-/- x Pgf^-/-, tiveram um declínio maior e mais sustentado na pressão arterial média em meados de gravidez do que as mães do grupo controle, mas a recuperação após a implantação do transmissor era rara. A avaliação hemodinâmica por pletismografia de cauda mostrou que os animais Pgf^-/- apresentaram maior pressão arterial (PA) no início e final da gestação com um maior intervalo de queda da PA após o período da implantação do blastocisto. Menor débito cardíaco materno e volume sistólico foram observados após o meio da gestação dos animais knockout quando comparados com animais controle. Além disso, esses animais não apresentaram o aumento no peso do ventrículo esquerdo (VE) naturalmente observado em Pgf^+/+ no final da gestação. A expressão gênica de Nos3 e Nos2 no VE é maior nos animais Pgf^-/- durante o período mediano da gestação. Foram observadas anomalias estruturais glomerulares e hipertrofia renal em camundongos Pgf^-/- não gestantes, durante a gestação e pós-parto. Assim, a deficiência de PGF limita adaptações fisiológicas e estruturais do sistema CV e Renal durante a gestação de camundongos. Estes resultados podem ter paralelos na gravidez humana e se relacionam com o aumento do risco de complicações CV pós-parto, que são sequelas de gestações de pré-eclâmpsia. A técnica de moldagem vascular com polímero revelou que a estrutura vascular central do cérebro da prole Pgf^-/- é deficiente, e testes comportamentais mostraram que isso tem reflexo em déficit cognitivo. Assim, a deficiência gestacional PGF também prejudica a regulação da pressão arterial materna e desenvolvimento vascular em órgãos essenciais da progênie como o cérebro.Item Acesso aberto (Open Access) Exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo promove comportamento tipo-autista na prole: participação de moduladores inflamatórios(Universidade Federal de Alfenas, 2021-11-26) Vieira, Fernando Vitor; Paiva, Alexandre Giusti; Saia, Rafael Somone; Elias, Lucila Leico Kagohara; Kirsten, Tiago Bertan; Cárnio, Evelin CapellarioO transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento de etiologia desconhecida que feta 1% da população sendo mais comum em homens. Caracterizado por, déficit na comunicação, interação social, avaliação de risco, além de comportamentos repetitivos e estereotipados, e interesse restrito a objetos e assuntos. No presente estudo investigamos através do modelo animal se infecções pré-natais posam ser a causa dos comportamentos tipo-autistas. O modelo proposto visou mimetizar infecções em ratas durante a gestação através da aplicação de lipopolissacarídeo (LPS) intraperitonealmente (i.p.). Concomitantemente ao LPS foram aplicados anti-inflamatórios não esteroidais ou esteroidais i.p. para prevenção dos sintomas causados pelo LPS. O presente estudo foi divido em duas partes, onde primeiramente as ratas foram tratadas com LPS e anti-inflamatório, e 2 e 6h depois passaram por testes comportamentais, e logo depois foram eutanasiadas para coleta do plasma materno, o cérebro fetal e líquido amniótico onde foram quantificadas as citocinas TNF-α, IL-6 e IL-1β e placenta onde foi quantificada a expressão da enzima 11β-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 (11β-HSD-2). Em um segundo momento, outro grupo de ratas prenhas foram tratada da mesma maneira que as anteriores e foi aguardado o nascimento dos filhotes. Estes filhotes foram pesados e suas ninhadas padronizadas em 4 machos e 4 fêmeas. Os filhotes machos passaram por testes comportamentais durante a fase pré-púbere, púbere e fase adulta. O LPS aplicado durante a prenhez causou comportamento doentio nas ratas e provocou abortos. Além disso os filhotes machos apresentaram comportamentos tipo-autistas como, déficits na comunicação e interação social, comportamento tipo-ansioso e aumento da resposta autonômica, evidenciado pela elevação da pressão arterial durante teste de estresse por contenção. O anti-inflamatório não esteroidal preveniu alguns dos sintomas de comportamento doentio nas ratas mas não reduziu os abortos, porém preveniu alguns comportamentos tipo-autistas na prole. Já o anti-inflamatório esteroidal preveniu os sintomas de comportamento doentio e os abortos, no entanto provocou comportamento tipo-autista na prole da mesma forma que o LPS.Item Acesso aberto (Open Access) Fatores envolvidos na escolha do hospedeiro pelo caruncho do feijão: Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Chrysomelidae: Bruchinae)(Universidade Federal de Alfenas, 2021-06-07) Capizzani, Bianca Corrêa; Barchuk, Angel Roberto; Soncini, Roseli; Nascimento, Fábio Santos Do; Nascimento, Luana Beatriz Dos Santos; Simôes, Zila Luz PaulinoO comportamento de oviposição, comum em espécies endofíticas, determina a dieta de muitos insetos. É o caso do caruncho Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Chrisomelidae: Bruchinae), membro da subfamília Bruchinae, considerado uma das maiores pragas do feijão estocado em armazéns, pois deposita seus ovos e se alimenta de várias espécies de Leguminosae. Trabalhos recentes demonstram que há uma hierarquia na escolha do grão que servirá como alimento para seus descendentes, sendo: feijão > soja > lentilha ≥ grão de bico. No entanto, os fatores que determinam essa escolha ainda são desconhecidos, mesmo sendo de grande importância para a agricultura e a economia. Várias características das sementes podem ser responsáveis por determinar esta