A Base Nacional Comum Curricular no Brasil contemporâneo: uma análise documental à luz da teoria crítica de Adorno
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Resumo
Nos últimos anos, um expressivo fenômeno político de extrema-direita emerge na sociedade brasileira, em particular, na esfera da Educação Básica, suscitando controvérsias em comunidades escolares e no campo das pesquisas em Educação. Notamos, particularmente, que o desfecho da elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2017, ocorreu ainda no alvorecer da experiência política e particularmente educacional que então colocamos em tela. Diante dessa conjuntura, realizamos uma análise do documento que estabelece as aprendizagens essenciais dos estudantes no decurso do Ensino Básico em todo o país: a BNCC. Averiguamos justamente se o conjunto oficial de diretrizes para as práticas escolares exercidas pelo corpo docente, perante crianças e adolescentes, fundamenta-se em uma perspectiva considerada emancipatória, nos contornos do quadro conceitual oferecido pela teoria crítica de Theodor Adorno, em razão de sua preocupação com o tema da emancipação no âmbito educacional. Em conclusão, destacamos que as emergentes forças sociais do neoliberalismo e do fascismo à brasileira balizaram a produção – e não uma determinação – das diretrizes pedagógicas que atualmente prescrevem o que deve ser ensinado à juventude no ofício da docência nas escolas públicas e privadas do país.