Mestrado em Ciências Ambientais
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2647
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Navegando Mestrado em Ciências Ambientais por Orientador(a) "Hasui, Érica"
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Item Acesso aberto (Open Access) A diversidade de respostas das aves, cobertura florestal e sazonalidade das chuvas como principais fatores que afetam a resiliência da paisagem(Universidade Federal de Alfenas, 2019-11-01) Oliveira, Marina Pereira Souza De; Hasui, Érica; Diniz , Milena Fiuza; Ribeiro, Milton CezarA r esiliência da s fl ores tas tropicais é influenciada pela variação temporal e espacial dos fatores bióticos e abióticos . Identificar qual c onjunto de fatores contribui mais para a resiliência é importante para avaliar a estabilidade das florestas sob recentes pressões ant rópi cas, co mo perda de habitat e fragmentação. Dessa forma, n osso objetivo foi determinar os principais fatores e interaçõe s que influenciam a resiliência da paisagem na Mata Atlântica e como esse processo ecossistêmico afeta a diversidade fun cional das av es. Util iza mos análises de caminhos usando modelos lineares g eneralizados para avaliar os efeitos diret os e indiretos da sa zonalidade da chuva, fertilidade do solo, cobertura florestal e diversidade de respostas de aves na resiliência. Estimam os a resiliên cia atra vés da variação e quantidade de biomassa vegetal entr e os anos de 2000 e 2016, dada pelo Índice de Diferença de Veg etação Normalizado (NDVI). Nossos melhores modelos mostraram a influência da cobertura florestal e da sazonalidade das c huvas na resi liên cia da paisagem. Nossos resultados destacam a fragilidade de áreas a oeste do bioma da Mata Atlânti ca, que estão relaci onadas à uma alta sazonalidade no regime de chuvas e à baixa quantidade de floresta nativa na paisagem. Neste caso, área s a oeste do biom a sã o a s que mais necessitam de uma restauração ativa a f im de melhorar a resiliência, uma vez que são áreas ambientalm ente mais frágeis. A diversidade de resposta das aves onívoras também influenciou fortemente na resiliência da paisagem. A alta diver sida de d e r esposta deste grupo permite que as espécies prospe rem mesmo sob mudanças ambientais. Por ser em espécies generali stas de dieta e habitat, são mais resistentes a tais mudanças e devido a isso, suas funções ecológicas são mantidas. Des sa forma, des taca mos tam bém a importância de um manejo que vise a conserva ção de determinados grupos funcionais ao i nvés da quantidade d os mesmos. Sendo assim, é importante pensar em estratégias de conservação que levam em consideração o conjunto de caract erísticas fun cion ais das espécies, que sejam relevantes para o processo de dispersão e regeneração.Item Acesso aberto (Open Access) A pirodiversidade se aplica às florestas tropicais? Os efeitos dos incêndios sobre as taxocenoses e guildas tróficas das aves da Mata Atlântica(2024-08-30) Godoy, Ederson José de; Hasui, Érica; Maure, Lucas Andrigo; Silva, Vinícius Xavier daPesquisas recentes destacam a variabilidade espacial e temporal inerente à dinâmica o fogo, oferecendo um mosaico de manchas florestais com diferentes estágios de sucessão, níveis de distúrbio e até novos ecossistemas (referidos como pirodiversidade). Para testar se esse fenômeno também ocorre na Mata Atlântica, realizamos levantamentos de aves em 15 paisagens na Mata Atlântica do sudeste do Brasil. Selecionadas de modo a formar um gradiente de pirodiversidade e cobertura de refúgios de fogo. Nosso estudo examinou a influência da pirodiversidade na riqueza de espécies de guildas de aves e se a cobertura de refúgios florestais poderia influenciar essa relação. Utilizamos modelos lineares generalizados mistos para examinarmos as relações entre pirodiversidade, cobertura de refúgios de fogo e riqueza de espécies em guildas de aves. Nossos resultados destacaram a importância da cobertura de refúgios de fogo como um fator crucial para a riqueza de espécies nas principais guildas, abrangendo espécies onívoras, insetívoras e frugívoras. O estudo revelou interações antagônicas entre a cobertura de refúgios de fogo e a pirodiversidade nas guildas onívora e frugívora, sugerindo que o impacto positivo da cobertura de refúgios de fogo pode diminuir sob níveis mais altos de pirodiversidade. Consequentemente, embora