Capacitação sobre a população LGBTQIAPN+ para enfermeiros(as) da atenção primária à saúde: estudo quase experimental

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2025-12-05

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Resumo

A população LGBTQIAPN+ enfrenta desafios significativos, no acesso e na utilização dos serviços de saúde, frequentemente resultantes do despreparo, da desinformação e da falta de sensibilidade dos profissionais, para lidar com suas especificidades. No contexto da Atenção Primária à Saúde, onde o cuidado deve ser pautado na universalidade, integralidade e equidade, torna-se essencial a qualificação dos(as) enfermeiros(as), para que possam prestar uma assistência acolhedora e resolutiva às pessoas LGBTQIAPN+. O presente estudo tem como objetivo analisar os efeitos de uma capacitação no conhecimento dos(as) enfermeiros(as) da Atenção Primária à Saúde em relação à assistência, à vigilância em saúde e à integralidade da atenção à população LGBTQIAPN+. Estudo de delineamento quantitativo, do tipo quase experimental e de grupo único. A população foi constituída por enfermeiros(as) da Atenção Primária à Saúde de um município do sul de Minas Gerais. O desfecho primário foi a promoção do conhecimento desses sobre a temática. Os instrumentos utilizados foram validados por três juízas especialistas na área correlata, utilizando a Técnica Delphi, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Este estudo foi dividido em duas etapas: avaliação e intervenção. A primeira ocorreu antes do início do primeiro encontro e no último dia da capacitação. A intervenção consistiu em seis encontros de capacitação sobre a assistência, vigilância em saúde e integralidade da atenção à população LGBTQIAPN+. Os dados foram digitados em planilhas do Microsoft Excel®365, com dupla conferência, e exportados para o Software Statistical Package for the Social Science (SPSS)®. A análise contemplou estatística descritiva sobre a distribuição de frequências simples e relativas, para as variáveis categóricas nominais e ordinais, medidas de posição e de dispersão (média, desvios-padrão, mediana e intervalos interquartis), para as variáveis quantitativas contínuas previstas. Para a abordagem inferencial, os dados foram analisados considerando um nível de significância de 5,0%. Entre os(as) 18 enfermeiros(as) participantes, a média de idade foi de 43,9 anos; 100,0% eram do sexo biológico fêmea e 94,4% se identificaram como mulher cisgênero. A maioria se declarou heterossexual (88,9%), branca (83,3%), católica (72,2%) e casada (50,0%). A média de atuação na Atenção Primária à Saúde foi de 8,6 anos. Apenas 5,6% realizaram capacitação sobre a temática LGBTQIAPN+ e 94,4% nunca atenderam a essa população. Apresentaram resultados estatisticamente significante, participação ou não de alguma associação ou instituição voltada à população LGBTQIAPN+ no conhecimento inicial (p=0,05), melhora do conhecimento dos(as) profissionais sem formação Stricto Sensu (p=0,05), satisfação total entre os grupos que fizeram e não pós-graduação Stricto Sensu (p= 0,04) e significância entre satisfação e conhecimento final (r=0,52; p=0,02). Os(as) enfermeiros(as) apresentaram alta satisfação e autoconfiança (média 41,0 pontos) na aprendizagem e um aumento no conhecimento sobre a temática (11,6 para 12,6 acertos). A capacitação mostrou efeito positivo no conhecimento do enfermeiro(a), fortalecendo competências no cuidado à população LGBTQIAPN+.


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