Doutorado em Ciências Farmacêuticas
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.unifal-mg.edu.br/handle/123456789/2673
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Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação do risco da exposição humana aos fungicidas triazóis no Sul de Minas Gerais: conectando biomonitoramento e toxicologia computacional(Universidade Federal de Alfenas, 2024-09-13) Marciano, Luiz Paulo De Aguiar; Martins, Isarita; Rodrigues, Maria Augusta Carvalho; Mello, Marcia Sarpa De Campos; Garcia, Solange Cristina; Marques, Vanessa Bergamin BoralliO Brasil se destaca como o maior produtor mundial de café, onde o uso extensivo de agrotóxicos é economicamente crítico, mas apresenta riscos à saúde e ao meio ambiente devido aos seus mecanismos de ação não seletivos. Especificamente, os fungicidas triazóis são amplamente utilizados na agricultura para gerenciar doenças fúngicas e são conhecidos por afetar enzimas CYP450 e microsomais do fígado em mamíferos. Esta pesquisa teve como objetivo realizar a caracterização do risco da exposição humana aos fungicidas triazóis por biomonitoramento de dose interna, medições de biomarcadores e integração de dados de high-throughput screening (HTS) através de fluxos de trabalho de toxicologia computacional utilizando o Integrated Chemical Environment (ICE). Voluntários da região sul de Minas Gerais, Brasil, foram divididos em dois grupos: trabalhadores agrícolas e cônjuges ocupacional e ambientalmente expostos aos agrotóxicos de áreas rurais (n = 140) e indivíduos da área urbana não expostos ocupacionalmente para servir como grupo de comparação (n = 50). Três fungicidas triazóis, ciproconazol, epoxiconazol e triadimenol, foram detectados nas amostras de urina de homens e mulheres do grupo rural por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Análise de biomarcadores indicou significativas alterações no grupo rural (Kruskal-Wallis p < 0.0001). Aumento na frequência de alterações celulares associadas a efeitos genotóxicos pelo ensaio do citoma de células de mucosa bucal e desequilíbrio oxidativo, particularmente entre homens expostos ocupacionalmente aos agrotóxicos. Além disso, elevação de ácidos biliares plasmáticos indicando alterações precoces e possivelmente reversíveis, pois não foram observadas diferenças significativas nos níveis de enzimas hepáticas (AST, ALT e γ-GT). Os hormônios androstenediona e testosterona foram significativamente reduzidos no grupo dos trabalhadores agrícolas (Mann-Whitney p < 0.0001). Os dados mostram uma associação inversa significativa de testosterona com colesterol, LDL, VLDL, triglicerídeos e glicose e uma associação direta com HDL (correlação de Spearman p < 0.05). No fluxo de trabalho do ICE, ensaios de HTS in vitro com bioatividade foram identificados para os três triazóis detectados e três outros ingredientes ativos das formulações de agrotóxicos. Os dados de HTS curados confirmam bioatividades predominantemente relacionadas ao metabolismo de hormônios esteroides, processos de estresse celular e enzimas CYP450 impactadas pela exposição ao fungicida em concentrações ocupacionais e ambientais relevantes com base nos modelos de extrapolação in vitro para in vivo (IVIVE). Para avaliar o risco associado aos níveis de triazóis urinários, foram calculados a Estimated Daily Intake (EDI) e o Hazard Quotient (HQ). As maiores EDI foram observadas para epoxiconazol, variando de 0,47 a 6,31 μg/kg-pc/dia para homens e 0,49 a 8,77 μg/kg-pc/dia para mulheres no grupo exposto. Na pior das hipóteses, considerando o maior valor detectado de triazol urinário encontrado, o HQ calculado para o epoxiconazol foi de 2,1 para homens e 2,9 para mulheres. Esses resultados caracterizam o risco significativo para a saúde humana, particularmente pela alta frequência e intensidade da exposição ao epoxiconazol. Este estudo destaca o papel crítico do biomonitoramento e a utilidade das ferramentas computacionais na caracterização de risco à exposição aos agrotóxicos e na minimização dos efeitos prejudiciais à saúde resultantes da exposição crônica.Item Acesso aberto (Open Access) Impactos da associação de doxiciclina e gentamicina com praziquantel no tratamento da esquistossomose murina aguda e análise comparativa de microbiotas(Universidade Federal de Alfenas, 2024-08-30) Lopes, Marisa De Oliveira; Marques, Marcos José; Rosa, Florence Mara; Crispim, Marcell; Dias, Amanda Latércia Tranches; Rodrigues, Maria RitaIntrodução e objetivos: A esquistossomose ocorre nas formas aguda e crônica, diferindo na patogênese e na resposta imune do hospedeiro, com impactos da microbiota e de medicamentos no desfecho da doença. Este estudo avaliou os efeitos do praziquantel (PZQ) em associação com doxiciclina (DOX) e gentamicina (GEN) no tratamento de camundongos BALB/c infectados com Schistosoma mansoni na fase aguda da esquistossomose, além de uma análise metataxonômica de fezes e fígado de camundondos não-infectados e infectados. Métodos: Foram avaliados os granulomas hepáticos e intestinais por análises histopatológicas, quantificação da carga parasitária no tecido hepático (PCR em tempo real e contagem de ovos) e parâmetros bioquímicos: ALT, AST, Fosfatase alcalina e albumina por métodos enzimáticos colorimétricos. A análise metataxonômica, utilizando sequenciamento do gene 16S rRNA de fezes e fígado, foi feita em dois grupos experimentais, nãoinfectados e infectados. Principais achados: No grupo infectado e tratado com a associação PZQ+DOX foram observados granulomas com um diâmetro maior e um extenso infiltrado de células inflamatórias ao redor de ovos de S. mansoni, característicos do tipo necrótico-exsudativo, além de uma desorganização na estrutura de colagenização. Nos camundongos do grupo infectado e tratados com PZQ+GEN observou-se que os granulomas eram de dimensões reduzidas, apresentando maior quantidade de células gigantes ao redor dos ovos e fibroblastos organizados em camadas concêntricas, embora estas alterações não diferiram estatisticamente. Houve maior expressão percentual de granulomas na fase exsudativa-produtiva com os tratamentos, sendo o grupo tratado com a associação PZQ+GEN o que apresentou a maior porcentagem destes granulomas em relação ao grupo tratado somente com o PZQ. Todos os tratamentos causaram uma diminuição significativa na redução do número de ovos no fígado como também redução de material genético de S. mansoni por mg de tecido hepático analisado por PCR-Tempo real. A associação PZQ+DOX potencializou o dano inflamatório associado aos granulomas hepáticos, como também observado em maiores níveis de ALT. Nos animais tratados com PZQ+GEN há um aumento significativo nos níveis de AST. Em relação à composição da microbiota intestinal observa-se que a infecção provocou um aumento na abundância relativa de Bacteroidia (filo Bacteroidetes) enquanto diminuiu a abundância de Clostridia (filo Firmicutes) com diferença estatística significante. Conclusão: A associação de PZQ com DOX e GEN foi capaz de alterar a modulação do processo granulomatoso, com DOX agravando a inflamação associada ao processo granulomatoso e GEN acelerando a resolução da esquistossomose em um modelo experimental murino de infecção aguda por S. mansoni. Nas análises de sequenciamento do gene 16S rRNA observa-se que, na microbiota fecal, a infecção provocou, já na fase aguda, um aumento estatisticamente diferente de Bacteroidetes e diminuição de Firmicutes. No fígado dos camundongos BALB/c infectados e nãoinfectados houve alterações sutis entre a composição microbiana, porém os desvios observados na comunidade microbiana entre as amostras do fígado, neste estudo, não foram impactantes a nível de gerar variações estatisticamente significativas, muito embora por corresponder à fase aguda da esquistossomose.Introduction and objectives: Schistosomiasis occurs in acute and chronic forms, differing in pathogenesis and host immune response, with impacts of microbiota and drugs on disease outcome. This study evaluated the effects of praziquantel (PZQ) in combination with doxycycline (DOX) and gentamicin (GEN) in the treatment of BALB/c mice infected with Schistosoma mansoni in the acute phase of schistosomiasis, in addition to a metataxonomic analysis of feces and liver of uninfected and infected mice. Methods: Hepatic and intestinal granulomas were evaluated by histopathological analysis, quantification of parasite load in liver tissue (real-time PCR and egg count) and biochemical parameters: ALT, AST, alkaline phosphatase and albumin by enzymatic colorimetric methods. Metataxonomic analysis using 16S rRNA gene sequencing of feces and liver was performed in two experimental groups, uninfected and infected. Main findings: In the infected group treated with the PZQ+DOX combination, granulomas with a larger diameter and an extensive infiltration of inflammatory cells around S. mansoni eggs, characteristic of the necrotic-exudative type, were observed, in addition to a disorganization in the collagenization structure. In the mice in the infected group treated with PZQ+GEN, it was observed that the granulomas were of reduced dimensions, presenting a greater quantity of giant cells around the eggs and fibroblasts organized in concentric layers, although these changes did not differ statistically. There was a higher percentage of granulomas in the exudative-productive phase with the treatments, with the group treated with the PZQ+GEN combination presenting the highest percentage of these granulomas in relation to the group treated only with PZQ. All treatments caused a significant decrease in the number of eggs in the liver as well as a reduction in the genetic material of S. mansoni per mg of liver tissue analyzed by real-time PCR. The PZQ+DOX combination potentiated the inflammatory damage associated with hepatic granulomas, as also observed in higher ALT levels. In animals treated with PZQ+GEN there was a significant increase in AST levels. Regarding the composition of the intestinal microbiota, it was observed that the infection caused an increase in the relative abundance of Bacteroidia (phylum Bacteroidetes) while decreasing the abundance of Clostridia (phylum Firmicutes) with a statistically significant difference. Conclusion: The combination of PZQ with DOX and GEN was able to alter the modulation of the granulomatous process, with DOX aggravating the inflammation associated with the granulomatous process and GEN accelerating the resolution of schistosomiasis in an experimental murine model of acute infection by S. mansoni. In the sequencing analyses of the 16S rRNA gene, it was observed that, in the fecal microbiota, the infection caused, already in the acute phase, a statistically different increase in Bacteroidetes and a decrease in Firmicutes. In the liver of infected and uninfected BALB/c mice, there were subtle changes in the microbial composition, but the deviations observed in the microbial community between the liver samples in this study were not impactful enough to generate statistically significant variations, although they correspond to the acute phase of schistosomiasis.