escolha. Porém, o fator determinante deve ser percebido pela fêmea antes de ovipositar. O tamanho e a textura da semente não parecem ser determinantes. Neste trabalho testamos a hipótese de que compostos voléteis emanados pelas sementes são os determinantes da escolha de hospedeiro por fêmeas de Z. subfasciatus. Para isso, objetivamos (a) identificar os compostos voláteis que são emanados por diferentes grãos (feijão, soja, lentilha e grão de bico) e reconhecidos pelas fêmeas durante o período de ronda, prévio à oviposição; (b) e analisar a participação das antenas no reconhecimento destas substâncias através da comparação entre fêmeas e machos. Inicialmente, fêmeas de Z. subfasciatus de até 24 h de idade foram colocadas em uma arena de escolha para testes múltiplos simultâneos. Em 4 placas de petri periféricas, foram colocados um tipo de grão (lentilha, soja, feijão ou grão de bico) por placa; a quinta placa ficou vazia (controle). Sendo assim, foram realizados testes mais específicos, em arena do tipo múltiplas pareadas. Porém, neste caso, duas placas de petri periféricas receberam o mesmo tipo de grão para disputas grãos vs controle e grãos vs grãos. A hierarquia observada foi: feijão ≥ soja > grão de bico > lentilha. Posteriormente, as fêmeas tiveram que escolher entre: tegumento, tecidos de reserva e meristemático, grão inteiro, grão inteiro umidificado e um controle sem sementes, para os 4 grãos analisados, com o intuito de identificar a parte do grão onde estão os compostos disponíveis para reconhecimento pelas fêmeas. Nenhuma diferença significativa foi observada. Para identificar os compostos voláteis presentes no feijão e no grão de bico, foram realizados ensaios de aeração dos grãos, seguidos por análises de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. Foram identificadas 10 substâncias no feijão e 17 no grão de bico. Etenilbenzeno (estireno) se destacou como um composto muito abundante no feijão. A participação desses compostos na escolha do grão ainda precisa ser investigada. Na análise para avaliar a participação das antenas sobre a escolha dos grãos, fêmeas e machos foram divididos em quatro grupos distintos: (1) carunchos sem a antena direita, (2) carunchos sem a antena esquerda, (3) carunchos sem as duas antenas e (4) controle (carunchos com ambas as antenas) e colocados em arena do tipo múltiplas pareadas. A presença de pelo menos 1 antena, tanto em fêmeas quanto em machos, foi determinante para que os carunchos fossem direcionados para a placa que continha algum tipo de grão. O mesmo não foi observado em Z. subfasciatus sem as duas antenas que não foram capazes de identificar onde os grãos estavam. No entanto, apenas as fêmeas apresentaram uma preferência pelo feijão com relação ao grão de bico. Já os machos, demonstraram maior sensibilidade à presença dos grãos ao utilizarem a antena direita quando comparado à antena esquerda. Análises das antenas de fêmeas e machos, por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), mostram elementos sensoriais potencialmente envolvidos na captura da informação olfatória, e existência de dimorfismo sexual. As fêmeas possuem grande quantidade de sensilas basicônicas, conhecidas por responderem a voláteis de plantas. Os machos possuem mais sensilas tricóideas, com função mecano e quimiorreceptora, que normalmente respondem a feromônios. Em conjunto, estes resultados demonstram uma preferência das fêmeas pelo feijão; que os compostos voláteis estão presentes em toda a semente; que a composição química apresentada pelos grãos tem o estireno em destaque nas sementes de feijão e o hexanal juntamente com o octanal em destaque nas semente de grão de bico; que as antenas são fundamentais para o reconhecimento destes compostos pelos insetos, mas apenas as fêmeas demonstram preferência entre os diferentes grãos; e que as antenas apresentam diferentes elementos sensoriais em machos e fêmeas da espécie, podendo ocorrer lateralização fisiológica nas antenas dos machos. Experimentos em andamento deverão revelar os alcances da participação dos compostos identificados nas sementes como infoquímicos envolvidos na seleção de hospedeiros para oviposição e desenvolvimento em Z. subfasciatus.Item Acesso aberto (Open Access) Hiporresponsividade frente ao desafio imunológico nos parâmetros termorregulatórios, hormonais e comportamentais em períodos finais da gestação(Universidade Federal de Alfenas, 2019-04-29) Fonseca, Wesley Fernandes; Paiva, Alexandre Giusti; Saia, Rafael Simone; Silveira, Anderson Luiz Bezerra Da; Kalil, Bruna; Paffaro Junior, Valdemar AntônioA administração de Lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS), um produto da parede celular de bactéria gram-negativa, mimetiza quadro de inflamação, culminando na produção de citocinas pró-inflamatórias como IL-1β, IL-6 e TNF-α. Além disso, a administração do LPS promove o comportamento doentio, conjunto de alterações comportamentais, o qual é caracterizado por quadros de anorexia, anedonia, redução da atividade locomotora e exploratória, além de induzir comportamento semelhante à depressão e ansiedade. Há ainda a ativação do eixo HPA com consequente produção de hormônios glicocorticoides, em decorrência à administração do LPS. No entanto, a gestação é um momento em que há drásticas modificações no eixo HPA, sendo que a concentração plasmática de glicocorticoides encontra-se diminuída no início da mesma. Entretanto, há