Doutorado em Ciências Fisiológicas
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2674
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Navegando Doutorado em Ciências Fisiológicas por Orientador(a) "Paiva, Alexandre Giusti"
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Item Acesso aberto (Open Access) Alterações neuroendócrinas e cardiorrespiratórias durante o choque séptico induzido pela ligadura e perfuração cecal (CLP)(Universidade Federal de Alfenas, 2014-03-21) Santiago, Michael Brian; Paiva, Alexandre Giusti; Ventura, Renato Rizo; Passos Jr, Daniel Badauê; Reis, Luis CarlosA síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS), culminando com o choque séptico é uma das principais causas de morbidade e mortalidade nas unidades de tratamento intensivo (UTI). Diante disso, a busca por um completo entendimento da fisiopatologia desta SRIS, possibilitando o desenvolvimento de novas terapias, ainda é questão de grande interesse no meio científico. Portanto, o objetivo do trabalho foi verificar as alterações neuroendócrinas e cardiorrespiratórias, identificando as causas, durante o choque séptico experimental induzido pela ligadura de perfuração cecal (CLP; Cecal ligation and puncture). Durante o choque séptico induzido pela CLP houve um aumento da secreção de vasopressina (AVP) e ocitocina (OT) nas primeiras 4 horas após a cirurgia de CLP quando comparado com grupo controle (Sham), no entanto, 6 horas após a cirurgia de CLP a secreção desses hormônios diminui para valores basais apesar da queda da pressão arterial média (PAM) quando comparado com Sham, resultando em um quadro de deficiência da secreção de vasopressina. Angiotensina (ANG II) e peptídeo natriurético atrial (ANP) permaneceram aumentados durante as 6 horas observadas. O tratamento com salina hipertônica (SH) (NaCl 7,5%, 4 ml /kg) 6 horas após o CLP ou Sham, proporciou aumento na secreção de OT e ANP e queda da concentração plasmatica de ANG II, sem diferenças quando comparado ao Sham. A secreção de AVP foi maior durante 10 minutos após a aplicação de SH, restaurando transitoriamente a PAM, no entanto, 30 minutos após, a secreção de AVP permaneceu menor quando comparado com Sham, mesmo com o aumento da osmolalidade (sem diferença entre CLP e Sham). O tratamento intracerebroventricular (i.c.v.) com o bloqueador inespecífico da óxido nítrico sintase (NOS) (L-Name) promoveu aumento da secreção de AVP durante os 30 minutos após a administração de SH no grupo submetido a cirurgia de CLP quando comparado com Sham. Após uma segunda aplicação de SH, 30 minutos após a primeira aplicação, não foi observada diferença na secreção de AVP entre CLP e Sham. Tais resultados evidenciaram que neste quadro de choque séptico experimental a secreção de AVP está sendo bloqueada pela síntese de NO. O tratamento com hidroxietilamido isotônico (HES 4ml/kg; 8 ml/kg; 16 ml/kg) e hipertônico (Hyper-HES, 4 ml/kg) seis horas após a CLP não promoveu diferença na PAM e frequência cardíaca (FC) após 24 horas da cirurgia de CLP. No entanto, imediatamente após administração, o Hyper-HES promoveu aumento da PAM por 1 hora e aumentou a secreção de AVP e OT 5 minutos após a aplicação. A administração do HES não promoveu aumento da PAM imediatamente após a aplicação e também não alterou a secreção de AVP e OT, exceto a dose 16 ml/kg que promoveu aumento da secreção de OT. O tratamento prévio com antagonista de AVP (V1), aboliu a resposta pressora desencadiada pela administração de Hyper-HES. Do mesmo modo, o tratamento prévio com antagonista de OT, não alterou as respostas da PAM após aplicação e Hyper-HES e HES, sugerindo que apenas as soluções hipertônicas (cristaloides ou colóides) são eficazes em restabelecer a pressão arterial durante o choque séptico por aumentar a secreção de AVP. Após 24 horas da cirurgia de CLP a PAM permaneceu baixa e sem alterações na FC quando comparado com grupo Sham. Neste mesmo tempo, observamos uma atenuação das respostas barorreflexas e quimiorreflexas acompanhada por um menor número de neurônios positivos para cFOS no núcleo do trato solitário comissural (NTSc) e intermediário (NTSi) após intermitente ativação do quimiorreflexo quando comparado com o grupo Sham, que persiste mesmo restaurando a PAM. O pré-tratamento com L-Name e Aminoguanidina i.c.v. (Ag, bloqueador específico da NOS induzida) promoveram uma atenuação dos déficitis da resposta quimiorreflexa. Além do mais, o tratamento com Ag promoveu atenuação da queda no número de neurônios positivos para cFOS (NTSc e NTSi) após intermitente ativação quimiorreflexa, sugerindo o envolvimento do NO na deficiência da resposta quimioreflexa durante o choque séptico experimental.Item Acesso aberto (Open Access) Efeitos da exposição pré-natal ao álcool sobre o desenvolvimento e comportamento da prole(Universidade Federal de Alfenas, 2017-04-05) Ávila, Mara Aparecida Pereira De; Paiva, Alexandre Giusti; Aguiar, Daniele Cristina De; Paffaro Junior, Valdemar Antônio; Reis, Wagner Luis; Vidigal, Fernanda De CarvalhoA exposição pré-natal ao álcool é potencialmente teratogênica. Os prejuízos ocasionados pelo consumo desta droga são extensos e variados, sendo sugerido que mesmo baixos níveis de exposição intraútero podem afetar negativamente o embrião e / ou feto. Por esta razão, o propósito deste estudo foi avaliar as alterações acarretadas pela exposição pré-natal ao álcool entre o 6º e 19º dias de gestação (G). Os controles consistiam de animais pair feeding (dieta líquida isocalórica contendo 0% de calorias derivadas de etanol) e