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da atividade e do mecanismo de ação de derivados de pentamidina em diferentes espécies de Leishmania(Universidade Federal de Alfenas, 2024-12-12) Sepini, Patrícia Ferreira Espuri; Marques, Marcos José; Laurenti, Márcia Dalastra; Almeida, Letícia De; Lucas, Rosymar Coutinho De; Rodrigues, Maria RitaA leishmaniose abrange doenças causadas por mais de 20 espécies de protozoários do gênero Leishmania, sendo um problema global de saúde pública. A quimioterapia é o principal tratamento, mas apresenta alta toxicidade, custo elevado, efeitos colaterais e resistência parasitária, destacando a necessidade de novas opções terapêuticas. A pentamidina, embora eficaz, é altamente tóxica, o que motiva a busca por derivados com menor toxicidade. Este estudo avaliou a atividade leishmanicida dos derivados de pentamidina (PQM 250 a PQM 262) em Leishmania (L.) amazonensis e Leishmania (L.) infantum chagasi e sua toxicidade em macrófagos de mamíferos. Além disso, foi investigado o mecanismo de ação dos compostos promissores, focando na bioenergética mitocondrial pelo potencial de membrana mitocondrial e produção de ATP, estresse oxidativo pela produção de peróxido de hidrogênio (H2O2), NADPH e atividade da tripanotiona redutase (TryR), além de apoptose, estudos in sílico e in vivo. Os compostos PQM 250, PQM 254 e PQM 261 mostraram atividade significativa contra formas promastigotas e amastigotas nas duas espécies estudadas e com menor toxicidade, sendo selecionados para estudos de mecanismo de ação. Os resultados com Leishmania (L.) amazonensis mostraram que a pentamidina e o PQM 254 causaram despolarização mitocondrial (10,9 e 10,44%, respectivamente) enquanto o PQM 261 induziu hiperpolarização (13,16%). O PQM 261 também aumentou a produção de ATP e NADPH (32 e 18,35%, respectivamente), enquanto a pentamidina reduziu esses parâmetros (73 e 35,86%, respectivamente), além da redução na produção de H2O2 (37,9%) e promoveu apoptose. O PQM 250 aumentou a produção de H2O2 e NADPH (18,9 e 14,89%, respectivamente), inibindo a TryR em 21%, provocando assim desequilíbrio redox. PQM 254 reduziu a produção de H2O2 em 41,7%, mas inibiu a TryR em 13,38%, prejudicando a homeostase redox. Já com relação a Leishmania (L.) infantum chagasi, os resultados preliminares mostram que os compostos PQM 254 e PQM 261 promoveu aumento de 211,3% e 311,3% na concentração de H2O2, respectivamente, e que apenas o composto PQM 254 apresentou uma redução significativa de 21,6% nas taxas de NADPH em comparação com o grupo controle. Diante os ensaios in vivo, a qPCR demonstrou que com compostos PQM 250 e 254 reduziram significativamente a carga parasitária do fígado e baço dos animais em relação ao grupo controle. Os dados sugerem que derivados da pentamidina mostram-se promissores no desenvolvimento de terapias mais eficazes contra a leishmaniose ao interferirem em mecanismos críticos relacionados à sobrevivência do parasita. Este estudo oferece contribuições valiosas sobre as vias metabólicas nas quais os compostos afetam, proporcionando uma base importante para futuras abordagens terapêuticas.Item Embargo Covid-19: aspectos da doença, do tratamento medicamentoso e seu manejo no SUS(Universidade Federal de Alfenas, 2024-12-09) Amorim, Ana Flávia Da Silva; Reis, Tiago Marques Dos; Pereira, Leonardo Régis Leira; Zanetti, Maria Olivia Barboza; Cazarim, Maurílio De Souza; Ceron, Carla SperoniAinda existem lacunas na literatura em relação às variáveis que interferem na prevenção, no controle e no tratamento da doença provocada pelo coronavírus 2019 (COVID-19), bem como na resolubilidade da rede pública de saúde no manejo da doença. Dessa forma, o objetivo do estudo foi analisar os aspectos epidemiológicos e clínicos da COVID-19 em Alfenas-MG, a relação do tratamento medicamentoso com a morbimortalidade e seu manejo no Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa foi organizada em cinco etapas (A, B, C, D e E). Na etapa A foi realizado um estudo transversal com casos de COVID-19, a fim de caracterizar os acometidos pela doença e identificar os preditores de hospitalização. Na etapa B foi realizado um estudo transversal com dados dos prontuários de pacientes com COVID-19 internados no hospital de referência do município, para identificar os determinantes da morbimortalidade. Na etapa C foi realizado um estudo descritivo com os pacientes inclusos na etapa B que tiveram alta hospitalar, a fim de compreender o itinerário terapêutico e a resolubilidade da rede pública de saúde. Na etapa D foi realizado um estudo descritivo com as prescrições farmacológicas dos pacientes da etapa B, visando analisar os custos diretos da farmacoterapia aplicada à COVID-19. Na etapa E foi realizada uma revisão sistemática com o intuito de avaliar a efetividade e a segurança do sotrovimabe no tratamento da COVID-19. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFAL-MG. Os resultados da etapa A mostraram que a COVID-19 acometeu principalmente pessoas do sexo feminino (55%), maiores de 19 a 59 anos (67,8%), solteiros(as) (48,6%), raça/cor branca (60,7%), com ensino médio completo (35%) e renda de até três salários mínimos (61,4%). Os determinantes da internação hospitalar incluíram: raça/cor branca, maior faixa etária, menor renda mensal e nível de escolaridade (p<0,001); ocorrência de doenças crônicas, tabagismo e uso de medicamentos (P<0,05). Na etapa B, observou-se associação entre a mortalidade hospitalar e a permanência de alterações nos exames de ácido lático, dímero-D e proteína C reativa (P<0,05). Ainda, medicamentos como enoxaparina, dexametasona, ivermectina, acetilcisteína, cloroquina e claritromicina foram correlacionados com o óbito (P<0,05). Na etapa C, 75,8% dos entrevistados procurou ajuda médica entre 1 a 5 dias de sintomas, sendo que o Pronto Socorro hospitalar foi primeiro local de busca por atendimento da maioria (85,5%). Em adição, observou-se condutas inadequadas quanto ao seguimento dos protocolos e fluxogramas de manejo da COVID-19. A etapa D mostrou que o custo médio diário do tratamento farmacológico por paciente foi cerca de 44% do valor previsto pelo SUS para o manejo hospitalar da COVID-19. Os antibacterianos e anticoagulantes consumiram a maior parte (68%) dos gastos com terapias medicamentosas. Na revisão sistemática (etapa E) não se verificou diferença significativa entre os grupos sotrovimabe e controle quanto ao uso de ventilação mecânica invasiva e à mortalidade. Entretanto, observou-se que o sotrovimabe pode ser efetivo na redução das taxas de hospitalização em comparação ao controle (IV = -1,57; IC 95%: -2,41-0,73; p=0,99). O trabalho mostrou que os diferentes desfechos da COVID-19 podem ser influenciados por aspectos sociais, econômicos, educacionais, fatores clínicos e hábitos de vida. Todavia, intervenções terapêuticas também impactaram hospitalizações e óbitos. As evidências do uso do sotrovimabe refutaram, em parte, a hipótese de que o medicamento possa trazer benefícios no tratamento da doença em relação ao controle. Para mais, a visualização de falhas no manejo suscita a possibilidade de inferência de outros danos à saúde, além de gastos desnecessários, reforçando a necessidade de otimizar ações preventivas e de manejo da COVID19.Item Acesso aberto (Open Access) Extratos bioativos e óleos essenciais de plantas endêmicas da República Dominicana no controle de nematoides gastrointestinais de pequenos ruminantes(Universidade Federal de Alfenas, 2024-11-19) Espino Ureña, Marcos Javier; Marques, Marcos José; Ribeiro, Wesley Lyeverton Correira; Bevilaqua, Claudia Maria Leal; Vilela, Vinícius Longo Ribeiro; Rodrigues, Maria RitaA produção de pequenos ruminantes enfrenta perdas econômicas significativas devido às doenças causadas por nematoides gastrointestinais (NGI) que desenvolvem rapidamente resistência anti-helmíntica. A fitoterapia é uma alternativa promissora para controlar esses parasitos. Este estudo teve como objetivo avaliar extratos, frações e óleos essenciais de plantas endêmicas da Hispaniola tais como: Pimenta racemosa var. ozua (Po), Pimenta haitiensis (Ph), Croton coronatus, Croton poitaie, Simarouba berteroana (Sb) e Lippia dominguensis (Ld), no controle in vitro de Haemonchus