Avaliação do perfil de saúde de trabalhadores rurais do município de Muzambinho – Minas Gerais

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Data

2020-09-18

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Universidade Federal de Alfenas

Resumo

Este estudo teve como objetivo principal avaliar o perfil de saúde de trabalhadores rurais do município de Muzambinho - MG, abrangidos pelas duas Estratégias de Saúde da Família (ESF) rural, identificando se as principais normas regulamentadoras estão sendo aplicadas, suas condições clínicas, hábitos de vida e alimentação. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, de base populacional e natureza descritiva. Os dados foram coletados na zona rural do município durante as visitas domiciliares, nas unidades e nos pontos de atendimento das ESFs, por meio da aplicação de formulário estruturado com 85 perguntas e amostragem de 285 trabalhadores rurais, no período de julho a dezembro de 2019. A população de estudo, predominantemente masculina e na faixa etária entre os 29 e 48 anos, casada, com ensino fundamental completo e com uma média de filhos de 1,76. A maioria labora em sítios. Foi verificado que acima de 40% dos trabalhadores estão com excesso de peso, média do IMC é de 26,29, acima de 50% da população de ambos os sexos nunca praticam atividade física, 38,95% ingerem bebida alcoólica, destes 64,86% as consomem semanalmente, 19,30% referem uso de tabaco e 5,26% utiliza/utilizou drogas ilícitas. Em relação às vacinas, 70,53% referem estar atualizadas. Quanto aos hábitos alimentares, a carne é o alimento mais consumido diariamente pelos trabalhadores (65,26%), seguida pelas folhas, verduras, leite e derivados. Do total de trabalhadores rurais, 49,44% são assalariados, possuem média de 11 anos de trabalho rural e laboram uma média de 43 horas semanais. Os trabalhadores que sofreram acidente de trabalho (20,70%), relataram ferimentos na cabeça (28,57%), reportaram a abertura da Comunicação de Acidente de Trabalho (58,33%), necessitaram de internação (33,33%), com uma ausência de 5,3 dias do trabalho. Os exames ocupacionais mais referidos pelos trabalhadores são os admissionais (44,24%), seguidos pelos exames periódicos (36,05%). Acima de 70% da população usam Equipamento de Proteção Individual (EPI), sendo bota, luvas e óculos os mais utilizados, 45,96% receberam treinamento para o uso e 66,67% conhecem quais EPIs devem ser utilizados para cada atividade e os têm disponíveis no ambiente de trabalho. A atividade a céu aberto é realizada por 89,12% da população, sendo que destes, 94,90% têm disponível e ingerem água potável e metade deles utilizam protetor solar. Dos 44,91 % trabalhadores que trabalham com agrotóxicos, 91,34% realizam sua manipulação de 2 a 4 vezes ao ano, destes 48,03% receberam treinamento e acima de 70% utilizam e realizam a lavagem do EPI após a utilização. Em relação aos animais peçonhentos, 84,21% dos trabalhadores referem fazer o reconhecimento, sendo a cobra, aranha e o escorpião os mais reconhecidos, dos 23,60% dos trabalhadores que sofreram acidente com animais peçonhentos, 40% foram com abelhas, 60% com caranguejo, aranha, cobra e escorpião, acima de 50% deles sabem as medidas de primeiros socorros em caso de acidentes e 90,18% encontraram algum tipo de animal peçonhento em seu ambiente de trabalho. Após os dados desta pesquisa, será possível desenvolver ações de saúde mais eficientes e efetivas para a promoção e a proteção de saúde dos trabalhadores rurais.



Palavras-chave

Enfermagem do Trabalho, Saúde do Trabalhador, População Rural, Acidentes de Trabalho, Equipamento de Proteção Individual, Animais Venenosos, Agroquímicos

Citação

DIAS, Natércia Taveira Carvalhaes. Avaliação do perfil de saúde de trabalhadores rurais do município de Muzambinho – Minas Gerais. 2020. 130 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, MG, 2020.