padrão (livre acesso a ração). Os resultados demonstram que ratas e camundongos fêmeas prenhes submetidas ao tratamento com álcool na gestação apresentaram redução do consumo de dieta quando comparados ao grupo dieta livre. Este consumo refletiu menor ganho de peso nas ratas prenhes dos grupos álcool e pair feeding. A dosagem de etanol no sangue permitiu a detecção de concentrações compatíveis com o baixo nível de exposição. Este padrão de consumo não provocou alterações no número de filhotes nascidos por mãe. Contudo, animais do grupo álcool apresentaram alto índice de óbito pós-natal, baixo peso ao nascer e redução do peso e da distância nasoanal que permaneceram até o início da fase adulta, além de prejuízos no desenvolvimento físico no parâmetro de abertura dos olhos das fêmeas e no desenvolvimento reflexo no parâmetro de geotaxia negativa na prole feminina e no reflexo de endireitar dos machos. A avaliação comportamental da prole masculina durante a adolescência também revelou prejuízos caracterizados pela redução do comportamento social da brincadeira em animais isolados do grupo álcool e redução da ativação neuronal em regiões do córtex pré-frontal (córtex insular agranular, pré-límbico, cingulado e piriforme) e núcleo accumbens shell. A avaliação comportamental da vida adulta apontou que a prole masculina e feminina de ratas expostas ao álcool apresentou redução na preferência pelo incentivo sexual durante o teste de motivação sexual. Também na vida adulta, a prole masculina de camundongos fêmea apresentou respostas preditivas de depressão evidenciadas pelo teste de suspensão pela cauda, e pelo aumento da ativação neuronal em áreas centrais relacionadas ao estresse (locus coeruleus e núcleo paraventricular do hipotálamo). Não foram encontradas alterações no comportamento materno durante a lactação. Tais resultados evidenciam que o consumo de baixa concentração de álcool pode acarretar prejuízos no desenvolvimento e comportamento da prole, o que enfatiza a importância da total abstinência do consumo durante a gestação.Item Acesso aberto (Open Access) Endocanabinóides modulam os efeitos inibitórios dos glicocorticóides sobre as respostas neuroendócrinas e comportamentais durante a lactação(Universidade Federal de Alfenas, 2011-11-04) Vilela, Fabiana Cardoso; Paiva, Alexandre Giusti; Nascimento, Carlos Giovani De Oliveira; Moraes, Leonardo Resstel Barbosa; Ventura, Renato Rizo; Leitão, Silvia Graciela RuginskTem sido demonstrado que os glicocorticóides podem modular a secreção de prolactina e ocitocina, mas a influência dos glicocorticóides sobre as respostas neuroendócrinas e comportamentais em ratas lactantes era pouco conhecida. Portanto, nós avaliamos a influência da dexametasona (glicocorticóide exógeno) e da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal pela administração de LPS nas respostas neuroendócrinas e comportamentais durante a lactação. Além disso, nós verificamos se os efeitos produzidos pelos glicocorticóides são mediados pelos endocanabinóides. Para isto, nós utilizamos um antagonista de receptor CB1 (AM251) após a administração da dexametasona. Para confirmar a possível participação do sistema canabinóide nas respostas neuroendócrinas e comportamentais durante a lactação, nós utilizamos um agonista de receptor CB1 (WIN 55,212-22). O tratamento com a dexametasona atenuou as respostas neuroendócrinas e comportamentais em ratas lactantes, pois reduziu a secreção de ocitocina e prolactina, diminuiu o comportamento materno, assim como o agressivo, reduziu o ganho de peso da ninhada, reverteu a ansiólise materna, diminuiu a expressão de c-Fos na BST, MnPOv e MnPOd e, reduziu o número de duplas marcações para c-Fos/ocitocina em neurônios do PVN e SON. O tratamento com AM251 reverteu a maioria desses efeitos, sugerindo assim o envolvimento dos endocanabinóides nessas alterações. A redução nas respostas endócrinas e comportamentais durante a lactação produzidas pela administração do LPS é mediada por glicocorticóides, pois a metirapona (inibidor de síntese de glicocorticóides) reverteu parte dos efeitos produzidos pelo LPS. O tratamento com WIN 55,212-2 reduziu as respostas neuroendócrinas e comportamentais em ratas lactantes, confirmando assim nossa hipótese de que os efeitos dos glicocorticóides são mediados pelos endocanabinóides. Em conjunto, nossos resultados sugerem que o tratamento com a dexametasona em ratas lactantes diminuiu a secreção de prolactina e ocitocina, seguida pela redução das respostas comportamentais e estes efeitos são mediados pelos endocanabinóides.Item Acesso aberto (Open Access) Exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo promove comportamento tipo-autista na prole: participação de moduladores inflamatórios(Universidade Federal de Alfenas, 2021-11-26) Vieira, Fernando Vitor; Paiva, Alexandre Giusti; Saia, Rafael Somone; Elias, Lucila Leico Kagohara; Kirsten, Tiago Bertan; Cárnio, Evelin CapellarioO transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento de etiologia desconhecida que feta 1% da população sendo mais comum em homens. Caracterizado por, déficit na comunicação, interação social, avaliação de risco, além de comportamentos repetitivos e estereotipados, e interesse restrito a objetos e assuntos. No presente estudo investigamos através do modelo animal se infecções pré-natais posam ser a causa dos comportamentos tipo-autistas. O modelo proposto visou mimetizar infecções em ratas durante a gestação através da aplicação de lipopolissacarídeo (LPS) intraperitonealmente (i.p.). Concomitantemente