contortus (kokstad) e in vivo de NGI de pequenos ruminantes. Foram realizadas análises químicas espectrofotométricas e cromatográficas para determinar o perfil químico dos derivados vegetais, sendo também avaliada a toxicidade aguda in vivo dos mais promissores. No teste de inibição da eclosão de ovos, foi observado que os óleos essenciais foram mais ativos do que os extratos e as frações, apresentando concentrações inibitórias de 50% (IC50) de 0,294 mg/mL (óleo essencial de Ph: OEPh), 0,313 mg/mL (óleo essencial de Ld 2º coleta: OELd2), e 0,8 – 1,38 mg/mL (óleos essenciais de Po). A fração hexânica da 2º coleta do extrato da Po (IC50 = 0,65 mg/mL) e a fração hidroalcóolica 1º coleta de S. berteroana (IC50 = 0,925 mg/mL) também apresentaram potentes efeitos de inibição da eclosão de ovos. A maioria dos extratos e frações inibiram o processo de desembainhamento larval de H. contortus a 300 µg/mL, com a exceção das frações hexânicas. No teste de motilidade do nematoide adulto, após 3h de exposição, os óleos essenciais de L. dominguensis 1º coleta (OELd1) e da Po 1º coleta (OEPo1), a 1 mg/mL, inibiram a motilidade > 95%. Estes óleos causaram alterações na cutícula de nematoides adultos, observadas por meio de microscopia eletrônica de varredura. A cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas indicou que os compostos majoritários do OELd1 foram: linalol (33,85%) e 1,8-cineol (30,88%), do OEPo1: 1,8-cineol (93,7%), e do OEPh: estragol (66,32%) e mentatrieno <1,3,8-ρ-> (17,66%). As frações isobutanol e acetato de etila da S. berteroana foram as que apresentaram maiores teores de fenóis, flavonoides e taninos totais, por espectrofotometria. A cromatografia liquida acoplada a espectrometria de massas mostrou que os extratos brutos e frações de S. berteroana possuíam quassinoides, quinonas terpenoides, lipídios de fitosteróis, alcaloides e a naftoquinona javanicina D. No teste de toxicidade oral aguda em camundongos, foi observado que o OELd1 e o óleo essencial de Po 2º coleta (OEPo2) e o do extrato bruto de Po2 apresentaram baixa toxicidade (DL50 > 2.000 mg/kg), e a DL50 do OELd2, OEPh e do extrato bruto de Sb 2º coleta (Sb2) foi entre 1.100 – 2.000 mg/kg. Nos experimentos com caprinos, foi observado que 350 mg/kg de Sb2 diminuindo a carga parasitária em 71% no dia 14, apresentando uma eficácia concentraçãodependente. Portanto, o extrato bruto Sb2, contendo quassinoides e um teor significativo de fenólicos, foi o derivado vegetal mais promissor de S. berteroana. Da mesma forma, os óleos essenciais de Ld (contendo linalol e piperitenona) e de Ph (contendo estragol), podem ser considerados para o desenvolvimento de agentes anti-helmínticos para pequenos ruminantes.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da estabilidade da cumarina 8-metoxi-3-(4- nitrobenzoil)-6- propil-2H-croman-2-ona e estudos de identificação e do potencial biológico de seus produtos de degradação(Universidade Federal de Alfenas, 2024-08-06) Cordeiro, Cleydson Finotti; Bonfilio, Rudy; Cazedey, Edith Cristina Laignier; Leal, Daniel Henriques Soares; Silva, Marcelo Aparecido Da; Carvalho, Flávia ChivaAs doenças negligenciadas constituem um conjunto de enfermidades tropicais que afetam principalmente as populações mais vulneráveis. Estudos demonstraram o potencial da nitrobenzoilcumarina 8-metoxi-3-(4-nitrobenzoil)-6-propil-2H-croman-2-ona no combate à doença de Chagas e leishmaniose. Paralelamente, estudos de estabilidade são exigidos pelas agências reguladoras durante as fases iniciais de desenvolvimento de um novo candidato a fármaco, pois a instabilidade de uma molécula pode levar à formação de produtos de degradação (PDs) prejudiciais à saúde humana. Dessa forma, objetivou-se com este trabalho sintetizar a referida nitrobenzoilcumarina, avaliar sua estabilidade através de estudos de degradação forçada, identificar seus PDs, verificar se o potencial tripanocida será mantido nesses subprodutos e avaliar o potencial citotóxico e mutagênico tanto da cumarina, quanto dos PDs identificados. A síntese da nitrobenzoilcumarina foi realizada utilizando o método de Duff e posterior reação de Knovenaegel entre formil-diidroeugenol e 4-nitrobenzoilacetato de etila. Os potenciais citotóxico e mutagênico foram avaliados, respectivamente, através do ensaio colorimétrico Thiazolyl Blue Tetrazolium Bromide (MTT) e micronúcleo. A avaliação da estabilidade intrínseca foi realizada através de estudos de degradação forçada, conforme condições preconizadas pelos guias ICH Q3A (R2), ICH Q1B e resolução ANVISA RDC n° 53/2015. Adicionalmente, a nitrobenzoilcumarina foi exposta a condições de estabilidade acelerada, sendo incubada a 75 % ± 5 % de umidade relativa e temperatura de 40 oC ± 2 oC. Foi desenvolvido e validado um método analítico empregando a técnica de cromatografia líquida de alta eficiência em fase reversa com detecção no ultravioleta para doseamento da nitrobenzoilcumarina e quantificação de seus PDs. A elucidação estrutural desses subprodutos foi realizada por espectrometria de massas e seus potenciais mutagênicos preditos por ensaios in silico empregando técnicas do tipo QSAR (Quantitative Structure-Activity Relationships). Os estudos biológicos demostraram citotoxicidade dose dependente da nitrobenzoilcumarina, apresentando concentração inibitória média de 238,98 μM ± 23,11 μM, semelhante a valores já reportados para os fármacos benznidazol e anfotericina B, utilizados, respectivamente, no tratamento da doença de Chagas e leishmaniose. Já os estudos de genotoxicidade revelaram ausência de efeito genotóxico em concentrações baixas. Na avaliação da estabilidade intrínseca, foi verificado que a nitrobenzoilcumarina sofre degradação quando exposta à hidrólise alcalina, solução de íons metálicos e em condições oxidativas. Os estudos de estabilidade acelerada demostraram que a nitrobenzoilcumarina após seis meses de incubação não sofre degradação nas condições de temperatura e umidade preconizadas para o ensaio. Já as avaliações de mutagenicidade in silico indicaram ausência de alertas estruturais nos PDs relacionados ao endpoint pesquisado ou ausência de alertas estruturais discrepantes entre a molécula de origem e seus subprodutos, sugerindo que os compostos podem ser considerados seguros. Tais resultados evidenciam o potencial da nitrobenzoilcumarina como um promissor protótipo a fármaco a ser utilizado no combate à doença de Chagas e leishmaniose. Estudos adicionais in vitro estão sendo realizados para comprovar a segurança biológica dos PDs.Item Embargo Investigação dos efeitos do canabidiol e seus análogos na epilepsia: abordagens in vitro e in vivo(Universidade Federal de Alfenas, 2024-08-30) Aquino Júnior, Milton Kennedy; Paula, Fernanda Borges De Araújo; Nascimento Filho, Edson Galdino; Leitão, Silvia Graciela Ruginski; Pacheco, Larissa Helena Lobo Torres; Rodrigues, Rafaela FigueiredoA epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado pela ocorrência periódica de crises imprevisíveis, causadas pela hiperexcitabilidade dos neurônios cerebrais. Os efeitos adversos dos fármacos antiepilépticas tradicionais, bem como sua ineficácia em casos refratários, levaram à busca de tratamentos alternativos para a epilepsia, como o uso do Canabidiol (CBD), principal composto não psicotrópico presente na planta Cannabis spp. Acredita-se que alguns de seus análogos sejam igualmente eficazes na mitigação dos sintomas epilépticos, tornando necessários mais estudos na área para melhorar o tratamento da epilepsia. Com o objetivo de elucidar os efeitos do CBD e seus análogos na epilepsia, utilizamos diferentes abordagens e modelos experimentais in vitro e in vivo. Para os testes in vitro analisamos a viabilidade celular, a quantificação de glutamato, intra e extracelular, por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), análise da atividade elétrica neuronal e a expressão da proteína ácida fibrilar glial (GFAP). Para estudos in vivo utilizamos o modelo de indução de epilepsia por pentilenotetrazol (PTZ) em ratos Wistar com 11 dias de idade, verificando a latência e duração das crises, e em larvas de Zebrafish com 7 dias após a fertilização, verificando os parâmetros de distância, velocidade, tempo de imobilidade e rotação, assim como a expressão de c-Fos e a iterleucina-1beta. Os grupos experimentais foram comparados utilizando o One-way ANOVA (pós-teste de Tukey). No estudo in vitro por adição de glutamato 1mM, verificamos que no teste de viabilidade celular o CBD e os compostos 245 e 309 (10 µM) conseguiram reverter a perda de viabilidade provocada pelo glutamato. Ao realizarmos a quantificação de glutamato por HPLC, vimos que os compostos 291 e 309 aumentaram a captação de glutamato intracelular. Quando analisamos a atividade elétrica neuronal, observamos que o glutamato aumentou significativamente a porcentagem média de spikes/15min, enquanto o pré-tratamento de 3h e 24h com o CBD e os análogos 302 e 309 normalizaram os spikes. O CBD e o composto 302 apresentaram redução significativa na expressão de GFAP. Para os testes in vivo, o modelo em ratos Wistar não apresentou diferença entre os tratamentos. No entanto, no modelo de Zebrafish, o CBD e seus análagos demonstraram redução dos parâmetros em estudo em comparação com o grupo PTZ. A atividade neuronal avaliada pela quantificação de cFos mostrou redução significativa com CBD e análogos 302 e 309 em comparação ao grupo PTZ. Estas descobertas sugerem que os análogos do CBD são promissores como potenciais tratamentos para a epilepsia.Item Embargo Avaliação do perfil antioxidante da minociclina in vitro e de seus efeitos na disbiose, nas alterações comportamentais e cardíacas causadas por dietarica em carboidratos refinados em camundongos.