Efeitos do programa de reabilitação cardiopulmonar na Fibrose Pulmonar Pós-COVID-19: estudo de caso
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Resumo
Introdução: A Síndrome Pós-COVID-19 é marcada por várias manifestações clínicas novas, recorrentes ou persistentes, sendo a fibrose pulmonar uma das mais preocupantes para o sistema respiratório, pelo caráter debilitante e progressivo. Objetivo: Analisar os efeitos do programa de reabilitação cardiopulmonar em uma paciente com Fibrose Pulmonar Pós COVID-19. Metodologia: Trata-se de estudo de caso, de paciente do sexo feminino, com idade de 56 anos, com Fibrose Pulmonar Pós-COVID-19, avaliada antes e após um programa de reabilitação de seis meses, por: Escala de Disfunção Pós-Covid (PCFS), Escala de Dispneia do Medical Research Council Modificada (mMRC), Escala de Fadiga de Chalder (CFQ-11), Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), Teste de Sentar e Levantar (TSL), Força de Preensão Palmar (FPP), Pico de Fluxo Expiratório (PFE), Força Muscular Respiratória (FMR), Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), Índice de Gravidade de Insônia (IGI) e Questionário EQ-D5 para Qualidade de Vida. Resultados: Houve redução do grau de disfunção pós-covid (PCFS 3 x 2), da dispneia (mMRC 3 x 1 pontos) e da fadiga (CFQ-11 9/18 x 1/8 pontos), com estabilização da distância no TC6 (330,75 x 346,28 metros), mas sob uso de oxigênio suplementar e, apesar de maior TSL (16 x 24 repetições), com a manutenção da força muscular periférica (FPP 21 x 20 kgf) e inspiratória (PIMáx -60 x -60 cmH2O), ligeira queda da força expiratória (PEMáx 80 x 60 cmH2O) e aumento do pico de fluxo expiratório (PFE 120 x 250 litros/min). A qualidade do sono permaneceu ruim (PSQI 13 x 13 pontos; IGI 16 x 14 pontos) e a qualidade de vida melhorou para os domínios atividades habituais e ansiedade/depressão, não alterou para dor e piorou para mobilidade. Conclusão: O programa de reabilitação foi favorável para redução dos sintomas persistentes (dispneia e fadiga) e recuperação da funcionalidade nas atividades diárias, a despeito da dessaturação assintomática ao esforço na caminhada, o que requer investigação clínica, assim como os fatores relacionados ao sono e dor, como o quadro reumatológico. Ademais, a força muscular sem ganhos, somada aos demais achados, justificam a continuidade da reabilitação e de outras investigações, refletindo a repercussão tardia e multissistêmica da COVID-19.
