Mestrado em Ciências Fisiológicas

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    Investigação do efeito de uma nanopartícula da donepezila sobre a dor neuropática via receptores colinérgicos espinhais em camundongos
    (Universidade Federal de Alfenas, 2024-04-15) Rocha, Fernanda Santos; Souza, Giovane Galdino De; Vrechi, Talita Aparecida De Moraes; Garcia, Tayllon Dos Anjos
    A dor neuropática é proveniente de uma injúria no sistema somatossensorial, que pode ocorrer por doença ou outro tipo de lesão. Essa dor pode se manifestar através de vários sintomas, entre eles hiperalgesia e alodínia, prejudicando a qualidade de vida, e podendo até causar a incapacidade dos indivíduos acometidos. Desse modo, inúmeros estudos têm investigado diferentes estratégias de tratamento para a dor neuropática. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da administração nasal de um carreador lipídico nanoestruturado (CLN) carregado com donepezila, o qual é um anticolinesterásico, sobre a dor neuropática; bem como, avaliar o envolvimento dos receptores muscarínicos do tipo 2 (mAChR M2) e nicotínicos do tipo α7 (nAChR α7), e de micróglia neste processo. Para isso, foram utilizados camundongos machos da linhagem C57BL/6, submetidos ao modelo de constrição do nervo ciático (CCI). O limiar nociceptivo foi avaliado pelos testes de von Frey filamentos, no 21º dia pós CCI. Para verificar a influência do tratamento com CLNdonepezila na atividade motora foi realizado o teste do rotarod também no 21º dia pós CCI. A participação dos receptores mAChR M2 e nAChR α7 a nível espinal foi investigada por meio da administração intratecal (i.t.) dos respectivos antagonistas específicos dimetindeno e metilicaconitina,10 minutos antes da administração nasal de CLN-donepezila. A expressão de mRNA referente a nAChR α7 e mAChR M2 e de micróglia foram avaliadas na medula espinal e no tálamo pela técnica de RT-PCR. E os níveis das citocinas IL-10, IL-1β e TNF-α foram avaliados, tanto na medula espinal quanto no tálamo, utilizando a técnica de ELISA. A administração de CLN-donezepila reverteu a alodínia mecânica no 21º dia pós CCI e não influenciou a atividade motora dos animais. As administrações i.t. dos antagonistas preveniram o efeito antialodínico de CLN-donepezila. Foi verificado o aumento da expressão gênica do nAChR α7 no tálamo, mas não em medula. A expressão gênica do marcador microglial, TMEM119, encontrou-se aumentada na medula espinal somente no grupo CCI tratado com CLNdonepezila, e no tálamo nos grupos CCI não tratados e CCI tratados com CLNdonepezila. Por fim, foram avaliados pela técnica de ELISA os níveis das citocinas IL10, IL-1β e TNF-α, e não houve diferença dos níveis das citocinas na medula espinal entre os grupos, e no tálamo os níveis de TNF- α se mostrou mais elevado no grupo CCI, no grupo CCI tratado com CLN-donepezila esses níveis estavam reduzidos. Com base nesses resultados concluímos que CLN-donepezila é eficaz em reduzir a alodínia mecânica induzida por CCI, e que os mecanismos desse efeito podem envolver os receptores nAChR α7 e mAChR M2 e a regulação de TNF- α a nível talâmico.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Investigação dos Efeitos Antivirais do Canabidiol na Infecção pelo Vírus Chikungunya
    (Universidade Federal de Alfenas, 2024-12-16) Augusto, Hunter Villela; Veras, Flavio Protasio; Ionta, Marisa; Macedo, Anderson Geremias
    A infecção causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), representa uma ameaça emergente e seus insetos vetores, Aedes aegypti e albopictus, estão bem estabelecidos em várias regiões do planeta, desse modo, epidemias da doença são registradas globalmente. Os sintomas típicos causados pela infecção por CHIKV incluem febre, cefaleia, edema nas articulações e prurido, enquanto na fase crônica, o principal sintoma é a artralgia. Até o momento presente, não existem terapias vacinais para infecção por CHIKV, e os tratamentos se concentram unicamente em medidas paliativas. Portanto, a busca por terapias eficazes é crucial para mitigar a propagação do CHIKV e minimizar os seus impactos na saúde pública. Nesse sentido, o canabidiol (CBD), um dos compostos ativos presentes na Cannabis sativa, tem sido amplamente estudado por seu potencial terapêutico em inflamação e em infecções virais. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo investigar e compreender os mecanismos antivirais associados ao CBD na infecção pelo CHIKV. Para tanto, cultura in vitro da linhagem celular Vero foi estabelecida e, posteriormente, foi induzida a infecção por CHIKV utilizando-se de um sistema de vírus reporter que incorpora a proteína fluorescente mCherry no genoma viral (CHIKV-mCherry). Por meio de fluorimetria e microscopia confocal, a expressão de mCherry foi monitorada nas células infectadas. Ainda, a toxicidade do CBD nas células Vero foi avaliada pelo ensaio colorimétrico WST-8, utilizando quatro diferentes concentrações (1, 3, 10 e 30 μM). A concentração de 3 μM de CBD foi utilizada nos experimentos subsequentes. Com o objetivo de avaliar a eficácia antiviral do CBD, seguiu-se então o tratamento das células Vero com CBD e CHIKV, através de quatro grupos experimentais: I. Mock (Não Infectado), II. CHIKV (Vírus), III. CBD + CHIKV (pré-tratamento, feito nos períodos de 24, 12, 8, 6 e 2 horas antes da infecção) e IV. CHIKV + CBD (pós-tratamento, realizado 2 horas após a infecção). Passadas 24 horas após a infecção, a eficácia destes tratamentos foi avaliada. Foi observada uma redução da carga viral e da replicação nas células tratadas com CBD após a infecção com CHIKV, conotado pela menor expressão de mCherry na análise de microscopia confocal. Também houve uma redução dos efeitos citopáticos (conjunto de alterações provocadas pelo vírus nas células infectadas) no grupo tratado com CBD após a infecção, além de uma modulação muito pequena da infecção viral nos grupos pré-infectados. Os resultados apontam a eficácia do CBD na redução da infecção por CHIKV, provavelmente devido às suas propriedades imunomoduladoras. Isto faz do CBD um potencial candidato a ser utilizado no tratamento de infecções por CHIKV.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Avaliação da participação dos receptores TLR4 na nocicepção induzida por peptídeos da porção Spike da SARS-CoV2 em camundongos
    (Universidade Federal de Alfenas, 2024-02-08) Silva, Bruno Eduardo Gabriel Da; Souza, Giovane Galdino De; Veras, Flavio Prostasio; Garcia, Tayllon Dos Anjos
    O coronavírus 2019 (COVID-19) é uma doença infecciosa altamente transmissível causada pela síndrome aguda respiratória grave coronavírus 2 (SARS-CoV 2) e tem causado graves problemas na saúde, economia e desenvolvimento dos países mundo afora levando, em casos extremos, à morte de milhares de pessoas. Sugere-se que a inflamação causada pela infecção possa desempenhar um importante papel no desenvolvimento da dor durante o período de incubação do vírus. Várias estruturas estão envolvidas na modulação dessa dor, por exemplo os neurônios e células da glia que, por sua vez, quando ativadas têm a capacidade de aumentar a expressão de receptores de ativação de vias intracelulares que culminam na liberação de mediadores pró–inflamatórios. A proteína Spike presente na superfície da subunidade S1 do vírus é responsável por se ligar ao receptor da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE 2) e ativar a protease transmembrana serina 2 (TMPRSS2) provocando a entrada do RNA viral na célula do hospedeiro. Assim também acontece com outros tipos de receptores, como por exemplo o Toll like receptor 4 (TLR4) que tem como função o reconhecimento de padrões moleculares associados a danos e patógenos (DAMPS e PAMPS). Deste modo, o presente estudo investigou a participação na nocicepção induzida pelos peptídeos (PSPD2001, PSPD2002 e PSPD2003) presentes na proteína spike da SARS-CoV-2). Os peptídeos foram sintetizados e doados em colaboração com o Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista, Campus Araraquara-SP. Para tal, foram utilizados camundongos machos C57BL/6 e C57BL/6 TLR4(-/-) pesando entre 20 e 25g. Foi utilizado o aparato von Frey filamentos para avaliação do limiar nociceptivo. Para a indução da nocicepção, os peptídeos foram administrados via intratecal (i.t) e o limiar nociceptivo foi avaliado 1h, 3h, 5h, 7h e 24h após a injeção. A participação do TLR4 foi investigada usando o antagonista LPS-RS administrado via intratecal (i.t). Para avaliar a participação da micróglia foi utilizado o inibidor minociclina, também administrado via intratecal. O ensaio de Western Blott foi utilizado para avaliar os níveis proteicos de TLR4 assim como o ensaio de ELISA para avaliar os níveis de TNF-α e IL-1β. Os resultados indicam a participação do TLR4 e micróglia na redução do limiar nociceptivo. O bloqueio do receptor TLR4 e a inibição da micróglia levou a reversão da nocicepção. Os resultados sugerem que os peptídeos da proteína Spike ativaram o receptor TLR4, aumentando os níveis de citocinas pró-inflamatórias e contribuindo para o desenvolvimento da dor.
