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Submissões Recentes

ItemEmbargo
Amamentar: construção e validação de um aplicativo móvel para enfermeiros
(2025-11-14) Nóbrega, Marcela Souza; Moreira, Denis da Silva; Terra, Fábio de Souza; Silva, Mônica Maria de Jesus; Costa, Isabelle Cristinne Pinto Sampaio; Gradim, Clícia Valim Côrtes
A amamentação constitui uma fonte de proteção e benefícios para a saúde do binômio mãe-filho. Entretanto, dificuldades no início dessa prática podem levar ao desmame precoce, tornando o puerpério uma fase propícia para a oferta de assistência qualificada. Diante desse cenário, o uso de aplicativos móveis surge como estratégia inovadora para apoiar decisões clínicas, promover a educação permanente e qualificar a assistência. O presente estudo teve como objetivo construir e validar um aplicativo móvel sobre amamentação destinado a enfermeiros. Trata-se de um estudo metodológico de produção tecnológica, orientado pelo referencial Design Instrucional Contextualizado, desenvolvido em quatro fases: análise, design e desenvolvimento, implementação e avaliação. O processo ocorreu em duas etapas: revisão integrativa e construção e validação do aplicativo móvel. Para a validação, participaram juízas com expertise em amamentação e juízes da área de Tecnologia da Informação e Comunicação, selecionados segundo o modelo de validação de Fehring. Foram utilizados dois instrumentos: o Instrumento de Validação de |Conteúdo Educativo em Saúde e o Formulário de Avaliação da Qualidade segundo a ISO/IEC 25010:2011. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alfenas, Minas Gerais, sob Parecer nº 6.867.286. O aplicativo recebeu o nome “AMAMENTAR”. Foi desenvolvido com base em conteúdos científicos atualizados. Seu desenho foi organizado para garantir estética simples e objetiva, estruturada em menus, submenus e páginas. A validação de conteúdo, realizada por sete juízas com expertise em amamentação, demonstrou índice de concordância satisfatório (≥80%), com exceção do item “tamanho do texto”, que apresentou valor próximo ao esperado. As sugestões de melhoria foram de caráter construtivo e visam o aprimoramento da versão final. Na avaliação da qualidade, conduzida por sete enfermeiras e sete especialistas em tecnologia, o aplicativo atingiu níveis satisfatórios, com todas as características acima de 70%, de acordo com o valor estabelecido. O aplicativo insere-se no contexto das políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Em consonância com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, que orientam a amamentação exclusiva até os seis meses e continuada até dois anos ou mais, o aplicativo busca apoiar a tomada de decisão clínica e favorecer a educação permanente dos enfermeiros. No âmbito nacional, alinha-se às diretrizes do Ministério da Saúde, como a Política Nacional de Aleitamento Materno e a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, ao oferecer recursos técnicos e educativos que ampliam o acesso à informação e promovem condutas assistenciais seguras e humanizadas. Também dialoga com os princípios da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, fortalecendo a capacitação das equipes de saúde e o vínculo mãe-filho. Assim, o aplicativo “AMAMENTAR” representa uma inovação tecnológica e científica para a enfermagem, com potencial de replicação em outras áreas da saúde. Trata-se de uma ferramenta educativa que disponibiliza informações baseadas em evidências científicas, o que favorece a tomada de decisão clínica e a educação permanente em saúde. Embora direcionado aos enfermeiros que atuam na prática da amamentação, apresenta potencial de uso por outros profissionais da área.
ItemAcesso aberto (Open Access)
Assistência estudantil no CEFET-MG no período 2007 a 2024: avanços, desafios e possibilidades
(2025-11-28) Costa, João França da; Moreira, Vinicius de Souza; Martins, Simone; Pereira, Lidia Noronha
O presente estudo teve como objetivo analisar a trajetória da política pública de assistência estudantil no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), no período de 2007 a 2024. Observa-se que grande parte dos estudos sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) ainda se concentra nas universidades federais, o que restringe a compreensão das particularidades, dos desafios e das estratégias adotadas por outras instituições da Rede Federal, como os Institutos Federais e os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), revelando uma lacuna importante na literatura. O arcabouço teórico-conceitual que deu sustentação a esta pesquisa consistiu nos estudos sobre políticas públicas, especialmente a abordagem que compreende o policymaking a partir da interação entre instituições, atores e ideias (Howlett; Ramesh; Perl, 2013). Quanto aos aspectos metodológicos, adotou-se uma abordagem mista, com análise qualitativa de conteúdo categorial aplicada a