Doutorado em Ciências Farmacêuticas
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2673
Navegar
Navegando Doutorado em Ciências Farmacêuticas por Título
Agora exibindo 1 - 20 de 32
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Item Acesso aberto (Open Access) Ação do nitróxido tempol sobre a atividade do complexo enzimático NADPH oxidase (Nox2) em neutrófilos(Universidade Federal de Alfenas, 2016-09-02) Santos, Gérsika Bitencourt; Brigagão, Maísa Ribeiro Pereira Lima; Moretti, Ana Iochabel Soares; Colepicolo Neto, Pio; Pereira, Marília Gabriella Alves Goulart; Paula, Fernanda Borges De AraújoA identificação de novos alvos para controlar o processo inflamatório é, provavelmente, o principal desafio que dificulta o desenvolvimento de novas drogas anti-inflamatórias. Assim, a modulação das vias de sinalização intracelulares em fagócitos desponta como uma forma interessante de alcançar este objetivo. No entanto, isso pode trazer como consequência a diminuição da defesa do hospedeiro contra patógenos. Este estudo teve como objetivo examinar se o nitróxido 4-hidroxi-2,2,6,6-tetrametil-1-piperidiniloxi (Tempol) exerce efeito sobre produção de oxidantes por neutrófilos inflamatórios através da regulação da atividade de proteínas quinases e da proteína dissulfeto isomerase (PDI), uma chaperona cujos sítios ativos contêm o motivo Cys-Gly-His-Cys (CXXC) e está envolvida na montagem do complexo enzimático NADPH oxidase (Nox2) de fagócitos. Vias bioquímicas diferentes foram ativadas para a liberação de espécies reativas de oxigênio por neutrófilos inflamatórios, e, paralelamente, a atividade de proteínas quinases foi determinada sob efeito de Tempol nos fagócitos. O nitróxido inibiu significativamente o burst oxidativo dos neutrófilos de maneira dependente da concentração. Este efeito foi detectado pelo consumo de oxigênio, onde a IC50 encontrada foi de 45±4 μM. Utilizando-se ensaios de quimioluminescência dependente de luminol ou de isoluminol, mostramos que o Tempol provocou um atraso no período de resposta latente da ativação de Nox2 dos neutrófilos sob diferentes estímulos. Coerentemente, o nitróxido inibiu a atividade de proteínas quinases de neutrófilos estimuladas por diferentes vias bioquímicas, como quantificado por ensaios quimioluminescentes e por teste dot blot. Nas mesmas condições, Tempol reduziu a atividade fungicida de neutrófilos contra Candida albicans. Na presença de Tempol a atividade redutase de PDI foi reversivelmente afetada tanto in vitro como em neutrófilos inflamatórios estimulados, cuja IC50 de 35±3,3 μM foi calculada através de metodologia de espectrofluorescência. Esta atividade inibitória foi confirmada com o método espectrofotométrico de enovelamento de insulina. Foi utilizada PDI recombinante para ser estudado o mecanismo de inibição que o Tempol exerce sobre a esta tiol óxido-redutase, através de espectrometria de massa. Na análise da proteína total, 1 e 4 moléculas de Tempol foram detectadas ligadas à proteína. No entanto, somente uma molécula do nitróxido foi encontrada ligada covalentemente à PDI. Mais especificamente, a Cys400 foi modificada por Tempol. Em conjunto, os resultados revelam um novo mecanismo do Tempol sobre a regulação de enzimas associadas à atividade do complexo Nox2 de neutrófilos inflamatórios, os quais apresentam aplicações clínicas potenciais para intervenção terapêutica em processos patológicos. Entretanto, o possível uso do Tempol como agente anti-inflamatório deve ser cauteloso, uma vez que este nitróxido diminuiu a resposta microbicida de neutrófilos.The identification of new targets for controlling inflammatory processes is, almost certainly, the major challenge that hampers the development of new anti-inflammatory drugs. Thus, the modulation of intracellular signaling pathways in phagocytes emerges as an interesting way to achieve this goal. However, this strategy can bring the effect of lowering the host defense against pathogens. This study aimed to examine whether the nitroxide 4-hydroxy-2,2,6,6-tetramethyl-1-piperidinyloxy (Tempol) has an effect on production of oxidants by inflammatory neutrophils through regulation of protein kinase activity and protein disulfide isomerase (PDI), a chaperone whose active sites containing the motif Cys-Gly-His-Cys (CXXC) and is involved in the assembly of the NADPH oxidase enzyme complex (Nox2) on phagocytes. Different biochemical pathways were activated for the release of reactive oxygen species by inflammatory neutrophils, and, in parallel, the protein kinase activities were determined under Tempol treatment of phagocytes. The nitroxide significantly inhibited oxidative burst of neutrophils in a concentration dependent manner. This effect was detected by oxygen consumption, where the IC50 was found to be 45±4 µM. By means of chemiluminescence luminol- or isoluminol-dependent assay, we showed that Tempol caused a delay in the lag period of neutrophils Nox2 activation under different stimuli. Accordingly, the nitroxide inhibited the activity of protein kinases in neutrophils stimulated by various biochemical pathways, as quantitated by chemiluminescent assays and dot blot test. Under the same conditions, Tempol reduced neutrophil fungicidal activity against Candida albicans. In the presence of Tempol, PDI reductase activity was reversibly affected both in vitro and in stimulated inflammatory neutrophils, whose IC50 of 35±3.3 µM was calculated by fluorescent methodology. This inhibitory activity was confirmed by the spectrophotometric insulin method. Recombinant PDI was used for the purpose of studying the mechanism of inhibition that Tempol exerts on this thiol oxide reductase enzyme, by mass spectrometry. In the analysis of total protein, 1 and 4 molecules of Tempol were detected bound to the protein. However, only one molecule of the nitroxide was found covalently linked to PDI. More specifically, Cys400 has been changed by Tempol. Together, these results reveal a novel mechanism of Tempol on the regulation of enzymes associated with Nox2 complex inflammatory activity of neutrophils, which have potential clinical applications for therapeutic intervention in pathological processes. However, the promising use of Tempol as an anti-inflammatory agent must be taken with caution, since this nitroxide decreased neutrophil microbicidal response.Item Acesso aberto (Open Access) Análise da microbiota em fase aguda da esquistossomose hepática e intestinal e a possível interação de espécies de Schistosoma e bactérias(Universidade Federal de Alfenas, 2021-03-02) Araújo, Matheus Pereira De; Marques, Marcos José; Dias, Amanda Latércia Tranches; Rodrigues, Maria Rita; Caldas, Ivo Santana; Colombo, Fabio AntonioA esquistossomose, causada por espécies do trematódeo Schistosoma, é uma doença negligenciada, muito comum em países em desenvolvimento, e mais de 200 milhões de pessoas necessitam de tratamento. Na evolução da esquistossomose há um comprometimento da estrutura morfológica e funcional do trato gastrointestinal. Nestas condições, as bactérias da própria microbiota intestinal podem chegar à corrente sanguínea, ou se associar ao verme adulto e ovo. Assim, no presente trabalho, foi realizada uma revisão literária a respeito da interação microbiota, geohelmintos e esquistossomose. Experimentalmente, a composição da microbiota de camundongos BALB/c em fase aguda da esquistossomose mansônica e japônica e os eventuais impactos da infecção no intestino e no fígado foram analisados. Houve divisão de 5 grupos de animais: CBr controle do Brasil e SmBr infectado com S. mansoni do Brasil; CJp controle do Japão; SmJp infectado com S. mansoni no Japão e SjJp infectado com S. japonicum no Japão. Desta forma, a análise da microbiota intestinal foi realizada a partir da obtenção do DNA das fezes de camundongos e posterior sequenciamento metagenômico. Embora a contagem de Unidades Formadoras de Colônia (UFC) nas fezes dos infectados (SmBr) foi maior que no controle, esta diferença não foi estatisticamente significativa (p = 0,3637), assim como nos grupos SmJp e SjJp (p = 0,5564). Os resultados de metagenômica para SmBr indicam um aumento no número de bactérias pertencentes ao filo Bacteroidetes (56,6% para 77%) e diminuição do filo Firmicutes (37,5% para 13,9%) na microbiota intestinal. Os resultados do PCR quantitativo para o filo Bacteroidetes confirmaram os resultados obtidos na metagenômica, encontrando maior quantidade no grupo SmBr, assim como diminuição de Firmicutes. Os fígados dos animais dos grupos controle e infectado foram obtidos também para avaliar a composição da microbiota, e somente os animais infectados apresentaram bactérias no fígado. A análise molecular mostra a presença de bactérias do filo Firmicutes, Bacteroidetes e Proteobacterias. Quatro espécies de bactérias foram isoladas do fígado dos animais SmBr e a identificação dessas foi realizada pela técnica de MALDI-TOF (Bordetella hinzii, Haemophilus haemolyticus, Lactococcus garvieae e Escherichia coli); SmJp (Staphylococcus nepalensis e Staphylococcus sciuri) e SjJp (Enterococcus galinarum, Staphylococcus sciuri e Paenibacillus). Ensaios para determinar o perfil de sensibilidade das bactérias à diferentes antibióticos (Clindamicina, Doxiciclina, Eritromicina, Gentamicina, Levofloxacino e Sulfametoxazol + Trimetoprima) mostraram que todas as espécies estudadas apresentaram sensibilidade para Gentamicina. Este antibiótico apresentou maior