ao LPS foram aplicados anti-inflamatórios não esteroidais ou esteroidais i.p. para prevenção dos sintomas causados pelo LPS. O presente estudo foi divido em duas partes, onde primeiramente as ratas foram tratadas com LPS e anti-inflamatório, e 2 e 6h depois passaram por testes comportamentais, e logo depois foram eutanasiadas para coleta do plasma materno, o cérebro fetal e líquido amniótico onde foram quantificadas as citocinas TNF-α, IL-6 e IL-1β e placenta onde foi quantificada a expressão da enzima 11β-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 (11β-HSD-2). Em um segundo momento, outro grupo de ratas prenhas foram tratada da mesma maneira que as anteriores e foi aguardado o nascimento dos filhotes. Estes filhotes foram pesados e suas ninhadas padronizadas em 4 machos e 4 fêmeas. Os filhotes machos passaram por testes comportamentais durante a fase pré-púbere, púbere e fase adulta. O LPS aplicado durante a prenhez causou comportamento doentio nas ratas e provocou abortos. Além disso os filhotes machos apresentaram comportamentos tipo-autistas como, déficits na comunicação e interação social, comportamento tipo-ansioso e aumento da resposta autonômica, evidenciado pela elevação da pressão arterial durante teste de estresse por contenção. O anti-inflamatório não esteroidal preveniu alguns dos sintomas de comportamento doentio nas ratas mas não reduziu os abortos, porém preveniu alguns comportamentos tipo-autistas na prole. Já o anti-inflamatório esteroidal preveniu os sintomas de comportamento doentio e os abortos, no entanto provocou comportamento tipo-autista na prole da mesma forma que o LPS.Item Acesso aberto (Open Access) Hiporresponsividade frente ao desafio imunológico nos parâmetros termorregulatórios, hormonais e comportamentais em períodos finais da gestação(Universidade Federal de Alfenas, 2019-04-29) Fonseca, Wesley Fernandes; Paiva, Alexandre Giusti; Saia, Rafael Simone; Silveira, Anderson Luiz Bezerra Da; Kalil, Bruna; Paffaro Junior, Valdemar AntônioA administração de Lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS), um produto da parede celular de bactéria gram-negativa, mimetiza quadro de inflamação, culminando na produção de citocinas pró-inflamatórias como IL-1β, IL-6 e TNF-α. Além disso, a administração do LPS promove o comportamento doentio, conjunto de alterações comportamentais, o qual é caracterizado por quadros de anorexia, anedonia, redução da atividade locomotora e exploratória, além de induzir comportamento semelhante à depressão e ansiedade. Há ainda a ativação do eixo HPA com consequente produção de hormônios glicocorticoides, em decorrência à administração do LPS. No entanto, a gestação é um momento em que há drásticas modificações no eixo HPA, sendo que a concentração plasmática de glicocorticoides encontra-se diminuída no início da mesma. Entretanto, há um aumento nos níveis de glicocorticoides a partir da segunda metade da gestação. Além do mais, é conhecida a hiporresponsividade do eixo HPA durante a gestação, sobretudo em seu período final, diante à agentes estressores. Ainda são escassos na literatura científica estudos acerca do comportamento doentio na gestação e a influência dos glicocorticoides na hiporresponsividade frente a situações de estresse. O presente estudo foi proposto com o fito de avaliar a responsividade de fêmeas prenhes ao estresse imunológico provocado através da administração de LPS. Para tanto, foi administrado salina ou LPS (200 µg/Kg) em ratas prenhes (N= 8-20; CEUA:644/2015) nos seguintes dias de gestação (DG): 6, 9, 12, 15, 18 e 20. Através do teste de campo aberto, foi avaliada a atividade locomotora dos animais. Foi avaliado também o padrão de ingestão alimentar após a aplicação do LPS. Foi avaliado ainda a interação social após 2 horas a aplicação do LPS além de avaliar o estado anedônico das fêmeas prenhes através da análise de preferência à sacarose. Após a constatação de que no 20DG não houve qualquer resposta comportamental, além da observação que no 12DG há maior responsividade frente ao desafio imunológico em parâmetros comportamentais, tomou-se esses dois pontos afim de investigar alterações na termorregulação por meio de implantes de sensores de telemetria, alterações nas marcação para c-Fos nos neurônios em diversas regiões encefálicas, além de dosar citocinas e corticosterona plasmática, mensurando também níveis proteicos de IBA-1 e GFAP. Verificou-se no 20DG não foi constatada qualquer alteração na temperatura dos animais. Já no 12DG há uma resposta bifásica de temperatura uma vez que o LPS provocou hipotermia nas primeiras duas horas seguida de uma drástica elevação da temperatura. Não foram observadas alterações quanto à ativação neuronal em áreas como BNST, MPOA, LS, CPx, PVN e SON quando fora administrado LPS 2 horas antes da perfusão e coleta do cérebro em animais prenhes no 20DG. Já no 12DG observou-se maior expressão de c-fos em todas as regiões encefálicas analisadas. Não foram observadas alterações quanto à produção de citocinas no 20DG. No entanto, foi constatado aumento na concentração plasmática de TNF-α em animais prenhes após 2 horas o desafio imunológico por LPS no 12DG. É observado um aumento na concentração plasmática de corticosterona em animais prenhes no 12DG, não sendo evidenciadas alterações no 20DG. A expressão de proteínas relacionadas à ativação de astrócitos (GFAP) e de micróglia (IBA-1) no hipotálamo de ratas prenhes submetidas ao LPS no 12DG e 20DG foi analisada através da técnica de Western Blot, não sendo observadas