um aumento nos níveis de glicocorticoides a partir da segunda metade da gestação. Além do mais, é conhecida a hiporresponsividade do eixo HPA durante a gestação, sobretudo em seu período final, diante à agentes estressores. Ainda são escassos na literatura científica estudos acerca do comportamento doentio na gestação e a influência dos glicocorticoides na hiporresponsividade frente a situações de estresse. O presente estudo foi proposto com o fito de avaliar a responsividade de fêmeas prenhes ao estresse imunológico provocado através da administração de LPS. Para tanto, foi administrado salina ou LPS (200 µg/Kg) em ratas prenhes (N= 8-20; CEUA:644/2015) nos seguintes dias de gestação (DG): 6, 9, 12, 15, 18 e 20. Através do teste de campo aberto, foi avaliada a atividade locomotora dos animais. Foi avaliado também o padrão de ingestão alimentar após a aplicação do LPS. Foi avaliado ainda a interação social após 2 horas a aplicação do LPS além de avaliar o estado anedônico das fêmeas prenhes através da análise de preferência à sacarose. Após a constatação de que no 20DG não houve qualquer resposta comportamental, além da observação que no 12DG há maior responsividade frente ao desafio imunológico em parâmetros comportamentais, tomou-se esses dois pontos afim de investigar alterações na termorregulação por meio de implantes de sensores de telemetria, alterações nas marcação para c-Fos nos neurônios em diversas regiões encefálicas, além de dosar citocinas e corticosterona plasmática, mensurando também níveis proteicos de IBA-1 e GFAP. Verificou-se no 20DG não foi constatada qualquer alteração na temperatura dos animais. Já no 12DG há uma resposta bifásica de temperatura uma vez que o LPS provocou hipotermia nas primeiras duas horas seguida de uma drástica elevação da temperatura. Não foram observadas alterações quanto à ativação neuronal em áreas como BNST, MPOA, LS, CPx, PVN e SON quando fora administrado LPS 2 horas antes da perfusão e coleta do cérebro em animais prenhes no 20DG. Já no 12DG observou-se maior expressão de c-fos em todas as regiões encefálicas analisadas. Não foram observadas alterações quanto à produção de citocinas no 20DG. No entanto, foi constatado aumento na concentração plasmática de TNF-α em animais prenhes após 2 horas o desafio imunológico por LPS no 12DG. É observado um aumento na concentração plasmática de corticosterona em animais prenhes no 12DG, não sendo evidenciadas alterações no 20DG. A expressão de proteínas relacionadas à ativação de astrócitos (GFAP) e de micróglia (IBA-1) no hipotálamo de ratas prenhes submetidas ao LPS no 12DG e 20DG foi analisada através da técnica de Western Blot, não sendo observadas alterações nestes parâmetros. Dessa forma, de posse dos resultados obtidos, percebe-se uma hiporresponsividade ao desafio imunológico pelo LPS no 20DG, uma vez que não foram observadas quaisquer alterações em parâmetros comportamentais, nem alterações quanto à produção de citocinas e corticosterona plasmáticas. Ademais, não há ativação neuronal em áreas centrais em decorrência à administração do LPS no período pré-parto. No entanto, observa-se uma hiperresponsividade frente a endotoxemia pelo LPS no 12DG, uma vez que evocou o quadro de comportamento doentio verificado pelo déficit na capacidade exploratória/locomotora, anorexia, queda na interação social, anedonia, alteração em parametros termorregulatórios, já que há hipotermia seguida de elevação da temperatura corporal, aumento da expressão de c-Fos em áreas cerebrais relacionadas ao comportamento doentio além de aumentar a concentração plasmática de TNF-α e corticosterona..Item Acesso aberto (Open Access) Influência da desnutrição proteica materna sobre as respostas comportamentais e após estresse imunológico na prole(Universidade Federal de Alfenas, 2019-02-25) Batista, Tatiane Helena; Paiva, Alexandre Giusti; Poletini, Maristela De Oliveira; Kirsten, Thiago Berti; Freitas, Renato Leonardo De; Ceron, Carla SperioniO comportamento materno (CM) é fundamental para a sobrevivência da prole e alterações nesse tipo de comportamento podem ocasionar mudanças comportamentais na prole. Neste estudo, avaliamos se a restrição proteica materna poderia influenciar nas respostas comportamentais dos filhotes. Nossos resultados demonstraram que mães alimentadas com a dieta restrita em proteínas apresentam um aumento do CM, entretanto esse aumento do CM não alterou as respostas comportamentais dos filhotes. Sabe-se que desnutrição proteica materna pode ser um fator contribuinte para as desordens psiquiátricas presente nos descendentes. Entre as desordens psiquiátricas, a Desordem do Espectro Autista (DEA) é um dos maiores desafios a ser enfrentado em todo o mundo. Por esta razão nós testamos a correlação entre restrição proteica materna com sintomas semelhantes ao autismo nos filhotes machos e fêmeas adolescentes utilizando-se para isto testes comportamentais em roedores que se assemelham as principais características comportamentais observadas em humanos com DEA. Durante a lactação, no dia pós-natal 5 (DPN 5) foi realizada a quantificação das vocalizações ultrassônicas (VUS) bem como a análise do homing behavior no DPN 13. Durante a adolescência, no DPN 30-32 os filhotes foram avaliados nos testes de campo aberto, teste da placa com buracos, avaliação do comportamento juvenil de brincadeira e no teste de reconhecimento de objetos. Os resultados demonstraram que