A fabricação da cidade: a Lisboa Quinhentista segundo Damião de Góis e Francisco de Holanda
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Resumo
Este estudo tem como tema a “fábrica” da cidade de Lisboa em dois aspectos complementares, representados pela cidade material e pela cidade narrada em duas obras quinhentistas: Descrição da Cidade de Lisboa (1554), de Damião de Góis, e Da Fábrica que falece à cidade de Lisboa (1571), de Francisco de Holanda. Baseado nas referidas obras e considerando as transformações ocorridas na cidade neste período, o trabalho demonstra a importância da Expansão Marítima Portuguesa na configuração do espaço urbano, bem como a influência dos acontecimentos dos séculos XV e XVI, como as reformas religiosas e o Renascimento, na forma como a cidade nos é apresentada pelos autores. Assim, por sua posição como “cabeça” do Império, Lisboa constitui um rico exemplo de como os diversos agentes podem interferir e moldar o espaço urbano, de modo a atender a interesses diversos. Da mesma forma, a análise das referidas obras permite perceber a cidade enquanto intenção, como discurso panegírico e ideário renascentista, a refletir os principais aspectos que regiam a sociedade quinhentista. Assim, é importante que a cidade seja entendida como uma valiosa fonte documental, cujo estudo nos permite o reconhecimento das características de uma sociedade em diversos momentos históricos.