Mestrado em Geografia
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2660
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Navegando Mestrado em Geografia por Assunto "Agricultura familiar"
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Item Acesso aberto (Open Access) Cafeicultura e agricultura familiar em Campos Gerais – MG: agentes, dinâmicas e processos(2025-03-20) Correia, Guilherme Guiari Silva; Alves, Flamarion Dutra; Marafon, Glaucio José; Pereira, Mirlei Fachini VicenteA cafeicultura desempenha um papel central nas dinâmicas socioespaciais e econômicas do Brasil, especialmente na região Sul/Sudoeste de Minas Gerais, onde a relação entre o urbano e o rural se manifesta de forma dialética. O município de Campos Gerais, situado no Sul de Minas, destaca-se como um dos maiores produtores de café do estado, caracterizando-se pela expressiva presença da agricultura familiar. Neste contexto, a pesquisa buscou compreender a participação da agricultura familiar na produção da commodity, suas interações com cooperativas agrícolas, políticas públicas e sua relação com os espaços urbano e rural. A metodologia adotada combinou técnicas qualitativas e quantitativas, incluindo análise documental e entrevistas. Inicialmente, foram realizadas revisões bibliográficas sobre conceitos fundamentais para a compreensão da problemática, como território, mundialização, mercantilização e financeirização da agricultura, além dos conceitos de agricultura familiar e agronegócio. A partir da perspectiva de que a realidade material resulta de processos históricos e do uso desigual de técnicas e objetos na produção do espaço, reconstruiu-se a trajetória histórico-geográfica da cafeicultura na região, analisando sua disseminação e consolidação. Por meio de dados secundários, sobretudo do IBGE, investigou-se a evolução da produção agropecuária municipal e a expansão espacial do café em Campos Gerais, considerando também fatores fisiográficos que influenciam sua produção. A relação campo-cidade foi abordada a partir da interdependência desses espaços no contexto capitalista e do papel da cidade na rede urbana regional. A pesquisa também examinou a aplicação do PRONAF no município em 2023, com base em dados do MAPA, para compreender o uso do financiamento pelos agricultores familiares e suas implicações para o cooperativismo agrícola contemporâneo. Percebeu-se que houve uma grande diminuição na produção de alimentos no município em prol da manutenção da cafeicultura e do aumento na produção de outras commodities agrícolas, mesmo pela agricultura familiar. Esse fenômeno está diretamente relacionado com a utilização de políticas públicas e o papel do cooperativismo regional. As entrevistas realizadas com representantes de uma cooperativa local e com agricultores familiares revelaram que a cafeicultura, além de estar profundamente enraizada na cultura e na economia locais, representa uma estratégia de sobrevivência diante da crescente mercantilização da agricultura, especialmente no mercado externo. A relação entre agricultura familiar, Estado e cooperativismo reflete os efeitos da modernização desigual da agricultura, resultando em paisagens comoditizadas pela produção familiar. No entanto, as características essenciais da agricultura familiar permanecem presentes no espaço rural de Campos Gerais, representando uma alternativa contra-hegemônica para o desenvolvimento rural.Item Acesso aberto (Open Access) Dinâmicas e estratégias da agricultura familiar : uma proposta agroecológica em São Miguel do Anta-MG(Universidade Federal de Alfenas, 2023-05-08) Nunes, Jefferson; Alves, Flamarion Dutra; Vale, Ana Rute Do; Moreira, Érika VanessaA presente pesquisa propõe uma discussão em torno das abordagens da Geografia enquanto ciência capaz de explicar realidades sobre a dinâmica e as estratégias da agricultura familiar no município de São Miguel do Anta – MG. Dessa forma, a agricultura familiar tornou-se um valioso elo na junção entre a ciência geográfica e a agroecologia. Para esta análise, utilizaram-se os conceitos de território e territorialidades como norteadores para identificar as relações entre os agricultores familiares