alterações nestes parâmetros. Dessa forma, de posse dos resultados obtidos, percebe-se uma hiporresponsividade ao desafio imunológico pelo LPS no 20DG, uma vez que não foram observadas quaisquer alterações em parâmetros comportamentais, nem alterações quanto à produção de citocinas e corticosterona plasmáticas. Ademais, não há ativação neuronal em áreas centrais em decorrência à administração do LPS no período pré-parto. No entanto, observa-se uma hiperresponsividade frente a endotoxemia pelo LPS no 12DG, uma vez que evocou o quadro de comportamento doentio verificado pelo déficit na capacidade exploratória/locomotora, anorexia, queda na interação social, anedonia, alteração em parametros termorregulatórios, já que há hipotermia seguida de elevação da temperatura corporal, aumento da expressão de c-Fos em áreas cerebrais relacionadas ao comportamento doentio além de aumentar a concentração plasmática de TNF-α e corticosterona..Item Acesso aberto (Open Access) Influência da desnutrição proteica materna sobre as respostas comportamentais e após estresse imunológico na prole(Universidade Federal de Alfenas, 2019-02-25) Batista, Tatiane Helena; Paiva, Alexandre Giusti; Poletini, Maristela De Oliveira; Kirsten, Thiago Berti; Freitas, Renato Leonardo De; Ceron, Carla SperioniO comportamento materno (CM) é fundamental para a sobrevivência da prole e alterações nesse tipo de comportamento podem ocasionar mudanças comportamentais na prole. Neste estudo, avaliamos se a restrição proteica materna poderia influenciar nas respostas comportamentais dos filhotes. Nossos resultados demonstraram que mães alimentadas com a dieta restrita em proteínas apresentam um aumento do CM, entretanto esse aumento do CM não alterou as respostas comportamentais dos filhotes. Sabe-se que desnutrição proteica materna pode ser um fator contribuinte para as desordens psiquiátricas presente nos descendentes. Entre as desordens psiquiátricas, a Desordem do Espectro Autista (DEA) é um dos maiores desafios a ser enfrentado em todo o mundo. Por esta razão nós testamos a correlação entre restrição proteica materna com sintomas semelhantes ao autismo nos filhotes machos e fêmeas adolescentes utilizando-se para isto testes comportamentais em roedores que se assemelham as principais características comportamentais observadas em humanos com DEA. Durante a lactação, no dia pós-natal 5 (DPN 5) foi realizada a quantificação das vocalizações ultrassônicas (VUS) bem como a análise do homing behavior no DPN 13. Durante a adolescência, no DPN 30-32 os filhotes foram avaliados nos testes de campo aberto, teste da placa com buracos, avaliação do comportamento juvenil de brincadeira e no teste de reconhecimento de objetos. Os resultados demonstraram que os filhotes provenientes de mães alimentadas com a dieta hipoproteica vocalizam menos e além disso demonstram prejuízos na discriminação social no teste de homing behavior. Na adolescência, a prole de mães hipoproteicas de ambos os sexos não apresentam alterações na atividade locomotora no teste de campo aberto, entretanto exibem um comportamento estereotipado no teste da placa com buracos, diminuição do comportamento de brincadeira e a prole de filhotes machos apresentam um maior interesse em explorar o objeto familiar. Esses resultados mostram que a restrição proteica materna causa na prole comportamentos que se assemelham as principais características comportamentais associadas ao DEA. Além disso é conhecido que a desnutrição materna pode prejudicar o desenvolvimento do sistema imunológico, assim conhecendo-se que o comportamento doentio depende da comunicação neuro-imune, o outro objetivo do nosso estudo foi avaliar os efeitos da restrição proteica materna sobre o comportamento doentio, febre, resposta neuroendócrina e neuroinflamação na prole de machos adultos após a administração de 1000 μg/Kg (i.p.) de lipopolissacarídeo (LPS). O comportamento doentio foi avaliado por meio dos testes de campo, interação social e nado forçado, a resposta neuroendócrina por meio a avaliação dos níveis de corticosternona e a neuroinflamação por meio da análise do nível de expressão de Proteína Glial Fibrilar Ácida por Western blotting. Nossos resultados avaliados em 2 e 6 horas após a administração do LPS demonstraram que o LPS induz um comportamento doentio prolongado nos filhotes machos adultos provenientes de mães alimentadas com a dieta hipoproteica, febre, aumento dos níveis de TNF-α e corticosterona plasmática, sem alterações na expressão de GFAP. Tais resultados evidenciam que a restrição proteica materna induz na prole adolescente comportamentos que se assemelham as principais características associadas ao DEA e induz um comportamento doentio prolongado nos filhotes machos adultos.Item Acesso aberto (Open Access) Influência da dieta rica em frutose sobre a hiperalgesia e comportamento doentio em ratos(Universidade Federal de Alfenas, 2016-03-10) Orlandi, Lidiane; Paiva, Alexandre Giusti; Bernardi, Maria Martha; Silva, Josie Resende Torres Da; Ceron, Carla SperoniO aumento da ingestão de alimentos industrializados e produtos como refrigerantes, bebidas açucaradas e xarope de milho contendo alta concentração de frutose podem originar desordens metabólicas como obesidade, resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares em humanos. Estas desordens metabólicas podem alterar a resposta imunológica destes indivíduos. O objetivo deste trabalho foi investigar a hiperalgesia inflamatória e comportamento doentio após um desafio imunológico em animais com desordens