Mestrado em Geografia
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2660
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Navegando Mestrado em Geografia por Assunto "Cafeicultura"
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Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da Capacidade de Uso das Terras em sub-bacias hidrográficas sob cultivo de café(Universidade Federal de Alfenas, 2023-05-30) Laudino, Monike Faustino; Mincato, Ronaldo Luiz; Moreira, Vinícius Borges; Rubira, Felipe GomesO solo é um recurso natural não renovável na escala de tempo humana. Fundamental para a existência da humanidade, seu uso planejado garante a manutenção dos ecossistemas, a segurança alimentar e a proteção da biodiversidade. A exploração das coberturas pedológicas pela agricultura tem acelerado os processos erosivos, contribuindo com a degradação do solo e da água. Esse desgaste deve ser compreendido a fim de obter a manutenção ou o aumento da produtividade agrícola e a conservação ambiental, favorecendo a sustentabilidade de agroecossistemas. A cafeicultura constitui um dos setores mais dinâmicos da agricultura no estado de Minas Gerais, em função de sua grande geração de renda e mão de obra. Além disso, a expansão da cafeicultura na região é uma das responsáveis pelas alterações adversas nas paisagens e vegetação natural. A fim de garantir a conservação do solo e dos recursos naturais, é fundamental a utilização dos solos observando sua capacidade de uso. O Sistema de Capacidade de Uso é uma ferramenta utilizada na classificação da terra para um determinado tipo de uso com base em suas características morfológicas. Ela permite propor uma classificação do uso da terra de acordo com seu potencial, o que pode auxiliar na elaboração de planos de manejo sustentável. Os propósitos deste estudo se dirigem a avaliação da Capacidade de Uso das Terras de duas sub-bacias localizadas no sul de Minas Gerais, cujo uso e ocupação predominantes são a cafeicultura. Nas duas sub-bacias a classe de capacidade de uso predominante foi a VI, demonstrando algumas limitações para o uso agrícola. Analisando o uso atual e a capacidade de uso foi possível verificar que há grande quantidade de terras subutilizadas e quase metade das sub-bacias usadas de acordo com a capacidade de uso. Menos de 10% das áreas das sub-bacias estão sobreutilizadas. As áreas subutilizadas podem ser consideradas como no limite de utilização. Dessa forma, são áreas que necessitam de atenção e implantação de planos de manejo sustentável para que não excedam sua capacidade de uso.Item Acesso aberto (Open Access) Cafeicultura e agricultura familiar em Campos Gerais – MG: agentes, dinâmicas e processos(2025-03-20) Correia, Guilherme Guiari Silva; Alves, Flamarion Dutra; Marafon, Glaucio José; Pereira, Mirlei Fachini VicenteA cafeicultura desempenha um papel central nas dinâmicas socioespaciais e econômicas do Brasil, especialmente na região Sul/Sudoeste de Minas Gerais, onde a relação entre o urbano e o rural se manifesta de forma dialética. O município de Campos Gerais, situado no Sul de Minas, destaca-se como um dos maiores produtores de café do estado, caracterizando-se pela expressiva presença da agricultura familiar. Neste contexto, a pesquisa buscou compreender a participação da agricultura familiar na produção da commodity, suas interações com cooperativas agrícolas, políticas públicas e sua relação com os espaços urbano e rural. A metodologia adotada combinou técnicas qualitativas e quantitativas, incluindo análise documental e entrevistas. Inicialmente, foram realizadas revisões bibliográficas sobre conceitos fundamentais para a compreensão da problemática, como território, mundialização, mercantilização e financeirização da agricultura, além dos conceitos de agricultura familiar e agronegócio. A partir da perspectiva de que a realidade material resulta de processos históricos e do uso desigual de técnicas e objetos na produção do espaço, reconstruiu-se a trajetória histórico-geográfica da cafeicultura na região, analisando sua disseminação e consolidação. Por meio de dados secundários, sobretudo do IBGE, investigou-se a evolução da produção agropecuária municipal e a expansão espacial do café em Campos Gerais, considerando também fatores fisiográficos que influenciam sua produção. A relação campo-cidade foi abordada a partir da interdependência desses espaços no contexto capitalista e do papel da cidade na rede urbana regional. A pesquisa também examinou a aplicação do PRONAF no município em 2023, com base em dados do MAPA, para compreender o uso do financiamento pelos agricultores familiares e suas implicações para o cooperativismo agrícola contemporâneo. Percebeu-se que houve uma grande diminuição na produção de alimentos no município em prol da manutenção da cafeicultura e do aumento na produção de outras commodities agrícolas, mesmo pela agricultura familiar. Esse fenômeno está diretamente relacionado com a utilização de