  • ItemEmbargo
    A participação de minibrain no desenvolvimento diferencial do cérebro adulto em castas de abelhas apis mellifera
    (Universidade Federal de Alfenas, 2024-04-26) Barrios, Gabriela Helena De; Barchuk, Angel Roberto; Lourenço, Anete Pedro; Moda, Lívia Maria Rosatto
    Em colônias de abelhas Apis mellifera, existem dois tipos de fêmeas (castas), rainhas (reprodutivas) e operárias (não-reprodutivas). A trajetória ontogenética que conduz ao surgimento de rainhas e operárias depende da quantidade e da qualidade da dieta recebida durante o desenvolvimento larval. Esta influência ambiental permite o desenvolvimento de características casta-específicas que incluem morfologia, fisiologia e comportamento. O cérebro de abelhas operárias adultas é proporcionalmente maior que o de rainhas, o que permite que as operárias realizem uma gama de atividades necessárias para manter o bem-estar da colônia. Em contrapartida, a neurogênese pós-embrionária em A. mellifera inicia-se logo na fase larval e sofre influência da nutrição diferencial que recebem as fêmeas, resultando em rainhas com cérebros maiores. Análises morfológicas mostram que essa inversão na tendência morfogenética acontece após a metamorfose. Análises transcriptômicas em larga escala utilizando hibridação de microarray de oligonucleotídeos revelaram maiores níveis de transcrição no cérebro de pupas de operárias de 324 genes, entre eles, minibrain (mnb). O presente trabalho objetivou avaliar a participação do gene mnb no desenvolvimento diferencial do cérebro adulto entre rainhas e operárias de abelhas A. mellifera. O primeiro passo foi obter abelhas operárias em desenvolvimento pupal knockdown para mnb, executando experimentos sequenciais de RNAi (knockdown, KD). Foram realizados três experimentos, cada um com 150 pupas, divididas em 3-4 grupos experimentais: pupas que receberam injeções de dsMNB, injeções dsGFP, injeções de NaCl 0,9% e pupas naive. Após um período de tratamento, foram realizadas análises moleculares para avaliar os indicadores de knockdown de mnb e avaliar o fenótipo morfológico dos cérebros. Os resultados obtidos com qPCR mostraram ocorrência de knockdown de mnb e nos possibilitou também analisar o timing do silenciamento deste gene. Os ensaios histológicos mostraram o efeito do knockdown sobre o desenvolvimento do cérebro adulto, que ficou evidenciado pelas menores dimensões apresentadas por regiões cerebrais como corpo cogumelar, lobos ópticos e cérebro (p< 0,05). Estes resultados indicam que o mnb tem um papel chave no desenvolvimento do cérebro de operárias durante o período pupal e confirmam sua participação no desenvolvimento diferencial de castas de A. mellifera.
  • ItemEmbargo
    Dinâmica da ativação ovariana em Zabrotes subfasciatus (boh.) (Coleoptera: Chrysomelidae, Bruchinae): a necessidade de sementes e machos
    (Universidade Federal de Alfenas, 2023-12-12) Miranda, Silvia De Oliveira; Barchuk, Angel Roberto; Simoes, Zila Luz Paulino; Dallacqua, Rodrigo Pires
    O besouro Zabrotes subfasciatus é um inseto predador de grãos estocados, particularmente do feijão (Phaseolus vulgaris). Portanto, entender a biologia de Z. subfasciatus permite o planejamento e a adoção de estratégias de controle sustentável dos grãos. Apesar de sua importância, há poucos trabalhos desenvolvidos sobre os parâmetros que envolvem a biologia da reprodução do inseto. Ensaios eletroantenográficos sugerem que o contato das fêmeas de Z. subfasciatus com o hospedeiro e com machos estimula a ovogênese e a oviposição. Porém, a dinâmica morfológica e molecular da ontogênese ovariana destes insetos em resposta a esses estímulos é desconhecida. Isto posto, buscamos determinar como macho e hospedeiro participam da fisiologia reprodutiva de fêmeas de Z. subfasciatus. Foram selecionados indivíduos imaturos que foram submetidos a condições controladas de umidade e temperatura, variando os fatores que possivelmente interferem na oviposição (macho e sementes de feijão, em várias combinações). Assim, foram verificados o número de ovos, o comportamento de oviposição diário por dez dias e a emergência de adultos após 25 dias da última medida de oviposição diária. Posteriormente foram realizados experimentos para a análise morfológica e molecular da ativação ovariana de fêmeas submetidas às combinações das variáveis. Para as análises morfológicas, as fêmeas foram dissecadas para a retirada dos ovários que foram processados (DAPI - faloidina) para microscopia de fluorescência. Para as análises moleculares, foram coletados ovários e carcaças de fêmeas dos quais foi extraído RNA total. Estas amostras foram utilizadas em ensaios de qPCR para determinar os níveis de transcrição do gene da vitelogenina (Vg) e de seu receptor (VgR), por serem importantes indicadores de capacidade reprodutiva. Os resultados das análises de fecundidade das fêmeas em diferentes condições sugerem que, sozinhas, as variáveis não são suficientes para induzir atividade de postura. Observou-se, também, que as fêmeas estão aptas para a reprodução no primeiro dia de vida adulta e mostram um período concentrado de oviposição nos primeiros 6 dias de vida. As análises morfológicas indicam que no início da vida adulta já acontece endocitose de Vg mediada pela ação de VgR, nos ovaríolos (o que não acontece em pupas) e que a ativação ovariana diminui com o tempo. As análises moleculares mostraram que a vitelogênese (expressão de Vg em carcaça e do receptor de Vg em ovários) é promovida pela presença de hospedeiro e que a presença do macho estimula a síntese de Vg nos ovários.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Elaboração e avaliação de materiais didáticos com recursos tecnológicos sobre conteúdos de fisiologia respiratória
    (Universidade Federal de Alfenas, 2023-10-11) Rangel, Breno Matheus Saboia; Soncini, Roseli; Marcondes, Fernanda Klein; Bobato, Vilmarise