(Universidade Federal de Alfenas, 2024-08-02) Silva, Alessandra Oliveira; Ceron, Carla Speroni; Tirapelli, Carlos Renato; Oliveira, Lisandra Brandino De; Pacheco, Larissa Helena Lobo Torres; Paula, Fernanda Borges De AraújoOs alimentos à base de açúcares estão relacionados a danos cardíacos e do sistema nervoso central, em decorrência do aumento do estresse oxidativo, alteração da microbiota e maior ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. O cloridrato de minociclina é um antibiótico que possui propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e inibe as metaloproteinases (MMPs). Diante disso, objetivamos in vitro avaliar o perfil antioxidante da minociclina, e de seus efeitos na disbiose, nas alterações comportamentais e cardíacas em camundongos submetidos a dieta rica em carboidratos refinados (HC). Para os testes in vitro, comparou-se a minociclina na sua forma bruta e digerida em relação a sua atividade antioxidante e proteção contra a oxidação, em eritrócitos e plasma humano. Para os testes in vivo, camundongos Balb/C foram tratados com dieta padrão e dieta HC por 12 semanas, recebendo por gavagem, água ou minociclina (50 mg/kg) da 10° a 12° semana. Monitorou-se o peso corporal e o consumo de ração, ainda, no final do protocolo, realizou-se a coleta de fezes para avaliação da microbiota e o teste comportamental de labirinto em cruz elevado (LEC). Após eutanásia, o tecido adiposo branco, sangue e coração foram coletados para as seguintes análises: índice de adiposidade, análises bioquímicas e avaliação de marcadores de estresse oxidativo. Observou-se que o processo de digestão aumentou a atividade antioxidante da minociclina nos testes químicos in vitro e protegeu os eritrócitos e o plasma contra os danos oxidativos. Em relação as análises in vivo, os animais apresentaram no LEC aumento de grooming, diminuição do head dipping e da permanência nos braços abertos. Ainda, há alteração da microbiota com aumento de Firmicutes e diminuição de Bacteroidetes. Esses dados indicam o desenvolvimento do comportamento do tipo ansioso, sendo que a minociclina reverteu parcialmente esses danos. Adicionalmente, observou-se aumento no consumo de ração apenas no início do experimento, tornando insignificativo após a 4° semana. O peso corporal não foi alterado, no entanto, houve um aumento do índice de adiposidade com alteração do perfil lipídico nos animais que passaram pela dieta HC, acompanhando de aumento na atividade da creatinina quinase fração MB, indicando um dano no miocárdio. Nesse sentindo, percebe-se um aumento do estresse oxidativo cardíaco causado pela dieta, com diminuição de glutationa, aumento de espécies reativas de oxigênio, culminando no aumento da atividade das MMPs e consequente aumento do depósito de colágeno intersticial. Além disso, houve aumento na atividade da catalase e da glutationa peroxidase. A minociclina apresentou uma boa atividade antioxidante in vitro, principalmente na sua forma digerida. Os animais tratados com minociclina obtiveram melhora do perfil lipídico, estresse oxidativo e diminuição da porcentagem de colágeno, sugerindo que esse composto possa reduzir os danos causados por uma dieta HC, atuando contra o remodelamento tecidual.Item Embargo Estudo do potencial efeito neuroprotetor do canabidiol e seus análogos, bem como do N,N-dimetiltriptamina e da harmina, componentes da ayahuasca, frente à neurotoxicidade induzida pelo etanol(Universidade Federal de Alfenas, 2024-07-12) Almeida, Carolina Aparecida De Faria; Pacheco, Larissa Helena Lobo Torres; Spelta, Lídia Emmanuela Wiazowski; Torrão, Andréa Da Silva; Cerpon, Carla Speroni; Rodrigues, Rafaela FigueiredoO tratamento do transtorno por uso de álcool (TUA) é um desafio clínico, já que há alta incidência de recaída. Diversas substâncias, como psicodélicos, têm sido estudadas nesse contexto. O objetivo deste trabalho foi investigar o potencial terapêutico do canabidiol e seus análogos, do DMT e da HRM em modelos préclínicos relacionados ao TUA. Foram realizados estudos in vivo em camundongos para avaliar os efeitos ansiolítico e antidepressivo do canabidiol e seus análogos por meio do labirinto em cruz elevado e do nado forçado. Também foram avaliados os efeitos do DMT e da HRM, componentes da ayahuasca na sensibilização comportamental ao etanol. Foram realizados estudos in vitro para avaliar os efeitos do canabidiol e seus análogos, DMT e HRM frente à neurotoxicidade induzida pelo etanol. A maior concentração sem efeito neurotóxico (NOAEL) foi determinada para todos os compostos. O ensaio de brometo de tetrazólio (MTT) foi utilizado para a determinação da viabilidade celular, o teste de anexina/pi foi utilizado para ver as diferenças entre os estágios de morte celular, e as alterações moleculares foram avaliadas por meio do teste de e Western blot para Bax e Bcl-2. Nos ensaios in vivo, os resultados mostraram que o canabidiol (10 mg/Kg) e seus análogos PQM-242 (3 mg/Kg) e PQM-249 (1 mg/Kg) apresentaram efeito ansiolítico e antidepressivo. Já os resultados da ação do DMT, HRM e da associação DMT/HRM na sensibilização comportamental mostraram que somente a HRM foi capaz de atenuar a expressão da sensibilização. Nos ensaios in vitro, a neurotoxidade do etanol induziu apoptose e apoptose tardia nas células SH-SY5Y e também aumento dos níveis de Bax. Todos os compostos, canabidiol e seus análogos PQM-242 e PQM-249, DMT, HRM na cocentração de 10 µM e associação de 1:2 DMT/HRM apresentaram efeito neuroprotetor, protegendo as células SH-SY5Y da apoptose e apoptose tardia induzida pelo etanol. Entretanto, somente o análogo PQM-242 foi capaz de bloquear o aumento dos níveis de Bax induzido pelo etanol.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação dos efeitos do óleo de baru (Dipteryx alata Vog.) sobre a modulação da função renal e do perfil metabolômico em ratos diabéticos(Universidade Federal de Alfenas, 2024-06-07) Cardoso, Naiane Silva; Paula, Fernanda Borges De Araújo; Carneiro, Deila Rosely; Santos, Gérsika Bitencourt; Ceron, Carla Speroni; Silva, Marcelo Aparecido DaA hiperglicemia no Diabetes Mellitus do tipo 2 (DM2) é o principal iniciador das alterações moleculares deletérias aos órgãos, que estão associadas ao estresse oxidativo. Como consequência, a doença renal diabética acomete cerca de 40% dos diabéticos. Um bom controle glicêmico pode reverter o estágio inicial da doença, sendo importante a busca de tratamentos complementares que possam auxiliar na prevenção dos danos induzidos pelo DM2. O óleo extraído da amêndoa de baru é rico em ácidos graxos monoinsaturados capazes de estimular a liberação da insulina. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da ingestão do óleo de baru sobre a função renal, o estresse oxidativo e o perfil metabólico no rim de ratos normais e diabéticos. A extração do óleo foi realizada por prensagem mecânica das amêndoas de baru. Neste estudo foi adotado um modelo de indução de DM2. Ratos machos wistar receberam ração hiperlipídica (30%) por 28 dias e em seguida uma injeção via intraperitoneal de estreptozotocina (35mg/kg). Os animais saudáveis permaneceram com a dieta padrão. Após a confirmação do diabetes (glicemia casual >250mg/dl) foram iniciados os tratamentos dos animais saudáveis e diabéticos com água e o óleo de baru nas doses de 0,75 g/kg; 1,5 g/kg e 3,0 g/kg, metformina (200 mg/kg) e gliclazida (10 mg/kg) isoladas e associadas com o óleo de baru (1.5 g/kg), durante 90 dias. Na etapa final do tratamento foram realizados o teste de tolerância oral à glicose (TTOG) e o teste de tolerância à insulina (TTI). O sangue total, a urina e os rins foram coletados para a determinação dos marcadores bioquímicos. A avaliação das atividades de enzimas antioxidantes, superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT) e dos níveis de malonelaldeído (MDA) foram realizadas no soro e nos rins dos animais. No rim foram realizados a avaliação histológica e a determinação do perfil metabólico. O tratamento com o óleo de baru nas doses de 1,5 g/kg e 3,0 g/kg, reduziram o consumo de ração e água, aumentaram a responsividade dos animais no TTOG e TTI, e diminuiu a glicose sérica, a creatinina e a albuminúria, nos animais diabéticos. A dose de 3,0 g/kg apresentou efeito mais significativo nos marcadores de função renal. No entanto, quando avaliado o estresse oxidativo no tecido renal, observa-se que o grupo diabético tratado com 1,5 g/kg do óleo, foi capaz de atenuar a redução das atividades das enzimas SOD, CAT e GPx em relação aos demais tratamentos com o óleo de baru e reduzir os níveis de MDA. Todos os tratamentos apresentaram efeitos benéficos em reduzir os danos histológicos renais e os níveis dos metabólitos do ciclo de Krebs e das adenosinas do metabolismo energético. A associação da metformina com o óleo de baru apresentou melhor capacidade no controle glicêmico e da função renal, já que reduziu os níveis de glicose sérica, frutosamina, creatinina e albuminúria. Além disso, esse tratamento demostrou capacidade de modular o metabolismo oxidativo, com a restauração das atividades das enzimas antioxidantes.Item Acesso aberto (Open Access) Síntese e estudos da relação estrutura-atividade e dos mecanismos de ação de aril-sulfonamidas derivadas de fenilpropanoides frente às linhagens provenientes de adenocarcinoma de mama humana(Universidade Federal de Alfenas, 2021-02-26) Barbosa, Helloana Azevedo; Carvalho, Diogo Teixeira; Leal, Daniel Henriques Soares; Bernardes, Lílian Sibelle Campos; Dias, Marcos Vinicios SallesEstudo recentemente publicado pelo nosso grupo de pesquisa demonstrou que derivados arilsulfonamídicos inéditos, obtidos pela