Mestrado em Ciências Odontológicas
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2652
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Navegando Mestrado em Ciências Odontológicas por Orientador(a) "Lima, Daniela Coêlho De"
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Item Acesso aberto (Open Access) Perda dentária, saúde bucal e qualidade de vida em pacientes oncológicos no sul de Minas Gerais(Universidade Federal de Alfenas, 2022-08-22) Costa, Ana Beatriz Macedo Vieira; Lima, Daniela Coêlho De; Pigossi, Suzane Cristina; Nascimento, Murilo Cézar DoPacientes com câncer apresentam risco aumentado de complicações bucais durante e após o tratamento oncológico. Este estudo transversal objetivou avaliar: 1) a perda dentária, analisada de acordo com o número e a posição dos dentes perdidos, e fatores associados; 2) a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) e as condições de saúde bucal relacionadas em pacientes oncológicos. Foram incluídos 441 adultos frequentadores de uma associação voluntária de apoio a pessoas em tratamento oncológico. No estudo 1, o desfecho foi avaliado por meio de avaliação clínica da perda dentária, dividindo-se os participantes em três grupos: (i) dentição funcional (DF) [presença de 20 ou mais dentes] sem perda anterior; (ii) DF com perda anterior; (iii) sem DF. Variáveis independentes incluíram condições socioeconômicas, hábitos relacionados à saúde, saúde geral e relacionada ao câncer, saúde bucal e cuidados odontológicos. Modelos de regressão logística multinomial bivariada e múltipla foram utilizados na análise dos dados, sendo o grupo de referência o (i). Os resultados mostraram que 27,29% dos participantes apresentam DF sem perdas anteriores; 6,04% possuem DF com perdas anteriores; e 66,67% não têm DF. Apresentaram maiores chances de possuir DF com perda anterior aqueles que: possuem renda menor que 1 salário mínimo (OR: 0,04; IC95%: 0,01-0,80) e os que não manifestaram alteração de sabor pós tratamento oncológico (OR: 0,31; IC95%: 0,10-0,90). Apresentaram maiores chances de ausência de DF os indivíduos: mais velhos (OR: 1,06; IC95%: 1,02-1,10), menos escolarizados (OR: 0,15; IC95%: 0,02-0,81), os que usam prótese (OR: 63,97; IC95%: 20,22-202,22), sem bolsa periodontal (OR: 0,17; IC95%: 0,07-0,43), e os que escovam os dentes menos de três vezes ao dia (OR: 0,22; IC95%: 0,09-0,53). No estudo 2, o desfecho foi a QVRSB avaliada por meio do questionário QLQ-OH15. Foram realizadas análises bivariadas e múltipla da associação entre as condições de saúde bucal e a dimensão QVRSB do QLQ-OH15 por meio de modelos lineares generalizados. Para a escala de QVRSB, o escore médio foi de 82,09. Associaram-se a piores escores de QVRSB, a autoavaliação de saúde bucal ruim (p<0,001), a presença de boca seca (p<0,001), trismo (p=0,002), feridas na boca (p<0,001), àreas dormentes (p<0,001), diminuição na ingestão de alimentos (p<0,001), alteração no sabor dos alimentos (p<0,001), dificuldade de engolir (p <0,001) e dificuldades na fala (p<0,001). A partir dos resultados deste estudo, pode perceber-se que a perda dentária apresentou prevalência expressiva na população do estudo, sendo que entre indivíduos com maior número de dentes, as perdas de elementos anteriores foram significativas. Condições socioeconômicas e de saúde bucal associaram-se fortemente à ausência de dentição funcional. Além disso, embora a avaliação da QVRSB esteja em bons patamares, os sintomas relacionados apresentam significativa importância, sobretudo a saliva pegajosa e aqueles relativos às próteses. Autoavaliação de saúde bucal ruim, boca seca, trismo, feridas na boca, àreas dormentes, diminuição na ingestão e alteração no sabor dos alimentos, dificuldade de engolir e na fala associaram-se a pior QVRSB. São necessárias ações de atenção à saúde bucal das pessoas em tratamento oncológico, de