    Metodologias de ensino consistem em diferentes formas de como o conhecimento, nos seus diferentes campos, são ensinados nas instituições de ensino. A escolha de uma metodologia deve ser realizada levando-se em consideração os objetivos pretendidos para aprendizagem, bem como, desenvolver no discente diferentes capacidades e habilidades. Baseada em ideias construtivistas as metodologias ativas buscam superar modelos mais rígidos de aprendizagem, visando o desenvolvimento da autonomia do discente. A inserção de metodologias ativas no ensino superior busca atender as necessidades dos discentes e prepará-los para enfrentar uma sociedade em constante transformação, que exige profissionais capazes de se adaptar com facilidade as inovações que surgem a todo momento. Quando se fala em inovações na educação tem-se a inserção dos recursos tecnológicos. Esses recursos devem servir como facilitadores do processo de ensino-aprendizagem. A união das metodologias ativas com os recursos tecnológicos pode permitir a ampliação do espaço da sala de aula, do acesso à informação de forma rápida, maior interação, o que facilita o processo de aprendizagem. Assim, o objetivo deste projeto foi produzir e avaliar materiais didáticos para utilização junto as metodologias ativas em cursos de Ciências Biológicas. Esta avaliação foi realizada pelos próprios discentes de forma qualitativa, pois serão os mesmos que farão o seu uso para o seu aprendizado. A produção dos materiais foi realizada utilizando diferentes recursos tecnológicos, como: editores de vídeo e áudio e softwares para produção de sites e jogos. Os materiais servem como ferramentas auxiliares para ensino de fisiologia respiratória. Inicialmente foi criado um repositório de recursos educacionais abertos, ou seja, um site, que foi utilizado para a hospedagem dos diferentes recursos digitais produzidos. Os diferentes recursos são vídeos, jogos textos e podcasts, que visam fornecer diferentes estímulos. A avaliação do repositório e dos seus conteúdos contou com a participação de 42 discentes e ocorreu nos anos de 2022 e 2023. Em 2022, o repositório foi avaliado por 25 discentes por meio de um questionário. Como resultados todos os discentes gostaram do layout do REA, em relação aos conteúdos produzidos, 20 (80%) dos discentes preferem os jogos como material complementar, 22 (88%) acharam o vídeo de fácil entendimento e 23 (92%) destacaram que os conteúdos abordados são relevantes para o estudo da fisiologia respiratória. Devido aos resultados e ao interesse dos discentes pelos jogos, este foi avaliado posteriormente de forma isolada. Esta avaliação foi realizada em 2023, contou com a participação de 17 discentes que avaliaram seu design, sendo considerado muito atraente por 41,18%. Sua jogabilidade, com 52,94% dos discentes indicando que o jogo é muito intuitivo. Aplicabilidade para o auxílio a aprendizagem com 58,82% dos discente indicando que o jogo auxilia muito no entendimento sobre o tema e se o tema fisiologia respiratória foi bem adaptado para o jogo com 70,59% dos discentes indicando que foi bem adaptado. Os resultados demonstraram que o REA pode contribuir positivamente para o ensino, podendo impactar no desempenho, engajamento e no desenvolvimento de habilidades. Desta forma, o REA pode ser considerado uma boa alternativa para facilitar a compreensão.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Efeito da substância psicodélica 25h-Nbome sobre o comportamento materno e possíveis consequências para a prole
    (Universidade Federal de Alfenas, 2023-10-31) Melo, Lidia Maria; Paiva, Alexandre Giusti; Costa, Heloisa Helena Vilela; Garcia, Tayllon Dos Anjos
    O Comportamento Materno (CM) garante a sobrevivência da espécie. Estudos demonstraram que o uso de drogas pode alterar a relação mãe-filhote e, consequentemente, o desenvolvimento da prole. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar se a administração da substância 25H-NBOMe (agonista do receptor serotoninérgico) teria efeito sobre o CM e consequências para a prole. As fêmeas foram tratadas com doses diferentes de 25H-NBOMe (0,3mg/kg e 1,0mg/kg). A substância foi aplicada nas fêmeas lactantes no 5o dia pós-parto (D5) e nas fêmeas não lactantes, na fase de diestro. Para avaliar a atividade psicodélica da droga foram realizados teste de HTR e Campo Aberto. Nas fêmeas lactantes, os testes para avaliação psicodélica foram realizados no D5 em conjunto com avaliação do CM, denominado motivado (CMM). Ao longo do período de lactação foi avaliado o CM, denominado contínuo (CMC). A mensuração do ganho de peso das fêmeas lactantes ocorreu desde o dia do acasalamento até o desmame. Na prole, o registro ocorreu a partir do 2o ao 32o dia pós-parto. Com a ninhada das fêmeas lactantes foram realizados os testes de Comportamento de Brincar e Interação Social. Os dados foram avaliados através do programa GraphPad Prism versão 8.0. Assim, nossos resultados sugerem que o efeito de 25H-NBOMe no CMC, apesar de alterar alguns parâmetros, não há diferença estatística entre os grupos tratamento e controle. Em contrapartida, no CMM constamos alteração nos parâmetros de recuperação dos filhotes e aumento da latência. Não houve diferença entre os grupos na avaliação do ganho de peso das fêmeas lactantes e da ninhada. Tanto as fêmeas lactantes quanto as não lactantes fazem movimentos de contração da cabeça, mas não há alteração no teste de campo aberto. Por fim, nos testes comportamentais da ninhada, há alteração em alguns parâmetros do comportamento de brincar, mas não na interação social da prole. Logo, concluímos que a substância 25H-NBOMe tem efeito no CMM e no comportamento de brincar da prole.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Resíduo do processamento da groselha negra (Ribes nigum L.) como um novo ingrediente funcional: percepções sobre a bioacessibilidade e bioatividade na carcinogênese colorretal
    (Universidade Federal de Alfenas, 2023-01-23) Lima, Amanda Dos Santos; Azevedo, Luciana; Granato, Daniel; Stringheta, Paulo Cesar
    Uma vez que os fatores dietéticos são considerados responsáveis pelo alto risco de câncer de cólon, o presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial efeito da torta de groselha negra em cultura de células e em modelos animais (ratos Wistar) induzidos ao câncer colorretal. Para isso, a torta de groselha negra passou por um processo de extração e digestão in vitro, análise química e seus respectivos extratos foram testados em modelo de cultura celular, para avaliação de parâmetros como citotoxicidade e atividade antioxidante. Da mesma forma, a torta de groselha negra bruta foi ofertada para os ratos, incorporada à ração, e foram avaliados parâmetros em relação à processo inflamatório, estresse oxidativo, focos de criptas aberrantes no cólon, morfologia do cólon e modulação da microbiota intestinal. Os resultados obtidos indicaram que a análise química da torta de groselha negra apresentou maior teor de antocianinas após digestão gastrointestinal in vitro e, consequentemente, maior potencial antioxidante. Quando testados em cultura de células, os extratos de torta de groselha negra protegeram contra a produção de EROs e peroxidação lipídica in vitro e não apresentou citotoxicidade nas linhagens celulares testadas. Em ratos induzidos por câncer de cólon (CCR), o consumo da maior dosagem de torta de groselha negra elevou os parâmetros pró-inflamatórios, bem como a expressão de citocinas antiapoptóticas, além de acentuar o início e a progressão do câncer de cólon, demonstrado através da análise de focos de criptas aberrantes e análises histomorfológicas. Além disso, a defesa antioxidante celular não pôde proteger de forma capaz contra as grandes quantidades de EROs produzidas. Finalmente, a análise fecal mostrou que a torta de groselha negra altera a composição e a função do microbioma intestinal. Juntas, essas evidências sugerem que as antocianinas presentes na torta de groselha negra em altas dosagens podem atuar como composto pró-oxidante, acentuando o ambiente inflamatório e a progressão do CCR.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Efeito do treinamento aeróbico na programação fetal, na indução da obesidade e suas consequências no sistema respiratório da prole