documentos institucionais e a análise quantitativa descritiva de dados sobre matrículas, auxílios estudantis, refeições servidas e alocação de recursos do PNAES. Os resultados demonstraram avanços importantes na estruturação da assistência estudantil no CEFET-MG, destacando-se a criação de instâncias institucionais dedicadas à gestão da política, a ampliação dos programas ofertados e o alinhamento progressivo às diretrizes nacionais. Verificou-se, ainda, um crescimento expressivo no número de estudantes atendidos, no volume de recursos investidos e na oferta de refeições, especialmente entre 2007 e 2019, ainda que o cenário recente tenha sido impactado por restrições orçamentárias. Constatou-se, por fim, que a política pública de assistência contribuiu para a democratização do acesso e a permanência dos estudantes, sendo reconhecida como direito e como componente essencial do projeto educacional da instituição. A pesquisa contribui ao ampliar o entendimento sobre a implementação do PNAES fora do contexto universitário, ao evidenciar as capacidades institucionais desenvolvidas pelo CEFET-MG e os desafios enfrentados para garantir equidade e inclusão. Além disso, oferece subsídios para o aperfeiçoamento das políticas de permanência estudantil e para o fortalecimento da Rede Federal como um todo
ItemEmbargo
Investigação do potencial quimiopreventivo de Solanum paniculatum L. em roedores: comparação entre as apresentações em farinha, conserva e branqueada congelada
(2025-08-08) Andrade, Carla Maria de; Oliveira, Pollyanna Francielli de; Lima, Ildercílio Mota de Souza; Vidigal, Fernanda de Carvalho
Solanum paniculatum L. (Jurubeba) é uma espécie vegetal, popularmente utilizada para tratar distúrbios hepáticos e gástricos. De sabor amargo, os frutos são utilizados na culinária regional em forma de conserva em pratos salgados, cozidos ou servidos como aperitivos. Embora amplamente conhecida e utilizada, estudos científicos que explorem as propriedades antioxidantes e quimiopreventivas são escassos. Neste sentido, este estudo investigou, os efeitos genotoxicológicos e antioxidantes de diferentes apresentações da S. paniculatum L.: farinha (SPF), conserva (SPC) e branqueada congelada (SPBC). O teor de compostos fenólicos (TPT) e flavonoides totais (TFT) foi determinado espectrofotometricamente utilizando os ensaios de Folin-Ciocalteu e cloreto de alumínio, respectivamente. O potencial antioxidante foi avaliado pelos métodos ABTS•+ e DPPH. In vivo, camundongos Mus musculus receberam alimentação suplementada com 0,70 g, 0,35 g e 0,17 g/kg de peso corporal (pc) de SPF, SPC e SPBC, preparadas diariamente, durante 7 dias. Uma gota de sangue periférico foi coletada da cauda dos roedores após 48 horas e 7 dias de tratamento para investigar a mutagenicidade. No 8º e 9º dia, o agente mutagênico doxorrubicina [DXR, 10 mg/kg pc, via intraperitoneal (ip)] foi administrado e após 24 horas, os animais foram eutanasiados e a medula óssea foi coletada para avaliação do efeito protetor. Células hepáticas foram coletadas utilizadas para quantificação da catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD). Os níveis de glicose no sangue foram medidos antes e ao final do período experimental, enquanto a toxicidade foi monitorada por meio da avaliação do consumo alimentar e hídrico, ganho ou perda de peso corporal. A SPF apresentou a maior atividade antioxidante, com valores significativamente superiores nos ensaios ABTS•+ (201,12 ± 14,18 μmol ET/g) e DPPH (149,23 ± 5,14 μmol ET/g), enquanto SPC e SPBC exibiram atividades muito menores e semelhantes. De forma consistente, a SPF também mostrou maiores teores de TPT (570,27 ± 14,07 mg EAG/g) e TFT (25,19 ± 0,80 mg EC/g) em comparação às demais preparações. O consumo de SPF, SPC e SPBC não promoveu alterações hematológicas ou genotóxicas, uma vez que não foram observadas modificações significativas na razão de eritrócitos policromáticos pelo total de eritrócitos, nem aumento na frequência de EPCMNs no sangue periférico. As três apresentações reduziram significativamente a frequência de EPCMNs na medula óssea frente ao dano induzido por DXR, sugerindo efeito antimutagênico. Na análise da razão de EPCs pelo total de eritrócitos, observaram-se aumentos nas doses de 0,17 e 0,35 g/kg/pc de SPF e na dose de 0,70 g/kg/pc de SPC em combinação com a DXR, compatíveis com resposta eritropoiética à perda ou destruição de eritrócitos. Para SPBC, não ocorreram alterações significativas. No tecido hepático, a quantificação de SOD e CAT revelou aumento significativo e dose-dependente nas três preparações e em todas as doses avaliadas. Para a CAT, em SPF, as doses de 0,17 e 0,70 g/kg/pc + DXR apresentaram valores superiores ao controle negativo. Esses achados sugerem que o potencial quimiopreventivo da jurubeba pode estar relacionado, pelo menos em partes, à sua capacidade de modular as defesas antioxidantes endógenas.
