Doutorado em Ciências Fisiológicas
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2674
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Navegando Doutorado em Ciências Fisiológicas por Orientador(a) "Paffaro Junior, Valdemar Antonio"
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Item Acesso aberto (Open Access) Dieta hiperlipídica provoca alterações fenotípicas e funcionais no útero das gerações parental e F1 prenhes(Universidade Federal de Alfenas, 2019-07-02) Salles, Évila Da Silva Lopes; Paffaro Junior, Valdemar Antonio; Paiva, Alexandre Giusti; Hoshida, Mara Sandra; Coelho, Luiz Felipe Leomil; Corat, Marcus Alexandre FinziAtualmente sabe-se que obesidade e o consumo de dieta rica em gordura estão relacionados a falha reprodutiva e ao evento de programação fetal e acredita-se que as células imunológicas presentes no útero gravídico possam estar relacionadas a estes eventos. Dentre as células imunes uterinas destaca-se a atividade das Células Linfóides Inatas (uILC), em especial as células uNK DBA+. Essas células são como sentinelas da interface maternofetal, pois são capazes de reconhecer e responder às mais variadas alterações do organismo materno, além de terem papel importante nos processos de decidualização, implantação e formação da placenta. A hipótese deste trabalho é que o consumo de dieta hiperlipidica (HL) durante a gestação possa afetar o ambiente uterino e a biologia das células uNK, além de promover o evento de programação fetal resultando na alteração do ambiente uterino e das células uNK da geração F1 prenhe. Para a realização deste estudo foram utilizadas 90 fêmeas de camundongos Swiss, as quais acasalaram com machos da mesma linhagem. Na manhã após acasalamento, as fêmeas que apresentaram tampão vaginal foram divididas em 2 grandes grupos os quais consumiram as dietas do 1° dia de gestação (ddg) ao momento da eutanásia: MRC (mães com ração controle) e MHL (mães com ração HL). 45 fêmeas MRC e 45 fêmeas MHL foram eutanasiadas no 6°, 10° e 14° ddg. Foram realizadas análises de ganho de peso, área de tecido adiposo perigonadal, viabilidade gestacional, morfologia e estereologia das células uNK, imunofluorescência para perforina e caspase-3 clivada, análise de expressão gênica de perforina, granzima B, Ly49A, Ly49B, interferon gama (IFNγ), Fator de crescimento endotelial vascular α (VEGFα), Fator de necrose tumoral α (TNFα), Toll Like receptor 4 (TLR4), Interleucina- 1β (IL-1β), Fator transformador de crescimento (TGF-β1), Interleucina-17a (IL-17a) e Supressor da sinalização de citocina 3 (SOCS 3) na decídua basal uterina e análise das uILC por citometria de fluxo. Foram também utilizadas 12 fêmeas MRC e 12 MHL que consumiram a dieta durante toda a gestação para dar origem as proles controle (F1RC) e HL (F1HL). No 2° dia pós-natal (DPN) as proles foram padronizadas em 8 a 10 filhotes, sendo o número de fêmeas sempre igual ao número de machos, e foi realizado também o procedimento de fostering (adoção). Foi analisado o ganho de peso e comprimento naso-anal das fêmeas F1 do 2° ao 60°DPN em dias alternados. A partir dos 60°DPN as fêmeas foram acasaladas com machos não parentais e eutanasiadas no 10°ddg. As fêmeas F1 prenhes foram avaliadas quanto ao ganho de peso durante a gestação, viabilidade gestacional, morfologia e estereologia das células uNK, imunofluorescência para perforina e caspase 3-clivada e análise de expressão de perforina na decídua materna. Os resultados mostraram que o grupo MHL teve ganho de peso e aumento da área do tecido adiposo significativos, foram encontradas na decídua dessas fêmeas células uNK DBAlow nas 3 regiões dos SI no 10° e 14°ddg, bem como, grânulos não reativos ao anti-perforina e aumento na incidência de células positivas para caspase 3-clivada. Foi observado também aumento na expressão de perforina e granzima e redução na expressão de Ly49A, IFNγ, IL-1β e IL-17a no 6°ddg. No 14°ddg houve diminuição na expressão de VEGFα, TNFα, TGF -β1 e SOCS 3. No grupo F1HL ocorreu redução do crescimento pós-natal e aumento do índice de Lee no 60°DPN. Foi observado também aumento significativo do peso e da área média do tecido adiposo e do índice de Lee no 10°ddg. No mesmo dia foi constatada grande quantidade de células uNK DBAlow, redução na marcação para perforina e aumento da incidência de células positivas para caspase 3-clivada na decídua, bem como redução significativa na expressão de perforina. Sendo assim, pode-se concluir que o consumo de dieta rica em gordura durante a gestação desencadeia, não só alterações no ambiente uterino materno, mas também promove o evento de programação fetal gerando na prole alterações muito semelhantes às observadas nas mães que consumiram a dieta.Item Acesso aberto (Open Access) Estudo de dois modelos de camundongos durante a gestação: I. Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica x Nimesulida; II. Deficiência do Fator de Crescimento Placentário(Universidade Federal de Alfenas, 2015-07-30) Zavan, Bruno; Paffaro Junior, Valdemar Antonio; Ionta, Marisa; Hoshida, Mara Sandra; Soncini, Roseli; Assunção, Márcia Cristina Bizinotto DeUma das populações de células imunológicas mais abundantes no útero durante a gestação é a das células Natural Killer uterinas (uNK) que, apesar de apresentarem grânulos citoplasmáticos ricos em perforina e granzimas, não apresentam atividade citotóxica durante uma gestação normal. As células uNK são importantes produtoras de fatores angiogênicos que promovem a dilatação e o remodelamento das artérias uterinas resultando no aumento do fluxo sanguíneo para a unidade feto-placentária em desenvolvimento. A administração sistêmica de Lipopolissacarídeo (LPS) de E. coli em camundongos pode desencadear a ativação de cicloxigenase-2 (COX-2) levando a um aumento nos níveis de prostaglandinas bem como um desbalanço das citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias no útero gestante alterando a atividade normal das células imunológicas refletindo em uma alteração na homeostase uterina. O presente trabalho teve como o objetivo avaliar se a administração do inibidor seletivo de COX-2 pode interferir nos efeitos do LPS no útero gestante, nos vasos sanguíneos deciduais, nas células uNK e na quantidade e qualidade da prole; contribuindo assim para a elucidação dos mecanismos da SRIS durante a gestação. A administração de LPS causou excessivo influxo de células uNK imaturas no útero gravídico, além de causar diminuição do número de células uNK maduras concomitante ao aumento de células uNK alteradas. Tais efeitos do LPS foram prevenidos pelo pré-tratamento com Nimesulida. A inibição da COX-2 também impediu a liberação de perforina por essas células bem como a diminuição da expressão de α-actina em vasos sanguíneos uterinos causados pelo LPS. O número de filhotes nascidos de mães tratadas com nimesulida+LPS no período mediano da gestação foi ainda menor do que o número de filhotes que nasceram das mães que receberam apenas LPS no mesmo dia de gestação. A injeção apenas de nimesulida não causou nenhum efeito na prole, levando-nos a acreditar que as alterações fisiológicas após a inflamação induzida por LPS são de fundamental importância para o restabelecimento da homeostase do útero, a fim de manter a gestação a termo. Fator de crescimento placentário (PGF) é um fator de crescimento angiogênico pleiotrópico que se encontra elevado durante a gravidez. Embora os padrões normais e anormais de PGF plasmático materno já estejam descritos na literatura, o papel preciso do PGF na angiogênese útero-placentária são indefinidos. Muitas mulheres que expressam baixos níveis de PGF, sobretudo na metade da gravidez, apresentam progressão para síndromes hipertensivas como a pré-eclâmpsia. Esse tipo de complicação gestacional está relacionada com o aumento da incidência de doenças cardiovasculares (CV) pós-parto tanto para mães quanto para os filhos, entretanto, não se sabe se baixos níveis de PGF aumentam o risco de doenças CV. Para avaliar a hipótese de que a deficiência de PGF limita a adaptação CV durante o período gestacional tardio contribuindo para o aumento do risco de complicações cardiovasculares, foram analisadas a estrutura e função do sistema cardiovascular em camundongos C57BL/6 (Pgf^+/+) e Pgf^-/- no período gestacional. Além disso, estruturas vasculares cerebrais foram analisadas pela técnica de moldagem vascular por perfusão com polímero e os animais dos dois grupos experimentais foram submetidos a testes comportamentais. A avaliação hemodinâmica por radiotelemetria mostrou que as mães, no cruzamento Pgf^-/- x Pgf^-/-, tiveram um declínio maior e mais sustentado na pressão arterial média em meados de gravidez do que as mães do grupo controle, mas a recuperação após a implantação do transmissor era rara. A avaliação hemodinâmica por pletismografia de cauda mostrou que os animais Pgf^-/- apresentaram maior pressão arterial (PA) no início e final da gestação com um maior intervalo de queda da PA após o período da implantação do blastocisto. Menor débito cardíaco materno e volume sistólico foram observados após o meio da gestação dos animais knockout quando comparados com animais controle. Além disso, esses animais não apresentaram o aumento no peso do ventrículo esquerdo (VE) naturalmente observado em Pgf^+/+ no final da gestação. A expressão gênica de Nos3 e Nos2 no VE é maior nos animais Pgf^-/- durante o período mediano da gestação. Foram observadas anomalias estruturais glomerulares e hipertrofia renal em camundongos Pgf^-/- não gestantes, durante a gestação e pós-parto. Assim, a deficiência de PGF limita adaptações fisiológicas e estruturais do sistema CV e Renal durante a gestação de camundongos. Estes resultados podem ter paralelos na gravidez humana e se relacionam com o aumento do risco de complicações CV pós-parto, que são sequelas de gestações de pré-eclâmpsia. A técnica de moldagem vascular com polímero revelou que a estrutura vascular central do cérebro da prole Pgf^-/- é deficiente, e testes comportamentais mostraram que isso tem reflexo em déficit cognitivo. Assim, a deficiência gestacional PGF também prejudica a regulação da pressão arterial materna e desenvolvimento vascular em órgãos essenciais da progênie como o cérebro.