    (Universidade Federal de Alfenas, 2022-07-01) Felipe, Danilo De Souza; Soncini, Roseli; Silva, Glauber Dos Santos Ferreira; Vieira, Fernando Vitor
    A obesidade é uma morbidade crônica caracterizada pela acumulação exagerada de gordura no corpo, o que impulsiona vários agravos ao organismo. A programação fetal aborda basicamente as consequências da interação entre o ambiente externo (fenótipo) e os fatores biológicos da gestante e do feto (genótipo). O treinamento físico é definido como procedimento melhoramento físico, nas suas faces morfológicas e funcionais. Mas, os exercícios físicos praticados pelas mães antes e durante a gravidez podem ter efeitos benéficos no sistema respiratório de seus filhos? Para isso foram utilizados 62 camundongos Swiss (CEUA UNIFAL- MG 03/2020): 12 fêmeas e 6 machos. Os 44 filhotes fêmeas gerados foram distribuídos em ninhada normal e ninhada reduzida (indução de obesidade). Os filhotes foram divididos de acordo com o treinamento da mãe e indução da obesidade, em CTA (treinamento), NCTA (não treinamento), OTA (treinamento e obesidade) e NOTA (não treinamento e obesidade). O peso da prole (aos 26º dias de vida) foi de 18,5 ± 0,4 e 22,2 ± 0,4g; respectivamente para os grupos CTA e OTA (p <0,001); 18,8 ± 0,3 e 22,9 ± 0,5g respectivamente para os grupos NCTA e NOTA (p <0,004). Os resultados indicam que houve obesidade na prole independente do protocolo a que a matriz foi submetida. Posteriormente, os animais foram anestesiados, traqueostomizados e conectados a um ventilador mecânico (FlexiVent, SCIREQ, Montreal, Canadá, versão 5.00) para avaliação da resistência do sistema respiratório (Rtot, cmH2O.s / mL) e das vias aéreas (Raw, cmH2O.s/mL), sob administração de solução salina (Sal) ou metacolina (MCh). MCh administrado resultou: maior valor de Rtot para o grupo NOTA (3,37 ± 0,37) e menor valor para OTA (1,75 ± 0,22), onde p <0,01. Este mesmo padrão é visto no parâmetro Raw. Para o perfil bioquímico, os resultados do parâmetro calcemia foram, em mg/dL, 8,21 ± 0,23 para NCTA, 7,76 ± 0,12 para CTA, 8,97 ± 0,28 para NOTA, e 9,05 ± 0,31 para OTA; no parâmetro colesterolemia total (mg/dL) foram: 79,89 ± 11,77 para NCTA; 77,38 ± 11,63 para CTA; 92,40 ± 11,72 para NOTA; e 113,2 ± 9,20 para OTA. No parâmetro glicemia (mg/dL) foram:120,4 ± 6,04 para NCTA; 154,9 ± 3,98 para CTA; 153,2 ± 13,73 para NOTA; e 165,1 ± 3,11 para OTA. E por fim, no parâmetro trigliceridemia (mg/dL) foram: 127,3 ± 21,8 para NCTA; 187,4 ± 31,4 para CTA; 163,8 ± 17,6 para NOTA; e 198,3 ± 24,2 para OTA. Na histologia, a obesidade influenciou na expressão das fibras elásticas e fibras colágenas tanto no tecido pulmonar quanto no diafragma. Em contrapartida, o treinamento físico aeróbico parece ter auxiliado na redução de fibras colágenas em ambos tecidos. Esses resultados indicam que a obesidade causa influência negativa no sistema respiratório. Numa outra via, o treinamento físico nas mães pode atenuar a resistência causada pela obesidade na prole; o treinamento aeróbio pode ter influenciado positivamente também na histologia pulmonar. Portanto, deduzimos que mecanismos epigenéticos permitiram que o treinamento físico aeróbico de moderada à baixa intensidade promoveu alterações no sistema respiratório da prole.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Investigação do envolvimento do Sistema endocanabinoide na antinocicepçao induzida pela estimulação Elétrica Transcutânea do nervo -TENS
    (Universidade Federal de Alfenas, 2015-11-20) Oliveira, Herick Ulisses De; Souza, Giovane Galdino De; Romero, Thiago Roberto Lima; Nascimento, Carlos Geovani De Oliveira
    A dor patológica acomete 30% da população mundial. Visando seu controle, inúmeras intervenções são utilizadas, as quais envolvem além dos meios farmacológicos, procedimentos não farmacológicos. Assim, uma estratégia não farmacológica utilizada tem sido a Estimulação Elétrica Transcutânea do Nervo (TENS), um método que utiliza a corrente elétrica para induzir analgesia. No entanto, os mecanismos envolvidos no efeito antinociceptivo da TENS não estão totalmente elucidados. Com a descoberta do sistema endocanabinóide e a partir de estudos que demonstraram seu importante papel na modulação da dor, o presente estudo objetivou investigar o envolvimento desse sistema no efeito antinociceptivo proporcionado pela TENS em níveis periférico e central. Para tal, foram utilizados camundongos machos Swiss pesando 25 a 30, submetidos a um modelo de dor por meio de células tumorais de Ehrlich, injetadas em pata. Em seguida, com o intuito de verificar o efeito antinociceptivo da TENS de baixa e alta frequência sobre a alodinia mecânica induzida pelas células, os animais foram estimulados por ambas as frequências por 20 minutos, aplicadas por meio de eletrodos em pata posterior direita. A avaliação do limiar nociceptivo foi realizada pelo teste de filamentos de von Frey. Já, para avaliar a participação do sistema endocanabinóide, foram pré administrados por vias intra plantar (i.pl.), intratecal (i.t.) e intra Substância Cinzenta Periaquedutal dorso lateral (i.SCPd.l.), o antagonista para receptores canabinóides do tipo 1 (CB1), o AM 251 e o inibidor da enzima responsável pela degradação de endocanabinóide anandamida (AEA), o MAFP. Além disso, também foram realizadas a análise de Western Blot, para investigar a expressão de receptores CB1 e análise de imunofluorescência para quantificar e co-localizar esses receptores. Nossos resultados verificaram que ambas as frequências utilizadas reverteram de maneira significativa (P < 0.05) a alodinia mecânica induzida pelas células do tumor de Ehrlich. Em adição, esse efeito foi revertido pelo AM251 e prolongado pelo MAFP, ambos pré injetados pelas vias i.pl, e i.t. e i.SCPd.l. Somando a esses resultados, o ensaio de Western Blot demonstrou um aumento da expressão de receptores CB1 após a aplicação da TENS, em ambas as frequências, em tecido subcutâneo de pata e em SCPd.l. após 3 horas da injeção de células de Erlinch. Resultado similar foi encontrado após a análise de imunofluorescência, onde verificou-se um aumento no número de receptores CB1 após a estimulação com a TENS, em corno dorsal da medula espinal e SCPd.l. Assim, o presente estudo conclui que o sistema endocanabinóide pode estar envolvido no efeito antinociceptivo induzido pela TENS, tanto de baixa quanto de alta frequência, em níveis periférico e central e sugere que esse efeito ocorre pela ativação da via descendente inibitória da dor, principalmente pela liberação de endocanabinóides e a ativação dos receptores CB1.
