Investigação do potencial quimiopreventivo de Solanum paniculatum L. em roedores: comparação entre as apresentações em farinha, conserva e branqueada congelada

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Data

2025-08-08

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Resumo

Solanum paniculatum L. (Jurubeba) é uma espécie vegetal, popularmente utilizada para tratar distúrbios hepáticos e gástricos. De sabor amargo, os frutos são utilizados na culinária regional em forma de conserva em pratos salgados, cozidos ou servidos como aperitivos. Embora amplamente conhecida e utilizada, estudos científicos que explorem as propriedades antioxidantes e quimiopreventivas são escassos. Neste sentido, este estudo investigou, os efeitos genotoxicológicos e antioxidantes de diferentes apresentações da S. paniculatum L.: farinha (SPF), conserva (SPC) e branqueada congelada (SPBC). O teor de compostos fenólicos (TPT) e flavonoides totais (TFT) foi determinado espectrofotometricamente utilizando os ensaios de Folin-Ciocalteu e cloreto de alumínio, respectivamente. O potencial antioxidante foi avaliado pelos métodos ABTS•+ e DPPH. In vivo, camundongos Mus musculus receberam alimentação suplementada com 0,70 g, 0,35 g e 0,17 g/kg de peso corporal (pc) de SPF, SPC e SPBC, preparadas diariamente, durante 7 dias. Uma gota de sangue periférico foi coletada da cauda dos roedores após 48 horas e 7 dias de tratamento para investigar a mutagenicidade. No 8º e 9º dia, o agente mutagênico doxorrubicina [DXR, 10 mg/kg pc, via intraperitoneal (ip)] foi administrado e após 24 horas, os animais foram eutanasiados e a medula óssea foi coletada para avaliação do efeito protetor. Células hepáticas foram coletadas utilizadas para quantificação da catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD). Os níveis de glicose no sangue foram medidos antes e ao final do período experimental, enquanto a toxicidade foi monitorada por meio da avaliação do consumo alimentar e hídrico, ganho ou perda de peso corporal. A SPF apresentou a maior atividade antioxidante, com valores significativamente superiores nos ensaios ABTS•+ (201,12 ± 14,18 μmol ET/g) e DPPH (149,23 ± 5,14 μmol ET/g), enquanto SPC e SPBC exibiram atividades muito menores e semelhantes. De forma consistente, a SPF também mostrou maiores teores de TPT (570,27 ± 14,07 mg EAG/g) e TFT (25,19 ± 0,80 mg EC/g) em comparação às demais preparações. O consumo de SPF, SPC e SPBC não promoveu alterações hematológicas ou genotóxicas, uma vez que não foram observadas modificações significativas na razão de eritrócitos policromáticos pelo total de eritrócitos, nem aumento na frequência de EPCMNs no sangue periférico. As três apresentações reduziram significativamente a frequência de EPCMNs na medula óssea frente ao dano induzido por DXR, sugerindo efeito antimutagênico. Na análise da razão de EPCs pelo total de eritrócitos, observaram-se aumentos nas doses de 0,17 e 0,35 g/kg/pc de SPF e na dose de 0,70 g/kg/pc de SPC em combinação com a DXR, compatíveis com resposta eritropoiética à perda ou destruição de eritrócitos. Para SPBC, não ocorreram alterações significativas. No tecido hepático, a quantificação de SOD e CAT revelou aumento significativo e dose-dependente nas três preparações e em todas as doses avaliadas. Para a CAT, em SPF, as doses de 0,17 e 0,70 g/kg/pc + DXR apresentaram valores superiores ao controle negativo. Esses achados sugerem que o potencial quimiopreventivo da jurubeba pode estar relacionado, pelo menos em partes, à sua capacidade de modular as defesas antioxidantes endógenas.


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