os filhotes provenientes de mães alimentadas com a dieta hipoproteica vocalizam menos e além disso demonstram prejuízos na discriminação social no teste de homing behavior. Na adolescência, a prole de mães hipoproteicas de ambos os sexos não apresentam alterações na atividade locomotora no teste de campo aberto, entretanto exibem um comportamento estereotipado no teste da placa com buracos, diminuição do comportamento de brincadeira e a prole de filhotes machos apresentam um maior interesse em explorar o objeto familiar. Esses resultados mostram que a restrição proteica materna causa na prole comportamentos que se assemelham as principais características comportamentais associadas ao DEA. Além disso é conhecido que a desnutrição materna pode prejudicar o desenvolvimento do sistema imunológico, assim conhecendo-se que o comportamento doentio depende da comunicação neuro-imune, o outro objetivo do nosso estudo foi avaliar os efeitos da restrição proteica materna sobre o comportamento doentio, febre, resposta neuroendócrina e neuroinflamação na prole de machos adultos após a administração de 1000 μg/Kg (i.p.) de lipopolissacarídeo (LPS). O comportamento doentio foi avaliado por meio dos testes de campo, interação social e nado forçado, a resposta neuroendócrina por meio a avaliação dos níveis de corticosternona e a neuroinflamação por meio da análise do nível de expressão de Proteína Glial Fibrilar Ácida por Western blotting. Nossos resultados avaliados em 2 e 6 horas após a administração do LPS demonstraram que o LPS induz um comportamento doentio prolongado nos filhotes machos adultos provenientes de mães alimentadas com a dieta hipoproteica, febre, aumento dos níveis de TNF-α e corticosterona plasmática, sem alterações na expressão de GFAP. Tais resultados evidenciam que a restrição proteica materna induz na prole adolescente comportamentos que se assemelham as principais características associadas ao DEA e induz um comportamento doentio prolongado nos filhotes machos adultos.Item Acesso aberto (Open Access) Influência da dieta rica em frutose sobre a hiperalgesia e comportamento doentio em ratos(Universidade Federal de Alfenas, 2016-03-10) Orlandi, Lidiane; Paiva, Alexandre Giusti; Bernardi, Maria Martha; Silva, Josie Resende Torres Da; Ceron, Carla SperoniO aumento da ingestão de alimentos industrializados e produtos como refrigerantes, bebidas açucaradas e xarope de milho contendo alta concentração de frutose podem originar desordens metabólicas como obesidade, resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares em humanos. Estas desordens metabólicas podem alterar a resposta imunológica destes indivíduos. O objetivo deste trabalho foi investigar a hiperalgesia inflamatória e comportamento doentio após um desafio imunológico em animais com desordens metabólicas induzidas por dieta rica em frutose. Ratos adultos machos foram tratados com água ou solução de frutose 10% por cinco semanas. A hiperalgesia inflamatória periférica através do teste de Von Frey eletrônico foi avaliada após estímulo com carragenina, lipopolissacarídeo (LPS) ou prostaglandina E2 (PGE2). Comportamento doentio foi avaliado 2 horas após a injeção de LPS ou veículo. Os animais foram sujeitos ao teste de campo aberto, interação social, ingestão alimentar e avaliação da resposta febril. Expressão de citocinas foi avaliada nos tecidos adiposos e hipotálamo e a resposta neural foi investigada via imunohistoquímica para c-Fos. Comparado ao grupo controle, a frutose induziu dislipidemias, altos níveis de glicose, aumento da adiposidade retroperitoneal e epididimal e resistência a insulina. O aumento da hiperalgesia inflamatória periférica foi observado em animais tratados com frutose. Em resposta ao LPS os animais tratados com frutose exibiram respostas comportamentais exacerbadas e aumento da febre além do aumento da expressão de citocinas no hipotálamo e tecido adiposo quando comparados aos animais tratados com água. A expressão de Fos induzida pelo LPS foi maior em diversas áreas cerebrais nos animais controle e esta resposta foi aumentada nos ratos induzidos por dieta de frutose. Neste estudo podemos concluir que a dieta rica em frutose desempenha um importante papel na indução de desordens metabólicas as quais irão intensificar a hiperalgesia inflamatória e o comportamento doentio em resposta a um desafio imunológico via indução de citocinas no hipotálamo.Item Acesso aberto (Open Access) Influência do hipotireoidismo sobre o comportamento doentio e a resposta febril durante o desafio imunológico(Universidade Federal de Alfenas, 2015-07-23) Silva, Vanessa Cardoso; Paiva, Alexandre Giusti; Elias, Lucila Laico Kagohara; Margatho, Lisandra Oliveira; Passos Junior, Daniel Badauê; Souza, Giovane Galdino DeOs hormônios tireoidianos são essenciais no controle de múltiplas funções envolvidas na manutenção da homeostase, incluindo os processos de produção de calor e balanço energético. As relações entre o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide e a função imunológica são complexas e ainda carecem de mais investigações. Comportamento doentio é uma expressão de um estado motivacional desencadeada pela ativação do sistema imune inato periférico, pelo qual um organismo organiza suas funções para combater a infecção. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do estado tireoidiano sobre as respostas comportamentais ao desafio imunológico. O hipotireoidismo experimental foi induzido por propiltiouracil (PTU) por 30 dias (0,05%), adicionado à água de beber. As doses de 100, 200 e 500 ug/Kg de lipopolissacarídeo foram testadas para evidenciarmos o comportamento doentio. Após, camundongos controle e tratados com PTU receberam a dose de 200 ug/kg de LPS ou solução salina (ip) e as respostas comportamentais foram avaliadas durante 24 horas. Nos camundongos com hipotireoidismo induzido pelo PTU observou-se aumento do tempo de imobilidade no nado forçado (FST), maior número de esferas escondidas (MB) e comprometimento das respostas mneicas nas tarefas de reconhecimento de objetos de longa duração (LTM) e no labirinto aquático de Moris (MWM). Durante o desafio imunológico, a locomoção em campo aberto (OF) e o tempo de floating no nado forçado (FST) não foram modificados duas horas após a aplicação do LPS. Porém, nas análises após 24 horas, houve redução da atividade locomotora, aumento do tempo de floating, diminuição da ingestão de alimentos e maior perda de peso, comprometimento da memória e menor tempo de investigação social nos camundongos tratados com PTU. Além disto, observamos um menor índice térmico associado à redução da expressão de c-Fos no núcleo paraventricular (PVN) e na área pré-optica mediana (MPOA). Estes resultados demonstram que o estado tireoidiano modifica as respostas comportamentais ao desafio imunológico, sugerindo que os hormônios tireoidianos são essenciais para a manifestação do comportamento doentio durante a endotoxemia.Item Acesso aberto (Open Access) Influência do receptor vanilóide tipo 1 (TRPV1) na endotoxemia(Universidade Federal de Alfenas, 2016-07-04) Cabral, Layla Dutra Marinho; Paiva, Alexandre Giusti; Moreira, Fabrício De Araújo; Souza, Giovane Galdino De; Silva, Marcelo Lourenço DaA presença de endotoxina bacteriana na corrente circulatória é associada ao início e manutenção da sepse, condição complexa e heterogênea que promove a liberação de mediadores inflamatórios, os quais conduzem a alterações no sistema nervoso central e subsequente resposta imunológica inflamatória desequilibrada, com desencadeamento da síndrome da disfunção de múltiplos órgãos (SDMO). Os receptores TRPV1, por sua vez, participam da modulação de diversos sistemas e podem influenciar processos fisiológicos comprometidos por inflamação, representando potencial alvo terapêutico. O objetivo do estudo foi avaliar a participação dos receptores TRPV1 na lesão pulmonar aguda/síndrome do desconforto respiratório agudo (LPA/SDRA) e no comportamento doentio induzidos por endotoxina por meio do bloqueio de tais receptores com capsazepina (CPZ) em camundongos. No tocante à LPA/SDRA, os camundongos tiveram lesão induzida por LPS 5,0mg/kg com simultânea aplicação de CPZ e foram submetidos à análise após 24 horas. Foi observada a redução das resistências do sistema e tecidual, além da diminuição do colapso alveolar com o bloqueio dos receptores TRPV1, evidenciando a modulação da LPA/SDRA por esses receptores. Em relação ao comportamento doentio, camundongos receberam administração de CPZ 30 minutos antes da aplicação de LPS 200μg/kg, e após 2 horas foram submetidos aos testes comportamentais, coleta de sangue e tecidos. Observou-se que a administração do bloqueador atenuou os efeitos tipo-ansiosos e depressivos, o aumento de temperatura corporal e a expressão de c-fos em algumas áreas encefálicas induzidos pelo LPS. Entretanto, a CPZ não promoveu alterações na mobilidade, ingestão alimentar, ganho de peso, níveis plasmáticos de citocinas e expressão proteica dos receptores no hipocampo e hipotálamo. Tais resultados sugerem a participação dos receptores TRPV1 na modulação do comportamento doentio, na regulação da temperatura corporal e na mecânica respiratória após desafio imunológico.Item Acesso aberto (Open Access) Influência dos glicocorticóides na lesão pulmonar aguda de ratos submetidos à sepse(Universidade Federal de Alfenas, 2015-04-24) Garcia, Erika Kristina Incerpi; Soncini, Roseli; Moriya, Henrinque Takachi; Brito, Jôse Mára De; Souza, Giovane Galdino De; Rodrigues, Maria RitaA Síndrome do Desconforto Respiratória Aguda (SDRA) e a Lesão Pulmonar Aguda (LPA) permanecem como importantes causas de morbidade e mortalidade em pacientes com sepse. Entender os mecanismos etiopatofisiológicos da SDRA/LPA é essencial para avançar nas modalidades terapêuticas. O uso de glicocorticóides (GC) tem sido proposto para o tratamento da SDRA/LPA, mas com resultados controversos. O objetivo desse estudo foi avaliar a influência dos GC nos níveis plasmáticos de corticosterona (CCT), na área imunorreativa para os receptores de GC (GR) no pulmão, nos dados de mecânica respiratória, na morfometria pulmonar, na atividade de mieloperoxidase (MPO) e nos níveis de peróxido de hidrogênio (H2O2) no tecido pulmonar de ratos com LPA induzida por CLP (Cecal Ligation and Puncture). Foram utilizados 144 ratos Wistar (250-300g) divididos aleatoriamente em grupos Naïve, Sham e CLP (N = 8/grupo). No grupo Naïve, os animais não sofreram qualquer procedimento ou tratamento. No grupo Sham, os ratos tiveram o ceco exposto e foram pré-tratados com salina, uma hora antes da cirurgia. No grupo CLP, os animais tiveram o ceco exposto, ligado e perfurado e foram divididos em três grupos de acordo com os tratamentos prévios realizados, uma hora antes da cirurgia: CLP sal (salina em volume equivalente de 0,9 % NaCl i.p.); CLP