  • ItemAcesso aberto (Open Access)
    Administración intranasal de oxitocina en un modelo de autismo inducido por activación inmune materna con lipopolisacárido durante la gestación
    (Universidade Federal de Alfenas, 2019-01-30) Rojas, Viviana Carolina Trujillo; Paiva, Alexandre Giusti; Kalil, Bruna; Zavan, Bruno
    El trastorno del espectro autista (TEA) es un desorden del neurodesarrollo, que se caracteriza por generar déficits en la comunicación verbal y no verbal, deficiencias en la interacción social en diversos contextos, y patrones restrictivos y repetitivos de comportamiento e intereses. Se cree que el neuropéptido hipotalámico oxitocina (OT) puede generar mejoras en algunas características del TEA. La OT ha sido ampliamente estudiada en su relación con comportamientos sociales complejos, además de su participación en comportamientos de unión y de afiliación social en algunas especies. El propósito del presente trabajo fue evaluar los efectos comportamentales de la administración de OT de forma intranasal (i.n.) en un modelo de TEA inducido por lipopolisacárido (LPS). Ratas wistar hembras adultas fueron tratadas con LPS i.p. (500 μg/kg) durante el día 16 de gestación; las crías macho fueron tratadas con OT i.n. (20 μg/animal) en una única dosis 10 minutos antes de cada experimento y pasaron por tests comportamentales de vocalizaciones ultrasónicas (USV’s), homing, hole-board, campo abierto y comportamiento de juego durante la adolescencia. La administración de LPS durante el periodo prenatal únicamente generó hipolocomoción y aumento en el tiempo de grooming. En los animales del grupo LPS se observó menor expresión del receptor de OT en la corteza prefrontal. Con respecto a la administración i.n. de OT, se generó un aumento en el número de USV’s y disminución en el tiempo de latencia en el test de homing tanto en el grupo control como en el grupo LPS. Los resultados obtenidos en las crías mostraron que la administración de LPS durante el periodo prenatal no fue capaz de alterar completamente el comportamiento de los animales y, además, hubo divergencias respecto a estudios previos. Sin embargo, la OT de forma i.n., fue capaz de mejorar algunos parámetros sociales.
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    Impacto da obesidade e dos hormônios sexuais femininos no sistema respiratório
    (Universidade Federal de Alfenas, 2019-11-04) Lopes, Ana Carolina Ramos; Soncini, Roseli; Santos, Luiz Marcelo Oliveira; Souza, Giovane Galdino De
    A obesidade é caracterizada pelo aumento das reservas de gordura corporal e é a principal causa de doenças metabólicas no mundo. Na última década houve um aumento de 7,5% na frequência de adultos obesos no Brasil, em mulheres houve um aumento de 8,2% nesse pe-ríodo, e atualmente sua relevância equivale à aproximadamente 20 á cada 100 mulheres, aco-metidas pela doença. O impacto da obesidade, por si só, sobre o sistema respiratório é muito pouco estudado. O crescente aumento de mulheres obesas torna-se, ainda, mais preocupante com as variações de hormônios sexuais durante a menopausa. Nesta fase, o aumento de peso é naturalmente atrelado às variações de hormônios sexuais femininos e seus efeitos são im-pactantes sobre os vários órgãos, inclusive os pulmões. Este estudo teve como objetivo veri-ficar se há diferença nos parâmetros mecânicos, histológicos e moleculares do sistema respi-ratório em camundongos fêmeas obesas e camundongos fêmeas não obesas, ovariectomiza-das ou não. Nossos resultados sugerem a existência de uma relação entre expressão relativa de ERs, a deposição de colágeno tipo III, a dosagem sérica de estradiol e como eles influen-ciam no peso dos animais e com a mecânica ventilatória. Deste modo, podemos concluir que existe uma relação entre a obesidade e os hormônios sexuais femininos, especificamente o estradiol, com o sistema respiratório e que esses dois fatores exercem uma influência sobre a função pulmonar.
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    O código transcricional gerado pelo cérebro sob influência de diferenciais dietários durante o desenvolvimento do sistema nervoso de Apis mellifera
    (Universidade Federal de Alfenas, 2012-02-23) Freire, Anna Cláudia Guimarães; Barchuk, Angel Roberto; Nunes, Francis De Morais Franco; Santos, Maria José Campagnole
    A diferenciação morfofisiológica observada entre as fêmeas Apis mellifera é decorrente dos diferentes regimes alimentares experimentados durante o período larval. Os diferenciais dietários desencadeiam complexas cascatas de reações endócrinas, conduzindo ao estabelecimento de diferentes redes de expressão gênica. O resultado é a diferenciação de castas, rainhas e operárias, a partir de genótipos aparentemente idênticos. O tamanho do cérebro em relação ao do corpo representa uma das principais diferenças fenotípicas entre rainhas e operárias. Operárias adultas apresentam o cérebro proporcionalmente mais desenvolvido em relação às rainhas. Entretanto, o inverso é observado durante o desenvolvimento larval, período no qual as rainhas apresentam cérebros maiores, provavelmente, em resposta ao diferencial nutricional. Assim, nosso objetivo foi identificar mediadores moleculares que respondem ao diferencial alimentar, conduzindo ao maior desenvolvimento do cérebro em rainhas durante o período larval. Para tanto, foram dissecados cérebros de larvas de rainhas e operárias. O RNA total dos cérebros foi utilizado para a síntese de cDNA, a partir do qual foi sintetizado aRNA marcado com fluoróforos diferenciados. Este foi hibridado em lâminas de microarray de oligonucleotídeos correspondentes a todos os genes conhecidos do genoma de A. mellifera. Após a obtenção e quantificação das imagens de hibridação, os transcritos diferencialmente representados (TDR) foram selecionados através de normalização e análises estatísticas sendo, então, analisados in silico. As análises mostraram 16 TDRs entre o cérebro das castas, sendo que 12 são mais abundantes em rainhas e quatro, em operárias. Os produtos dos transcritos mais representados nas primeiras estão relacionados à proliferação, fasciculação e conexão neural. Em operárias, os produtos dos genes mais transcritos atuam, principalmente, no desenvolvimento de células dos olhos e de neurônios GABAérgicos. PCRq do gene GlcAT-P (um TDR) mostrou que seus níveis de transcrição são maiores em cérebro de rainhas durante todo o período de desenvolvimento larval estudado (L3-L5), corroborando, assim, os dados dos microarrays. Os produtos codificados pelos TDR encontrados neste trabalho, atuando juntos, podem ser responsáveis por mediar a ação nutricional sobre a morfogênese do cérebro em castas A. mellifera.