metabólicas induzidas por dieta rica em frutose. Ratos adultos machos foram tratados com água ou solução de frutose 10% por cinco semanas. A hiperalgesia inflamatória periférica através do teste de Von Frey eletrônico foi avaliada após estímulo com carragenina, lipopolissacarídeo (LPS) ou prostaglandina E2 (PGE2). Comportamento doentio foi avaliado 2 horas após a injeção de LPS ou veículo. Os animais foram sujeitos ao teste de campo aberto, interação social, ingestão alimentar e avaliação da resposta febril. Expressão de citocinas foi avaliada nos tecidos adiposos e hipotálamo e a resposta neural foi investigada via imunohistoquímica para c-Fos. Comparado ao grupo controle, a frutose induziu dislipidemias, altos níveis de glicose, aumento da adiposidade retroperitoneal e epididimal e resistência a insulina. O aumento da hiperalgesia inflamatória periférica foi observado em animais tratados com frutose. Em resposta ao LPS os animais tratados com frutose exibiram respostas comportamentais exacerbadas e aumento da febre além do aumento da expressão de citocinas no hipotálamo e tecido adiposo quando comparados aos animais tratados com água. A expressão de Fos induzida pelo LPS foi maior em diversas áreas cerebrais nos animais controle e esta resposta foi aumentada nos ratos induzidos por dieta de frutose. Neste estudo podemos concluir que a dieta rica em frutose desempenha um importante papel na indução de desordens metabólicas as quais irão intensificar a hiperalgesia inflamatória e o comportamento doentio em resposta a um desafio imunológico via indução de citocinas no hipotálamo.Item Acesso aberto (Open Access) Influência do hipotireoidismo sobre o comportamento doentio e a resposta febril durante o desafio imunológico(Universidade Federal de Alfenas, 2015-07-23) Silva, Vanessa Cardoso; Paiva, Alexandre Giusti; Elias, Lucila Laico Kagohara; Margatho, Lisandra Oliveira; Passos Junior, Daniel Badauê; Souza, Giovane Galdino DeOs hormônios tireoidianos são essenciais no controle de múltiplas funções envolvidas na manutenção da homeostase, incluindo os processos de produção de calor e balanço energético. As relações entre o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide e a função imunológica são complexas e ainda carecem de mais investigações. Comportamento doentio é uma expressão de um estado motivacional desencadeada pela ativação do sistema imune inato periférico, pelo qual um organismo organiza suas funções para combater a infecção. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do estado tireoidiano sobre as respostas comportamentais ao desafio imunológico. O hipotireoidismo experimental foi induzido por propiltiouracil (PTU) por 30 dias (0,05%), adicionado à água de beber. As doses de 100, 200 e 500 ug/Kg de lipopolissacarídeo foram testadas para evidenciarmos o comportamento doentio. Após, camundongos controle e tratados com PTU receberam a dose de 200 ug/kg de LPS ou solução salina (ip) e as respostas comportamentais foram avaliadas durante 24 horas. Nos camundongos com hipotireoidismo induzido pelo PTU observou-se aumento do tempo de imobilidade no nado forçado (FST), maior número de esferas escondidas (MB) e comprometimento das respostas mneicas nas tarefas de reconhecimento de objetos de longa duração (LTM) e no labirinto aquático de Moris (MWM). Durante o desafio imunológico, a locomoção em campo aberto (OF) e o tempo de floating no nado forçado (FST) não foram modificados duas horas após a aplicação do LPS. Porém, nas análises após 24 horas, houve redução da atividade locomotora, aumento do tempo de floating, diminuição da ingestão de alimentos e maior perda de peso, comprometimento da memória e menor tempo de investigação social nos camundongos tratados com PTU. Além disto, observamos um menor índice térmico associado à redução da expressão de c-Fos no núcleo paraventricular (PVN) e na área pré-optica mediana (MPOA). Estes resultados demonstram que o estado tireoidiano modifica as respostas comportamentais ao desafio imunológico, sugerindo que os hormônios tireoidianos são essenciais para a manifestação do comportamento doentio durante a endotoxemia.Item Acesso aberto (Open Access) Influência do receptor vanilóide tipo 1 (TRPV1) na endotoxemia(Universidade Federal de Alfenas, 2016-07-04) Cabral, Layla Dutra Marinho; Paiva, Alexandre Giusti; Moreira, Fabrício De Araújo; Souza, Giovane Galdino De; Silva, Marcelo Lourenço DaA presença de endotoxina bacteriana na corrente circulatória é associada ao início e manutenção da sepse, condição complexa e heterogênea que promove a liberação de mediadores inflamatórios, os quais conduzem a alterações no sistema nervoso central e subsequente resposta imunológica inflamatória desequilibrada, com desencadeamento da síndrome da disfunção de múltiplos órgãos (SDMO). Os receptores TRPV1, por sua vez, participam da modulação de diversos sistemas e podem influenciar processos fisiológicos comprometidos por inflamação, representando potencial alvo terapêutico. O objetivo do estudo foi avaliar a participação dos receptores TRPV1 na lesão pulmonar aguda/síndrome do desconforto respiratório agudo (LPA/SDRA) e no comportamento doentio induzidos por endotoxina por meio do bloqueio de tais receptores com capsazepina (CPZ) em camundongos. No tocante à LPA/SDRA, os camundongos tiveram lesão induzida por LPS 5,0mg/kg com simultânea aplicação de CPZ e foram submetidos à análise após 24 horas. Foi observada a redução das resistências do sistema e tecidual, além da diminuição do colapso alveolar com o bloqueio dos