eficácia tanto pela análise de Concentração Inibitória Mínima como pela Concentração Microbicida Mínima. Para Eritromicina, as bactérias B. hinzii, L. garvieae, S. nepalensis e S. sciuri apresentaram sensibilidade. Já para o Levofloxacino, H. haemolyticus, E. coli, L. garvieae, S. nepalensis e S. sciuri foram sensíveis. Nos cortes histológicos, foi possível observar granulomas esquistossomóticos do tipo exsudativo no fígado; e no intestino foram identificados retenção de ovos dos parasitos na camada mucosa e aumento da celularidade, a qual foi constituída por acúmulo de células mononucleares e polimorfonucleares. Foi possível verificar também que algumas bactérias são capazes de aderir à superfície dos vermes adultos (E. coli) e dos ovos (L. garvieae) de S. mansoni. Os resultados obtidos indicam uma alteração na microbiota intestinal com possível disseminação das bactérias para outros órgãos, tais como o fígado, evidenciando uma possível translocação bacterianaSchistosomiasis, caused by species of the trematode Schistosoma, is a neglected disease, very common in developing countries, and more than 200 million people need treatment. In the evolution of schistosomiasis there is a compromise in the morphological and functional structure of the gastrointestinal tract. Under these conditions, bacteria from the intestinal microbiota itself can reach the bloodstream, or associate with the adult worm and egg. Thus, in the present work, a literary review was carried out regarding the microbiota, geohelminth and schistosomiasis interaction. Experimentally, the composition of the BALB/c mice microbiota in the acute phase of mansonic and japanese schistosomiasis and the possible impacts of the infection on the intestine and liver were analyzed. There was a division of 5 groups of animals: CBr control from Brazil and SmBr infected with S. mansoni from Brazil; CJp control of Japan; SmJp infected with S. mansoni in Japan and SjJp infected with S. japonicum in Japan. Thus, the analysis of the intestinal microbiota was performed by obtaining the DNA from the feces of mice and subsequent metagenomic sequencing. Although the count of Colony Forming Units (CFU) in the feces of the infected (SmBr) was higher than in the control, this difference was not statistically significant (p = 0.3637), as well as in the SmJp and SjJp groups (p = 0.5564). The results of metagenomics for SmBr indicate an increase in the number of bacteria belonging to the phylum Bacteroidetes (56.6% to 77%) and a decrease in the phylum Firmicutes (37.5% to 13.9%) in the intestinal microbiota. The results of the quantitative PCR for the phylum Bacteroidetes confirmed the results obtained in the metagenomics, finding a greater quantity in the SmBr group, as well as a decrease in Firmicutes. The livers of the animals in the control and infected groups were also obtained to evaluate the composition of the microbiota, and only the infected animals had bacteria in the liver. Molecular analysis shows the presence of bacteria from the phylum Firmicutes, Bacteroidetes and Proteobacterias. Four species of bacteria were isolated from the liver of SmBr animals and their identification was performed using the MALDI TOF technique (Bordetella hinzii, Haemophilus haemolyticus, Lactococcus garvieae and Escherichia coli); SmJp (Staphylococcus nepalensis and Staphylococcus sciuri) and SjJp (Enterococcus galinarum, Staphylococcus sciuri and Paenibacillus). Tests to determine the sensitivity profile of bacteria to different antibiotics (Clindamycin, Doxycycline, Erythromycin, Gentamicin, Levofloxacin and Sulfamethoxazole + Trimethoprim) showed that all species studied showed sensitivity to Gentamycin. This antibiotic showed greater efficiency both by the analysis of Minimum Inhibitory Concentration and by the Minimum Microbicide Concentration. For Erythromycin, the bacteria B. hinzii, L. garvieae, S. nepalensis and S. sciuri showed sensitivity. As for Levofloxacino, H. haemolyticus, E. coli, L. garvieae, S. nepalensis and S. sciuri were sensitive. In histological sections, it was possible to observe exudative schistosomal granulomas in the liver; and in the intestine, egg retention of parasites in the mucous layer and increased cellularity were identified, which consisted of accumulation of mononuclear and polymorphonuclear cells. It was also possible to verify that some bacteria are able to adhere to the surface of adult worms (E. coli) and eggs (L. garvieae) of S. mansoni. The results obtained indicate a change in the intestinal microbiota with possible spread of bacteria to other organs, such as the liver, showing a possible bacterial translocatioItem Acesso aberto (Open Access) Análise químico-farmacêutica de rosuvastatina cálcica comprimido e cápsula(Universidade Federal de Alfenas, 2016-12-09) Ângelo, Marilene Lopes; Araújo, Magali Benjamim De; Cazedey, Edith Cristina Laignier; Chorilli, Marlus; Leite, Mateus Freire; Pereira, Gislaine RibeiroRosuvastatina cálcio é uma estatina sintética utilizada para tratar a hipercolesterolemia, inibindo a 3-hidroxil-3-metilglutaril coenzima A (HMG-CoA) redutase. No Brasil, este fármaco é amplamente comercializado como comprimidos e cápsulas manipuladas. Contudo, não há nenhum método descrito em compêndios oficiais para as formas de dosagem mencionadas. O presente trabalho propôs o desenvolvimento e validação de métodos de análise quantitativa de rosuvastatina cálcica (cromatografia líquida de alta eficiência e espectrofotometria) e ensaios de dissolução (também realizados em meio biorrelevante) para as formas farmacêuticas cápsulas e comprimidos. Foi avaliado também a estabilidade de rosuvastatina cálcica e o impacto do polimorfismo na liberação deste fármaco em formulações de cápsulas. Os métodos de análise quantitativos não apresentaram diferença estatística para o nível de significância de 5%. No estudo de degradação forçada de rosuvastatina cálcica, foi observada sua instabilidade frente às degradações ácida e fotolítica, com caracterização dos produtos formados, seguido de aplicação do método em amostras reais. Diferentes formulações de liberação imediata produzidas com matéria-prima comercial (sólido amorfo) foram analisadas para o desenvolvimento do ensaio de dissolução, empregando a forma cristalina M de rosuvastatina cálcica. Esta forma foi recristalizada em nosso laboratório e mostrou uma menor solubilidade aquosa quando comparada com a forma amorfa. A formulação com esta forma cristalina mostrou uma taxa de dissolução lenta que demonstra o impacto do polimorfismo nesta molécula quando utilizada a forma farmacêutica cápsula. Além de identificar diferentes formas sólidas, o ensaio discriminativo desenvolvido permitiu distinguir formulações com diferentes composições de excipientes. Um ensaio de dissolução foi desenvolvido e validado para a forma farmacêutica comprimido. Este ensaio foi utilizado para comparar produtos similares em relação ao produto referência. Os resultados mostraram que há características de liberação semelhantes para dois dos três produtos similares, em comparação com o produto referência Crestor®. Um estudo empregou como meio biorrelevante leite em pH = 6,4 nas mesmas condições de aparato e rotação definidos para cápsulas e comprimidos no ensaio discriminativo. Os resultados mostraram que ambas as formas farmacêuticas avaliadas apresentaram a mesma especificação sugerida para o meio utilizando tampão fosfato pH = 6,8. Assim, os métodos desenvolvidos neste trabalho contribuem para avaliação da qualidade, segurança e eficácia terapêutica de rosuvastatina cálcica, além de ampliar os conhecimentos científicos relacionados a esta estatina.Item Acesso aberto (Open Access) Análises metabolômicas e influências de antifúngicos e da interação patógeno-hospedeiro na expressão gênica de adesinas e proteases em Candida albicans(Universidade Federal de Alfenas, 2020-03-18) Oliver, Josidel Conceição; Dias, Amanda Latercia Tranches; Melhem, Marcia De Souza Carvalho; Padovan , Ana Carolina Barbosa; Dias, Marcos Vinicios Salles; Colombo, Fabio AntonioAs infecções fúngicas são um problema de saúde pública, especialmente em ambientes hospitalares, nos quais Candida spp. são as principais causadoras de infecções fúngicas invasivas. Dentre os fatores associados à virulência desse gênero destacam-se a produção de adesinas e aspartato proteases, que contribuem para a adesão e invasão dos tecidos do hospedeiro. Acredita-se que a exposição de Candida spp. a fagócitos e/ou a concentrações subinibitórias de antifúngicos pode alterar a expressão dessas proteínas e aumentar a virulência do fungo. Esse trabalho objetivou avaliar fatores associados a virulência tais como metabolômica e expressão dos genes SAP2, SAP4, SAP9, SAP10, HWP1 e ALS3, em isolados clínicos de C. albicans em interação com macrófagos e após exposição a concentrações inibitórias e subinibitórias (1/4 ou 1/8) de antifúngicos. Oito linhagens de C. albicans foram testadas quanto à sensibilidade aos antifúngicos anfotericina B, caspofungina e fluconazol e mostraram-se sensíveis, com exceção da 221-V que foi considerada resistente a caspofungina. A identificação dos isolados foi confirmada por MALDI-TOF, e o perfil metabolômico das linhagens foi analisado por RMN 1H. 66 moléculas foram encontradas no metaboloma, as quais estão envolvidas principalmente no ciclo do ácido tricarboxílico (TCA), na glicólise e gliconeogênese, no metabolismo dos aminoácidos, lipídeos