Ocitocina sintética em partos vaginais e seus efeitos no binômio materno-fetal: uma revisão de escopo
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Resumo
A ocitocina é um hormônio produzido na neuro-hipófise que é fundamental para o parto e a amamentação, atuando na contração uterina e na ejeção do leite, além de ter influência no desenvolvimento de vínculos sociais e papel na regulação comportamental humana. Sua forma sintética é amplamente utilizada para tratar o atraso na progressão do trabalho de parto, sendo administrada em cerca de 41% dos partos no Brasil. No entanto, a administração exige cautela devido ao risco de efeitos adversos no binômio materno-fetal, como hipóxia fetal, hipertermia, hemorragia pós-parto, entre outros. Diante disso, o objetivo deste estudo foi mapear as evidências científicas sobre a administração de diferentes doses de ocitocina sintética em partos vaginais e seu impacto na saúde da mãe e do feto. Para isso, foi realizada uma revisão de escopo com artigos estudos experimentais, quase-experimentais, observacionais e qualitativos, além de estudos de revisão, cuja população deveria consistir em parturientes. Foram utilizados descritores como “Oxytocin”, “Labor”, “Obstetric” e “Treatment Outcome”, combinados por meio dos operadores booleanos AND e OR nas bases Medline (via PubMed) e LILACS (via Biblioteca Virtual em Saúde), Scopus, Cochrane Library, Web of Science e Cinahl. Os registros foram organizados e triados na plataforma Rayyan. A seleção envolveu leitura de títulos e resumos, seguida pela leitura na íntegra por duas revisoras independentes, com resolução de discrepâncias após reunião de consenso com um terceiro revisor. Dados como dose, frequência de administração e desfechos obstétricos foram extraídos e analisados com dupla checagem para minimizar vieses. O protocolo do estudo foi registrado na plataforma Figshare. O checklist PRISMA-ScR foi aplicado na organização do manuscrito. Foram identificados 9.463 registros e 18 foram incluídos no estudo. Observou-se que doses mais altas reduziram o tempo de trabalho de parto, mas aumentaram a hiperestimulação uterina e impactaram negativamente a amamentação. A administração precoce foi associada a maiores taxas de cesárea, enquanto o manejo adequado minimizou intervenções. O uso da ocitocina demanda protocolos seguros para equilibrar riscos e benefícios, sendo essencial a aplicação apenas em situações estritamente necessárias. Estudos futuros poderão aprofundar sua influência na saúde materno-fetal e neonatal, aprimorando diretrizes obstétricas, bem como aprimorar as diretrizes obstétricas e a tomada de decisão para a qualidade da díade materno-fetal.