met (metirapona 50 mg.kg-1 i.p.); CLP dex (dexametasona 0,5 mg.kg-1 i.p.). Após 6 e 24 horas da cirurgia, os animais foram anestesiados, traqueostomizados e acoplados a um ventilador mecânico para avaliação da mecânica respiratória, seguida de remoção dos pulmões para estudos histomorfométricos e da área imunorreativa para GR. Foi realizado um experimento à parte com os mesmos grupos para dosagem de corticosterona (CCT), seguido de remoção dos pulmões para medidas bioquímicas. A met aumentou a viscância tecidual (Gtis) e da histeresividade (ƞ) pulmonar, a porcentagem de células inflamatórias e a área de colapso alveolar, e a atividade de MPO, similar ao CLP sal. Todavia, a met reduziu os níveis de CCT e aumentou drasticamente os níveis de H2O2, comparado ao CLP sal, e aumentou o risco de morte dos animais. A dex reduziu os níveis de CCT e preveniu a inflamação e o estresse oxidativo pulmonar. Além disso, preveniu o colapso alveolar, melhorando Gtis e ƞ, comparado ao CLP sal. Os resultados obtidos permitem concluir que: os diferentes níveis plasmáticos de CCT, observados nos animais sépticos, com exceção dos pré-tratados com dex, não foram capazes de prevenir as alterações morfofuncionais e inflamatórias da LPA; embora tenha ocorrido aumento da sensibilidade do GR nos animais pré-tratados com met, não houve proteção contra a instalação da LPA; as anormalidades nos parâmetros de mecânica respiratória encontradas nos animais pré-tratados com met e sal demonstram que a sepse afetou a função pulmonar; o aumento da atividade de MPO no tecido pulmonar, observado nos animais sépticos, com exceção dos pré-tratados com dex, correlacionou-se com o aumento dos neutrófilos pulmonares; o aumento dos níveis de H2O2 no tecido pulmonar, ocorrido pela administração prévia de met, pode ter sido influenciado por níveis basais de CCT.The Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS) and the Acute Lung Injury (ALI) remain as important causes of morbidity and mortality in patients with sepsis. Understanding the pathophysiology mechanisms of ARDS/ALI is essential to advance in therapeutic modalities. The use of glucocorticoids (GC) has been proposed for the treatment of ARDS/ALI, but with controversial results. The aim of this study was to evaluate the influence of GC on the parameters: corticosterone (CCT) plasma levels, immunoreactive area to GC receptors (GR) in the lung, respiratory mechanics data, lung morphometry, myeloperoxidase activity (MPO) and hydrogen peroxide levels (H2O2) in lung tissue of rats with ALI induced by CLP (Cecal Ligation and Puncture). 144 rats (250-300g) randomly divided into Naïve, Sham and CLP groups (n = 8 / group) were used. In Naïve group, the animals did not suffer any procedure or treatment. In Sham group, rats had the cecum exposed and were pretreated with saline solution an hour prior to surgery. In CLP group, animals had the cecum exposed and drilled, and were divided into three groups according to previous treatments performed an hour before surgery: CLP sal (equivalent volume of saline in 0.9% NaCl i.p.); CLP met (metyrapone 50 mg.kg-1 i.p.); CLP dex (dexamethasone 0.5 mg.kg-1 i.p.). The animals were anesthetized, tracheotomized and coupled to a ventilator for respiratory mechanics evaluation, followed by removal of the lungs for histomorphometric analysis and GR immunoreactive area, 6 and 24 hours after surgery. A different experiment was carried out with the same groups for corticosterone (CCT) plasma measurements, followed by removal of the lungs for biochemical measurements. The met increased tissue damping (Gtis) and hysteresivity (ƞ), inflammatory cells percentage, alveolar collapse area and MPO activity, similar to CLP sal. However, met reduced CCT levels and increased H2O2 levels as compared to the CLP sal, and increased risk of animals’ death. The dex reduced CCT levels and prevented inflammation and pulmonary oxidative stress. Besides, it prevented alveolar collapse, improving Gtis and ƞ, compared to CLP sal. The results showed that the different levels of plasma CCT, observed in septic animals, with exception of those pre-treated with dex, were not able to prevent the morphological and functional and inflammatory changes of the ALI; although there was an increase in GR sensitivity in met pre-treated animals, there was no protection against the installation of ALI; abnormalities in respiratory mechanics parameters found in animals pretreated with sal and met demonstrate that sepsis affects pulmonary function; increased MPO activity in lung tissue observed in septic animals, with exception of those pre-treated with dex, correlated with the increase in pulmonary neutrophils; increased H2O2 levels in lung tissues occurred in animals pretreated with met and may have been influenced by basal levels of CCT.Item Acesso aberto (Open Access) Investigação da participação do HMGB1 na ativação dos receptores RAGE e TLR4 em células da glia espinais durante a dor neuropática induzida por Paclitaxel(Universidade Federal de Alfenas, 2022-09-08) Moraes, Thamyris Reis; Souza, Giovane Galdino De; Silva, Morgana Duarte; Duarte, Igor Dimitri Gama; Marinho, Bruno Guimarães; Garcia , Tayllon Dos AnjosA dor neuropática induzida por quimioterapia é o principal efeito adverso de fármacos quimioterápicos e está relacionada à diminuição da qualidade de vida dos pacientes acometidos por câncer, podendo levar até à descontinuação do