receptores TRPV1, evidenciando a modulação da LPA/SDRA por esses receptores. Em relação ao comportamento doentio, camundongos receberam administração de CPZ 30 minutos antes da aplicação de LPS 200μg/kg, e após 2 horas foram submetidos aos testes comportamentais, coleta de sangue e tecidos. Observou-se que a administração do bloqueador atenuou os efeitos tipo-ansiosos e depressivos, o aumento de temperatura corporal e a expressão de c-fos em algumas áreas encefálicas induzidos pelo LPS. Entretanto, a CPZ não promoveu alterações na mobilidade, ingestão alimentar, ganho de peso, níveis plasmáticos de citocinas e expressão proteica dos receptores no hipocampo e hipotálamo. Tais resultados sugerem a participação dos receptores TRPV1 na modulação do comportamento doentio, na regulação da temperatura corporal e na mecânica respiratória após desafio imunológico.Item Acesso aberto (Open Access) NBOMe E NBOH: modulação psicodélica do comportamento tipo depressivo induzido por encefalopatia associada à sepse em roedores(Universidade Federal de Alfenas, 2023-02-10) Ferri, Barbara Garcia; Paiva, Alexandre Giusti; Oliveira, Cilene Lino De; Reis, Wagner Luis; Garcia, Tayllon Dos Anjos; Crunflui, FernandaNa busca por novas modalidades terapêuticas, a comunidade médica e científica está apostando no potencial terapêutico das substâncias psicodélicas para estabelecer uma nova era no tratamento de transtornos psiquiátricos, principalmente os transtornos de humor. A depressão afeta uma em cada dez pessoas em todo o mundo e é caracterizada por episódios de humor depressivo, perda de interesse e prazer. Existem inúmeras modalidades de tratamentos antidepressivos disponíveis, porém, menos de 40% dos pacientes respondem a eles, além do fato de que, a longo prazo, esses medicamentos causam diversos efeitos colaterais. Os modelos animais são bastante convenientes no estudo da patofisiologia da depressão, no entanto, alguns aspectos importantes no desenvolvimento desse transtorno ainda são desconsiderados, como a neuroinflamação e a plasticidade sináptica. Este trabalho teve como objetivo, a caracterização de um modelo animal para o estudo da depressão pelo viés da inflamação, a partir de intervenções cirúrgicas de ligação e perfuração cecal, e visou a intervenção terapêutica com substâncias psicodélicas sintéticas da classe das fenetilaminas, 25H-NBOMe e 25H-NBOH. Para tanto, utilizou-se de testes comportamentais que prevêem o comportamento do tipo-depressivo em roedores, como os testes de escala de dor, do nado forçado e o teste de campo aberto na caracterização do modelo experimental, e também na resposta da administração das substâncias psicodélicas. Para avaliarmos o potencial alucinógeno destas substâncias, prosseguimos com o teste de torção da cabeça, o HTR. Além disso, foram desenvolvidos testes bioquímicos em coletas estruturas encefálicas dos animais pertencentes a este estudo, para a dosagem de proteínas e marcadores relacionados à neuroinflamação, à plasticidade sináptica e ao comportamento tipo-depressivo: a proteína fibrilar ácida da glia (GFAP), a proteína pós-sináptica de densidade 95 (PSD-95), e a sinaptofisina. A cirurgia CLP demonstrou resultado satisfatório na indução do comportamento do tipo depressivo em roedores, 7 e 14 dias após execução da técnica, e promoveu um aumento de GFAP no córtex pré-frontal de animais do grupo que passou pela sepse experimental 14 dias após esse processo; a substância psicodélica 25H-NBOMe demonstrou o seu potencial terapêutico do tipo antidepressivo frente à modulação de comportamentos anedônicos, como o aumento do tempo de imobilidade no teste do nado forçado, induzidos pelo nosso modelo experimental caracterizado para o estudo da depressão, e promoveu aumento da expressão de proteínas cujo déficit está relacionado à depressão: sinaptofisina e PDS-95. Estes resultados sugerem, pela primeira vez, o potencial antidepressivo de psicodélicos da família das fenetilaminas substituídas e podem contribuir para os avanços da Psiquiatria Experimental e Psicodélica.Item Acesso aberto (Open Access) Participação de neurotransmissores atípicos (endocanabinoides e sulfeto de hidrogênio) no comportamento doentio em ratos(Universidade Federal de Alfenas, 2020-10-22) Oliveira, Merelym Ketterym De; Paiva, Alexandre Giusti; Del Grande, Beatriz De Carvalho Borges; Branco, Luiz Guilherme De Siqueira; Cutti, Bruna Kalil; Souza, Giovane Galdino DeLipopolissacarídeo é um componente da parede celular de bactérias gram- negativas, o qual é reconhecido por células imunes. Injeções periféricas desta toxina são capazes de mimetizar uma infecção, gerando um processo inflamatório. Em resposta às alterações a nível imunológico e endócrino frente a um estímulo infeccioso-inflamatório, observamos mudanças comportamentais e termorregulatórias no animal, conhecidas como comportamento doentio. Diante deste quadro, agentes moduladores da resposta inflamatória desempenham um papel importante. O sistema endocanabinoide e o neurotransmissor gasoso, sulfeto de hidrogênio (H2S), considerados neurotransmissores atípicos, tem sido abordados por participarem de diversas atividades fisiológicas associadas à regulação da homeostase, contração vascular, efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes, antiapoptóticos, antidepressivos e ansiolíticos. Diante disso, o objetivo do presente estudo, foi avaliar a participação dos neurotransmissores atípicos nas alterações comportamentais e neuroimunes observadas durante o comportamento doentio. Inicialmente, selecionamos a