Incêndios severos reduzem a resiliência de florestas na Amazônia
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Resumo
As florestas tropicais apresentam certa capacidade de regeneração após distúrbios. No entanto, incêndios – que não fazem parte dos elementos naturais desse ecossistema –, especialmente os de alta severidade, ameaçam a capacidade das florestas de resistir à perturbações. Neste estudo, investigamos como a severidade do fogo influencia a resiliência florestal no arco do desmatamento no ecótono da Floresta Amazônica com o Cerrado brasileiros. Utilizando séries temporais do índice Kernel Normalized Difference Vegetation Index (kNDVI) (2001–2020), calculamos o coeficiente de autocorrelação do modelo regressivo de primeira ordem (AR(1)) como métrica de resiliência. Essa abordagem permitiu comparar áreas queimadas e não queimadas antes e depois dos incêndios, possibilitando medir a resiliência ao fogo nos períodos pré e pós-fogo. Para avaliar a severidade dos incêndios, utilizamos o Índice de Queimada Normalizada (NBR). A severidade foi calculada pela diferença de NBR entre os anos de 2009 e 2011, resultando no Delta NBR (dNBR). Empregamos modelos lineares e polinomiais para identificar como a severidade afeta a regeneração da floresta. Os resultados indicaram que áreas queimadas apresentaram uma redução significativa na resiliência, enquanto áreas não queimadas permaneceram estáveis. A severidade dos incêndios foi um fator determinante, apresentando uma relação não linear com a resiliência, sugerindo uma redução da resiliência à medida que a severidade aumenta. Esses resultados indicam que incêndios severos elevam o risco de transições irreversíveis como a conversão de florestas em ecossistemas abertos. Ressaltamos a urgência de políticas públicas que priorizem a prevenção de incêndios e a aproximação de florestas da Amazônia ao ponto de não retorno.