políticas públicas e o papel do cooperativismo regional. As entrevistas realizadas com representantes de uma cooperativa local e com agricultores familiares revelaram que a cafeicultura, além de estar profundamente enraizada na cultura e na economia locais, representa uma estratégia de sobrevivência diante da crescente mercantilização da agricultura, especialmente no mercado externo. A relação entre agricultura familiar, Estado e cooperativismo reflete os efeitos da modernização desigual da agricultura, resultando em paisagens comoditizadas pela produção familiar. No entanto, as características essenciais da agricultura familiar permanecem presentes no espaço rural de Campos Gerais, representando uma alternativa contra-hegemônica para o desenvolvimento rural.Item Acesso aberto (Open Access) Cafeicultura e transformações socioespaciais no município de Alfenas-MG pós-inundação pelo lago de furnas(Universidade Federal de Alfenas, 2023-03-07) Costa, Tamyris Maria Moreira Da; Vale, Ana Rute Do; Martins , Marcos Lobato; Alves, Flamarion DutraDesde o início de sua formação, no final de século XVIII, o município de Alfenas/MG passou por transformações que afetaram seu dinamismo demográfico e socioeconômico, sobretudo a partir da década de 1960, com a inundação de parte de suas terras pelas águas do reservatório resultante da implantação da usina hidrelétrica de Furnas, atingindo mais de 34 municípios do Sul de Minas. A partir desse momento ocorreram alterações na principal atividade econômica, com a perda das várzeas férteis, então a lógica produtiva existente deu espaço à cafeicultura. Dessa forma, essa pesquisa buscou compreender as transformações socioespaciais do município de Alfenas-MG, com ênfase na expansão da cafeicultura, pós- inundação das áreas rurais atingidas pelo Lago de Furnas. Para sua realização, optou-se como procedimento metodológico a revisão bibliográfica sobre o tema, o levantamento de dados secundários (IBGE) e documentais (CEDOC-UNIFAL-MG), a elaboração de mapas de uso do solo, a partir da plataforma MapBiomas e, por fim, o trabalho de campo para conhecer as propriedades rurais atingidas pelas águas do lago e através das entrevistas com os cafeicultores que vivenciaram as transformações, pode-se perceber avanços na cafeicultura como inserção de maquinários, redução de mão de obra e ampliação de áreas com lavoura. A consolidação foi um processo difícil, considerando as mudanças da agricultura de abastecimento para a produção de uma commodity, foram anos superando as incertezas e os desafios impostos por essa nova realidade local-regional, que atualmente posiciona Alfenas entre os municípios produtores de café arábica do país. Contudo, para os agricultores que vivenciaram estas transformações, a esperança de dias melhores foi e continua sendo o que os mantém nessa atividade.Item Acesso aberto (Open Access) Trabalho escravo contemporâneo na cafeicultura da mesorregião Sul/Sudoeste de Minas: entre a lei e a realidade(Universidade Federal de Alfenas, 2022-03-03) Raimundo, Glaucione; Vale, Ana Rute Do; Rodrigues, Sávio José Dias; Coca, Estevan Leopoldo De FreitasO trabalho escravo contemporâneo pode ser encontrado em diferentes atividades empregatícias brasileiras, perdurando por anos sem punições. Na cafeicultura da mesorregião Sul/ Sudoeste de Minas, o trabalho escravo contemporâneo beneficia muitos fazendeiros às custas da exploração de trabalhadores migrantes e da própria região, conhecidos como apanhadores de café. A presente pesquisa buscou compreender as incidências do trabalho escravo contemporâneo em lavouras de café da mesorregião Sul/Sudoeste de Minas e as formas de atuação do Estado e demais movimentos sociais frente a esse modo de exploração. Para o desenvolvimento do estudo acadêmico, além da revisão bibliográfica sobre o tema e análise documental de dados secundários, também foram realizadas entrevistas com o coordenador da ADERE-MG (Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais), com uma representante do Ministério Público do Trabalho de Varginha - MG, com um auditor fiscal da Secretaria Regional do Trabalho de Poços de Caldas - MG e com uma assessora da Organização Midiática Conectas Direitos Humanos. O estudo demonstrou que os trabalhadores resgatados são migrantes oriundos do Norte do Paraná, Norte de Minas e de alguns estados do Nordeste brasileiro. Essas vítimas costumam ser submetidas às condições de vida e trabalho extremamente precárias e insalubres em propriedades rurais de médio e pequeno porte na região nas quais seus proprietários por acreditarem na morosidade da justiça e na impunidade, repetem o crime a cada safra. Com a pandemia da Covid -19, a situação tem se tornado ainda mais complexa, considerando o não cumprimento das medidas sanitárias de controle da doença nos cafezais e a intensificação da desvalorização do trabalho dos apanhadores, incentivando ainda mais o trabalho informal e a escravidão contemporânea nesse setor empregatício.