Estudo comportamental dos efeitos do consumo de 2,4-D (Diclorofenoxiacético) em camundongos prenhes e no desenvolvimento físico e neurológico inicial de suas proles
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Resumo
O ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) é um dos pesticidas mais utilizados mundialmente, empregado como herbicida de pré e pós-emergência no controle de ervas daninhas em diversas culturas. A exposição ocorre por contato ocupacional e pelo consumo de água e alimentos contaminados. Estudos com ratos expostos cronicamente ao 2,4-D mostraram efeitos negativos como doenças neurológicas, imunotoxicidade e distúrbios reprodutivos, incluindo alterações na motilidade e morfologia dos espermatozoides. Pesquisas com embriões de aves (Gallus gallus domesticus) também indicaram toxicidade pré-natal, especialmente na concentração de 30 μm/L, limite permitido pela legislação brasileira. Contudo, ainda são escassas as evidências sobre os mecanismos de toxicidade e seus efeitos nos períodos pré e pós-natal de diferentes espécies. Assim, este estudo investigou os efeitos do 2,4-D em possíveis alterações comportamentais de fêmeas prenhes e no desenvolvimento de suas proles. Fêmeas Swiss foram acasaladas e tratadas com duas concentrações do herbicida via gavagem durante a gestação. No 10º dia de gestação, foram avaliadas por testes comportamentais (labirinto em Y, barras paralelas e labirinto em cruz elevado) e mantidas até o termo. Também foram analisados o tempo gestacional, peso, tamanho das ninhadas e o desenvolvimento inicial da prole. Os resultados mostram que, embora a exposição gestacional tenha afetado principalmente a capacidade motora das fêmeas, o 2,4-D comprometeu o desenvolvimento físico, o ganho de peso e o crescimento de filhotes machos e fêmeas, além de alterar o desenvolvimento neurológico de machos. O estudo reforça a necessidade de revisões dos limites de exposição ao herbicida e de novas investigações sobre seus mecanismos toxicológicos, podendo subsidiar futuras restrições ao seu uso agrícola no Brasil.