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    Investigação do efeito de nanocápsulas de Polyε-caprolactona contendo artemisinina e da participação do receptor Toll like 4 e de células da glia espinais em um modelo de dor crônica pós-operatória em camundongos
    (Universidade Federal de Alfenas, 2019-05-03) Elisei, Lívia Maria Silvestre; Souza, Giovane Galdino De; Giusti, Fabiana Cardoso Vilela; Veras, Flávio Protásio
    A dor crônica pós-operatória (DCPO) é definida como uma dor crônica que se desenvolve ou aumenta de intensidade após um procedimento cirúrgico ou uma lesão tecidual, persiste além do processo de cicatrização e dura pelo menos 3 meses. As células gliais expressam o receptor Toll like 4 (TLR4) e a ativação do mesmo possui um papel importante na modulação da DCPO. A Artemisinina (ART) mostra ser um fármaco eficaz na inibição da via relacionada ao TLR4. Porém, a ART apresenta meia vida curta e baixa solubilidade em água e para auxiliar no processo de melhoramento da entrega do fármaco e facilitar a sua ação, a nanotecnologia se mostra como uma estratégia vantajosa. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da nanocápsula de ART sobre a DCPO em camundongos, avaliando o envolvimento da de células da glia espinais e da participação do TLR4 espinal. Para isso, foram utilizados camundongos Swiss machos pesando entre 30 e 35 g. O modelo de incisão e retração da pele e músculo (IRPM) foi utilizado e adaptado para camundongos. Uma incisão de 1 cm foi feita na região medial da coxa do animal e uma outra incisão de 7 mm na camada muscular da coxa medial. A região superficial do músculo foi afastada através da inserção do micro retrator no local da incisão onde então eles foram retraídos em 10 mm, revelando a fáscia dos músculos adutores subjacentes. As drogas ART livre e ART nanocápsula foram administradas por via intratecal (i.t.) no 3º e 28º dia de pós-operatório (P.O) e a minociclina (inibidor de micróglia), o fluorocitrato (inibidor de astrócitos) e o lipopolissacarídeo de Rhodobacter sphaeroides (LPS-RS, antagonista do TLR4) foram administrados apenas no 3º P.O. A avaliação da nocicepção foi feita por meio do teste nociceptivo de von Frey filamentos. Os resultados demonstraram que a cirurgia de IRPM induziu hiperalgesia, que foi verificada do 1º ao 28º dia de P.O. A ART livre promoveu antinocicepção somente no 3º dia de P.O, que perdurou por 1 hora, o que não pôde ser observado na avaliação da mesma no 28º P.O. Já a nanocápsula de ART promoveu uma antinocicepção após 3 e 28 dias da cirurgia de IRPM, tendo um efeito mais prolongado (até 7 horas no 3º dia) em relação ao tempo de eficácia que a ART em sua forma livre O fluorocitrato não alterou a nocicepção induzida pela cirurgia de IRPM. Já o pré-tratamento com a minociclina ou com o LPS-RS reverteu a antinocicepção encontrada após o 3º dia de P.O. Assim, o presente estudo concluiu que a ART em nanocápsula foi mais eficaz em relação ao tempo de eficácia do que a ART livre no controle da dor induzida pela cirurgia de IRPM tanto em uma fase aguda quanto crônica. Além disso, foi verificado que a micróglia espinal, bem como o TLR4 pode estar envolvido na fase aguda da dor pós-operatória induzida pelo modelo de IRPM.
    Chronic postoperative pain is defined as a chronic pain that develops or increases in intensity after a surgical procedure or a tissue injury, persists beyond the healing process and lasts for at least 3 months. The glial cells express the Toll Like Receptor 4 (TLR4) and activation thereof plays an important role in the modulation of DCPO. Artemisinin (ART) shows to be an effective drug in inhibiting the TLR4-related pathway. However, ART has a short half-life and low solubility in water and to aid in the process of improving drug delivery and facilitating its action, nanotechnology is an advantageous strategy. Thus, the objective of the present study was to investigate the effect of ART nanocapsule on DCPO in mice, evaluating the involvement of spinal glial cells and the participation of spinal TLR4. For this, male Swiss mice weighing between 30 and 35 g were used. The skin and muscle incision and retraction model (IRPM) was used and adapted for mice. A 1 cm incision was made in the medial region of the thigh of the animal and another incision of 7 mm in the muscular layer of the medial thigh. The superficial region of the muscle was removed by insertion of the microtractor at the incision site where they were then retracted by 10 mm, revealing the fascia of the underlying adductor muscles. The free ART and nanocapsule ART drugs were administered intrathecally (it) on the 3rd and 28th postoperative day (PO) and minocycline (microglial inhibitor), fluorocitrate (astrocyte inhibitor) and lipopolysaccharide of Rhodobacter sphaeroides (LPS-RS, TLR4 antagonist) were only administered in the 3rd PO. The nociception evaluation was done by nociceptive test of von Frey filaments. The results showed that the IRPM surgery induced hyperalgesia, which was verified from the 1st to the 28th postoperative day. The free ART promoted antinociception only on the 3rd postoperative day, which lasted for 1 hour, which could not be observed in the evaluation of the same 28th PO The nanocapsule of ART promoted an antinociception after 3 and 28 days of IRPM surgery, having a longer effect (up to 7 hours on the 3rd day) in relation to the time of effectiveness than ART in its free form The fluorocitrate did not alter the nociception induced by IRPM surgery. On the other hand, pre-treatment with minocycline or with LPS-RS reversed the antinociception found after the 3rd PO day. Thus, the present study concluded that nanocapsule ART was more effective in relation to the time of effectiveness than free ART in the control of pain induced by IRPM surgery in both an acute and chronic phase. In addition, it was found that spinal microglia as well as TLR4 may be involved in the acute phase of postoperative pain induced by the IRPM model. Keywords: Chronic postoperative pain. Artemisinin. Nanocapsules. Microglia
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    Investigação do efeito do treinamento de força e da suplementação com a proteína do soro do leite na nocicepção induzida por lesão muscular em ratos
    (Universidade Federal de Alfenas, 2019-02-25) Rodrigues, Gusthavo Augusto Alves; Souza, Giovane Galdino De; Klein, André; Paiva, Alexandre Giusti
    Lesões do músculo estriado esquelético representam aproximadamente 55% da causa de lesões durante a prática esportiva. A dor é um dos principais sintomas durante a lesão muscular. O processo de modulação da dor durante a lesão muscular é complexo e envolve vários mecânismos, dentre eles é importante destacar a participação das células da glia. As células da glia, principalmente a micróglia e o astrócito, quando ativadas participam da modulação da nocicepção a nível espinal. O tratamento da lesão muscular geralmente é conduzido com protocolos tradicionais, entretanto o treinamento de força (TF) e a suplementação com proteína do soro do leite (PSL) podem ser uma alternativa de tratamento. Porém, o efeito do TF e PSL sobre a ativação das células da glia após a lesão muscular ainda não está bem esclarecido. O objetivo do presente estudo foi avaliar a resposta nociceptiva e a participação das células da glia durante a lesão muscular, bem como investigar o efeito do TF e da suplementação com PSL sobre estas respostas após a lesão muscular. Para o estudo, foram utilizados ratos machos da linhagem Wistar, pesando entre 250g e 300g. A lesão muscular foi induzida através um modelo de contusão por impacto mecânico. Posteriormente, os animais foram submetidos a um tratamento de duas semanas com o TF (3 vezes por semana) e suplementação com PSL (diariamente). Durante o tratamento foi avaliado o limiar nociceptivo, a temperatura local, os padrões de marcha e número de células inflamatórias no tecido. Para a avaliação da participação das células da glia espinais na modulação da nocicepção foi realizado um ensaio farmacológico. Para a avaliação da expressão de proteínas relacionadas à ativação de microglias (Iba-1) e astrócitos (GFAP), foi utilizado o ensaio de western blot. Os resultados demonstraram que tanto o TF quanto a suplementação com PSL foram capazes de reduzir a hiperalgesia mecânica e o número de células inflamatórias no local da lesão. O TF melhorou os padrões de marcha dos animais. Além disso, foi verificado farmacologicamente que as células da glia espinais têm uma participação na modulação central da dor induzida pela lesão muscular. O ensaio de Western Blot, demonstrou que de fato há um aumento da expressão de Iba-1 e GFAP espinais, após a lesão muscular, e que a expressão de Iba-1 no grupo submetido ao TF e no grupo TF+PSL foram estatisticamente iguais ao grupo controle. Em conclusão, o presente estudo verificou que o tratamento com TF e suplementação com PSL promoveram uma resposta antinociceptiva e controle do quadro inflamatório, associado à inibição da ativação da micróglia espinal.