técnica de hibridação molecular a partir do eugenol e dihidroeugenol, apresentam promissora atividade antiproliferativa sobre células derivadas de adenocarcinoma de mama (MCF-7). O derivado 4b alterou a dinâmica de progressão do ciclo celular e induziu bloqueio na transição G1/S. Esse efeito foi correlacionado à redução dos níveis proteicos das ciclinas D1 e E. Além disso, foi demonstrado que 4b tem atividade pró-apoptotica sobre células MCF-7. Assim sendo, com o intuito de compreender a relação estrutura-atividade (REA) que modula a atividade antiproliferativa de 4b sobre células tumorais, foi proposta a síntese de nove análogos estruturais (HAB 1 a 9). Deste modo, além da investigação dos mecanismos de ação associados à atividade antiproliferativa de 4b sobre células MCF-7, objetivou-se: a) Sintetizar os análogos estruturais inéditos HAB 1 a 9; b) Avaliar a citotoxicidade de HAB 1 a 9 sobre células MCF-7, MDA-MB 231, Hs 578T e HepG2; e c) Estabelecer estudos de REA entre 4b e os análogos estruturais propostos com a atividade biológica in vitro observada. HAB 1 a 9 foram obtidos com sucesso e suas estruturas químicas confirmadas por análises de espectrometria de IV, RMN e EM. Os resultados mostraram que frente às linhagens MCF-7 e MDA-MB 231, HAB 1, 2 e 4 reduziram eficientemente a viabilidade das culturas tratadas, ao passo que, na linhagem HepG2 os derivados HAB 2 e 9 foram os mais efetivos. Visto que a redução da viabilidade de culturas de MDA-MB 231 tratadas com HAB 2 e 4, nos estudos preliminares, foi maior que 50 %, essas duas substâncias foram selecionadas para caracterização do perfil antiproliferativo e/ou citotóxico, onde observou-se que HAB 2 foi o derivado mais promissor da série. HAB 2 promoveu alterações morfológicas e sobre a dinâmica de progressão do ciclo celular de culturas MDA-MB 231, induzindo bloqueio na transição G1/S. Tomados em conjunto, os resultados demonstram que o híbrido fenilpropanoide-sulfonamida 4b e seu análogo estrutural HAB 2 apresentam estruturas químicas inovadoras e exibiram um perfil de atividade antiproliferativa promissora frente às culturas MCF-7 e MDA-MB 231, respectivamente. 4b e seu análogo HAB 2 podem ser considerados para compor estudos in vivo, em busca de validar o potencial antitumoral frente ao câncer de mama positivo para receptor de estrógeno e triplo negativo, respectivamente.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da farmacocinética da rivaroxabana e do polimorfismo no gene ABCG2 em voluntários sadios incluídos em estudos de bioequivalência(Universidade Federal de Alfenas, 2023-07-31) Santos, Alessandra Ferreira Dos; Marques, Vanessa Bergamin Boralli; Godoy, Ana Leonor Pardo Campos; Bedor, Danilo César Galindo; Ceron, Carla Speroni; Podestá, Márcia Helena Miranda CardosoA rivaroxabana é um anticoagulante oral direto utilizado para tratamento de tromboembolismo venoso e prevenção de acidente vascular cerebral em pacientes com fibrilação atrial. Este fármaco atua como inibidor do fator Xa na cascata de coagulação e é metabolizado no fígado pelas enzimas CYP3A4/5 e CYP2J2, além de ser substrato da glicoproteína-P e da proteína de resistência ao câncer de mama (BCRP). Muitos pacientes em terapia anticoagulante não respondem adequadamente ao tratamento ou apresentam reações adversas, como sangramento. Essa variabilidade na resposta farmacológica pode ser causada por polimorfismo genético. Portanto, o objetivo principal desse estudo foi avaliar a influência do polimorfismo genético em parâmetros farmacocinéticos (Cmax, ASC, Cl, t 1/2 e Vd) e de coagulação (TP e TTPa) da rivaroxabana. Foram incluídos 117 voluntários sadios que participaram de dois estudos de bioequivalência com uma dose única oral de 20 mg de rivaroxabana, em condições de jejum e pós-prandial. As concentrações plasmáticas foram determinadas por método desenvolvido e validado por UHPLC-MS/MS. Foi avaliado o polimorfismo no gene ABCG2 421 C>A que codifica a enzima transportadora BCRP responsável pelo efluxo da rivaroxabana. O método cromatográfico desenvolvido foi preciso, exato, estável e apresentou faixa de trabalho adequada a aplicação em estudo de bioequivalência. Os voluntários com genótipo 421 A/A, comparados respectivamente a 421 C/A e 421 C/C apresentaram Vd (508,27 vs 334,45 vs 275,59 L) e t 1/2 (41,04 vs 16,43 vs 15,47 h) significativamente maior, no estudo em condições de jejum. Os valores de Cmax (145,81 vs 176,27 vs 190,19 ng/mL), ASC 0-t (1193,81 vs 1374,69 vs 1570,77 ng/mL*h) e (Cl 11,82 vs 14,50 vs 13,01 mL/h) foram menores para esses indivíduos, respectivamente, mas sem significância estatística. A rivaroxabana prolongou os valores de TP (17,80 vs 18,38 vs 18,62 s) e TTPa (45,90 vs 44,78 vs 47,00 s) quando comparados aos valores basais, porém sem correlação com a variante estudada. A rivaroxabana foi bem tolerada e nenhum evento grave foi detectado. Os estudos farmacogenéticos em voluntários sadios fornecem muitas informações sobre a influência de polimorfismos genéticos em farmacocinética, efeito biológico e dá informações sobre segurança. As informações coletadas podem ser utilizadas no desenvolvimento da medicina personalizada.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da eficácia da via peridural no tratamento da dor oncológica de difícil controle em pacientes com neoplasia gastrointestinal avançada em cuidado paliativo(Universidade Federal de Alfenas, 2023-05-12) Barros, Carlos Marcelo.; Pacheco, Larissa Helena Lobo Torres; Ceron, Carla Speroni; Costa, Isabelle Cristinne Pinto; Silva, Marcelo Lourenço Da; Marques, Vanessa Bergamin BoralliA dor é o sintoma mais crítico que acompanha o câncer, contudo, o seu tratamento nem sempre é efetivo. Para tanto, o estudo teve como objetivo comparar a eficácia do tratamento oral com morfina e adjuvantes ao tratamento com morfina e ropivacaína epidural, no controle da dor oncológia em pacientes com neoplasia gastrointestinal em cuidados paliativos no Sistema Único de Saúde (SUS), cuja dor apresenta dificuldade de controle clínico. Realizou-se ensaio clínico randomizado com dois grupos: controle e intervenção. O grupo controle recebeu morfina e adjuvantes por via oral. O grupo intervenção recebeu morfina e ropivacaína por via peridural. Os pacientes foram avaliados em quatro fases utilizando diversas escalas para avaliar a eficácia e a adesão do tratamento. Os resultados demonstraram que o tratamento com morfina e ropivacaína epidural foi significativamente mais eficaz na manutenção do tratamento analgésico, levando a uma maior adesão ao tratamento, especialmente nas fases mais avançadas da doença. O grupo intervenção apresentou uma menor taxa de falha do tratamento e menor dor na Fase 2. No entanto, os pacientes deste grupo também apresentaram piora na situação clínico functional em algumas fases do estudo. Com base nesses resultados, conclui-se que o tratamento da dor oncológica com morfina e ropivacaína por via epidural pode ser uma opção mais efetiva para pacientes com neoplasia gastrointestinal em cuidados paliativos no SUS.Item Acesso aberto (Open Access) Influência do tratamento com antifúngico e antiinflamatório na resposta granulomatosa da paracoccidiodomicose experimental murino: pesquisa de anticorpos e citocinas(Universidade Federal de Alfenas, 2022-06-29) Santos, Lauana Aparecida; Burger, Eva; Mendes, Rinaldo Poncio; Coelho, Luiz Felipe Leomil; Dias, Amanda Latercia Tranches; Miranda, Tatiana Teixeira DeO agente etiológico da paracoccidioidomicose (PCM) é o fungo termo-dimórfico Paracoccidioides spp. (Pb). A PCM é uma micose sistêmica de maior prevalência no Brasil. Acomete principalmente indivíduos do sexo masculino que podem estar ligados com o exercício de atividades rurais. Para compreender a interação deste fungo com o hospedeiro estudos utilizaram o modelo experimental murino e foi possível classificar diversas linhagens de camundongos infectados com Pb e os mecanismos que estão envolvidos na resposta imune inflamatória granulomatosa. Vale ressaltar que, a presença de granulomas caracteriza está micose. A expressão de citocinas e presença de anticorpos de vários isótipos nos locais de lesões granulomatosas ainda são pouco estudadas. Portanto, neste estudo, visou verificar a influência do tratamento através do estudo estereológico, pesquisa de anticorpos específicos dos isótipos IgM, IgG, IgG1a, IgG2a, IgG2b, citocinas IL17, KC (IL8) e GM-CSF em granulomas paracoccidioidomicóticos presentes nos órgãos de camundongos infectados com P. brasiliensis e tratados e não tratados com Itraconazol (antifúngico) e Celecoxibe (anti- inflamatório). Para isto, foi considerado ainda que, os tratamentos disponíveis são limitados nos dias atuais e o estudo de novas alternativas pode auxiliar a compreensão dos mecanismos de defesa e os processos inflamatórios agudos ou crônicos atuantes na PCM. Sendo assim, foram utilizados camundongos suíços infectados com a cepa virulenta Pb18 do P. brasiliensis. Realizou-se a necropsia e coletados baço, omento, fígado e pulmões e realizaram-se análises histológicas para verificar a arquitetura, celularidade, presença de leveduras do P. brasiliensis nas lesões granulomatosas e o remodelamento morfológico pelo método estereológico. Além disso, fez a imunolocalização de IgM, IgG, IL-17 e GM-CSF por imuno-histoquímica no omento dos animais infectados e infectados e tratados. Os resultados demonstraram que os animais que receberam tratamentos combinados tiveram menores lesões histológicas e apresentaram melhores padrões histológicos, peso, sobrevida, hipersensibilidade, produção de anticorpos, citocinas e menor número de fungos viáveis. Além disso, os resultados de imunohistoquímica mostraram que houve