e ácidos nucleicos. Ademais, foram encontradas algumas moléculas associadas a virulência fúngica. A linhagem 221-V destacou-se por apresentar altas concentrações de trealose, glicose, fumarato, arabitol e glicerol, essas moléculas estão associadas a resposta ao estresse oxidativo e osmótico. A partir dos resultados de metabolômica e sensibilidade foram selecionadas três linhagens para ensaios de fagocitose e expressão gênica. Após ensaios de interação Candida-macrófagos, foi observado que os macrófagos eliminaram 34,18±5,43%; 35,30±7,12% e 34,81±4,73% das células de leveduras, nas linhagens 121, 221-V e SC5314. Em relação a expressão gênica analisada por qPCR, a interação Candida-macrófago regulou positivamente a expressão dos genes SAP2 (13,85±1,95), ALS3 (5,81±0,91) e HWP1 (15,66±3,29) em comparação com o controle. Em geral, o tratamento com concentrações subinibitórias de anfotericina B, fluconazol e caspofungina aumentou os níveis de expressão dos genes analisados. A linhagem 221-V destacou-se por aumentar os níveis de expressão dos seis genes avaliados após exposição a caspofungina SAP2 (75,85±10,69), SAP4 (32,19±15,93), SAP9 (6,91±0,85), SAP10 (55,38±25,19), ALS3 (11,81±4,60) e HWP1 (41,38±8,69) em comparação com o controle. Esses resultados mostram que a interação com células hospedeiras e, principalmente, a exposição a concentrações subinibitórias de antifúngicos podem correlacionar-se com o aumento da virulência de C. albicans. Concentrações subinibitórias podem ser utilizadas como tratamento sistêmico empírico ou profilático para pacientes com fatores de risco para candidíase invasiva, bem como, pode incorrer em falha terapêutica devido a parâmetros farmacocinéticos e/ou farmacodinâmicos, a não adesão ao tratamento e erros de dosagem ou ao tempo entre as doses. Além disso, compreender a patogênese fúngica pode auxiliar na pesquisa e desenvolvimento de novas possibilidades terapêuticas, tais como novos fármacos para candidíase, contribuindo assim para a redução da incidência de morbidade e mortalidade associada a infecções fúngicas.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da atividade e do mecanismo de ação de derivados de pentamidina em diferentes espécies de Leishmania(Universidade Federal de Alfenas, 2024-12-12) Sepini, Patrícia Ferreira Espuri; Marques, Marcos José; Laurenti, Márcia Dalastra; Almeida, Letícia De; Lucas, Rosymar Coutinho De; Rodrigues, Maria RitaA leishmaniose abrange doenças causadas por mais de 20 espécies de protozoários do gênero Leishmania, sendo um problema global de saúde pública. A quimioterapia é o principal tratamento, mas apresenta alta toxicidade, custo elevado, efeitos colaterais e resistência parasitária, destacando a necessidade de novas opções terapêuticas. A pentamidina, embora eficaz, é altamente tóxica, o que motiva a busca por derivados com menor toxicidade. Este estudo avaliou a atividade leishmanicida dos derivados de pentamidina (PQM 250 a PQM 262) em Leishmania (L.) amazonensis e Leishmania (L.) infantum chagasi e sua toxicidade em macrófagos de mamíferos. Além disso, foi investigado o mecanismo de ação dos compostos promissores, focando na bioenergética mitocondrial pelo potencial de membrana mitocondrial e produção de ATP, estresse oxidativo pela produção de peróxido de hidrogênio (H2O2), NADPH e atividade da tripanotiona redutase (TryR), além de apoptose, estudos in sílico e in vivo. Os compostos PQM 250, PQM 254 e PQM 261 mostraram atividade significativa contra formas promastigotas e amastigotas nas duas espécies estudadas e com menor toxicidade, sendo selecionados para estudos de mecanismo de ação. Os resultados com Leishmania (L.) amazonensis mostraram que a pentamidina e o PQM 254 causaram despolarização mitocondrial (10,9 e 10,44%, respectivamente) enquanto o PQM 261 induziu hiperpolarização (13,16%). O PQM 261 também aumentou a produção de ATP e NADPH (32 e 18,35%, respectivamente), enquanto a pentamidina reduziu esses parâmetros (73 e 35,86%, respectivamente), além da redução na produção de H2O2 (37,9%) e promoveu apoptose. O PQM 250 aumentou a produção de H2O2 e NADPH (18,9 e 14,89%, respectivamente), inibindo a TryR em 21%, provocando assim desequilíbrio redox. PQM 254 reduziu a produção de H2O2 em 41,7%, mas inibiu a TryR em 13,38%, prejudicando a homeostase redox. Já com relação a Leishmania (L.) infantum chagasi, os resultados preliminares mostram que os compostos PQM 254 e PQM 261 promoveu aumento de 211,3% e 311,3% na concentração de H2O2, respectivamente, e que apenas o composto PQM 254 apresentou uma redução significativa de 21,6% nas taxas de NADPH em comparação com o grupo controle. Diante os ensaios in vivo, a qPCR demonstrou que com compostos PQM 250 e 254 reduziram significativamente a carga parasitária do fígado e baço dos animais em relação ao grupo controle. Os dados sugerem que derivados da pentamidina mostram-se promissores no desenvolvimento de terapias mais eficazes contra a leishmaniose ao interferirem em mecanismos críticos relacionados à sobrevivência do parasita. Este estudo oferece contribuições valiosas sobre as vias metabólicas nas quais os compostos afetam, proporcionando uma base importante para futuras abordagens terapêuticas.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da eficácia da via peridural no tratamento da dor oncológica de difícil controle em pacientes com neoplasia gastrointestinal avançada em cuidado paliativo(Universidade Federal de Alfenas, 2023-05-12) Barros, Carlos Marcelo.; Pacheco, Larissa Helena Lobo Torres; Ceron, Carla Speroni; Costa, Isabelle Cristinne Pinto; Silva, Marcelo Lourenço Da; Marques, Vanessa Bergamin BoralliA dor é o sintoma mais crítico que acompanha o câncer, contudo, o seu tratamento nem sempre é efetivo. Para tanto, o estudo teve como objetivo comparar a eficácia do tratamento oral com morfina e adjuvantes ao tratamento com morfina e ropivacaína epidural, no controle da dor oncológia em pacientes com neoplasia gastrointestinal em cuidados paliativos no Sistema Único de Saúde (SUS), cuja dor apresenta dificuldade de controle clínico. Realizou-se ensaio clínico randomizado com dois grupos: controle e intervenção. O grupo controle recebeu morfina e adjuvantes por via oral. O grupo intervenção recebeu morfina e ropivacaína por via peridural. Os pacientes foram avaliados em quatro fases utilizando diversas escalas para avaliar a eficácia e a adesão do tratamento. Os resultados demonstraram que o tratamento com morfina e ropivacaína epidural foi significativamente mais eficaz na manutenção do tratamento analgésico, levando a uma maior adesão ao tratamento, especialmente nas fases mais avançadas da doença. O grupo intervenção apresentou uma menor taxa de falha do tratamento e menor dor na Fase 2. No entanto, os pacientes deste grupo também apresentaram piora na situação clínico functional em algumas fases do estudo. Com base nesses resultados, conclui-se que o tratamento da dor oncológica com morfina e ropivacaína por via epidural pode ser uma opção mais efetiva para pacientes com neoplasia gastrointestinal em cuidados paliativos no SUS.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da estabilidade da cumarina 8-metoxi-3-(4- nitrobenzoil)-6- propil-2H-croman-2-ona e estudos de identificação e do potencial biológico de seus produtos de degradação(Universidade Federal de Alfenas, 2024-08-06) Cordeiro, Cleydson Finotti; Bonfilio, Rudy; Cazedey, Edith Cristina Laignier; Leal, Daniel Henriques Soares; Silva, Marcelo Aparecido Da; Carvalho, Flávia ChivaAs doenças negligenciadas constituem um conjunto de enfermidades tropicais que afetam principalmente as populações mais vulneráveis. Estudos demonstraram o potencial da nitrobenzoilcumarina 8-metoxi-3-(4-nitrobenzoil)-6-propil-2H-croman-2-ona no combate à doença de Chagas e leishmaniose. Paralelamente, estudos de estabilidade são exigidos pelas agências reguladoras durante as fases iniciais de desenvolvimento de um novo candidato a fármaco, pois a instabilidade de uma molécula pode levar à formação de produtos de degradação (PDs) prejudiciais à saúde humana. Dessa forma, objetivou-se com este trabalho sintetizar a referida nitrobenzoilcumarina, avaliar sua estabilidade através de estudos de degradação forçada, identificar seus PDs, verificar se o potencial tripanocida será mantido nesses subprodutos e avaliar o potencial citotóxico e mutagênico tanto da cumarina, quanto dos PDs identificados. A síntese da nitrobenzoilcumarina foi realizada utilizando o método de Duff e posterior reação de Knovenaegel entre formil-diidroeugenol e 4-nitrobenzoilacetato de etila. Os potenciais citotóxico e mutagênico foram avaliados, respectivamente, através do ensaio colorimétrico Thiazolyl Blue Tetrazolium Bromide (MTT) e micronúcleo. A avaliação da estabilidade intrínseca foi realizada através de estudos de degradação forçada, conforme condições preconizadas pelos guias ICH Q3A (R2), ICH Q1B e resolução ANVISA RDC n° 53/2015. Adicionalmente, a nitrobenzoilcumarina foi exposta a condições de estabilidade acelerada, sendo incubada a 75 % ± 5 % de umidade relativa e temperatura de 40 oC ± 2 oC. Foi desenvolvido e validado um método analítico empregando a técnica de cromatografia líquida de alta eficiência em fase reversa com detecção no ultravioleta para doseamento da nitrobenzoilcumarina e quantificação de seus PDs. A elucidação estrutural desses subprodutos foi realizada por espectrometria de massas