Altas habilidades/superdotação nas universidades federais brasileiras: um estudo sobre a acessibilidade e inclusão
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Resumo
A inclusão de estudantes com altas habilidades/superdotação (AH/SD) na educação superior, embora prevista em legislações, permanece um desafio no contexto brasileiro, marcado pela invisibilidade institucional e pela ausência de ações específicas. Esta pesquisa objetivou compreender como as universidades federais brasileiras têm atuado para promover a inclusão e o atendimento de estudantes com AH/SD, considerando suas características, interesses e necessidades. Para tanto, adotou-se uma abordagem quali-quantitativa, cujo instrumento principal foi um questionário enviado via plataforma Fala.BR, complementado por pesquisa documental baseada em resoluções, normativas e registros institucionais mencionados ou anexados pelas universidades respondentes. Foram analisadas respostas formais de 67 universidades federais, organizadas em dimensões relacionadas ao atendimento de estudantes com AH/SD, tais como: reconhecimento institucional da condição, existência de registros sistematizados de matrículas, ações pedagógicas e de acompanhamento, ações de formação docente, e iniciativas voltadas à conscientização e à identificação. Os dados foram organizados em categorias e subcategorias analíticas, permitindo uma leitura crítica das práticas institucionais. Os principais achados apontam três entraves interdependentes: fragilidade conceitual sobre o que são as AH/SD, predominância de uma lógica reativa nas instâncias de acessibilidade e inclusão, e desigual legitimação entre os públicos da educação especial. Observou-se, ainda, que a formação docente continuada pouco aborda o tema, o que contribui para sua diluição nas práticas institucionais. Apesar de algumas experiências promissoras, a maioria das universidades não possui registros sistematizados, ações pedagógicas direcionadas ou estrutura de apoio específica para esse público. Os resultados indicam a necessidade de políticas internas mais equitativas, com formação qualificada, identificação ativa, ações intersetoriais e acompanhamento contínuo, com ênfase no fortalecimento das instâncias de acessibilidade e inclusão como espaços centrais de mobilização