uma forte marcação para a presença de IgM, IgG, IL-17 e GM-CSF em diferentes estágios da infecção. A partir destes resultados, pode concluir que o tratamento combinado apresentou resultados satisfatórios tanto na fase inicial quanto tardia desta doença. Sugerindo que esta combinação terapêutica reduz a resposta inflamatória intensa nos pacientes e poderá ser utilizada como uma possível estratégia nova de tratamento.Item Acesso aberto (Open Access) Síntese e avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi de novos derivados de licarina A: estudos in silico, in vitro e in vivo(Universidade Federal de Alfenas, 2021-12-13) Alvarenga, Dalila Junqueira; Carvalho, Diogo Teixeira; Souza, Thiago Berlamino De; Paula, Daniela Aparecida Chagas De; Araújo, Magali Benjamim De; Marques, Marcos JoséA Doença de Chagas, doença tropical negligenciada, afeta principalmente a América Latina e é causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, o qual vive e se reproduz em diversas células e tecidos. Os sinais e sintomas dessa doença são bastante variáveis, sendo caracterizada por possuir uma fase aguda e uma fase crônica, esta última relacionada aos efeitos mais graves da doença, levando a sérias complicações e frequentemente ao óbito. Os fármacos para o tratamento da doença são escassos, sendo o benznidazol o de escolha, o qual atua principalmente na fase aguda e apresenta efeitos adversos significativos. Nesse sentido, a necessidade de descoberta de novos fármacos tripanocidas é imperativa e os produtos naturais são fontes potenciais nesse contexto. Neolignanas são metabólitos secundários encontradas em determinadas espécies vegetais e um de seus representantes, a licarina A, exerce diversas atividades biológicas já bem relatadas, entre elas a tripanocida. Desta forma, representa substância promissora como ponto de partida para o desenvolvimento de agentes tripanocidas otimizados. Tendo isso em vista, objetivou-se com este trabalho a síntese e avaliação biológica de derivados da licarina A, com vistas à descoberta de produtos tripanocidas mais ativos e menos tóxicos que ela, a fim de se colaborar com a descoberta de novo agente contra o T. cruzi. A licarina A foi obtida por método biossintético empregando isoeugenol, água de coco (Cocos nucifera L.) e peróxido de hidrogênio. Na sequência, realizaram-se modificações estruturais direcionadas majoritariamente à hidroxila fenólica da licarina A (via reações de eterificação) e à sua cadeia propenílica (via reações de oxidação). Os produtos finais foram obtidos com rendimentos adequados aos objetivos do trabalho e foram caracterizados pelos métodos espectroscópicos e espectrométricos usuais. Na sequência, foram submetidos à avaliação in vitro de seu potencial tripanocida contra diferentes formas evolutivas do parasita, além de citotoxicidade em células Vero ® . Apenas a licarina A e os derivados com alteração na cadeia propenílica tiveram resultados relevantes no ensaio anti-epimastigota e, por isso seguiram para a avaliação contra formas amastigotas e tripomastigotas. Nestes ensaios, o destaque foi para o derivado di-hidroxilado DL07, o qual apresentou valor de CI 50 de 1,23 µg.mL -1 contra as formas amastigotas. Frente a estes resultados, esse composto e a licarina A, a título de comparação, seguiram para ensaios in vivo em camundongos previamente infectados com T. cruzi, nos quais foi possível notar importante redução da parasitemia nos animais tratados com DL07 na dosagem de 100 mg.kg -1 . Além desse efeito antiparasitário in vivo, observou-se maior sobrevida dos animais tratados com DL07 que com aqueles submetidos à licarina A, indicando sua menor toxicidade em relação ao precursor. Adicionalmente, foram realizados estudos de ancoragem molecular das substâncias sintetizadas com a enzima tripanotiona redutase, um alvo molecular importante na busca de novos agentes contra o T. cruzi e verificou-se que DL07 foi o composto que apresentou interação mais estável com a enzima. Os resultados computacionais obtidos mostraram que a presença de uma cadeia lateral di-hidroxilada em vez do grupo propenílico e do grupo 4-cloro benzílico como substituinte no fenol da licarina A são pontos importantes para interação com o sítio ativo da enzima em estudo. Estudos computacionais adicionais de previsão de propriedades físico-químicas e farmacocinéticas ainda apontaram que o derivado DL07 possui uma boa probabilidade de ser absorvido pelo trato gastrointestinal e não atravessar a barreira hematoencefálica, além de não possuir nenhuma região de sua estrutura que tenha impacto negativo para a atividade. Com isso, constatou-se com este estudo que o derivado di-hidroxilado DL07 é superior à licarina A como agente tripanocida, assim como no quesito segurança. Associado aos bons perfis de interação in silico com a tripanotiona redutase e de propriedades físico-químicas e farmacocinéticas, defende-se DL07 como um excelente protótipo para explorações químico-medicinais futuras com vistas à descoberta de novos candidatos a fármacos tripanocidas.Item Acesso aberto (Open Access) Avaliação da influência da glicoproteína-p na farmacocinética de fármacos antiepilépticos em ratos(Universidade Federal de Alfenas, 2021-08-27) Placido, Rodrigo Vicentino; Marques, Vanessa Bergamin Boralli; Godoy, Lívea Dornela; Antunes, Natalícia De Jesus; Leitão, Silvia Graciela Ruginsk; Figueiredo, Eduardo Costa DeA epilepsia é uma patologia caracterizada por crises convulsivas recorrentes, que ocorrem em decorrência de descargas elétricas excessivas que acometem os neurônios. A doença é de incidência mundial, acometendo cerca de cinquenta milhões de pessoas, sendo de maior prevalência em países em desenvolvimento. Cerca de 30% desses pacientes não respondem ao tratamento, que pode ser devido a influência dos transportadores na farmacocinética dos fármacos antiepilépticos. O principal transportador de efluxo responsável por essa resistência é a glicoproteína-P (P-gp), presente especialmente na barreira hematoencefálica. Uma vez que os fármacos antiepilépticos são substratos da P-gp, estes sofrem ação de efluxo, ocasionando alterações farmacocinéticas, ou concentrações subterapêuticas no sistema nervoso central (SNC), já que esse é o seu principal sítio de ação farmacológica. Diante do exposto, o presente trabalho se propôs a avaliar a farmacocinética de fármacos antiepilépticos e a fexofenadina, comparando-se animais controle e ratos epilépticos induzidos pelo modelo da pilocarpina. O uso de inibidores da P-gp (verapamil), como possível alternativa terapêutica, também foi avaliado. Para o grupo tratado com fexofenadina com inibidor da P- gp, observou-se no AUC 0-3h que houve uma redução no grupo controle (223,9 vs. 154,9ng.h/mL) e no grupo epiléptico (136,4 vs. 71,3ng.h/mL). Para a farmacocinética da carbamazepina não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos controle e epiléptico, tampouco no uso do inibidor da P-gp, o que pode ser explicado pelo fato da carbamazepina não ser um substrato ideal da P-gp em ratos. Para a farmacocinética do fenobarbital foi observado aumento do AUC 0- no grupo epiléptico em relação ao controle (20804 vs. 8789,5ng.h/mL), porém, ao se administrar o inibidor da P-gp para o grupo epiléptico esse parâmetro foi reduzido (20804 vs. 11713ng.h/mL). Para a farmacocinética da fenitoína também foi observado aumento do AUC 0- para o grupo epiléptico frente ao controle (9860,2 vs. 2393,4ng.h/mL) e redução de AUC 0- ao se administrar o inibidor (9860,2 vs. 5823,9ng.h/mL). O aumento da disponibilidade plasmática é reflexo da redução de entrada do fármaco para o SNC, por aumento da expressão da P-gp, relacionado diretamente à indução da epilepsia e à pilocarpina na barreira hematoencefálica, acarretando maior quantidade de fármaco na circulação. Porém, ao se administrar o inibidor, a atividade de efluxo do transportador é bloqueada, permitindo maior distribuição do fármaco e assim reduzindo sua concentração plasmática. Esses resultados apontam o uso do inibidor da P-gp como alternativa promissora para o tratamento da epilepsia refratária; ressalta-se que a refratariedade ao tratamento é um mecanismo complexo e multifatorial.Epilepsy is a pathology characterized by recurrent seizures that occur as a result of excessive electrical discharges that affect brain cells. The disease has a worldwide incidence, affecting about fifty million people, being more prevalent in developing countries. About 30% of these patients do not respond to treatment, which may be due to the influence of transporters on the pharmacokinetics of antiepileptic drugs. The main efflux transporter responsible for this resistance is the P-glycoprotein (P-gp), especially present in the blood- brain barrier. Since antiepileptic drugs are P-gp substrates, they undergo efflux action, causing pharmacokinetic changes, or subtherapeutic concentrations in the central nervous system (CNS), since this is their main site of pharmacological action. Given the above, the present study aimed to evaluate the pharmacokinetics of antiepileptic drugs and fexofenadine, comparing control animals and epileptic rats induced by the pilocarpine model. The use of P-gp inhibitors (verapamil), as a possible therapeutic alternative, was also evaluated. For the group treated with fexofenadine with P-gp inhibitor, it was observed in the AUC 0-3h that there was a reduction in the control group (223.9 vs. 154.9ng.h/mL) and in the epileptic group (136.4 vs. 71.3ng.h/mL). For carbamazepine pharmacokinetics, no statistical differences were observed between the control and epileptic groups, nor in the use of P-gp inhibitor, which can be explained by the fact that carbamazepine