dose de LPS, para tal, realizamos uma curva dose-resposta e através de testes comportamentais, selecionamos a dose de 200 µg/Kg para nosso estudo. Em seguida, os animais foram submetidos à estereotaxia e após sete dias, passaram por 2 partes distintas. Na Parte I, os animais receberam AM251 (antagonista de canabinóide), ou WIN55,212-2 (agonista de canabinóide), ou VDM (inibidor da recaptação de canabinóide), ou veículo (V) intracerebroventricular (i.c.v.) e 15 minutos após injetamos intraperitonealmente (i.p.) salina (S) ou LPS (200 µg/ Kg). Passadas duas horas, submetemos os animais aos testes de: campo aberto (CA), ingestão alimentar (IA) e nado forçado (NF). Os animais da Parte II, também passaram pelo procedimento cirúrgico e após sua recuperação (5-7 dias), receberam Na2S (doador de H2S), ou Aminooxiacetato (AOA, inibidor da enzima CBS) ou veículo (V) i.c.v. e imediatamente em seguida, injetamos i.p. salina ou LPS. Após duas horas, submetemos os animais dos testes de: campo aberto (CA), ingestão alimentar (IA), interação social (IS) e nado forçado (NF), porém nesta segunda parte, coletamos o plasma dos animais, a fim de quantificar as citocinas plasmáticas e uma estrutura encefálica, o córtex pré- frontal, visando realizar a técnica de Western Blotting, para quantificar a expressão de GFAP em animais pré-tratados com H2S ou AOA, durante a endotoxemia. Os animais da Parte I, apresentaram uma redução na ingestão alimentar nos grupos tratados com V+LPS, AM251+LPS e VDM+LPS em relação ao controle. Contudo, nos animais tratados com WIN+LPS, observamos um aumento da ingestão em relação ao grupo que recebeu V+LPS. Nos testes de CA e NF, apenas aqueles que receberam V+LPS e AM251+LPS apresentaram uma diferença significativa em relação ao grupo V+S, onde observamos redução da distância percorrida no aparato e aumento de tempo de imobilidade, respectivamente, o que nos permitiu sugerir que o sistema endocanabinoide, via receptores CB1, não participa da modulação do comportamento doentio. Já, nos animais da Parte II, o grupo tratado com V+LPS apresentou redução da distância percorrida e aumento do tempo de imobilidade no CA, redução do tempo de interação total na IS, aumento do tempo de imobilidade e redução do tempo de nado no NF e redução da ingestão alimentar em relação ao grupo V+S. Esse quadro também foi observado no grupo de animais que receberam AOA+LPS. Naqueles que receberam Na2S+LPS observamos aumento do tempo de interação total na IS, redução do tempo de imobilidade no NF e aumento da ingestão alimentar, contudo não notamos diferença significativa nos parâmetros analisados no CA, em relação ao grupo controle. Quanto às citocinas, TNF-α e IL1β, observamos um aumento de suas concentrações plasmáticas em todos os grupos quando comparados ao grupo controle. No que diz respeito à expressão de GFAP, notamos um aumento da expressão desta proteína nos grupos V+LPS e AOA+LPS, contudo o H2S foi capaz de prevenir o aumento da expressão de GFAP induzido pelo LPS. Estes resultados demonstram que o pré-tratamento com a Na2S (doador de H2S, i.c.v.), antes da aplicação i.p. de LPS, foi capaz de prevenir as alterações comportamentais e a ativação astrocitária frente ao desafio imunológico, nos permitindo sugerir que o sulfeto de hidrogênio pode influenciar a manifestação do comportamento doentio.Item Acesso aberto (Open Access) Participação dos receptores purinérgicos P2 no comportamento maternal e nas funções neuroendócrinas de ratas lactantes(Universidade Federal de Alfenas, 2018-05-02) Teodoro, Luciana Costa; Paiva, Alexandre Giusti; Moreira, Fabrício De Araújo; Leitão, Silvia Graciela Ruginsk; Uchôa, Ernane Torres; Pereira, Daniele Sirineu PereiraO comportamento materno consiste em uma série de comportamentos desempenhados pela mãe que auxiliam no desenvolvimento, no crescimento de seu filhote e na propagação de sua espécie. Estudos prévios têm demonstrado a participação de diversos neurotransmissores e neuromoduladores na modulação deste comportamento. Entretanto, até o momento, não tem sido estabelecida a participação dos receptores purinérgicos P2 no comportamento materno de roedores. Embora já tenha sido encontrada a vasta presença destes receptores P2 no sistema nervoso central e seu envolvimento em diversos processos, incluindo a secreção de neuropeptídeos hipotalâmicos envolvidos na lactação. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a participação destes receptores purinérgicos P2 nas respostas comportamentais (cuidados maternais e agressividade contra o intruso) e neuroendócrinas de ratas lactantes. Para esta avaliação foram utilizadas ratas entre o 6° e 7° dia de lactação submetidas à infusão central de veículo ou antagonistas não seletivo de receptores P2 (Suramin) ou antagonista de receptores P2X (PPADS) ou agonista de receptores P2X (α,βMeATP) 30 minutos antes de iniciar os experimentos. A microinjeção de antagonistas de receptores purinérgicos P2 alterou as respostas neuroendócrinas e comportamentais de ratas lactantes uma vez que reduziu os cuidados maternais assim com a ativação de neurônios em áreas fortemente envolvidas com este comportamento (área pré-óptica medial, bed nucleus da estria terminal e neurônios ocitocinérgicos no núcleo paraventricular e no núcleo supra-óptico); reduziu a concentração plasmática de ocitocina e o consumo de leite pelos filhotes; reduziu o comportamento agressivo assim como a ativação neuronal no núcleo ventromedial do hipotálamo, área hipotalâmica do ataque, área hipotalâmica anterior, amígdala medial e na