Canabinóides no tratamento da espasticidade associada a doenças neurológicas: uma revisão sistemática

Introdução: A espasticidade, caracterizada pelo aumento anormal do tônus muscular, é uma condição debilitante comum em doenças neurológicas, como esclerose múltipla, paralisia cerebral e acidente vascular cerebral (AVC). Essa condição afeta a qualidade de vida dos pacientes, causando dor e limitações funcionais. Tratamentos convencionais, embora utilizados, frequentemente oferecem alívio insuficiente e causam efeitos adversos. Recentemente, canabinoides como o tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD) demonstraram potencial terapêutico na redução da espasticidade, especialmente na esclerose múltipla. Objetivos: Esta pesquisa avaliou a eficácia dos canabinoides, focando nas combinações de THC e CBD, para o tratamento da espasticidade em diferentes doenças neurológicas, observando-se a redução do tônus, efeitos adversos e impacto na qualidade de vida dos pacientes. Justificativa: A busca por alternativas terapêuticas seguras para espasticidade é urgente, devido às limitações dos tratamentos atuais. Os canabinoides, apesar do potencial promissor, carecem de estudos padronizados quanto a dosagem e duração. Esta revisão sistemática preencheu parte dessas lacunas, fornecendo uma análise mais detalhada para o uso clínico. Metodologia: A revisão seguiu a estratégia PICO para selecionar estudos nas bases PubMed, ScienceDirect e Cochrane Library, incluindo artigos sobre canabinoides em doenças neurológicas associadas à espasticidade. Foram analisados desfechos como redução do tônus, segurança e qualidade de vida. Resultados: Dos 329 estudos triados, oito atenderam aos critérios de inclusão. Observou-se redução significativa na espasticidade com o uso de spray de THC, em doses médias diárias de 12,75 a 24,3 mg de CBD e 13,77 a 24,3 mg de THC. A maioria dos efeitos adversos foi leve ou moderada, e os pacientes relataram melhora na qualidade de vida. Conclusão: Os canabinoides, particularmente na combinação THC, mostraram-se eficazes e seguros no controle da espasticidade. Estudos adicionais são necessários para padronizar protocolos e expandir a investigação para outras doenças neurológicas.