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    Investigação dos efeitos do ultrassom terapêutico e laser na osteoartrite e a participação das células da glia espinais na nocicepção em camundongos
    (Universidade Federal de Alfenas, 2019-02-27) Malta, Iago Henrique Silva; Souza, Giovane Galdino De; Giusti, Fabiana Cardoso Vilela; Reis, Luciana Maria Dos
    A osteoartrite (OA) é um distúrbio musculoesquelético que acomete as articulações e, das doenças articulares, ela é a mais prevalente. A OA é multifatorial e apresenta como sintoma mais recorrente a dor. Sabe-se que, além da patologia articular, mecanismos centrais contribuem para intensificar a dor em pacientes com OA. As células da glia medulares têm sido investigadas na OA, e têm um papel importante na nocicepção induzida pela OA. Os recursos fisioterapêuticos, como o ultrassom terapêutico (US) e a laserterapia (LASER), têm sido amplamente utilizados na prática clínica porque apresentam efeitos anti-inflamatórios e antinociceptivos em diversos distúrbios, incluindo a OA, e apresentam a vantagem de quase não apresentarem efeitos adversos Sendo assim, o objetivo do estudo foi investigar o efeito do US e do LASER na nocicepção induzida pela OA e avaliar a participação das células da glia na nocicepção por meio de ensaios farmacológicos em camundongos. Foram utilizados camundongos machos Swiss, pesando entre 35 a 45 g. Para a indução de OA, os animais foram submetidos a uma única injeção intra-articular (i.a.) de 3,4 mg/Kg de iodoacetato monossódico (MIA). O limiar nociceptivo mecânico foi avaliado pelo teste de von frey filamentos no período de 21 dias. Parâmetros clínicos de marcha, temperatura e diâmetro articular também foram avaliados. A participação da micróglia e astrócitos espinais na nocicepção induzida pela OA foi avaliada. Para isso, animais com OA e controle foram receberam uma injeção por via intratecal (i.t.) no 14º dia de minociclina (inibidor microglial) ou fluorocitrato (inibidor de astrócitos) nas doses de 0,001 mg/Kg e 0,002 mg/Kg de minociclina ou 5 nmol/Kg e 10 nmol/Kg de fluorocitrato. Além disso, animais com OA e controle foram tratados diariamente ao longo de 21 dias com US (1 MHz, 1 W/cm2, contínuo, 5 minutos) ou LASER (830 nm, contínuo, 2 pontos de 8 J/cm2). A duração da antinocicepção de um único tratamento com US ou LASER no 14º dia também foi avaliada. Foi verificado que a injeção i.a. de MIA promoveu nocicepção a partir do terceiro dia até o 21º dia em relação ao grupo controle. A injeção i.t. tanto de minociclina como de fluorocitrato reverteu a nocicepção induzida pela OA, sugerindo a participação das células da glia espinais na nocicepção. O tratamento diário com US atenuou a nocicepção induzida pela OA do 14º ao 21º dia de tratamento, enquanto com o LASER atenuou no 3º, 10º e 14º dias de avaliação. O tratamento único com US ou LASER no 14º dia teve efeito antinociceptivo que durou uma hora após a aplicação. Não foram observadas diferenças na temperatura e diâmetro articular ao longo do experimento, assim como não houve alterações significativas de marcha. De acordo com os resultados, conclui-se que a OA promove nocicepção e ativação glial. Os recursos fisioterapêuticos promoveram antinocicepção quando aplicados diariamente e o presente modelo nociceptivo não causou alterações da marcha ou da temperatura e diâmetro articular.
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    Exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo como modelo translacional de transtorno do espectro autista
    (Universidade Federal de Alfenas, 2017-08-25) Vieira, Fernando Vitor; Paiva, Alexandre Giusti; Ferreira Junior, Nilson Carlos; Paffaro Junior, Valdemar Antônio
    O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno psiquiátrico de desenvolvimento comportamental de etiologia desconhecida que afeta 1:88 crianças nascidas, sendo que a proporção entre meninos e meninas é de 4:1. É caracterizado por atraso ou ausência de comunicação verbal, contato visual, interação social, movimentos repetitivos e/ou estereotipados entre outros. A detecção geralmente ocorre antes dos 3 anos de idade sendo muitas vezes detectado aos 6 meses. Algumas linhas de pesquisa atestam que fatores genéticos, neurológicos, imunológicos, infecções virais pré-natais, contaminantes alimentares e ambientais poderiam ser a causa do mesmo. O presente trabalho propõe a experimentação animal como modelo de TEA para entender as causas e consequências das infecções pré-natais em ratas prenhas e consequências sobre o comportamento da prole. O modelo proposto visa mimetizar infecções durante a gestação, com a administração de lipopolissacarídeo (LPS) extraído da parede celular de bactérias gram-negativas, injetado intraperitonealmente (i.p.) nas doses de 100 μg/kg no 9º.5 ou 500 μg/kg nos dias de gestação 16º (GD9.5 e 16) ou solução salina (SAL) 1ml/kg, i.p., e posterior análise comportamental dos filhotes nascidos. Os dados obtidos nos testes de USV’s, Homing, hole-board, labirinto em cruz elevado e play behavior, mostra que de filhotes machos provenientes de mãe tratadas com LPS na dose de 500 μg/kg no GD16 tiveram comportamento autistic-like, o mesmo comportamento não foi verificado nas fêmeas. Da mesma forma animais machos e fêmeas tratados com LPS na dose de 100 μg/kg GD9.5 não apresentaram diferença com relação aos animais que receberam SAL.