e seus potenciais mutagênicos preditos por ensaios in silico empregando técnicas do tipo QSAR (Quantitative Structure-Activity Relationships). Os estudos biológicos demostraram citotoxicidade dose dependente da nitrobenzoilcumarina, apresentando concentração inibitória média de 238,98 μM ± 23,11 μM, semelhante a valores já reportados para os fármacos benznidazol e anfotericina B, utilizados, respectivamente, no tratamento da doença de Chagas e leishmaniose. Já os estudos de genotoxicidade revelaram ausência de efeito genotóxico em concentrações baixas. Na avaliação da estabilidade intrínseca, foi verificado que a nitrobenzoilcumarina sofre degradação quando exposta à hidrólise alcalina, solução de íons metálicos e em condições oxidativas. Os estudos de estabilidade acelerada demostraram que a nitrobenzoilcumarina após seis meses de incubação não sofre degradação nas condições de temperatura e umidade preconizadas para o ensaio. Já as avaliações de mutagenicidade in silico indicaram ausência de alertas estruturais nos PDs relacionados ao endpoint pesquisado ou ausência de alertas estruturais discrepantes entre a molécula de origem e seus subprodutos, sugerindo que os compostos podem ser considerados seguros. Tais resultados evidenciam o potencial da nitrobenzoilcumarina como um promissor protótipo a fármaco a ser utilizado no combate à doença de Chagas e leishmaniose. Estudos adicionais in vitro estão sendo realizados para comprovar a segurança biológica dos PDs.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da farmacocinética da rivaroxabana e do polimorfismo no gene ABCG2 em voluntários sadios incluídos em estudos de bioequivalência(Universidade Federal de Alfenas, 2023-07-31) Santos, Alessandra Ferreira Dos; Marques, Vanessa Bergamin Boralli; Godoy, Ana Leonor Pardo Campos; Bedor, Danilo César Galindo; Ceron, Carla Speroni; Podestá, Márcia Helena Miranda CardosoA rivaroxabana é um anticoagulante oral direto utilizado para tratamento de tromboembolismo venoso e prevenção de acidente vascular cerebral em pacientes com fibrilação atrial. Este fármaco atua como inibidor do fator Xa na cascata de coagulação e é metabolizado no fígado pelas enzimas CYP3A4/5 e CYP2J2, além de ser substrato da glicoproteína-P e da proteína de resistência ao câncer de mama (BCRP). Muitos pacientes em terapia anticoagulante não respondem adequadamente ao tratamento ou apresentam reações adversas, como sangramento. Essa variabilidade na resposta farmacológica pode ser causada por polimorfismo genético. Portanto, o objetivo principal desse estudo foi avaliar a influência do polimorfismo genético em parâmetros farmacocinéticos (Cmax, ASC, Cl, t 1/2 e Vd) e de coagulação (TP e TTPa) da rivaroxabana. Foram incluídos 117 voluntários sadios que participaram de dois estudos de bioequivalência com uma dose única oral de 20 mg de rivaroxabana, em condições de jejum e pós-prandial. As concentrações plasmáticas foram determinadas por método desenvolvido e validado por UHPLC-MS/MS. Foi avaliado o polimorfismo no gene ABCG2 421 C>A que codifica a enzima transportadora BCRP responsável pelo efluxo da rivaroxabana. O método cromatográfico desenvolvido foi preciso, exato, estável e apresentou faixa de trabalho adequada a aplicação em estudo de bioequivalência. Os voluntários com genótipo 421 A/A, comparados respectivamente a 421 C/A e 421 C/C apresentaram Vd (508,27 vs 334,45 vs 275,59 L) e t 1/2 (41,04 vs 16,43 vs 15,47 h) significativamente maior, no estudo em condições de jejum. Os valores de Cmax (145,81 vs 176,27 vs 190,19 ng/mL), ASC 0-t (1193,81 vs 1374,69 vs 1570,77 ng/mL*h) e (Cl 11,82 vs 14,50 vs 13,01 mL/h) foram menores para esses indivíduos, respectivamente, mas sem significância estatística. A rivaroxabana prolongou os valores de TP (17,80 vs 18,38 vs 18,62 s) e TTPa (45,90 vs 44,78 vs 47,00 s) quando comparados aos valores basais, porém sem correlação com a variante estudada. A rivaroxabana foi bem tolerada e nenhum evento grave foi detectado. Os estudos farmacogenéticos em voluntários sadios fornecem muitas informações sobre a influência de polimorfismos genéticos em farmacocinética, efeito biológico e dá informações sobre segurança. As informações coletadas podem ser utilizadas no desenvolvimento da medicina personalizada.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da influência da glicoproteína-p na farmacocinética de fármacos antiepilépticos em ratos(Universidade Federal de Alfenas, 2021-08-27) Placido, Rodrigo Vicentino; Marques, Vanessa Bergamin Boralli; Godoy, Lívea Dornela; Antunes, Natalícia De Jesus; Leitão, Silvia Graciela Ruginsk; Figueiredo, Eduardo Costa DeA epilepsia é uma patologia caracterizada por crises convulsivas recorrentes, que ocorrem em decorrência de descargas elétricas excessivas que acometem os neurônios. A doença é de incidência mundial, acometendo cerca de cinquenta milhões de pessoas, sendo de maior prevalência em países em desenvolvimento. Cerca de 30% desses pacientes não respondem ao tratamento, que pode ser devido a influência dos transportadores na farmacocinética dos fármacos antiepilépticos. O principal transportador de efluxo responsável por essa resistência é a glicoproteína-P (P-gp), presente especialmente na barreira hematoencefálica. Uma vez que os fármacos antiepilépticos são substratos da P-gp, estes sofrem ação de efluxo, ocasionando alterações farmacocinéticas, ou concentrações subterapêuticas no sistema nervoso central (SNC), já que esse é o seu principal sítio de ação farmacológica. Diante do exposto, o presente trabalho se propôs a avaliar a farmacocinética de fármacos antiepilépticos e a fexofenadina, comparando-se animais controle e ratos epilépticos induzidos pelo modelo da pilocarpina. O uso de inibidores da P-gp (verapamil), como possível alternativa terapêutica, também foi avaliado. Para o grupo tratado com fexofenadina com inibidor da P- gp, observou-se no AUC 0-3h que houve uma redução no grupo controle (223,9 vs. 154,9ng.h/mL) e no grupo epiléptico (136,4 vs. 71,3ng.h/mL). Para a farmacocinética da carbamazepina não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos controle e epiléptico, tampouco no uso do inibidor da P-gp, o que pode ser explicado pelo fato da carbamazepina não ser um substrato ideal da P-gp em ratos. Para a farmacocinética do fenobarbital foi observado aumento do AUC 0- no grupo epiléptico em relação ao controle (20804 vs. 8789,5ng.h/mL), porém, ao se administrar o inibidor da P-gp para o grupo epiléptico esse parâmetro foi reduzido (20804 vs. 11713ng.h/mL). Para a farmacocinética da fenitoína também foi observado aumento do AUC 0- para o grupo epiléptico frente ao controle (9860,2 vs. 2393,4ng.h/mL) e redução de AUC 0- ao se administrar o inibidor (9860,2 vs. 5823,9ng.h/mL). O aumento da disponibilidade plasmática é reflexo da redução de entrada do fármaco para o SNC, por aumento da expressão da P-gp, relacionado diretamente à indução da epilepsia e à pilocarpina na barreira hematoencefálica, acarretando maior quantidade de fármaco na circulação. Porém, ao se administrar o inibidor, a atividade de efluxo do transportador é bloqueada, permitindo maior distribuição do fármaco e assim reduzindo sua concentração plasmática. Esses resultados apontam o uso do inibidor da P-gp como alternativa promissora para o tratamento da epilepsia refratária; ressalta-se que a refratariedade ao tratamento é um mecanismo complexo e multifatorial.Epilepsy is a pathology characterized by recurrent seizures that occur as a result of excessive electrical discharges that affect brain cells. The disease has a worldwide incidence, affecting about fifty million people, being more prevalent in developing countries. About 30% of these patients do not respond to treatment, which may be due to the influence of transporters on the pharmacokinetics of antiepileptic drugs. The main efflux transporter responsible for this resistance is the P-glycoprotein (P-gp), especially present in the blood- brain barrier. Since antiepileptic drugs are P-gp substrates, they undergo efflux action, causing pharmacokinetic changes, or subtherapeutic concentrations in the central nervous system (CNS), since this is their main site of pharmacological action. Given the above, the present study aimed to evaluate the pharmacokinetics of antiepileptic drugs and fexofenadine, comparing control animals and epileptic rats induced by the pilocarpine model. The use of P-gp inhibitors (verapamil), as a possible therapeutic alternative, was also evaluated. For the group treated with fexofenadine with P-gp inhibitor, it was observed in the AUC 0-3h that there was a reduction in the control group (223.9 vs. 154.9ng.h/mL) and in the epileptic group (136.4 vs. 71.3ng.h/mL). For carbamazepine pharmacokinetics, no statistical differences were observed between the control and epileptic groups, nor in the use of P-gp inhibitor, which can be explained by the fact that carbamazepine is not an ideal substrate for P- gp in rats. For the pharmacokinetics of phenobarbital, an increase in AUC 0- was observed in the epileptic group compared to the control (20804 vs. 8789.5ng.h/mL), however, when administering the P-gp inhibitor to the epileptic group, this parameter was reduced (20804 vs. 11713ng.h/mL). For the pharmacokinetics of phenytoin, an increase in AUC 0- was also observed for the epileptic group compared to the control (9860.2 vs. 2393.4ng.h/mL) and a reduction in AUC0- when administering the inhibitor (9860.2 vs. 5823.9ng.h/mL). The increase in plasma availability reflects the reduction in drug entry into the CNS, due to increased P-gp expression, directly related to the induction of epilepsy and pilocarpine in the blood-brain barrier, causing a greater amount of drug in the circulation. However, when the inhibitor is administered, the efflux activity of the transporter is blocked, allowing greater distribution of the drug and thus reducing its plasma concentration. These results point to the use of P-gp inhibitor as a promising alternative for the treatment of refractory epilepsy; it is noteworthy that treatment refractoriness is a complex and multifactorial mechanism.Item Embargo Avaliação do perfil antioxidante da minociclina in vitro e de seus efeitos na disbiose, nas alterações comportamentais e cardíacas causadas por dietarica em carboidratos refinados em camundongos.