Educação permanente em saúde na estratégia de saúde da família rural: transformações nos saberes e práticas de agentes comunitários sobre equipamentos de proteção e agrotóxicos
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Resumo
O presente estudo teve como objetivo compreender e promover, no âmbito da Educação Permanente em Saúde, a transformação dos saberes de Agentes Comunitários de Saúde Rurais sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual e o manejo de agrotóxicos, por meio da utilização de seminários interacionistas, baseados na teoria sociointeracionista de Vygotsky. Trata-se de uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa, com natureza descritiva e analítica, desenvolvida a partir de uma sequência de etapas operacionais que envolveram a aplicação de instrumentos, a tematização e a programação/ação. A investigação foi realizada no município de Muzambinho, estado de Minas Gerais, com a participação de dezesseis ACS vinculados a duas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) situadas em áreas rurais. A coleta de dados ocorreu em três fases: Fase (1) diagnóstico situacional, mediante aplicação de formulário semiestruturado, visando identificar os saberes dos ACS sobre EPI e agrotóxicos e duas perguntas abertas sobre os desafios de conduzir essas práticas seguras junto aos trabalhadores rurais ; Fase (2) realização da EPS com uso de uma nova metodologia de ensino e aprendizagem, seminários interacionistas, baseados nos pressupostos metodológicos de Vygotsky, abordando os mesmos temas; e (3) reaplicação do formulário da primeira fase e aplicação de um instrumento avaliativo para verificar as mudanças da intervenção. Os dados qualitativos foram analisados com base no método proposta por Minayo e realizado a análise de similitude no Iramuteq, enquanto os dados quantitativos foram organizados em categorias e analisados por meio de estatística descritiva. Os resultados indicaram que os seminários interacionistas exerceram papel relevante no processo de EPS, ao favorecer a troca de saberes e a interação entre os participantes. A ação educativa foi positivamente avaliada pelos ACS, destacando-se a integração entre ensino, serviço e comunidade, bem como a contribuição para o aprimoramento das práticas no contexto do trabalho. Ressalta-se, contudo, a importância da implementação sistemática dessa abordagem nas unidades de saúde, diante da escassez de programas voltados ao uso de EPI e ao manejo de agrotóxicos nas ESF. Recomenda-se, por fim, a realização de novos estudos que investiguem e monitorem a efetividade de estratégias de EPS, com ênfase em métodos que promovam a aplicabilidade prática das competências dos profissionais da saúde.
