Brumadinho: o lodo da injustiça e o racismo ambiental silenciado

dc.contributor.advisorMilanés, Olga Alicia Gallardo
dc.contributor.authorOliveira, Ianque da Silva
dc.contributor.refereeRodrigues, Lora dos Anjos
dc.contributor.refereeSouza, Kellen Rocha de
dc.date.accessioned2025-12-12T17:05:50Z
dc.date.available2025-12-12T17:05:50Z
dc.date.issued2025-11-28
dc.description.abstractA tragédia de Brumadinho, ocorrida em 25 de janeiro de 2019, com o rompimento da Barragem I da Mina Córrego do Feijão , não foi um acidente geológico, mas o colapso de uma estrutura mantida operante conscientemente em nome da produção de minério. Esse evento constitui um marco trágico da exploração mineral brasileira e revela as contradições de um modelo econômico centrado na acumulação e no lucro em detrimento da vida. Mais do que um desastre técnico, o evento configura um crime socioambiental que evidencia a lógica de poder corporativo analisada por Achille Mbembe por meio das noções de necropolítica (o poder de ditar quem deve morrer) e brutalismo (a destruição como componente da produção). A partir de uma abordagem interdisciplinar e análise de material já publicado, este trabalho investiga como o capitalismo global e o extrativismo mineral produzem desigualdades ambientais e raciais, afetando de maneira desproporcional comunidades vulnerabilizadas, especialmente quilombolas, indígenas e ribeirinhas (um caso explícito de racismo ambiental ). Discute-se a fragilidade das instituições democráticas diante do poder econômico, à luz do conceito de democracia cosmética de Muniz Sodré, e a insuficiência das políticas de reparação. Como resultado, a pesquisa mostra que a catástrofe foi precificada pela empresa e que o Acordo de Reparação falhou em promover a justiça integral. Revela-se que o dinheiro da morte de 272 pessoas foi desviado para financiar projetos estaduais (como o Rodoanel) , configurando um desvio de finalidade moral. O estudo conclui que a poluição de 305 km do Rio Paraopeba atingiu desproporcionalmente populações negras/pardas (63.8% na Zona Atingida) e causou contaminação grave em crianças , ressaltando a urgência de superar o brutalismo corporativo e a necessidade de um novo paradigma que valorize a sustentabilidade, a equidade e a dignidade humana.
dc.description.abstract2The tragedy in Brumadinho, which occurred on January 25, 2019, with the collapse of Dam I at the Córrego do Feijão Mine, was not a geological accident, but the collapse of a structure that was deliberately kept in operation for the sake of ore production. This event constitutes a tragic milestone in Brazilian mineral exploration and reveals the contradictions of an economic model centered on accumulation and profit at the expense of life. More than a technical disaster, the event constitutes a socio-environmental crime that highlights the logic of corporate power analyzed by Achille Mbembe through the notions of necropolitics (the power to dictate who should die) and brutalism (destruction as a component of production). Using an interdisciplinary approach and analysis of previously published material, this work investigates how global capitalism and mineral extractivism produce environmental and racial inequalities, disproportionately affecting vulnerable communities, especially quilombolas, indigenous peoples, and riverine communities (an explicit case of environmental racism). It discusses the fragility of democratic institutions in the face of economic power, in light of Muniz Sodré's concept of cosmetic democracy, and the inadequacy of reparations policies. As a result, the research shows that the catastrophe was priced by the company and that the Reparation Agreement failed to promote full justice. It reveals that the money from the deaths of 272 people was diverted to finance state projects (such as the Rodoanel), constituting a deviation from moral purpose. The study concludes that the pollution of 305 km of the Paraopeba River disproportionately affected black/brown populations (63.8% in the Affected Zone) and caused severe contamination in children, highlighting the urgency of overcoming corporate brutalism and the need for a new paradigm that values sustainability, equity, and human dignity.
dc.description.additionalinformationCódigo verificador 1689696. Código CRC FA3BAEF7.
dc.description.physical31
dc.identifier.credential2021.2.24.048
dc.identifier.lattesAuthorhttp://lattes.cnpq.br/9505221863512858
dc.identifier.orcidAuthor0009-0009-2451-8051
dc.identifier.urihttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/3131
dc.language.isopt
dc.publisher.campiCampus Varginha
dc.publisher.courseBacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia
dc.publisher.departmentInstituto de Ciências Sociais Aplicadas
dc.publisher.initialsUNIFAL-MG
dc.publisher.institutionUniversidade Federal de Alfenas
dc.rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
dc.rights.creativeCommonsAttribution 3.0 Brazilen
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/
dc.subject.cnpqCiências Sociais Aplicadas
dc.subject.enEnvironmental justice
dc.subject.enEnvironmental racism
dc.subject.enGlobal capitalism
dc.subject.enExtractive economy
dc.subject.pt-BRJustiça ambiental
dc.subject.pt-BRRacismo ambiental
dc.subject.pt-BREconomia extrativista
dc.titleBrumadinho: o lodo da injustiça e o racismo ambiental silenciado
dc.typeinfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis

Arquivos

Pacote Original

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
TCP de Ianque da Silva Oliveira.pdf
Tamanho:
687.84 KB
Formato:
Adobe Portable Document Format

Licença do Pacote

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.89 KB
Formato:
Item-specific license agreed upon to submission
Descrição: