Efeitos da exposição repetitiva na fase neonatal a estímulo mecânico doloroso na hipersensibilidade de ratos adultos com neuropatia periférica
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Resumo
A exposição repetitiva de recém-nascidos a estímulos dolorosos pode afetar o desenvolvimento do sistema somatossensorial desses indivíduos, resultando em alterações na percepção e modulação nociceptiva no período pós-natal. Estudos pré-clínicos demonstraram que ratos expostos a estímulos dolorosos durante a fase neonatal, também apresentaram alterações nos seus limiares nociceptivos quando alcançaram a idade adulta. No entanto, não se sabe se a exposição repetitiva de ratos neonatos a estímulos dolorosos nocivos, pode afetar a dor crônica desencadeada por neuropatia periférica induzida nesses animais durante a fase adulta. O objetivo desse estudo foi investigar se a hiperalgesia desencadeada por neuropatia periférica induzida em ratos durante a vida adulta, é alterada quando esses animais são expostos à estímulos dolorosos repetitivos durante sua fase neonatal. Para isso, ratos Wistar machos e fêmeas durante suas duas primeiras semanas de vida foram expostos a estímulos dolorosos por meio de agulhadas (pinprick) ou a estímulos táteis inócuos na pata. Após 70 dias do nascimento (idade adulta), esses animais foram submetidos à constrição crônica (CCI) do nervo isquiático na pata traseira direita para a indução da neuropatia periférica, ou CCI-Sham (sem CCI). No dia anterior e após 21 dias da CCI ou CCI-Sham, os animais tiveram seus limiares nociceptivos mecânicos mensurados pelo teste de von Frey. A exposição repetitiva a estímulos mecânicos dolorosos do tipo pinprick na fase neonatal não alterou os limiares nociceptivos mecânicos na vida adulta de ratos machos e fêmeas, mesmo após lesão por constrição crônica do nervo isquiático. Embora todos os animais com neuropatia periférica apresentassem redução dos limiares nociceptivos ao longo do tempo (pronocicepção), não houve diferença entre os grupos que receberam ou não o estímulo doloroso neonatal. Esses dados indicam que, em ratos a termo, a dor neonatal não modifica significativamente a hipersensibilidade neuropática na vida adulta, sugerindo que os efeitos da dor precoce dependem do estágio de desenvolvimento do sistema nervoso.