(Universidade Federal de Alfenas, 2024-08-02) Silva, Alessandra Oliveira; Ceron, Carla Speroni; Tirapelli, Carlos Renato; Oliveira, Lisandra Brandino De; Pacheco, Larissa Helena Lobo Torres; Paula, Fernanda Borges De AraújoOs alimentos à base de açúcares estão relacionados a danos cardíacos e do sistema nervoso central, em decorrência do aumento do estresse oxidativo, alteração da microbiota e maior ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. O cloridrato de minociclina é um antibiótico que possui propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e inibe as metaloproteinases (MMPs). Diante disso, objetivamos in vitro avaliar o perfil antioxidante da minociclina, e de seus efeitos na disbiose, nas alterações comportamentais e cardíacas em camundongos submetidos a dieta rica em carboidratos refinados (HC). Para os testes in vitro, comparou-se a minociclina na sua forma bruta e digerida em relação a sua atividade antioxidante e proteção contra a oxidação, em eritrócitos e plasma humano. Para os testes in vivo, camundongos Balb/C foram tratados com dieta padrão e dieta HC por 12 semanas, recebendo por gavagem, água ou minociclina (50 mg/kg) da 10° a 12° semana. Monitorou-se o peso corporal e o consumo de ração, ainda, no final do protocolo, realizou-se a coleta de fezes para avaliação da microbiota e o teste comportamental de labirinto em cruz elevado (LEC). Após eutanásia, o tecido adiposo branco, sangue e coração foram coletados para as seguintes análises: índice de adiposidade, análises bioquímicas e avaliação de marcadores de estresse oxidativo. Observou-se que o processo de digestão aumentou a atividade antioxidante da minociclina nos testes químicos in vitro e protegeu os eritrócitos e o plasma contra os danos oxidativos. Em relação as análises in vivo, os animais apresentaram no LEC aumento de grooming, diminuição do head dipping e da permanência nos braços abertos. Ainda, há alteração da microbiota com aumento de Firmicutes e diminuição de Bacteroidetes. Esses dados indicam o desenvolvimento do comportamento do tipo ansioso, sendo que a minociclina reverteu parcialmente esses danos. Adicionalmente, observou-se aumento no consumo de ração apenas no início do experimento, tornando insignificativo após a 4° semana. O peso corporal não foi alterado, no entanto, houve um aumento do índice de adiposidade com alteração do perfil lipídico nos animais que passaram pela dieta HC, acompanhando de aumento na atividade da creatinina quinase fração MB, indicando um dano no miocárdio. Nesse sentindo, percebe-se um aumento do estresse oxidativo cardíaco causado pela dieta, com diminuição de glutationa, aumento de espécies reativas de oxigênio, culminando no aumento da atividade das MMPs e consequente aumento do depósito de colágeno intersticial. Além disso, houve aumento na atividade da catalase e da glutationa peroxidase. A minociclina apresentou uma boa atividade antioxidante in vitro, principalmente na sua forma digerida. Os animais tratados com minociclina obtiveram melhora do perfil lipídico, estresse oxidativo e diminuição da porcentagem de colágeno, sugerindo que esse composto possa reduzir os danos causados por uma dieta HC, atuando contra o remodelamento tecidual.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação do risco da exposição humana aos fungicidas triazóis no Sul de Minas Gerais: conectando biomonitoramento e toxicologia computacional(Universidade Federal de Alfenas, 2024-09-13) Marciano, Luiz Paulo De Aguiar; Martins, Isarita; Rodrigues, Maria Augusta Carvalho; Mello, Marcia Sarpa De Campos; Garcia, Solange Cristina; Marques, Vanessa Bergamin BoralliO Brasil se destaca como o maior produtor mundial de café, onde o uso extensivo de agrotóxicos é economicamente crítico, mas apresenta riscos à saúde e ao meio ambiente devido aos seus mecanismos de ação não seletivos. Especificamente, os fungicidas triazóis são amplamente utilizados na agricultura para gerenciar doenças fúngicas e são conhecidos por afetar enzimas CYP450 e microsomais do fígado em mamíferos. Esta pesquisa teve como objetivo realizar a caracterização do risco da exposição humana aos fungicidas triazóis por biomonitoramento de dose interna, medições de biomarcadores e integração de dados de high-throughput screening (HTS) através de fluxos de trabalho de toxicologia computacional utilizando o Integrated Chemical Environment (ICE). Voluntários da região sul de Minas Gerais, Brasil, foram divididos em dois grupos: trabalhadores agrícolas e cônjuges ocupacional e ambientalmente expostos aos agrotóxicos de áreas rurais (n = 140) e indivíduos da área urbana não expostos ocupacionalmente para servir como grupo de comparação (n = 50). Três fungicidas triazóis, ciproconazol, epoxiconazol e triadimenol, foram detectados nas amostras de urina de homens e mulheres do grupo rural por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Análise de biomarcadores indicou significativas alterações no grupo rural (Kruskal-Wallis p < 0.0001). Aumento na frequência de alterações celulares associadas a efeitos genotóxicos pelo ensaio do citoma de células de mucosa bucal e desequilíbrio oxidativo, particularmente entre homens expostos ocupacionalmente aos agrotóxicos. Além disso, elevação de ácidos biliares plasmáticos indicando alterações precoces e possivelmente reversíveis, pois não foram observadas diferenças significativas nos níveis de enzimas hepáticas (AST, ALT e γ-GT). Os hormônios androstenediona e testosterona foram significativamente reduzidos no grupo dos trabalhadores agrícolas (Mann-Whitney p < 0.0001). Os dados mostram uma associação inversa significativa de testosterona com colesterol, LDL, VLDL, triglicerídeos e glicose e uma associação direta com HDL (correlação de Spearman p < 0.05). No fluxo de trabalho do ICE, ensaios de HTS in vitro com bioatividade foram identificados para os três triazóis detectados e três outros ingredientes ativos das formulações de agrotóxicos. Os dados de HTS curados confirmam bioatividades predominantemente relacionadas ao metabolismo de hormônios esteroides, processos de estresse celular e enzimas CYP450 impactadas pela exposição ao fungicida em concentrações ocupacionais e ambientais relevantes com base nos modelos de extrapolação in vitro para in vivo (IVIVE). Para avaliar o risco associado aos níveis de triazóis urinários, foram calculados a Estimated Daily Intake (EDI) e o Hazard Quotient (HQ). As maiores EDI foram observadas para epoxiconazol, variando de 0,47 a 6,31 μg/kg-pc/dia para homens e 0,49 a 8,77 μg/kg-pc/dia para mulheres no grupo exposto. Na pior das hipóteses, considerando o maior valor detectado de triazol urinário encontrado, o HQ calculado para o epoxiconazol foi de 2,1 para homens e 2,9 para mulheres. Esses resultados caracterizam o risco significativo para a saúde humana, particularmente pela alta frequência e intensidade da exposição ao epoxiconazol. Este estudo destaca o papel crítico do biomonitoramento e a utilidade das ferramentas computacionais na caracterização de risco à exposição aos agrotóxicos e na minimização dos efeitos prejudiciais à saúde resultantes da exposição crônica.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação dos aspectos farmacológicos, toxicológicos e esquistossomicida da benzofenona 7-epiclusianona(Universidade Federal de Alfenas, 2017-08-15) Castro, Aline Pereira; Marques, Marcos José; Pinto, Pedro Luiz Silva; Lescano, Susana Angélica Zevallos; Sousa, Raquel Lopes Martins; Pacheco, Larissa Helena Lobo TorresA esquistossomose é uma doença causada por helmintos do gênero Schistosoma, que afeta cerca de 230 milhões de pessoas no mundo. Recentemente, cepas de Schistosoma mansoni tem desenvolvido tolerância e resistência contra o praziquantel (PZQ) que é o único fármaco disponível no mercado, usado no tratamento dessa doença. Estes problemas relacionados à resistência justificam estudos que busquem alternativas para a prevenção, tratamento e cura da doença. Este trabalho teve como objetivo avaliar a estabilidade química, a farmacocinética, os efeitos tóxicos e esquistossomicidas da 7-epiclusianona (7-epi), uma substância isolada da Garcinia brasiliensis. Ensaios de estabilidade química usando HPLC-UV-VIS, farmacocinéticos utilizando UPLC-MS/MS, bioquímicos avaliando marcadores de função hepática (aspartato-aminotransferase, alaninaaminotransferase, albumina, proteínas totais e glicose) e renal (creatinina), toxicidade in vivo pelo teste cometa, micronúcleo de medula e colon e apoptose foram realizados com o objetivo de avaliar os efeitos dessas substâncias em modelos murinos. A 7-epi se demonstrou estável nos testes de degradação forçada, contudo na presença de peróxido de hidrogênio 0,3% (v/v) ocorreu degradação dando origem a forma oxidada deste composto. Por sua vez, os testes farmacocinéticos analisaram a 7-epi em plasma de camundongos infectados com Schistosoma mansoni, a qual apresentou um aumento da área sob a curva de concentração plasmática versus tempo (20846 vs 32438 ng.h/mL), uma diminuição da depuração total aparente (0,006 vs 0,004 L/h/kg), aumento da meia-vida (1,73 vs 6,11h) e a redução concentração plasmática máxima (5427,5 vs 3321,0 ng/mL) em comparação com o grupo não infectado, mas o tempo para atingir concentração plasmática máxima não apresentou diferença significativa. Nos testes toxicológicos usando ensaio cometa, teste de micronúcleo de medula e colon; além dos testes de apoptose, a 7-epi não provocou lesão no DNA e ainda foi capaz de proteger a célula contra a lesão provocada pela doxirrubicina e N,N’–dimetilhidrazina. Enquanto que na avaliação bioquímica apesar da 7-epi não provocar efeitos tóxicos para o hospedeiro, ela não foi capaz de corrigir os danos causados pelos ovos de S. mansoni. Nos testes esquistossomicida in vivo não foram observados efeitos significativos no verme adulto, quando os camundongos infectados foram tratados com 7-epi, porém houve uma redução da área do granuloma (46,0%) e da contagem de eosinófilos no tecido hepático (45,0%). A 7-epi não demonstrou toxicidade nos parâmetros avaliados e ainda foi capaz de proteger a células contra os danos causados pelos agentes lesivos. Os resultados obtidos mostraram uma significativa atividade esquistossomicida in vivo na dose de 300 mg/Kg. Além disso, houve redução no tamanho do granuloma. Embora, estes resultados sejam preliminares apontam para a importância de avaliar in vivo a atividade dessa substância usando diferentes regimes de tratamento e formulações de 7-epi lipossomada para melhorar sua eficácia.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação dos efeitos do extrato e da fração flavonoídica obtidos das folhas do maracujá (Passiflora edulis sims) sobre a modulação da nadph oxidase e agregação plaquetária em ratos diabéticos.(Universidade Federal de Alfenas, 2017-04-24) Salles, Bruno Cesar Correa; Paula, Fernanda Borges De Araújo; Rocha, Cláudia Quintino Da; Melo, Maria Do Socorro Fernandes; Rodrigues, Maria Rita; Ventura, Renato RizoO diabetes melitus está entre as doenças crônicas consideradas emergenciais. Produtos obtidos à base de plantas medicinais vêm apresentando resultados terapêuticos eficientes no tratamento dessas doenças crônicas. Com 56,3% da produção mundial, o Brasil é o maior produtor mundial e o maior consumidor de maracujá. Muitos estudos têm considerado a P. edulis como uma espécie promissora, inclusive para o tratamento do diabetes mellitus. Desta forma, este estudo avaliou os possíveis efeitos de insumos obtidos da espécie vegetal P. edulis, nos marcadores bioquímicos e modulação plaquetária em ratos diabéticos. O extrato bruto foi obtido por maceração em solução hidroetanólica 70% (v/v). A fração de flavonoides foi obtida por partição líquido-líquido. O marcador químico isorientina foi quantificado por análises de cromatografia líquida de ultra performace acoplado a espectrometria de massas. A caracterização química dos insumos foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência acoplado a espectrometria de massas. Ratos “Wistar” machos foram tratados com aloxano (150mg/kg de massa dissolvido em salina 0,9%) intraperitoneal. O extrato bruto (0,2g de extrato /kg) e a fração de flavonoides (20mg da fração/kg) foram administradas em ratos normais e diabéticos por 90 dias. Os animais dos grupos “Controle” e “Diabetes” receberam apenas água. A agregação plaquetária foi avaliada em agregômetro a 37ºC. A produção de espécies oxidantes nas plaquetas de ratos diabéticos e não diabéticos foi avaliada na presença e na ausência de acetato miristato de forbol, por quimioluminescência. Os marcadores bioquímicos foram determinados no soro por método enzimático colorimétrico e a hemoglobina glicada foi avaliada por cromatografia líquida de alta eficiência em equipamento da marca Bio-Rad. Avaliando os resultados obtidos nas análises, os dados sugerem a presença de diversos flavonoides derivados da apigenina e luteolina, sendo a maioria c-heterosídeos. A quantificação do marcador químico confirma a presença da isorientina nos insumos obtidos, sendo a fração butanólica com o maior teor de isorientina (6,1%). A indução do diabetes mellitus levou ao aumento da glicemia bem como dos níveis de frutosamina e de hemoglobina glicada, com apresentação de sinais clássicos do diabetes polidpsia, polifagia e perda de peso. O diabetes mellitus induziu aumento na produção de espécies oxidantes e na agregação plaquetária. O tratamento dos animais com o extrato bruto e com a fração de flavonoides foi capaz de reduzir a ingestão de líquidos, o consumo de sólidos, os níveis glicêmicos, os níveis séricos de frutosamina, a agregação plaquetária e a produção de espécies oxidantes nos animais diabéticos. Todos estes resultados sugerem que as folhas de P. edulis apresentam um efeito benéfico no estado diabético, prevenindo o aparecimento das complicações crônicas.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação dos efeitos do óleo de baru (Dipteryx alata Vog.) sobre a modulação da função renal e do perfil metabolômico em ratos diabéticos(Universidade Federal de Alfenas, 2024-06-07) Cardoso, Naiane Silva; Paula, Fernanda Borges De Araújo; Carneiro, Deila Rosely; Santos, Gérsika Bitencourt; Ceron, Carla Speroni; Silva, Marcelo Aparecido DaA hiperglicemia no Diabetes Mellitus do tipo 2 (DM2) é o principal iniciador das alterações moleculares deletérias aos órgãos, que estão associadas ao estresse oxidativo. Como consequência, a doença renal diabética acomete cerca de 40% dos diabéticos. Um bom controle glicêmico pode reverter o estágio inicial da doença, sendo importante a busca de tratamentos complementares que possam auxiliar na prevenção dos danos induzidos pelo DM2. O óleo extraído da amêndoa de baru é rico em ácidos graxos monoinsaturados capazes de estimular a liberação da insulina. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da ingestão do óleo de baru sobre a função renal, o estresse oxidativo e o perfil metabólico no rim de ratos normais e diabéticos. A extração do óleo foi realizada por prensagem mecânica das amêndoas de baru. Neste estudo foi adotado um modelo de indução de DM2. Ratos machos wistar receberam ração hiperlipídica (30%) por 28 dias e em seguida uma injeção via intraperitoneal de estreptozotocina (35mg/kg). Os animais saudáveis permaneceram com a dieta padrão. Após a confirmação do diabetes (glicemia casual >250mg/dl) foram iniciados os tratamentos dos animais saudáveis e diabéticos com água e o óleo de baru nas doses de 0,75 g/kg; 1,5 g/kg e 3,0 g/kg, metformina (200 mg/kg) e gliclazida (10 mg/kg) isoladas e associadas com o óleo de baru (1.5 g/kg), durante 90 dias. Na etapa final do tratamento foram realizados o teste de tolerância oral à glicose (TTOG) e o teste de tolerância à insulina (TTI). O sangue total, a urina e os rins foram coletados para a determinação dos marcadores bioquímicos. A avaliação das atividades de enzimas antioxidantes, superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT) e dos níveis de malonelaldeído (MDA) foram realizadas no soro e nos rins dos animais. No rim foram realizados a avaliação histológica e a determinação do perfil metabólico. O tratamento com o óleo de baru nas doses de 1,5 g/kg e 3,0 g/kg, reduziram o consumo de ração e água, aumentaram a responsividade dos animais no TTOG e TTI, e diminuiu a glicose sérica, a creatinina e a albuminúria, nos animais diabéticos. A dose de 3,0 g/kg apresentou efeito mais significativo nos marcadores de função renal. No entanto, quando avaliado o estresse oxidativo no tecido renal, observa-se que o grupo diabético tratado com 1,5 g/kg do óleo, foi capaz de atenuar a redução das atividades das enzimas SOD, CAT e GPx em relação aos demais tratamentos com o óleo de baru e reduzir os níveis de MDA. Todos os tratamentos apresentaram efeitos benéficos em reduzir os danos histológicos renais e os níveis dos metabólitos do ciclo de Krebs e das adenosinas do metabolismo energético. A associação da metformina com o óleo de baru apresentou melhor capacidade no controle glicêmico e da função renal, já que reduziu os níveis de glicose sérica, frutosamina, creatinina e albuminúria. Além disso, esse tratamento demostrou capacidade de modular o metabolismo oxidativo, com a restauração das atividades das enzimas antioxidantes.Item Embargo Covid-19: aspectos da doença, do tratamento medicamentoso e seu manejo no SUS(Universidade Federal de Alfenas, 2024-12-09) Amorim, Ana Flávia Da Silva; Reis, Tiago Marques Dos; Pereira, Leonardo Régis Leira; Zanetti, Maria Olivia Barboza; Cazarim, Maurílio De Souza; Ceron, Carla SperoniAinda existem lacunas na literatura em relação às variáveis que interferem na prevenção, no controle e no tratamento da doença provocada pelo coronavírus 2019 (COVID-19), bem como na resolubilidade da rede pública de saúde no manejo da doença. Dessa forma, o objetivo do estudo foi analisar os aspectos epidemiológicos e clínicos da COVID-19 em Alfenas-MG, a relação do tratamento medicamentoso com a morbimortalidade e seu manejo no Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa foi organizada em cinco etapas (A, B, C, D e E). Na etapa A foi realizado um estudo transversal com casos de COVID-19, a fim de caracterizar os acometidos pela doença e identificar os preditores de hospitalização. Na etapa B foi realizado um estudo transversal com dados dos prontuários de pacientes com COVID-19 internados no hospital de referência do município, para identificar os determinantes da morbimortalidade. Na etapa C foi realizado um estudo descritivo com os pacientes inclusos na etapa B que tiveram alta hospitalar, a fim de compreender o itinerário terapêutico e a resolubilidade da rede pública de saúde. Na etapa D foi realizado um estudo descritivo com as prescrições farmacológicas dos pacientes da etapa B, visando analisar os custos diretos da farmacoterapia aplicada à COVID-19. Na etapa E foi realizada uma revisão sistemática com o intuito de avaliar a efetividade e a segurança do sotrovimabe no tratamento da COVID-19. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFAL-MG. Os resultados da etapa A mostraram que a COVID-19 acometeu principalmente pessoas do sexo feminino (55%), maiores de 19 a 59 anos (67,8%), solteiros(as) (48,6%), raça/cor branca (60,7%), com ensino médio completo (35%) e renda de até três salários mínimos (61,4%). Os determinantes da internação hospitalar incluíram: raça/cor branca, maior faixa etária, menor renda mensal e nível de escolaridade (p<0,001); ocorrência de doenças crônicas, tabagismo e uso de medicamentos (P<0,05). Na etapa B, observou-se associação entre a mortalidade hospitalar e a permanência de alterações nos exames de ácido lático, dímero-D e proteína C reativa (P<0,05). Ainda, medicamentos como enoxaparina, dexametasona, ivermectina, acetilcisteína, cloroquina e claritromicina foram correlacionados com o óbito (P<0,05). Na etapa C, 75,8% dos entrevistados procurou ajuda médica entre 1 a 5 dias de sintomas, sendo que o Pronto Socorro hospitalar foi primeiro local de busca por atendimento da maioria (85,5%). Em adição, observou-se condutas inadequadas quanto ao seguimento dos protocolos e fluxogramas de manejo da COVID-19. A etapa D mostrou que o custo médio diário do tratamento farmacológico por paciente foi cerca de 44% do valor previsto pelo SUS para o manejo hospitalar da COVID-19. Os antibacterianos e anticoagulantes consumiram a maior parte (68%) dos gastos com terapias medicamentosas. Na revisão sistemática (etapa E) não se verificou diferença significativa entre os grupos sotrovimabe e controle quanto ao uso de ventilação mecânica invasiva e à mortalidade. Entretanto, observou-se que o sotrovimabe pode ser efetivo na redução das taxas de hospitalização em comparação ao controle (IV = -1,57; IC 95%: -2,41-0,73; p=0,99). O trabalho mostrou que os diferentes desfechos da COVID-19 podem ser influenciados por aspectos sociais, econômicos, educacionais, fatores clínicos e hábitos de vida. Todavia, intervenções terapêuticas também impactaram hospitalizações e óbitos. As evidências do uso do sotrovimabe refutaram, em parte, a hipótese de que o medicamento possa trazer benefícios no tratamento da doença em relação ao controle. Para mais, a visualização de falhas no manejo suscita a possibilidade de inferência de outros danos à saúde, além de gastos desnecessários, reforçando a necessidade de otimizar ações preventivas e de manejo da COVID19.Item Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento de cristais líquidos e hidrogéis para administração cutânea de metotrexato para tratamento de psoríase(Universidade Federal de Alfenas, 2021-02-22) Bernardes, Maria Tereza Carneiro Paschoal; Carvalho, Flávia Chiva; Santos, Bruno Da Fonseca Dos; Santos, Aline Martins Dos; Neves, Juliana Dos Santos; Trevisan , Marcello GarciaIntrodução: A psoríase é uma doença autoimune, inflamatória e crônica de pele em que há uma aceleração do crescimento e proliferação celular, resultando em eritemas e lesões de formato mal definidos, com colorações brancas e vermelhas e descamação da epiderme. O metotrexato (MTX) é um dos fármacos para o tratamento de uso sistêmico, mas há diversos efeitos colaterais. A administração tópica pode ser uma estratégia para vetorizar a liberação deste fármaco no local de ação, mas como o estrato córneo epidérmico é uma barreira de permeação de fármacos hidrofílicos, é necessário o desenvolvimento de veículos que promovam sua penetração na pele. Objetivo: Avaliar o efeito tópico do MTX na psoríase empregando como veículos sistemas líquido- cristalinos (CLs) e hidrogéis. Método: Estudo do comportamento de fases pela construção do diagrama ternário de fases combinando polissorbato 80 (Tween ® 80), miristato de isopropila (MIP) e água MiliQ para obtenção de CLs. Os hidrogéis testados foram baseados em quitosana (HQS), ftalato de hidroxipropilmetilcelulose (HHPMC) e carbômero alquilado (HCA). As amostras foram caracterizadas por microscopia de luz polarizada (MLP), reologia oscilatória, análise de textura (TPA), solubilidade do MTX, obtenção do perfil de liberação, estudos ex vivo de bioadesão e ensaios in vivo em camundongos com indução da dermatite psoriática. Resultados: Sistemas contendo tensoativo/óleo/água nas proporções 60/10/30 e 60/20/20 foram caracterizados como fases lamelares (L1 e L2, respectivamente) e 50/10/40 e 50/20/30 como fases hexagonais (H1 e H2, respectivamente). Foi possível solubilizar o MTX na concentração de 2 mg/mL nos CLs e no hidrogel de HCA (pH=7,4), e 0,1 mg/mL no hidrogel HQS (pH=3,5) e não solubilizado em HPMCP (pH=4,5). A reologia oscilatória mostrou que fases hexagonais são mais elásticas que as lamelares, e HCA com comportamento semelhante às lamelares. O teste de TPA correlacionou com a reologia, porém a bioadesão ex vivo mostrou melhor interação de HCA com a pele suína em relação aos CLs. O perfil de liberação mostrou que H1 e H2 retiveram mais o MTX que L1 e L2, devido a sua estrutura mais rígida e organizada. HCA liberou mais MTX mostrando que a rede polimérica gelificada retém menos o fármaco.O perfil de liberação ajustado para o modelo matemático de Weibull indicou que a cinética de liberação é rápida e complexa. Como prova de princípio, os testes in vivo demonstraram que os CLs promoveram um efeito inflamatório mais exacerbado, porém o hidrogel de HCA teve eficácia semelhante à dexametasona. Conclusão: Apesar de ainda ser necessário estudos para entender a toxicidade e segurança dos sistemas, nos testes in vivo em camundongos com dermatite psoriática induzida por imiquimode, a aplicação tópica do MTX pode ser uma nova abordagem para o tratamento da psoríase com menos efeitos colaterais e eficácia comprovada.Item Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento de sistemas de liberação contendo metotrexato como uma nova abordagem terapêutica da artrite reumatoide(Universidade Federal de Alfenas, 2020-08-21) Agostini, Sandra Barbosa Neder; Carvalho, Flávia Chiva; Ferreira, Leonardo Miziara Barbosa; Bernardi, Juliana Cancino; Araújo, Magali Benjamim De; Leite, Mateus FreireEste trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de sistemas de liberação de metotrexato (MTX) destinados à otimização do tratamento de artrite reumatoide. Foram propostos três sistemas: complexos polieletrolíticos (PECs), hidrogel termorresponsivo e a associação de ambos os sistemas. Os PECs foram constituídos por quitosana polimérica ou oligoquitosana com ftalato de hidroxipropilmetil celulose (HPMCp), carregados com MTX. O tamanho e a polidispersão dos PECs de quitosana foram ajustados por modificação da força iônica do meio, sendo que a formulação otimizada (QS-200) apresentou tamanho de partícula de 345±79 nm, índice de polidispersão (PdI) de 0,285±0,067, potencial zeta de +19±2 Mv em pH 5,5 e eficiência de encapsulação (EE) de 29,5±24,2 (%). Em virtude da estreita distribuição de tamanho, QS200 foi utilizado num estudo para seleção de crioprotetores, cujos resultados indicaram que manose, isolada ou associada a trealose, foi adequada para obtenção de PECs liofilizados com característica físico-químicas preservadas. Entre os PECs de oligoquitosana, a formulação com melhores características físico-químicas (OQ-7) apresentou tamanho de partícula de 471±116 nm, PdI de 0,308±0,127, potencial zeta de + 26±2 mV em pH 5,9 e EE de 74,3±5,8%. A formação dos PECs e a incorporação do fármaco em QS200 e OQ-7 foi comprovada por espectroscopia no infravermelho (IV) e análise térmica. QS200 e OQ-7 também foram caracterizados por microscopia de força atômica. Os hidrogéis foram obtidos a partir de uma combinação de poloxâmero 407 e poloxâmero 188 e carregados com MTX ou QS200 ou OQ-7. À temperatura ambiente os hidrogéis foram fluídos e apresentaram seringueabilidade adequada. Entre 36 e 37°C os hidrogéis adquiriram consistência suficiente para impedir o escoamento e o abrupto aumento da viscosidade em faixa de temperatura próxima à corporal foi confirmado por reometria oscilatória. Os sistemas desenvolvidos foram submetidos a estudo de liberação in vitro, no qual o hidrogel contendo PECs (OQ-7 ou QS200) apresentou liberação mais lenta do fármaco. Foram realizados testes pré-clínicos, onde avaliou-se o efeito da administração intra-articular, em dose única, de OQ-7, hidrogel contendo OQ-7 e hidrogel contendo MTX, sobre o limiar nociceptivo, o nível plasmático de IL-1β plasmática e a histologia da articulação de ratos Wistar