O uso de tecnologias digitais educacionais para o favorecimento da aprendizagem matemática e inclusão de estudantes com transtorno do espectro autista em anos iniciais de escolarização
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Resumo
Através de um estudo de caso qualitativo, este trabalho buscou compreender as contribuições das Tecnologias Digitais Educacional para a aprendizagem matemática e inclusão de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) inseridos nos primeiros anos de escolarização. Os dados da pesquisa foram produzidos a partir de registros em vídeo dos encontros com dois alunos com TEA e anotações em um caderno de campo e reuniões semanais com seus professores regulares. Os participantes estavam incluídos em diferentes escolas regulares e encontravam-se no processo inicial de alfabetização. Além disso, estavam iniciando seu contato com a matemática escolar. Durante vinte e quatro encontros individuais semanais, foram desenvolvidas atividades pedagógicas relacionadas à matemática em um ambiente de aprendizagem baseado em tecnologias digitais. Para a organização dos dados utilizaram-se as ferramentas de análise de vídeo propostas por Powell (2015). A análise foi feita por meio da triangulação, organização e comparação de tudo o que foi produzido através dos diferentes instrumentos utilizados e culminou na construção de núcleos de significação. Esse processo foi baseado na perspectiva vygotskyana e foi realizado em três etapas: a definição dos pré-indicadores, dos indicadores e a construção e análise dos núcleos de significação e seus indicadores finais. Os resultados deste estudo indicam avanços obtidos na aquisição de conceitos matemáticos no campo da álgebra e da geometria, bem como as ressignificações feitas pelos participantes da pesquisa que possibilitaram avanços em sua zona de desenvolvimento proximal. Além disso, indicam um favorecimento para sua inclusão e o combate de práticas de microexclusões no ambiente escolar, tendo como fundamento os princípios da teoria histórico-cultural de Vygotsky, especialmente no que diz respeito aos processos de mediação e compensação. Conclui-se que o desenvolvimento de um trabalho pedagógico mediado pelo uso de tecnologias , juntamente com a mediação docente, pode favorecer a prática de ações inclusivas para que as singularidades do aluno com TEA não sejam motivos de sua exclusão no ambiente escolar.