forma a assegurar a prevenção de agravos, a atenção às sequelas e limitações decorrentes destes, propiciando maior bem-estar e qualidade de vida a esses pacientes.Item Acesso aberto (Open Access) Tratamento oncológico, alterações bucais, perda dentária e mortalidade: um estudo realizado no centro de oncologia de Minas Gerais(Universidade Federal de Alfenas, 2022-08-18) Machado, Bárbara Maria De Souza Moreira; Lima, Daniela Coêlho De; Santos, Renata Reis Dos; Hanemann, João Adolfo CostaO presente estudo tem o objetivo de avaliar a associação entre o tipo de tratamento oncológico e a ocorrência de alterações bucais e investigar a relação entre perda dentária e mortalidade por todas as causas em pacientes assistidos em um centro de oncologia de um hospital no sul de Minas Gerais num seguimento de quatro anos. Para tanto, foram entrevistados inicialmente 399 pacientes assistidos nesse centro e posteriormente foram analisados 351 prontuários da população total. Os desfechos foram avaliados por meio do autorrelato das seguintes alterações bucais: xerostomia, halitose, alteração de paladar, alteração alimentar, trismo, mucosites, presença de infecção/inflamação. O tipo de tratamento oncológico foi classificado em: quimioterapia; radioterapia; quimioterapia e radioterapia; outros. Covariáveis incluíram condições socioeconômicas, saúde geral e relacionada ao câncer e saúde bucal. As associações entre os desfechos e as variáveis independentes foram testadas por meio de regressão logística bivariada e múltipla, sendo os resultados expressos por meio de odds ratio (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). No que se refere à associação entre o tipo de tratamento oncológico e a ocorrência de alterações bucais, a xerostomia (60,15%) e a alteração alimentar (57,64%) foram as alterações mais prevalentes, sendo que pacientes submetidos à quimioterapia (32,58%) e à combinação entre quimioterapia e radioterapia (36,34%) foram mais susceptíveis a agravos bucais. A radioterapia não se associou à nenhuma das alterações bucais; a quimioterapia resultou em maiores chances de alterações de paladar (OR: 2,44; IC95%: 1,22-4,90). Combinadas, quimioterapia e radioterapia associaram-se a maiores chances de alterações de paladar (OR: 3,86; IC95%: 1,92-7,75) e ocorrência de mucosites (OR: 2,51; IC95%: 1,06-5,94). Utilizou-se os dados ora obtidos na abordagem com os pacientes oncológicos, principalmente aqueles oriundos do exame clínico bucal, onde foi averiguado com precisão a variável número de dentes, enquanto os dados de mortalidade por todas as causas foram obtidos dos registros do hospital. As covariáveis de ajuste incluíram fatores socioeconômicos; hábitos relacionados à saúde; estado geral de saúde e saúde bucal. A relação entre todas as variáveis e o número de dentes foi avaliada pelo teste do qui- quadrado. As curvas de sobrevida de Kaplan-Meier foram estratificadas pela perda dentária e comparadas usando o teste de log‐rank. O modelo de riscos proporcionais de Cox foi aplicado para calcular as razões de risco (HRs) para a associação entre perda dentária e mortalidade após ajuste para covariáveis. No que se refere à relação entre perda dentária e mortalidade por todas as causas observada num seguimento de quatro anos, um estudo observacional prospectivo mostra que a perda dentária associa-se ao sexo, escolaridade, presença de multimorbidade e ao uso de prótese, sendo que a presença de 20 ou mais dentes surge associada a melhores índices de sobrevivência (HR: 0,33; IC95%: 0,15-0,75). Em conclusão, resta evidente a importância da avaliação e do acompanhamento odontológico para pacientes oncológicos tanto no que se refere às alterações bucais resultantes das terapias oncológicas como em se tratando da perda dentária, tendo em vista a garantia da eficácia do tratamento aliada à saúde e qualidade de vida do paciente.