com artrite induzida. Apesar do veículo ter apresentado um efeito irritativo, OQ-7 atenuou o processo inflamatório, revelando-se como o tratamento mais promissor. Desta maneira, PECs possuem grande potencial para administração intra-articular de MTX no tratamento de artrite reumatoide.Item Acesso aberto (Open Access) Diagnóstico diferencial da proteína ns1 de Zika virus e Dengue vírus através do reconhecimento label-free com polímeros impressos molecularmente(Universidade Federal de Alfenas, 2021-03-26) Silva, Matheus Siqueira; Figueiredo, Eduardo Costa De; Tarley, Cézar Ricardo Teixeira; Castro, Ana Cristina Honorato De; Santos, Mariane Gonçalves; Malaquias, Luiz Cosme CottaA semelhança dos sintomas desenvolvidos após as infecções pelo Zika virus e Dengue virus dificulta o diagnóstico clínico. Além disso, a similaridade estrutural entre esses vírus dificulta a elaboração de um método de diagnóstico diferencial e preciso. A proteína não estrutural 1 (NS1) é uma glicoproteína comum a todos os flavivírus, secretada no soro de pacientes infectados com o Dengue virus em concentrações de 1x10-2 a 50 mg L-1. O reconhecimento artificial de proteínas por sensores eletropolimerizados ganhou espaço recentemente no diagnóstico clínico por fornecer quimiosensores rápidos, sensíveis, seletivos, robustos, não destrutivos, com baixo custo atribuído, sendo ainda portáteis e de fácil manuseio. O presente trabalho propôs a elaboração de quimiossensores capazes de detectar e diferenciar as proteínas NS1 de Zika vírus (ZIKV) e Dengue virus tipo I (DENV-1). À partir de informações estruturais de linearidade, flexibilidade, acessibilidade e imunogenicidade seis epítopos foram selecionados para serem utilizados como molécula modelo para a produção de polímeros impressos molecularmente, dois para DENV-1 e quatro para ZIKV. Foram testados filmes de fenol, ácido aminofenil borônico e 3- e 4-aminofenol e realizou-se estudos para determinar condições ideais de polimerização. Um filme impresso molecularmente foi polimerizado na superfície de eletrodos de quadro impresso de carbono comerciais através da técnica de voltametria cíclica. A remoção da molécula modelo foi realizada por clivagem com proteinase K e voltametria cíclica. Foram testados três modelos de sensores, dois para NS1 de DENV-1 e um para NS1 de ZIKV. Ademais, foi avaliada a influência de uma etapa prévia de desnaturação por temperatura para converter a NS1 à sua forma monomérica antes do reconhecimento. A performance dos dispositivos foi avaliada em termos de precisão, sensibilidade, seletividade e especificidade. Os sensores sintetizados a partir do 3-aminofenol foram capazes de detectar a NS1 em amostras de soro humano diluído (1:1000) em concentrações de 50 a 200 μg L-1. Um dos modelos testados foi capaz de distinguir as NS1 de Dengue virus e Zika virus. Este mesmo protótipo foi capaz de detectar a proteína desnaturada na faixa de 50 a 200 μg L-1 com DPR abaixo de 5.04%. Os valores de LOD e LOQ calculados foram de 29.3 e 88.7 μg L-1, respectivamente.Item Acesso aberto (Open Access) Efeito da aminoguanidina e sua associação com metformina no sistema redox de ratos com diabetes tipo 2 e as implicações nos parâmetros bioquímicos e histológicos(Universidade Federal de Alfenas, 2021-08-06) Oliveira, Carla Miguel De; Rodrigues, Maria Rita; Barros, Gérsika Bitencourt Santos; Soares, Dulcivana Ferreira; Paula, Fernanda Borges De Araújo; Carneiro, Deila RoselyEm trabalho anterior, nosso grupo demonstrou que a aminoguanidina (AG), um conhecido inibidor de produtos finais de glicação avançada (AGEs), aumentou a atividade de NOX2 (Sistema NADPH oxidase fagocítico) em neutrófilos peritoneais de ratos, levando ao aumento da atividade fagocítica e candicida nestas células, entretanto este aumento foi menos pronunciado em ratos diabéticos. Neste trabalho, nosso objetivo foi investigar o papel da AG no balanço redox em modelo experimental de Diabetes Tipo 2 (DM2) e avaliar seu efeito nos parâmetros bioquímicos e histológicos desses animais. Devido à semelhança molecular da AG com a metformina (MET), largamente utilizada no tratamento do DM2, utilizamos aqui as duas guanidinas (AG e MET) e avaliamos o efeito de ambas, isoladamente e/ou associadas, na atividade de enzimas pró e antioxidantes (soro, rins e fígado) e nos parâmetros bioquímicos e histológicos. Para isso, o DM2 foi induzido em ratos machos Wistar através de dieta hipercalórica, seguido de injeção intraperitoneal (IP) de estreptozotocina (STZ) em baixa dosagem (35 mg/kg). Após a confirmação da hiperglicemia, os animais foram tratados com AG e/ou MET por 30 dias e os parâmetros citados acima, foram avaliados. Nossos resultados mostraram um aumento da atividade de NOX 2 no grupo tratado com AG e/ou MET independente do estado diabético, reforçando resultados prévios do grupo. Em relação à mieloperoxidase em neutrófilos, houve diminuição da atividade enzimática associada à hiperglicemia, e os diferentes tratamentos não exerceram efeito sobre sua atividade. Com relação à avaliação de marcadores de estresse oxidativo, pode-se notar que a AG e a MET demonstraram capacidade de modular o metabolismo oxidativo, uma vez que o tratamento com AG e MET foi capaz de restabelecer a atividade de SOD, CAT e GPX, e diminuir os níveis de peroxidação lipídica no soro, rins e fígado. Quanto ao perfil bioquímico, notou-se um melhor controle glicêmico nos animais do grupo diabético MET e no grupo tratado com gliclazida, demonstrando a eficácia do modelo de DM2 padronizado neste trabalho. No perfil lipídico, não houve alteração nos níveis de colesterol total e colesterol HDL pela hiperglicemia, entretanto, grupos tratados com AG e/ou MET apresentaram diminuição nos níveis de triglicerídeos. Pode-se notar também que houve um aumento de AST e ALT decorrentes do estado diabético, contudo nos grupos tratados com AG e MET, houve uma diminuição de AST e ALT, demonstrando a capacidade dos compostos na recuperação do dano hepático. A fosfatase alcalina se elevou pela hiperglicemia, entretanto, os tratamentos com AG e MET não afetaram este parâmetro bioquímico. Os marcadores séricos de função renal, ureia e creatinina, não foram afetados pelos tratamentos. Através das análises histológicas notou-se que AG e MET isoladas ou em associação apresentaram efeitos benéficos por minimizar os danos hepático e renal oriundos do DM2. Desta forma, concluímos que o tratamento com AG, MET e a associação destes compostos induziram uma melhora nos parâmetros hepáticos dos animais diabéticos, diminuição dos níveis de triglicerídeos, restituição da atividade de SOD, CAT e GPX, e foi capaz de promover uma melhora nos danos teciduais renal e hepático. Dado o exposto, pode-se notar que a associação da AG e MET atuou de forma benéfica nesse modelo experimental, sendo necessário mais estudos a fim de estabelecer se a associação das guanidinas pode trazer mais benefícios que a ação isolada da metformina, largamente utilizada no tratamento do DM2.Item Embargo Estudo do potencial efeito neuroprotetor do canabidiol e seus análogos, bem como do N,N-dimetiltriptamina e da harmina, componentes da ayahuasca, frente à neurotoxicidade induzida pelo etanol(Universidade Federal de Alfenas, 2024-07-12) Almeida, Carolina Aparecida De Faria; Pacheco, Larissa Helena Lobo Torres; Spelta, Lídia Emmanuela Wiazowski; Torrão, Andréa Da Silva; Cerpon, Carla Speroni; Rodrigues, Rafaela FigueiredoO tratamento do transtorno por uso de álcool (TUA) é um desafio clínico, já que há alta incidência de recaída. Diversas substâncias, como psicodélicos, têm sido estudadas nesse contexto. O objetivo deste trabalho foi investigar o potencial terapêutico do canabidiol e seus análogos, do DMT e da HRM em modelos préclínicos relacionados ao TUA. Foram realizados estudos in vivo em camundongos para avaliar os efeitos ansiolítico e antidepressivo do canabidiol e seus análogos por meio do labirinto em cruz elevado e do nado forçado. Também foram avaliados os efeitos do DMT e da HRM, componentes da ayahuasca na sensibilização comportamental ao etanol. Foram realizados estudos in vitro para avaliar os efeitos do canabidiol e seus análogos, DMT e HRM frente à neurotoxicidade induzida pelo etanol. A maior concentração sem efeito neurotóxico (NOAEL) foi determinada para todos os compostos. O ensaio de brometo de tetrazólio (MTT) foi utilizado para a determinação da viabilidade celular, o teste de anexina/pi foi utilizado para ver as diferenças entre os estágios de morte celular, e as alterações moleculares foram avaliadas por meio do teste de e Western blot para Bax e Bcl-2. Nos ensaios in vivo, os resultados mostraram que o canabidiol (10 mg/Kg) e seus análogos PQM-242 (3 mg/Kg) e PQM-249 (1 mg/Kg) apresentaram efeito ansiolítico e antidepressivo. Já os resultados da ação do DMT, HRM e da associação DMT/HRM na sensibilização comportamental mostraram que somente a HRM foi capaz de atenuar a expressão da sensibilização. Nos ensaios in vitro, a neurotoxidade do etanol induziu apoptose e apoptose tardia nas células SH-SY5Y e também aumento dos níveis de Bax. Todos os compostos, canabidiol e seus análogos PQM-242 e PQM-249, DMT, HRM na cocentração de 10 µM e associação de 1:2 DMT/HRM apresentaram efeito neuroprotetor, protegendo as células SH-SY5Y da apoptose e apoptose tardia induzida pelo etanol. Entretanto, somente o análogo PQM-242 foi capaz de bloquear o aumento dos níveis de Bax induzido pelo etanol.