Estudo de área de risco para esquistossomose em região não endêmica do sul de Minas Gerais
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Resumo
Este trabalho apresenta a distribuição espacial da esquistossomose por meio das geotecnologias, visando melhor caracterizar a distribuição da prevalência da doença e de seus hospedeiros intermediários. O estudo foi realizado nos municípios de Guaranésia e Arceburgo MG, situados no Sul/Sudoeste do Estado de Minas Gerais. Está área é considerada não endêmica para esquistossomose, mas merece atenção pela presença dos hospedeiros intermediários e por importar mão de obra de trabalhadores de áreas endêmicas, o que resulta em risco para estabelecimento de focos de transmissão. Os procedimentos consistiram principalmente da execução de três etapas: i) realização de diagnósticos em trabalhadores, ii) campanhas de campo em busca de caramujos e iii) análise espacial a partir de dados de geotecnologias. Foram realizados 480 exames nos trabalhadores rurais utilizando-se 2 métodos para o diagnostico; Kato-Katz e Lutz/HPJ. A campanha de campo em busca de caramujos procurou abranger os principais pontos na área estudo. Para realização da análise espacial, foram utilizadas imagens Landsat-5/TM de 27/03/2011 e modelos digitais de elevação (MDEs) proveniente da Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). As imagens foram obtidas do catálogo de imagem do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e da Universidade de Maryland. O MDE foi obtido do catálogo da National Aeronautics and Space Administration (NASA). Com o modelo digital de elevação foi confeccionado o mapa hipsométrico a fim de caracterizar topograficamente a área de estudo. A elaboração do mapa de drenagem e demais recursos hídricos foi obtido com a vetorização desses elementos tendo como base o MDE e as imagens Landsat. Também foi realizada a elaboração do mapa de uso e ocupação do solo. Os locais onde foram encontrados caramujos e pessoas infectadas foram plotados espacialmente no mapa e foi utilizado o estimador de intensidade kernel. Na campanha de campo foram encontrados 7 focos do vetor B.tenagophila em Arceburgo, totalizando 752 caramujos. Não foi encontrado nenhum molusco infectado. O coeficiente geral de prevalência de enteroparasitos para Arceburgo e Guaranésia foi de aproximadamente 13,5 %, de um total de 480 pessoas, sendo 4,4 % somente para S. mansoni. Através da análise espacial foi possível identificar quatro “áreas quentes” de concentração de caramujos no município de Arceburgo: 3 na zona rural e uma na zona urbana do município, onde foi encontrada a maioria dos caramujos B. tenagophila. Com relação aos casos humanos, observou-se uma área concentrando todos os casos na zona rural de Guaranésia. Os resultados indicam uma tendência espacial para o risco de transmissão da esquistossomose na área de estudo.