porção ventro-lateral da substância periaqueductal. Entretanto, nenhuma alteração foi encontrada na atividade locomotora. Nossos resultados sugerem a participação dos receptores purinérgicos P2 nas respostas comportamentais e neuroendócrinas de ratas lactantes.Item Acesso aberto (Open Access) Resistência ao glucagon-like peptide-1 e à colecistocinina-8 em animais machos adultos superalimentados na fase neonatal(Universidade Federal de Alfenas, 2018-02-06) Marques, Sílvia Enes; Paiva, Alexandre Giusti; Germano, Carla Maria Ramos; Grasselli, Cristiane Da Silva Marciano; Brigagão, Maísa Ribeiro Pereira Lima; Paffaro Junior, Valdemar AntônioA ingestão calórica excessiva e o rápido ganho de peso durante o período pós-natal são fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade durante a idade adulta. Esse desfecho metabólico que resulta em ganho de peso corpóreo pode ser mediado por distúrbios endócrinos durante períodos críticos de desenvolvimento. Assim, esse trabalho propôs-se a avaliar a influência do glucagon-like peptide-1 (GLP-1) e da colecistocinina-8 (CCK-8) na homeostase energética em ratos machos adultos jovens (60 dias) superalimentados na fase neonatal, por redução no número de filhotes por ninhada (3 filhotes na ninhada reduzida (NR) vs 12 filhotes na ninhada normal(NN)). Os resultados obtidos no presente estudo demonstraram que a superalimentação na fase neonatal promoveu aumento de peso que perdurou até a fase adulta, aumento na deposição de gordura visceral (aumento de adipócitos em número e tamanho), dislipidemia, hiperleptinemia e alteração da homeostase glicêmica, incluindo o desenvolvimento de resistência à insulina. Além disso, os animais de ninhada reduzida (NR) apresentaram uma sensibilidade diminuída à noradrenalina, com menor elevação na temperatura corporal após a estimulação do tecido adiposo marrom (BAT) pelo agonista de receptor adrenérgico arterenol. Os animais NR foram resistentes à ação anorexigênica, hipoglicemiante, hiperinsulinêmica e termogênica do GLP-1. Para identificar os substratos neurais que poderiam estar envolvidos na mediação do efeito anorexígeno do GLP-1 periférico, foi avaliada a expressão de c-Fos em algumas estruturas de tronco cerebral (AP e NTS) e do encéfalo (CeA, PVN, ARC, DMH e VMH). A análise imuno-histoquímica de áreas cerebrais revelou um aumento no número de neurônios que expressam proteína c-Fos (indicador de ativação neuronal) em animais NN após a administração i.p de GLP-1. Não houve aumento na expressão de c-fos nos animais NR, indicando atenuação da sinalização central ao GLP-1. Resultados semelhantes foram encontrados para a CCK-8, i.e., animais NR apresentaram atenuação da resposta anorexigênica, termogênica, de atraso do esvaziamento gástrico e de ativação neuronal estimulada por esse hormônio. Este estudo fornece novas evidências que relacionam o sobrepeso apresentado pelos animais NR a menor responsividade ao GLP-1 e CCK-8, tanto na supressão do apetite, quanto na elevação do gasto energético via termogênese adaptativa promovida pelo tecido adiposo marrom, que se estabelecem em decorrência de um rearranjo morfofuncional de neurônios responsáveis pela homeostase energética. Estes dados apontam que o período pós-natal é crucial no estabelecimento do controle metabólico e neural da ingestão e do crescimento corpóreo. Considerando que a superalimentação precoce exerce efeitos duradouros capazes de reprogramar esses mecanismos reguladores é importante evitar o consumo de energia excessivo nesse período de desenvolvimento.Item Acesso aberto (Open Access) Respostas comportamentais e inflamatórias em ratos com sobrealimentação neonatal(Universidade Federal de Alfenas, 2016-12-01) Trigo, Ana Laura De Oliveira Carvalho; Paiva, Alexandre Giusti; Mecawi, André De Souza; Rorato, Rodrigo César; Azeredo, Eveline Monteiro Cordeiro De; Rodrigues, Maria RitaO ambiente perinatal é crucial para a programação metabólica e hormonal e a qualidade deste ambiente em roedores tem consequências fisiológicas e comportamentais em longo prazo. Condições desfavoráveis no período perinatal, época em que ocorre o desenvolvimento do sistema regulador do balanço energético podem reprogramar o metabolismo e ajustá-lo nesta condição por toda a vida. Um dos modelos experimentais de programação neonatal é obtido por meio da redução de ninhada, em que ninhadas são padronizadas para três ou quatro filhotes por mãe. O maior aporte nutricional em períodos precoces de desenvolvimento promove uma programação metabólica e os efeitos desta programação podem se estender durante toda a vida, com a sobrenutrição pós-natal levando à obesidade na vida adulta. Uma vez que os tecidos adiposos subcutâneo e abdominal são descritos como tecidos ativos na regulação de processos fisiológicos e patológicos, incluindo imunidade e inflamação torna-se importante avaliar se a sobrealimentação e o sobrepeso advindos da redução do tamanho da ninhada levam a alterações nas respostas comportamentais e inflamatórias em filhotes adultos. Em resposta ao lipopolissacarídeo, ratos machos adultos com sobrepeso de nosso estudo exibiram uma exacerbação das respostas comportamentais e aumento da febre, além de aumento nos níveis plasmáticos de corticosterona e de citocina pró-inflamatória IL-1β. Em conclusão, nossos resultados demonstram que o sobrepeso e suas consequências interferem na capacidade destes animais de reagirem ao desafio imunológico. Os experimentos foram desenvolvidos no Laboratório de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Alfenas.