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    Investigação da participação da quimiocina CXCL1 associada às células da glia na gênese da dor neuropática
    (Universidade Federal de Alfenas, 2018-07-13) Moraes, Thamyris Reis; Sousa, Giovane Galdino De; Pereira, Daniele Sirineu; Romero, Thiago Roberto Lima
    A dor neuropática é originada a partir de uma lesão ou disfunção do sistema nervoso somatossensorial, acometendo entre 6,9% a 10% da população mundial e está relacionada a diminuição da qualidade de vida e do sono, além de, os pacientes serem pouco responsivos aos tratamentos atuais. Estudos têm demonstrado que não só os neurônios têm participação na modulação da dor neuropática, mas que as células da glia possuem papel fundamental neste processo pela da liberação de substâncias pró inflamatórias, como as quimiocinas, modulando o processo nociceptivo. Assim, o presente estudo investigou o envolvimento da quimiocina CXCL1 e das células da glia, sendo elas micróglia e astrócitos, na gênese da dor neuropática. Para tal, foram utilizados ratos machos Wistar, pesando entre 250g a 300g. Foi utililizado o aparato Von Frey filamentos para avaliação do limiar nociceptivo e para a indução da dor neuropática foi utilizado o modelo de constrição crônica do nervo ciático (CCI). Para avaliar a expressão dos marcadores de micróglia (Iba1), astrócitos (GFAP) e da quimiocina CXCL1 foi utilizado o ensaio de Western Blot. O envolvimento dos receptores CXCR2 foi investigado utilizando o antagonista seletivo SB225002 e a participação de micróglia e astrócitos foi avaliada utilizando os inibidores minociclina e fluorocitrato, respectivamente. Além disso, o CXCL1 recombinante foi administrado i.t. para investigar o envolvimento dessa quimiocina na nocicepção. Os resultados demonstraram que os animais pré-tratados com o SB225002 apresentaram diminuição da nocicepção, indicando o envolvimento destes receptores na dor neuropática. Além disso, a CXCL1 recombinante foi capaz de causar nocicepção a nível espinal e a minociclina e o fluorocitrato reduziram a alodínia mecânica causada pela CXCL1 e pela CCI. Em adição, houve um aumento da expressão da quimiocina CXCL1 em animais submetidos à indução da neuropatia, demonstrando seu papel na dor neuropática. Nos animais submetidos à CCI houve aumento da expressão do marcador de micróglia Iba1, mas não do marcador de astrócito GFAP e o antagonista para CXCR2 foi capaz de diminuir a expressão dos marcadores de micróglia e astrócitos nestes animais. Sendo assim, o presente estudo sugere a presença dos receptores CXCR2 nas células da glia durante a dor neuropática, assim como o envolvimento da quimiocina CXCL1 na gênese dessa dor.
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    Avaliação comportamental de ratos submetidos a um modelo experimental de autismo e ao empobrecimento ambiental do ambiente pós-natal por isolamento
    (Universidade Federal de Alfenas, 2018-07-23) Parreiras, Sheila Souza; Paiva, Alexandre Giusti; Paffaro Júnior, Valdemar Antonio; Cabral, Layla Dutra Marinho
    O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma classe de distúrbios do neurodesenvolvimento que afeta cerca de meio milhão de pessoas no Brasil, caracterizado pelo comprometimento dos domínios da interação social, comunicação e flexibilidade comportamental. O modelo experimental de autismo por exposição pré-natal ao LPS é um modelo novo e pouco estudado, que pode ajudar a compreender a etiologia e a fisiopatologia do distúrbio. Estudos prévios suportam a evidência de que alterações no ambiente pós-natal são capazes de modular o fenótipo do TEA. O isolamento precoce tem sido associado ao desenvolvimento de comportamentos do tipo-autista, do tipo-ansioso e do tipo-depressivo. Neste trabalho foram estudadas as alterações comportamentais na prole submetida ao modelo de autismo por exposição ao LPS no período gestacional, ao isolamento precoce e à combinação de ambos. Os resultados indicaram que a prole masculina é susceptível ao modelo de indução ao TEA, enquanto a prole feminina é susceptível ao desenvolvimento do comportamento do tipo-ansioso. O isolamento individualmente não foi capaz de provocar alterações comportamentais, porém, quando associado à administração gestacional de LPS foi capaz de prevenir alguns dos prejuízos provocados pelo modelo de indução ao TEA.
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    Investigação da participação do sistema endocanabinóide e células da glia na dor muscular controlada pelo exercício físico
    (Universidade Federal de Alfenas, 2016-03-23) Santos, Rafaela Silva Dos; Souza, Giovane Galdino De; Reis, Luciana Maria Dos; Rodrigues, Maria Rita
    A dor muscular afeta cerca de 11 a 24% da população mundial. É de origem multifatorial, podendo ser causada por fatores físicos, emocionais, psicológicos e sociais e é cada vez mais encontrada na prática clínica. Estudos tem demonstrado que o exercício físico é uma atividade que auxilia no controle da dor. Os receptores canabinóides do tipo 2 (CB2), expressos em tecidos periféricos e células inflamatórias, parecem estar envolvidos no controle da dor. Além disso, estudos tem demonstrado que tais receptores também estejam expressos no Sistema Nervoso Central, incluindo células microgliais. Sendo assim, o presente estudo investigou a participação de receptores CB2 e o envolvimento da micróglia espinal no controle da dor muscular por meio do exercício físico. Para isso, foram utilizados camundongos fêmeas da linhagem C57BL/6, pesando entre 20 a 25g. O limiar nociceptivo foi avaliado pelo teste de filamentos de Von frey e pelo teste da placa quente. O modelo de dor muscular foi induzido pela injeção intramuscular de carragenina no músculo gastrocnêmio direito. Para verificar os níveis de citocinas pró-inflamatórias, Il-1β e TNF-α, foi realizado o ensaio de ELISA. A dor muscular pode gerar inflamação com aumento da temperatura local, sendo assim, utilizamos a técnica de termografia para verificar as alterações na temperatura local dos animais. Foram utilizadas as drogas, AM630, para investigar a participação de receptores CB2; o MAFP, para avaliar a participação de endocanabinóides e a minociclina, para investigar o envolvimento da micróglia. Após a terceira semana de natação, os animais apresentaram uma redução da alodínia mecânica e da hiperalgesia térmica induzidas pela carragenina i.m. O AM630, reverteu a antinocicepção induzida pelo exercício, em ambos os testes nociceptivos. O MAFP inibiu a nocicepção muscular nos animais exercitados, apenas no teste da placa quente. A minociclina bloqueou a nocicepção apenas nos animais sedentários com dor muscular. Os resultados do ensaio de ELISA demonstraram que o exercício reduziu os níveis de TNF-α, os quais se encontraram aumentados nos animais com dor muscular que não foram exercitados. Já os níveis basais de IL-1β apresentaram reduzidos apenas nos animais submetidos ao modelo de dor muscular e que realizaram o treinamento físico. Por meio da análise termográfica, foi encontrado uma redução da temperatura local nos animais exercitados com dor muscular. A micróglia parece estar envolvida na termorregulação local dos animais com dor muscular exercitados, pois quando a micróglia foi bloqueada pela minociclina, a temperatura corporal nestes animais foi aumentada. Sendo assim, concluímos que o exercício inibe a dor muscular induzida pela carragenina, os receptores CB2 participam deste controle da dor e a micróglia parece estar envolvida na gênese e manutenção da dor muscular, com a liberação de citocinas pró-inflamatórias.