“A rua é nossa”: formação política da militância negra nas jornadas de 2013 do Rio de Janeiro
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Resumo
A presente dissertação de mestrado faz parte da pesquisa nacional “Dimensões Educacionais das Jornadas de 2013: Pautas educacionais, experiências escolares e formação política de jovens em protesto”. Esta dissertação possui o objetivo de compreender, interpretar e descrever a formação política ofertada pelas Jornadas de 2013 para a militância negra que participou deste movimento social. São analisadas sete entrevistas realizadas no Rio de Janeiro. Esta pesquisa segue uma abordagem de pesquisa qualitativa, a fim de compreender profundamente as dinâmicas e ações desenvolvidas nas Jornadas de 2013. Entre os resultados, destacam-se divergências entre as pautas que mobilizaram pessoas negras e brancas para as Jornadas de 2013, apontando o privilégio branco como causador destas diferenças, o que também explica as diferenças na repressão policial durante as manifestações, mais violenta contra pessoas negras, fato não destacado pela militância branca. As Jornadas de 2013, além de publicizar as pautas já defendidas pelo movimento negro, formaram uma nova geração de militantes negras e negros que, através da participação nas Jornadas de 2013, tiveram um despertar para a política institucional. Em relação à formação política, encontramos que a militância negra viveu uma formação marcada pelo sofrimento carnal, enquanto a militância branca destaca uma formação academicista. A formação política propiciada pela participação nas Jornadas de 2013 é perpassada pela indignação, seja ela por ser uma pessoa negra em nossa sociedade e por esse motivo ter seus direitos sociais e civis negados, seja pela indignação que o racismo desperta em pessoas brancas privilegiadas que, com o pensamento crítico aflorado, anseiam por justiça social e a resolução de problemas sociais que não as afetam diretamente.