tratamento. A nível espinal, a modulação desse tipo de dor envolve não só neurônios, como também as células da glia que quando ativadas aumentam a expressão de receptores e sinalizações intracelulares resultando na liberação de mediadores pró-inflamatórios. A proteína de alta mobilidade do grupo box-1 (HMGB1) é liberada durante a dor neuropática e seu papel no desenvolvimento da dor consiste em sua interação com receptores ativando vias de sinalização. Deste modo, o presente estudo investigou o papel do HMGB1 em células da glia, nos receptores RAGE e TLR4 e na sinalização de MAPK p38 e NFkB, bem como o envolvimento destas vias na dor neuropática induzida por paclitaxel. Para tal, foram utilizados camundongos machos C57BL/6 e C57BL/6 TLR4 (-/-) pesando entre 20 e 25g. Foi utilizado o aparato von Frey filamentos para avaliação do limiar nociceptivo. Para a indução da dor neuropática foi utilizado o agente quimioterápico paclitaxel, o qual foi administrado em dias alternados por 6 dias. A proteína recombinante HMGB1 foi administrada i.t. para investigar o efeito da mesma sobre o limiar nociceptivo. A participação dos receptores RAGE e TLR4 foi investigada por meio dos respectivos antagonistas FPS-ZM1 e LPS-RS administrados via intratecal (i.t). A participação de micróglia, astrócitos, da MAPK p38 e do NFkB foi avaliada utilizando os inibidores minociclina, fluorocitrato, SML0540 e PDTC, respectivamente, também por via i.t. Foi feito o ensaio de Western blot para avaliar os níveis proteicos de HMGB1, RAGE, TLR4, Iba1 e GFAP e o ensaio de Elisa para avaliação dos níveis de HMGB1, TNF-α e IL1-β. Os resultados indicam a participação dos receptores RAGE e TLR4, da micróglia, astrócitos e da sinalização MAPK p38 e NFkB tanto na nocicepção induzida por HMGB1 como na dor neuropática induzida por paclitaxel. Também foi observado o aumento dos níveis proteicos de HMGB1 na gênese da dor neuropática, e o envolvimento dos receptores TLR4 na ativação microglial. O bloqueio dos receptores RAGE e TLR4 levou à diminuição das citocinas pró-inflamatórias. Os resultados indicam que o HMGB1 liberado na fase inicial da do tratamento com paclitaxel ativa receptores RAGE e TLR4 na micróglia, aumentando níveis de citocinas pró- inflamatórias e contribuindo para a dor neuropática.Chemotherapy-induced neuropathic pain is the main adverse effect of chemotherapeutic drugs and is related to a decrease in the quality of life of cancer patients, which can even lead to treatment discontinuation. At the spinal level, the modulation of this type of pain involves not only neurons but also glial cells that, when activated, increase the expression of receptors and intracellular signaling, resulting in the release of pro-inflammatory mediators. The high- mobility box-1 protein (HMGB1) is released during neuropathic pain and its role in pain development consists of its interaction with receptors activating signaling pathways. Therefore, the present study investigated the role of HMGB1 in glial cells, RAGE, and TLR4 receptors, and MAPK p38 and NFkB signaling, as well as the involvement of these pathways in paclitaxel-induced neuropathic pain. For this, C57BL/6 and C57BL/6 TLR4 (-/-) male mice weighing between 20 and 25g were used. The von Frey filaments apparatus was used to assess the nociceptive threshold. For the induction of neuropathic pain, the chemotherapy agent paclitaxel was used, which was administered every other day for 6 days. Recombinant HMGB1 protein was administered i.t. to investigate its effect on the nociceptive threshold. The participation of RAGE and TLR4 receptors was investigated using the respective antagonists FPS-ZM1 and LPS-RS administered intrathecally. The participation of microglia, astrocytes, MAPK p38 and NFkB was evaluated using the inhibitors minocycline, fluorocitrate, SML0540, and PDTC, respectively, also by i.t. The Western blot assay was performed to assess the protein levels of HMGB1, RAGE, TLR4, Iba1, and GFAP and the Elisa assay to assess the levels of HMGB1, TNF-α, and IL1-β. The results indicate the participation of RAGE and TLR4 receptors, microglia, astrocytes, and MAPK p38 and NFkB signaling in both HMGB1-induced nociception and paclitaxel-induced neuropathic pain. It was also observed an increase in HMGB1 protein levels in the genesis of neuropathic pain, and the involvement of TLR4 receptors in microglial activation. Blockade of RAGE and TLR4 receptors led to a decrease in pro-inflammatory cytokines. These results indicate that HMGB1 released in the initial paclitaxel treatment activates RAGE and TLR4 receptors in microglia, increasing levels of pro-inflammatory cytokines and contributing to neuropathic pain.Item Acesso aberto (Open Access) Investigação da participação espinhal dos receptores TRPV1 na ativação da via PI3K/AKT/mTOR durante a dor pós-operatória em camundongos(Universidade Federal de Alfenas, 2024-02-05) Santos, Gabriela Xavier; Souza, Giovane Galdino De; Marinho, Bruno Guimarães; Silva, Morgana Duarte DaAproximadamente 86% dos indivíduos submetidos a um tipo de cirurgia reportam sentir dor pós-operatória (DPO), a qual a intensidade da dor é frequentemente moderada a severa, iniciando de maneira aguda e podendo se tornar crônica. Além disso, poucos mecanismos têm sido descritos na literatura que elucidam a gênese da DPO. Diante desse contexto, o presente estudo investigou a participação do receptor de potencial transiente