is not an ideal substrate for P- gp in rats. For the pharmacokinetics of phenobarbital, an increase in AUC 0- was observed in the epileptic group compared to the control (20804 vs. 8789.5ng.h/mL), however, when administering the P-gp inhibitor to the epileptic group, this parameter was reduced (20804 vs. 11713ng.h/mL). For the pharmacokinetics of phenytoin, an increase in AUC 0- was also observed for the epileptic group compared to the control (9860.2 vs. 2393.4ng.h/mL) and a reduction in AUC0- when administering the inhibitor (9860.2 vs. 5823.9ng.h/mL). The increase in plasma availability reflects the reduction in drug entry into the CNS, due to increased P-gp expression, directly related to the induction of epilepsy and pilocarpine in the blood-brain barrier, causing a greater amount of drug in the circulation. However, when the inhibitor is administered, the efflux activity of the transporter is blocked, allowing greater distribution of the drug and thus reducing its plasma concentration. These results point to the use of P-gp inhibitor as a promising alternative for the treatment of refractory epilepsy; it is noteworthy that treatment refractoriness is a complex and multifactorial mechanism.Item Acesso aberto (Open Access) Efeito da aminoguanidina e sua associação com metformina no sistema redox de ratos com diabetes tipo 2 e as implicações nos parâmetros bioquímicos e histológicos(Universidade Federal de Alfenas, 2021-08-06) Oliveira, Carla Miguel De; Rodrigues, Maria Rita; Barros, Gérsika Bitencourt Santos; Soares, Dulcivana Ferreira; Paula, Fernanda Borges De Araújo; Carneiro, Deila RoselyEm trabalho anterior, nosso grupo demonstrou que a aminoguanidina (AG), um conhecido inibidor de produtos finais de glicação avançada (AGEs), aumentou a atividade de NOX2 (Sistema NADPH oxidase fagocítico) em neutrófilos peritoneais de ratos, levando ao aumento da atividade fagocítica e candicida nestas células, entretanto este aumento foi menos pronunciado em ratos diabéticos. Neste trabalho, nosso objetivo foi investigar o papel da AG no balanço redox em modelo experimental de Diabetes Tipo 2 (DM2) e avaliar seu efeito nos parâmetros bioquímicos e histológicos desses animais. Devido à semelhança molecular da AG com a metformina (MET), largamente utilizada no tratamento do DM2, utilizamos aqui as duas guanidinas (AG e MET) e avaliamos o efeito de ambas, isoladamente e/ou associadas, na atividade de enzimas pró e antioxidantes (soro, rins e fígado) e nos parâmetros bioquímicos e histológicos. Para isso, o DM2 foi induzido em ratos machos Wistar através de dieta hipercalórica, seguido de injeção intraperitoneal (IP) de estreptozotocina (STZ) em baixa dosagem (35 mg/kg). Após a confirmação da hiperglicemia, os animais foram tratados com AG e/ou MET por 30 dias e os parâmetros citados acima, foram avaliados. Nossos resultados mostraram um aumento da atividade de NOX 2 no grupo tratado com AG e/ou MET independente do estado diabético, reforçando resultados prévios do grupo. Em relação à mieloperoxidase em neutrófilos, houve diminuição da atividade enzimática associada à hiperglicemia, e os diferentes tratamentos não exerceram efeito sobre sua atividade. Com relação à avaliação de marcadores de estresse oxidativo, pode-se notar que a AG e a MET demonstraram capacidade de modular o metabolismo oxidativo, uma vez que o tratamento com AG e MET foi capaz de restabelecer a atividade de SOD, CAT e GPX, e diminuir os níveis de peroxidação lipídica no soro, rins e fígado. Quanto ao perfil bioquímico, notou-se um melhor controle glicêmico nos animais do grupo diabético MET e no grupo tratado com gliclazida, demonstrando a eficácia do modelo de DM2 padronizado neste trabalho. No perfil lipídico, não houve alteração nos níveis de colesterol total e colesterol HDL pela hiperglicemia, entretanto, grupos tratados com AG e/ou MET apresentaram diminuição nos níveis de triglicerídeos. Pode-se notar também que houve um aumento de AST e ALT decorrentes do estado diabético, contudo nos grupos tratados com AG e MET, houve uma diminuição de AST e ALT, demonstrando a capacidade dos compostos na recuperação do dano hepático. A fosfatase alcalina se elevou pela hiperglicemia, entretanto, os tratamentos com AG e MET não afetaram este parâmetro bioquímico. Os marcadores séricos de função renal, ureia e creatinina, não foram afetados pelos tratamentos. Através das análises histológicas notou-se que AG e MET isoladas ou em associação apresentaram efeitos benéficos por minimizar os danos hepático e renal oriundos do DM2. Desta forma, concluímos que o tratamento com AG, MET e a associação destes compostos induziram uma melhora nos parâmetros hepáticos dos animais diabéticos, diminuição dos níveis de triglicerídeos, restituição da atividade de SOD, CAT e GPX, e foi capaz de promover uma melhora nos danos teciduais renal e hepático. Dado o exposto, pode-se notar que a associação da AG e MET atuou de forma benéfica nesse modelo experimental, sendo necessário mais estudos a fim de estabelecer se a associação das guanidinas pode trazer mais benefícios que a ação isolada da metformina, largamente utilizada no tratamento do DM2.Item Acesso aberto (Open Access) Diagnóstico diferencial da proteína ns1 de Zika virus e Dengue vírus através do reconhecimento label-free com polímeros impressos molecularmente(Universidade Federal de Alfenas, 2021-03-26) Silva, Matheus Siqueira; Figueiredo, Eduardo Costa De; Tarley, Cézar Ricardo Teixeira; Castro, Ana Cristina Honorato De; Santos, Mariane Gonçalves; Malaquias, Luiz Cosme CottaA semelhança dos sintomas desenvolvidos após as infecções pelo Zika virus e Dengue virus dificulta o diagnóstico clínico. Além disso, a similaridade estrutural entre esses vírus dificulta a elaboração de um método de diagnóstico diferencial e preciso. A proteína não estrutural 1 (NS1) é uma glicoproteína comum a todos os flavivírus, secretada no soro de pacientes infectados com o Dengue virus em concentrações de 1x10-2 a 50 mg L-1. O reconhecimento artificial de proteínas por sensores eletropolimerizados ganhou espaço recentemente no diagnóstico clínico por fornecer quimiosensores rápidos, sensíveis, seletivos, robustos, não destrutivos, com baixo custo atribuído, sendo ainda portáteis e de fácil manuseio. O presente trabalho propôs a elaboração de quimiossensores capazes de detectar e diferenciar as proteínas NS1 de Zika vírus (ZIKV) e Dengue virus tipo I (DENV-1). À partir de informações estruturais de linearidade, flexibilidade, acessibilidade e imunogenicidade seis epítopos foram selecionados para serem utilizados como molécula modelo para a produção de polímeros impressos molecularmente, dois para DENV-1 e quatro para ZIKV. Foram testados filmes de fenol, ácido aminofenil borônico e 3- e 4-aminofenol e realizou-se estudos para determinar condições ideais de polimerização. Um filme impresso molecularmente foi polimerizado na superfície de eletrodos de quadro impresso de carbono comerciais através da técnica de voltametria cíclica. A remoção da molécula modelo foi realizada por clivagem com proteinase K e voltametria cíclica. Foram testados três modelos de sensores, dois para NS1 de DENV-1 e um para NS1 de ZIKV. Ademais, foi avaliada a influência de uma etapa prévia de desnaturação por temperatura para converter a NS1 à sua forma monomérica antes do reconhecimento. A performance dos dispositivos foi avaliada em termos de precisão, sensibilidade, seletividade e especificidade. Os sensores sintetizados a partir do 3-aminofenol foram capazes de detectar a NS1 em amostras de soro humano diluído (1:1000) em concentrações de 50 a 200 μg L-1. Um dos modelos testados foi capaz de distinguir as NS1 de Dengue virus e Zika virus. Este mesmo protótipo foi capaz de detectar a proteína desnaturada na faixa de 50 a 200 μg L-1 com DPR abaixo de 5.04%. Os valores de LOD e LOQ calculados foram de 29.3 e 88.7 μg L-1, respectivamente.Item Acesso aberto (Open Access) Análise da microbiota em fase aguda da esquistossomose hepática e intestinal e a possível interação de espécies de Schistosoma e bactérias(Universidade Federal de Alfenas, 2021-03-02) Araújo, Matheus Pereira De; Marques, Marcos José; Dias, Amanda Latércia Tranches; Rodrigues, Maria Rita; Caldas, Ivo Santana; Colombo, Fabio AntonioA esquistossomose, causada por espécies do trematódeo Schistosoma, é uma doença negligenciada, muito comum em países em desenvolvimento, e mais de 200 milhões de pessoas necessitam de tratamento. Na evolução da esquistossomose há um comprometimento da estrutura morfológica e funcional do trato gastrointestinal. Nestas condições, as bactérias da própria microbiota intestinal podem chegar à corrente sanguínea, ou se associar ao verme adulto e ovo. Assim, no presente trabalho, foi realizada uma revisão literária a respeito da interação microbiota, geohelmintos e esquistossomose. Experimentalmente, a composição da microbiota de camundongos BALB/c em fase aguda da esquistossomose mansônica e japônica e os eventuais impactos da infecção no intestino e no fígado foram analisados. Houve divisão de 5 grupos de animais: CBr controle do Brasil e SmBr infectado com S. mansoni do Brasil; CJp controle do Japão; SmJp infectado com S. mansoni no Japão e SjJp infectado com S. japonicum no Japão. Desta forma, a análise da microbiota intestinal foi realizada a partir da obtenção do DNA das fezes de camundongos e posterior sequenciamento metagenômico. Embora a contagem de Unidades Formadoras de Colônia (UFC) nas fezes dos infectados (SmBr) foi maior que no controle, esta diferença não foi estatisticamente significativa (p = 0,3637), assim como nos grupos SmJp e SjJp (p = 0,5564). Os resultados de metagenômica para