ItemAcesso aberto (Open Access)
Enriquecimento ambiental: efeito transitório em macacos-prego
(2025-12-08) Souza, Luiza Liboni de; Oliveira, Lavínia de; Cunha, Rogério Grassetto Teixeira da; Silva, Vinícius Xavier da; Maia, Ana Carolina Resende
A manutenção de animais selvagens em cativeiro é fundamental para a conservação de espécies, mas frequentemente resulta no aumento de comportamentos atípicos e indicativos de estresse devido às condições distintas das encontradas na natureza. O enriquecimento ambiental é uma estratégia para promover estímulos cognitivos e físicos aos animais, para reduzir comportamentos indicativos de estresse e promover comportamentos naturais da espécie. O presente estudo avaliou os efeitos de quatro tipos de enriquecimento: pamonha de alface, bolso surpresa, gelatina e picolé, sobre o comportamento de dois macacos-prego (Sapajus spp.) cativos no Parque Multicultural em Sustentabilidade de Alfenas, MG. A análise comportamental foi realizada antes, durante e após a aplicação dos enriquecimentos, considerando tanto comparações de curto prazo (20 minutos antes e depois de cada atividade) quanto de longo prazo. Os resultados indicaram redução significativa no curto prazo na frequência de comportamentos indicadores de estresse, como vigilância, pacing e coçar-se para os seguintes enriquecimentos: pamonha e gelatina, o que sugere que alguns enriquecimentos foram eficazes em modular o comportamento imediatamente após sua inserção. Também houve aumento de comportamentos naturais, como manipulação de alimentos e forrageamento. No entanto, a longo prazo, observou-se aumento na duração e frequência de alguns comportamentos relacionados ao estresse, além da não manutenção das reduções observadas, indicando que os efeitos positivos do enriquecimento não se mantiveram ao final das intervenções. A variabilidade entre os diferentes enriquecimentos e entre os dois indivíduos sugere forte influência de fatores intrínsecos, como personalidade e histórico de manejo, além de fatores externos, como a presença de animais de vida livre e outros distúrbios no ambiente. Embora os enriquecimentos utilizados tenham promovido efeitos imediatos positivos no bem-estar dos macacos-prego, sua aplicação por um período curto (12 dias) não foi suficiente para reduzir o estresse em longo prazo. Assim, reforça-se a importância da utilização contínua e variada de enriquecimentos ambientais, bem como da personalização das atividades conforme as características individuais dos animais.
ItemAcesso aberto (Open Access)
Ensaios ecotoxicológicos aplicados a efluentes tratados por membranas modificadas
(2024-08-28) Nehme, Thaina Menegheti; Barbosa, Sandro; Figueiredo, Eduardo Costa de; Moura, Rafael Brito de
A disponibilidade de água tratada é vital para a saúde pública, porém sua gestão é deficiente. Há preocupação com efluentes domésticos e industriais, que contêm contaminantes emergentes difíceis de degradar e detectar por testes físico-químicos, sendo muitas vezes resistentes aos métodos convencionais de tratamento, retornando às águas superficiais. Nesse contexto, embora membranas de osmose reversa sejam eficazes, têm custos elevados e vida útil limitada, sendo descartadas em aterros sanitários. Reciclar essas membranas em membranas de ultrafiltração é uma alternativa sustentável, mas requer testes biológicos para garantir eficiência na remoção de toxicidade, especialmente de compostos emergentes. O objetivos deste estudo é avaliar a eficiência na remoção da toxidade de amostras ambientais contendo resíduos de fármacos após tratamento por membranas de ultrafiltração recicladas e modificadas. Para tal, as amostras contendo uma mistura dos fármacos betametasona, cetoprofeno, fenofibrato, fluconazol, loratadina e prednisona que foram tratadas pelas membranas modificadas com dióxido de titânio (TiO2) e óxido de grafeno (GO). Os diferentes componentes das amostras (alimentação, concentrado e permeado) foram submetidos a bioensaios utilizando organismos de diferentes níveis tróficos: Aliivibrio fischeri e Allium cepa. Nos bioensaios com as bactérias luminescentes, a toxicidade foi avaliada pela intensidade da bioluminescência dos organismos, enquanto nos bioensaios com A. cepa incluíram parâmetros fitotécnicos, parâmetros citogenotóxicos e quantificações bioquímicas. Para os testes com as bactérias, as amostras de permeado demonstraram hormesis, sugerindo que todas as membranas testadas foram eficazes no tratamento. Porém, a membrana com menor toxicidade no concentrado (membrana M3 modificada com TiO2-GO e fotocatálise), mostrou melhor desempenho, considerando que o concentrado requer tratamento adicional. Em relação aos ensaios com A. cepa, não foi observada toxicidade para parâmetros fitotécnicos. No entanto, houve um aumento na expressão de peróxido de hidrogênio e da enzima superóxido dismutase (SOD) nos concentrados, com maiores valores no concentrado da M3, indicando que o estresse está sendo mitigado pelo sistema antioxidante da plântula. Já para a análise citogenotóxica, não foi observado efeito sobre o índice mitótico, mas registrou-se maiores frequências de anormalidades clastogênicas e aneugênicas para o permeado da membrana 3 (M3). Os resultados obtidos, sugerem que as membranas de ultrafiltração recicladas e modificadas estão tratando efetivamente os contaminantes emergentes.