vanilóide do tipo 1 (TRPV1) a ativação da via PI3K/AKT/mTOR na medula espinhal de camundongos submetidos a um modelo DPO. Para tal, foram utilizados camundongos machos (20-25g) da linhagem C57BL6. O modelo de DPO utilizado foi o de incisão e retração de pele e músculo (IRPM) e o limiar nociceptivo foi avaliado pelo teste de von Frey filamentos. Para a avaliação farmacológica da via PI3K/AKT/mTOR e do receptor TRPV1 na DPO, os animais receberam por via intratecal bloqueador e inibidores específicos para TRPV1, PI3K, AKT, mTOR os quais foram administrados no 14º dia de DPO, seguido da avaliação do limiar nociceptivo. No 14° dia os animais que receberam administração intratecal dos inibidores da via PI3K/AKT/mTOR e o bloqueador do TRPV1 apresentaram aumento do limiar nociceptivo. Na análise biomolecular, a expressão de PI3K p110ᵞ e AKT (Thr 308) não foram modificadas após DPO. No entanto, foi observado aumento da expressão dos receptores TRPV1 (p<0,05) e p-mTOR (Ser 2481) (p<0,05) comparado ao grupo naive. De acordo com os resultados obtidos, nós sugerimos o envolvimento da via PI3K/AKT/mTOR e do receptor TRPV1 na fisiopatologia da DPO, porém o aumento dos níveis de expressão da via PI3K/AKT/mTOR, pelo receptor TRPV1 não foi observadaItem Acesso aberto (Open Access) Investigação do efeito do canabidiol sobre a ativação de células da glia em modelos de nocicepção induzida por paclitaxel e LPS(Universidade Federal de Alfenas, 2020-07-30) Santos, Rafaela Silva Dos; Souza, Giovane Galdino De; Soncini, Roseli; Moreira, Fabrício De Araújo; Nunes, Pedro Henrique Gobira; Ceron, Carla SperoniAo longo da vida, a dor tanto de característica aguda quanto crônica, é uma das razões para a maior frequência de visitas médicas e um dos motivos mais comuns para o uso medicamentos, além de ser uma das principais causas de incapacidade no trabalho. A dor crônica afeta o funcionamento físico e mental, a qualidade de vida e a produtividade dos indivíduos afetados. Estudos têm demonstrado que a dor causa ativação das células da glia com aumento da expressão do Tool-like receptors (TRL4). Os TLR4 reconhecem ligantes endógenos e exógenos DAMPS (padrões moleculares associados ao dano) e PAMPS (padrões moleculares associados a patógenos) não só envolvidos com a infecção ou lesão, mas também com outros processos fisiopatológicos como a dor. Assim várias estratégias de tratamento têm sido desenvolvidas para controlar esse sintoma, como o tratamento com canabidiol (CBD), um ficanabinóide. Os receptores canabinóides do tipo 2 (CB2), expressos em tecidos periféricos e células inflamatórias, parecem estar envolvidos na antinocicepção induzido pelo CBD. Além disso, estudos tem demonstrado que tais receptores também estejam expressos no Sistema Nervoso Central (SNC), incluindo células gliais. Sendo assim, o presente estudo investigou o efeito do CBD na dor neuropática induzida por paclitaxel (PTX) e na nocicepção induzida por lipopolissacarídeo (LPS). Para isso, foram utilizados camundongos Swiss, pesando entre 25 a 30g. O limiar nociceptivo foi avaliado pelo teste de filamentos de Von frey. O modelo de dor neuropática foi induzido pela injeção intraperitoneal de PTX e o modelo de nocicepção induzido por PAMP, pela injeção intratecal de LPS. Para verificar os níveis de citocinas pró-inflamatórias, IL-1β e TNF-α foi realizado o ensaio de ELISA. Foram utilizadas as drogas, AM630, para investigar a participação de receptores CB2, a dosagem de anandamida (AEA) e 2- araquidonoilglicerol (2-AG), para avaliar a participação de endocanabinóides, a minociclina e o fluorocitrato, para investigar o envolvimento da micróglia e do astrócito e o LPS-RS para verificar a participação do receptor TRL4. Também foi realizado o ensaio de wester blot para averiguar o efeito do CBD sobre os niveís da expressão do receptor CB2, IBA-1, GFAP e TRL4, além da imunofluorescência para avaliar a co-localização dos receptores CB2/TRL4 no corno da raiz dorsal da medula espinhal. Após 4 dias de tratamento com PTX, os animais apresentaram uma alodínia mecânica e esta foi revertida pelo CBD. O mesmo ocorreu com o os animais que foram tratados com LPS, a alodínia mecânica foi revertida pelo CBD. O AM630 inibiu a antinocicepção induzida pelo CBD, em ambos os modelos nociceptivos. O CBD aumentou os níveis de AEA e 2-AG na medula espinhal nos modelos estudados. A minociclina e o fluorocitrato bloquearam a nocicepção nos dois modelos. O LPS-RS também inibiu a nocicepção nos dois modelos. Os resultados do ensaio de ELISA demonstraram que o CBD reduziu os níveis de TNF-α e IL-1β nos modelos estudados. O CBD aumentou a expressão do CB2 no modelo de nocicepção induzido pelo PTX e não teve efeito no modelo de nocicepção induzido por LPS, reduziu os níveis de IBA-1 no modelo de nocicepção induzido por PTX e não teve efeito no modelo de nocicepção induzido por LPS. Na expressão de GFAP, o CBD não apresentou efeito em nenhum dos modelos e na expressão de TRL4, o CBD reduziu sua expressão no modelo de nocicepção induzido por PTX e não teve efeito no modelo de nocicepção induzido por LPS. Sendo assim, concluímos que o CBD reduz a nocicepção nos modelos induzidos por PTX e pelo LPS, o sistema endocanabinóide participa desse efeito e as células da glia parecem estar envolvidas na gênese e manutenção da dor, pela ativação do TRL4, com consequente liberação de citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IL-1β.