SmBr indicam um aumento no número de bactérias pertencentes ao filo Bacteroidetes (56,6% para 77%) e diminuição do filo Firmicutes (37,5% para 13,9%) na microbiota intestinal. Os resultados do PCR quantitativo para o filo Bacteroidetes confirmaram os resultados obtidos na metagenômica, encontrando maior quantidade no grupo SmBr, assim como diminuição de Firmicutes. Os fígados dos animais dos grupos controle e infectado foram obtidos também para avaliar a composição da microbiota, e somente os animais infectados apresentaram bactérias no fígado. A análise molecular mostra a presença de bactérias do filo Firmicutes, Bacteroidetes e Proteobacterias. Quatro espécies de bactérias foram isoladas do fígado dos animais SmBr e a identificação dessas foi realizada pela técnica de MALDI-TOF (Bordetella hinzii, Haemophilus haemolyticus, Lactococcus garvieae e Escherichia coli); SmJp (Staphylococcus nepalensis e Staphylococcus sciuri) e SjJp (Enterococcus galinarum, Staphylococcus sciuri e Paenibacillus). Ensaios para determinar o perfil de sensibilidade das bactérias à diferentes antibióticos (Clindamicina, Doxiciclina, Eritromicina, Gentamicina, Levofloxacino e Sulfametoxazol + Trimetoprima) mostraram que todas as espécies estudadas apresentaram sensibilidade para Gentamicina. Este antibiótico apresentou maior eficácia tanto pela análise de Concentração Inibitória Mínima como pela Concentração Microbicida Mínima. Para Eritromicina, as bactérias B. hinzii, L. garvieae, S. nepalensis e S. sciuri apresentaram sensibilidade. Já para o Levofloxacino, H. haemolyticus, E. coli, L. garvieae, S. nepalensis e S. sciuri foram sensíveis. Nos cortes histológicos, foi possível observar granulomas esquistossomóticos do tipo exsudativo no fígado; e no intestino foram identificados retenção de ovos dos parasitos na camada mucosa e aumento da celularidade, a qual foi constituída por acúmulo de células mononucleares e polimorfonucleares. Foi possível verificar também que algumas bactérias são capazes de aderir à superfície dos vermes adultos (E. coli) e dos ovos (L. garvieae) de S. mansoni. Os resultados obtidos indicam uma alteração na microbiota intestinal com possível disseminação das bactérias para outros órgãos, tais como o fígado, evidenciando uma possível translocação bacterianaSchistosomiasis, caused by species of the trematode Schistosoma, is a neglected disease, very common in developing countries, and more than 200 million people need treatment. In the evolution of schistosomiasis there is a compromise in the morphological and functional structure of the gastrointestinal tract. Under these conditions, bacteria from the intestinal microbiota itself can reach the bloodstream, or associate with the adult worm and egg. Thus, in the present work, a literary review was carried out regarding the microbiota, geohelminth and schistosomiasis interaction. Experimentally, the composition of the BALB/c mice microbiota in the acute phase of mansonic and japanese schistosomiasis and the possible impacts of the infection on the intestine and liver were analyzed. There was a division of 5 groups of animals: CBr control from Brazil and SmBr infected with S. mansoni from Brazil; CJp control of Japan; SmJp infected with S. mansoni in Japan and SjJp infected with S. japonicum in Japan. Thus, the analysis of the intestinal microbiota was performed by obtaining the DNA from the feces of mice and subsequent metagenomic sequencing. Although the count of Colony Forming Units (CFU) in the feces of the infected (SmBr) was higher than in the control, this difference was not statistically significant (p = 0.3637), as well as in the SmJp and SjJp groups (p = 0.5564). The results of metagenomics for SmBr indicate an increase in the number of bacteria belonging to the phylum Bacteroidetes (56.6% to 77%) and a decrease in the phylum Firmicutes (37.5% to 13.9%) in the intestinal microbiota. The results of the quantitative PCR for the phylum Bacteroidetes confirmed the results obtained in the metagenomics, finding a greater quantity in the SmBr group, as well as a decrease in Firmicutes. The livers of the animals in the control and infected groups were also obtained to evaluate the composition of the microbiota, and only the infected animals had bacteria in the liver. Molecular analysis shows the presence of bacteria from the phylum Firmicutes, Bacteroidetes and Proteobacterias. Four species of bacteria were isolated from the liver of SmBr animals and their identification was performed using the MALDI TOF technique (Bordetella hinzii, Haemophilus haemolyticus, Lactococcus garvieae and Escherichia coli); SmJp (Staphylococcus nepalensis and Staphylococcus sciuri) and SjJp (Enterococcus galinarum, Staphylococcus sciuri and Paenibacillus). Tests to determine the sensitivity profile of bacteria to different antibiotics (Clindamycin, Doxycycline, Erythromycin, Gentamicin, Levofloxacin and Sulfamethoxazole + Trimethoprim) showed that all species studied showed sensitivity to Gentamycin. This antibiotic showed greater efficiency both by the analysis of Minimum Inhibitory Concentration and by the Minimum Microbicide Concentration. For Erythromycin, the bacteria B. hinzii, L. garvieae, S. nepalensis and S. sciuri showed sensitivity. As for Levofloxacino, H. haemolyticus, E. coli, L. garvieae, S. nepalensis and S. sciuri were sensitive. In histological sections, it was possible to observe exudative schistosomal granulomas in the liver; and in the intestine, egg retention of parasites in the mucous layer and increased cellularity were identified, which consisted of accumulation of mononuclear and polymorphonuclear cells. It was also possible to verify that some bacteria are able to adhere to the surface of adult worms (E. coli) and eggs (L. garvieae) of S. mansoni. The results obtained indicate a change in the intestinal microbiota with possible spread of bacteria to other organs, such as the liver, showing a possible bacterial translocatioItem Acesso aberto (Open Access) Nanopartículas poliméricas com pregabalina para o tratamento de dor neuropática em ratos: obtenção, caracterização e avaliação in vivo do efeito antinociceptivo e da farmacocinética(Universidade Federal de Alfenas, 2021-03-24) Rodrigues, Rafaela Figueiredo; Marques, Vanessa Bergamin Boralli; Bernardi, Juliana Cancino; Romero, Thiago Roberto Lima; Pereira, Gislaine Ribeiro; Silva, Josie Resende Torres DaA dor neuropática é um tipo de dor crônica, em que ocorre lesão no sistema nervoso somatossensorial e é difícil de ser tratada. Um sistema de liberação controlada pode alterar os parâmetros farmacocinéticos da substância, reduzindo os efeitos colaterais, aumentando adesão ao tratamento. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi obter e caracterizar nanopartículas poliméricas com pregabalina (PG), além de verificar sua farmacocinética, seu potencial de nocicepção e o efeito colateral (sonolência) desta formulação. Para isso, as nanopartículas poliméricas com PG foram desenvolvidas utilizando-se o método de geleificação ionotrópica, entre quitosana e ftalato de hidroxipropilmetilcelulose. As partículas apresentaram um tamanho médio de 432 nm, com boa homogeneidade no tamanho das partículas forma esférica, o potencial zeta médio de +19,0 mV e o pH médio de 5,7. A formulação apresentou taxa de associação de aproximadamente 44%. Os testes de difração de raios-X, termogravimetria e calorimetria exploratória diferencial sugeriram a formação das nanopartículas poliméricas com PG. O teste de espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier confirmou a forma de interação das nanopartículas. Para a avaliação da farmacocinética, do efeito antinociceptivo, coordenação motora, comportamento locomotor e efeito colateral foram utilizados ratos Wistar machos (220-250 g), divididos em 4 grupos: nanopartícula polimérica com PG (NP PG), PG, nanopartícula vazia (NP VAZ) e água ultrapura (ÁGUA), e receberam as substâncias por via oral, em dose única (10 mg/Kg). Para o cálculo dos parâmetros farmacocinéticos, as concentrações plasmáticas foram determinadas por UPLC-MS/MS. A NP PG apresentou aumento no volume de distribuição e no clearance comparada à PG. Para a avaliação do efeito antinociceptivo, os animais passaram pela indução da dor neuropática através da constrição crônica do nervo ciático (CCI) na pata direita e receberam as substâncias no 14° dia após a CCI e a alodinia mecânica foi testada apenas na pata direita antes da CCI e no 14° dia: antes da administração das substâncias, 1, 2:15, 4, 8, 24, 48 e 72 h após a administração das substâncias. Quando comparamos os grupos CCI-PG e CCI-NP PG com CCI-ÁGUA o grupo CCI-PG apresentou efeito antinociceptivo em 1 a 8 h e o grupo CCI-NP PG em 1 a 48 h, após a administração das substâncias. Quando comparamos CCI-NP PG com CCI-PG, o perfil antinociceptivo dos grupos só diferiu no tempo de 48 horas após a administração das substâncias, mostrando que a NP PG ainda mantia o efeito positivo em redução da nocicepção. Os resultados do rota-rod mostraram que nenhuma das substâncias ocasionou déficit motor em nenhum dos tempos testados. Os resultados do campo aberto mostraram o mesmo perfil de redução de exploração ao longo do tempo, com todas as substâncias administradas. Os resultados da sonolência demonstraram que tanto o grupo PG quanto o NP PG apresentaram efeitos sedativos, quando comparados com os grupos ÁGUA e NP VAZ; com duração do efeito sedativo da NP PG significativamente menor que da PG. Assim, a administração de PG através de nanopartículas poliméricas apresentou prolongamento do efeito antinociceptivo, maior tempo de permanência no organismo e redução de efeitos colaterais.