alta pirodiversidade possa aumentar a diversidade de habitats, uma cobertura insuficiente de refúgios de fogo pode reduzir seus benefícios para certas espécies, resultando em menor riqueza de espécies nas paisagens afetadas. Nosso trabalho também demonstrou sensibilidade dos insetívoros de sobosque que são afetados diretamente pelos incêndios. Essas aves possuem pouca mobilidade, são territorialistas e buscam seus recursos e refúgios próximo ao solo, onde o fogo em qualquer magnitude atinge diretamente. Por fim, esperávamos que os insetívoros de tronco fossem beneficiados pelos incêndios o que não ocorreu. Compreender essas dinâmicas em ecossistemas sensíveis ao fogo é fundamental para a conservação da biodiversidade e resiliência ecológica, especialmente considerando que 19% da riqueza de espécies, incluindo espécies ameaçadas e endêmicas com distribuições restritas, foram exclusivas de manchas florestais não queimadas. Assim, pela compreensão da complexa interação entre essas variáveis, podemos propor planos de manejo e de contenção dos incêndios para atenuar ou sanar os efeitos dos incêndios e criar estratégias de conservação de espécies sensíveis e seus habitats.Item Embargo Fire disturbance and habitat loss shape dietary trait shifts in tropical forest bird communities through environmental filtering and limiting similarity(2025-02-26) Silva, Bianca Dinis da; Hasui, Érica; Morante Filho, José Carlos; Pizo, Marco AurélioIncêndios florestais e a perda de habitat são fatores-chave nas mudanças de biodiversidade em florestas tropicais, mas seus efeitos combinados sobre características funcionais ainda são pouco compreendidos. Neste estudo, investigamos como a severidade do fogo, a extensão queimada e a cobertura florestal afetam conjuntamente as características alimentares de aves em 15 paisagens da Mata Atlântica, no Brasil, cada uma contendo áreas pareadas de floresta queimada e não queimada (total de 30 unidades amostrais). As aves foram amostradas por meio de contagens por ponto padronizadas, e a composição funcional foi avaliada com base em dados contínuos de dieta, utilizando médias e variâncias ponderadas pela comunidade (CWM e CWV). As métricas foram calculadas com uma abordagem de reamostragem não paramétrica, e os efeitos das variáveis ambientais foram testados por meio de modelos lineares generalizados mistos (GLMMs). Nossos resultados mostram que tanto a média quanto a variabilidade das características alimentares foram afetadas pela perturbação causada pelo fogo, com respostas fortemente moduladas pela cobertura florestal. Observamos efeitos sinérgicos e não aditivos, especialmente nas interações entre severidade/extensão do fogo e cobertura de habitat. Sob alta severidade do fogo e baixa cobertura florestal, ocorreu convergência de características, com menor variabilidade no consumo de frutos, néctar e invertebrados, sugerindo forte filtragem ambiental. Essas condições favorecem espécies generalistas e reduzem a presença de especialistas associados a microhabitats estruturais complexos. Por outro lado, o consumo de sementes apresentou padrões opostos: tanto a média quanto a variância aumentaram em florestas queimadas, indicando maior diversidade de estratégias alimentares e possível atuação de processos como similaridade limitante. Esse padrão pode estar associado ao aumento na disponibilidade de sementes após o fogo, devido à regeneração de espécies pioneiras e herbáceas. Em paisagens com maior cobertura florestal, também foi observado aumento na variabilidade do consumo de invertebrados sob extensões moderadas de fogo, indicando que ambientes mais heterogêneos podem favorecer diferentes tipos de forrageamento. Em conjunto, nossos resultados indicam que processos de filtragem ambiental e divergência funcional não são mutuamente exclusivos, mas coexistem ao longo de gradientes de perturbação, dependendo do traço funcional analisado e do contexto da paisagem. Este estudo reforça o valor de abordagens baseadas em características para detectar respostas ecológicas além da simples contagem de espécies, revelando mecanismos mais profundos de montagem de comunidades. Destacamos, ainda, a importância de integrar estratégias de manejo do fogo com a conservação da cobertura florestal para promover a resiliência funcional das comunidades em florestas tropicais propensas a incêndios.