e as instituições públicas que atuam no campo e no sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras rurais do município de São Miguel do Anta- MG. Buscando avanços nas bases conceituais e metodológicas, foi feita uma classificação em três níveis agroecológicos, sendo eles: I - Em construção; II - Em consolidação; e III - Avançado. Para isso, o trabalho foi dividido em duas partes. Na primeira, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre a importância da agroecologia, da agricultura familiar e dos desafios frente ao agronegócio. Na segunda fase, realizou-se, por meio dos trabalhos de campo coletas de dados, entrevistas e experiências. Fizeram-se entrevistas semi-estruturadas com funcionários das empresas públicas, sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e com quinze agricultores familiares residentes na Comunidade da Capivara. Ao utilizar a análise SWOT como forma de apurar e interpretar os resultados coletados em campo, teve-se a resposta de em qual nível agroecológica se enquadra. Observou-se que a agroecologia ainda é um desafio tanto para as empresas públicas que atuam no campo, seja por falta de pessoal ou de assistência técnica, seja pela dificuldade encontrada por alguns agricultores familiares, como a sucessão geracional. Mesmo com algumas ações de incentivo à agroecologia, apenas 4 propriedades rurais podem ser consideradas em um nível avançado; 7 propriedades estão em consolidação e 4 em construção. Seguindo em caminho oposto ao agronegócio – que tem cada vez mais depredado os recursos hídricos em território brasileiro –, descobriu-se que faz necessário refletirmos sobre a importância da agricultura familiar na atualidade ao pensarmos em continuar propondo diálogos de saberes agroecológicos com agricultores familiares por uma agricultura que seja verdadeiramente sustentável.Item Acesso aberto (Open Access) Territorialização dos agrotóxicos na agricultura familiar no município de Guaranésia-MG.(Universidade Federal de Alfenas, 2021-06-07) Melo, Renata Vieira De; Alves, Flamarion Dutra; Vale, Ana Rute Do; Chelotti, Marcelo CervoA progressiva utilização de agrotóxicos no Brasil e no mundo transcorre-se a década de 1960. Percebe-se que o espaço agrícola é um retrato da subordinação da agricultura brasileira ao capital, com a presença marcante do incentivo realizado pelo governo brasileiro em prol das empresas transnacionais oligopolizadas. No sul de Minas Gerais, mais precisamente na Região Geográfica Imediata de Guaxupé- MG, encontra-se o município de Guaranésia-MG, onde a agricultura familiar está associada principalmente à produção de café e outras commodities, sendo esse município inserido na mundialização via cooperativas, e nesse sentido, a pressão econômica impõe aos agricultores familiares desafios para sua manutenção e reprodução de forma segura. A pesquisa teve como intuito compreender sobre as motivações na utilização de agrotóxicos, assim como, suas demandas de produção, a saúde destes produtores e de seus familiares, a disponibilidade de crédito agrícola para financiar a produção, suas percepções sobre do uso de agroquímicos, a rentabilidade agrícola e seus conhecimentos sobre produção orgânica. Para isso, utilizou-se a abordagem qualitativa como eixo fundamental e norteador das investigações, em complementaridade, utilizou-se a aplicação de questionário no trabalho de campo desenvolvido. Escolheu-se o contexto agropecuário de Guaranésia, por ser uma amostra da realidade sul mineira. Portanto, essa reflexão se justificou por buscar compreender a mundialização da agricultura, a territorialização do uso de agrotóxicos e consequentemente os impactos socioeconômicos para a agricultura familiar, e assim, poder elucidar a realidade agrária no município de Guaranésia-MG, como também no cenário nacional. Com as informações obtidas pode-se compreender a “força” e lobby do mercado e das cooperativas somados à atual inércia e retrocessos do Estado, nas esferas estadual e principalmente federal, nas políticas de valorização da agricultura familiar, compondo assim, obstáculos para a estruturação de uma política de alimentação saudável e segura para a população.